quarta-feira, 28 de junho de 2023

domingo, 25 de junho de 2023

"Putin venceu", diz Pepe Escobar, sobre rebelião frustrada do grupo Wagner

 Presidente russo identificou eventuais traidores e ainda conquistou liberdade para aplicar os poderes excepcionais de uma lei marcial

25 de junho de 2023

Pepe Escobar, Putin e Zelensky (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS)


247 – O correspondente internacional Pepe Escobar avalia que o presidente russo Vladimir Putin saiu como o grande vencedor da rebelião frustrada do grupo Wagner, grupo mercenário liderado por Yevgeny Prigozhin, contra seu governo. Segundo Pepe, Putin expôs a baixa qualidade das análises da mídia ocidental, mobilizou forças para encerrar a guerra na Ucrânia mais rapidamente, identificou eventuais traidores e ainda conquistou liberdade para aplicar os poderes excepcionais de uma lei marcial.

A tentativa de motim ocorreu entre a sexta-feira, 23 de junho, e o sábado, 24 de junho, sendo encerrada após negociações. Segundo Escobar, a tentativa de rebelião foi completamente derrotada, resultando em uma vitória significativa para Putin em todos os aspectos. Ele enfatizou que essa situação expôs a mídia ocidental ao ridículo mais uma vez, destacando a tendência de exagero e sensacionalismo em suas coberturas. Ao mesmo tempo, o presidente russo conseguiu mobilizar o povo para ajudar a encerrar o conflito de forma mais rápida e eficaz.

Outro ponto importante ressaltado por Escobar é a acumulação, por parte de Putin, de uma lista de traidores e agentes da quinta e sexta colunas. Isso sugere que o incidente serviu como uma oportunidade para identificar e lidar com elementos internos que ameaçam a estabilidade do país. Essa abordagem enfatiza a determinação de Putin em proteger os interesses russos.

Além disso, Escobar mencionou a liberdade concedida a Putin para empregar os poderes da lei marcial. Isso indica que o presidente possui uma margem maior de manobra para tomar medidas necessárias no combate ao terrorismo e na garantia da segurança nacional.


Brasil 247

Senadora Ana Paula pede ao CMN que exonere Campos Neto do BC

 "É fundamental ajustar nossa política monetária. Conto com o apoio dos colegas senadores. Campos Neto sabota o Brasil", afirma a senada Ana Paula Lobato (PSB-MA)

24 de junho de 2023

(Foto: Agência Senado)


247 - A senadora Ana Paula Lobato, do PSB do Maranhão, encaminhou pedido ao Conselho Monetário Nacional (CMN) pelo afastamento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

De acordo com o documento, o titular do BC deve ser afastado de suas funções devido ao “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos da instituição”.

Ana Paula aponta a manutenção da taxa Selic em 13,75% como evidência da “clara atuação política do presidente do BC no sentido de prejudicar o atual governo, ao impossibilitar maior crescimento econômico e, com isso, inviabilizar uma maior entrega de políticas públicas”.

Nas suas redes sociais, a senadora afirmou: "É fundamental ajustar nossa política monetária. Conto com o apoio dos colegas senadores. Campos Neto sabota o Brasil".

O ofício enviado pela senadora aumenta a pressão dos congressistas contra Campos Neto. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) também protocolou na quinta-feira (22), no CMN, denúncia contra Campos Neto, acusando de descumprimento dos objetivos da instituição e pedindo que o CMN avalie a possibilidade de pedir ao Senado Federal a exoneração do presidente do BC, indicado por Jair Bolsonaro.


Brasil 247

quinta-feira, 22 de junho de 2023

'Caldo engrossou e Senado pode articular demissão de Campos Neto em agosto', diz Helena Chagas

 “Se hoje pode não haver 41 votos para defenestrá-lo, sua demissão pode ser articulada com os senadores se nada acontecer com os juros até agosto”, afirmou a jornalista

22 de junho de 2023

Roberto Campos Neto e plenário do Senado (Foto: Agência Senado)


247 - A jornalista Helena Chagas, comentarista da TV 247, avaliou nesta quinta-feira (22) que o cenário político no Senado já não é mais favorável à manutenção de Roberto Campos Neto, após a decisão intransigente do Banco Central em manter a taxa de juros em 13,75%. “O caldo engrossou. Se, há meses, seria impensável que o Senado aprovasse a demissão do presidente do BC a pedido de Lula, agora a hipótese não é tão distante assim. Campos Neto está isolado e é alvo de críticas também de empresários e outros setores”, afirmou Helena.

Para a jornalista, o placar de 58 votos da aprovação de Cristiano Zanin para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (21), foi “revelador” da afinidade entre a Casa e o Planalto. “Se hoje pode não haver 41 votos para defenestrá-lo, sua demissão pode ser articulada com os senadores se nada acontecer com os juros até agosto. A independência do Banco Central, um instituto que dificilmente seria questionado no Congresso que o aprovou, também entra numa zona de risco quando cresce a impressão de que Campos Neto, bolsonarista, estaria agindo politicamente”, acrescentou.

‘É irracional taxa de juros de 13,75% com inflação de 5%’, diz Lula na Itália

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “irracional” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. Em entrevista coletiva em Roma, nesta quinta-feira (22), não poupou críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “É irracional o que está acontecendo no Brasil, você ter uma taxa de 13,75% com uma inflação de 5%”, afirmou.

“Não se trata do governo ficar brigando com o Banco Central. Quem está brigando com o Banco Central hoje é a sociedade brasileira”, disse Lula, referindo-se à Confederação Nacional das Indústrias (CNI), varejistas, pequenos e médios produtores, centrais sindicais e movimentos populares.

O presidente foi enfático nas críticas e mandou novo recado ao Senado. “Tenho cobrado dos senadores. Foram os senadores que colocaram esse cidadão lá. Então os senadores têm que analisar se ele está cumprindo aquilo que foi aprovado para ele cumprir. Na lei que está aprovada, ele tem que cuidar da inflação, do crescimento econômico e da geração de empregos. Então ele tem que ser cobrado. É só isso.”


Brasil 247

Frustrando o governo, Copom adota tom duro

 O tom persistentemente rigoroso do comunicado em relação à inflação ocorre apesar de uma série de indicadores recentes mostrarem uma inflação enfraquecida no Brasil

21 de junho de 2023

Composição atual do Copom (Foto: Divulgação/Banco Central)


247 — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na quarta-feira à noite a manutenção da taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, conforme esperado, e manteve um tom rigoroso ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, sem indicar a intenção de cortar as taxas de juros em agosto, como o mercado financeiro havia antecipado.

No comunicado que acompanha a decisão, o comitê argumentou que "paciência" é necessário para controlar a inflação e vinculou qualquer corte potencial na Selic a dados econômicos.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia. O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, destaca trecho do documento.

A decisão ocorre apesar de uma série de indicadores recentes mostrarem uma inflação enfraquecida no Brasil. O Comitê de Política Monetária (Copom) não sinalizou que a taxa básica de juros (Selic) será reduzida no curto prazo.

Autoridades do Ministério da Fazenda acreditam que o Copom só reduzirá as taxas de juros a partir de agosto. Essa também é a compreensão do mercado.

O comitê ressalta que um possível corte dependerá da evolução da dinâmica da inflação, especialmente os componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, expectativas de inflação, especialmente as de longo prazo, projeções de inflação, hiato do produto e o balanço de riscos.


Brasil 247

Glauber Braga vai para cima de Flávio Bolsonaro e cobra crimes do senado...



Mídia Ninja



Miriam Leitão detona Campos Neto e diz que o Brasil hoje tem um negacionista no Banco Central

 Taxa de juros de 13,75%, mantida pela equipe de Campos Neto, ao ano é o maior obstáculo à retomada do desenvolvimento no Brasil

22 de junho de 2023

Miriam Leitão e Roberto Campos Neto (Foto: Reprodução/TV Globo | José Cruz/Agência Brasil)


247 – A jornalista Miriam Leitão publicou uma crítica contundente ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em sua coluna no jornal O Globo. Sob o título "Negacionismo no Banco Central", Leitão abordou a postura do Banco Central diante dos fatos econômicos e suas consequências para o mercado e a economia brasileira. A crítica central de Leitão é que o Banco Central tem adotado uma postura de negacionismo, ignorando os dados e projeções econômicas, bem como as quedas da inflação e dos juros futuros. Segundo a jornalista, essa atitude pode afetar negativamente as expectativas do mercado, que já previa uma queda significativa dos juros até o final do ano.

Miriam ressalta que a maioria absoluta do mercado esperava que o Banco Central suavizasse seu comunicado e indicasse uma queda dos juros na próxima reunião. No entanto, a instituição decepcionou essas expectativas. A jornalista destaca que diversos setores da economia, como o varejo, a indústria e os serviços, além de ex-ministros do governo Bolsonaro, expressaram sua insatisfação diretamente ao Banco Central nos últimos dias.

A jornalista também critica a aparente teimosia do Banco Central em não reconhecer os avanços econômicos, citando um exemplo em que o presidente Roberto Campos Neto teria mencionado o aumento dos juros na Austrália e no Canadá como justificativa para não considerar a deflação registrada no Brasil. Leitão argumenta que essa contradição compromete a credibilidade do Banco Central.

Leitão destaca que o Banco Central está em desacordo com sua própria estratégia ao reafirmar que trabalha com um "horizonte relevante" até 2024, enquanto em qualquer cenário apontado pela própria instituição, a meta de inflação para 2024 está dentro do intervalo estabelecido. A jornalista argumenta que as expectativas já estão ancoradas, mas agora a instituição parece adotar uma postura negacionista diante de um cenário econômico alterado.


Brasil 247

terça-feira, 20 de junho de 2023

CNJ apura indícios de gastos de R$ 1 bilhão sem lastro na Lava Jato

 Os valores sob suspeita são provenientes de bens apreendidos e acordos de leniência, sendo que apenas os acordos já movimentaram cerca de R$ 6 bilhões

19 de junho de 2023

(Foto: Romulo Serpa/Ag.CNJ)


247 — Técnicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estão realizando uma correição extraordinária nos tribunais da Operação Lava Jato para investigar indícios de gastos de quase R$ 1 bilhão sem lastro, de acordo com informações divulgadas pela Folha de S.Paulo. Os juízes designados para a ação estão analisando documentos, planilhas e ouvindo depoimentos de servidores para verificar se os procedimentos estão em conformidade


Mesmo com as recentes mudanças no comando da 13ª Vara Federal de Curitiba, a auditoria continuará tanto na primeira instância quanto na segunda instância responsáveis pela operação. Conforme reportado anteriormente, a juíza Gabriela Hardt teve seu pedido atendido para ser removida para uma turma recursal. Seu lugar será ocupado por Fábio Nunes de Martino, da 1ª Vara Federal de Ponta Grossa (PR), e pelo juiz substituto Murilo Scremin Czezacki, da 2ª Vara Federal de Cascavel.

Os valores sob suspeita são provenientes de bens apreendidos e acordos de leniência, sendo que apenas os acordos já movimentaram cerca de R$ 6 bilhões. Além dos gastos, há suspeitas de infrações menores, como destinação indevida de recursos para o Judiciário, polícia e Ministério Público.

Inicialmente, aproximadamente R$ 300 milhões em depósitos judiciais determinados pela Lava Jato estavam no centro da correição extraordinária na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba e no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que são responsáveis pela operação. Também está prevista uma análise minuciosa dos acordos de cooperação internacional e da condução das delações premiadas.


Brasil 247

Generais Heleno e Etchegoyen integraram grupo de whatsapp que conspirou por um golpe de estado

 Uma das ideias defendidas no grupo era uma intervenção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para impedir a posse de Lula (PT)

20 de junho de 2023

Generais Sérgio Etchegoyen e Augusto Heleno (Foto: ABr)


Agenda do Poder - O general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no governo de Jair Bolsonaro (PL), fez parte de um grupo de Whatsapp com militares da ativa e da reserva no qual foram discutidas ações para cometer um golpe de estado.

Uma das ideias defendidas no grupo era uma intervenção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para impedir a posse de Lula (PT). A existência do grupo foi revelada ao UOL pelo coronel aviador reformado Francisco Dellamora, que atacou o senador, o presidente e o STF. As informações são da colunista do UOL Juliana dal Piva.

Chamado “Notícias Brasil”, o grupo do qual fazia parte também o general da reserva Sérgio Etchegoyen, que comandou o GSI no governo Michel Temer (MDB), existiu até 8 de janeiro de 2023, dia dos ataques às sedes dos Três Poderes.

De acordo com o coronel, Heleno lia as mensagens, mas não se manifestava sobre as iniciativas golpistas.

“Esse [Rodrigo] Pacheco é o maior canalha do Brasil hoje porque ele não fez o que tem que fazer. Esse cara vai passar para história e para as leis da história do Brasil porque ele não deixa o Congresso fazer o que tem que ser feito. Porque tem que cassar. Ninguém tem que respeitar ninguém do STF não. Tem que cassar. São bandidos. Não existe Justiça no Brasil. Existe uma quadrilha instalada no STF, afirmou à coluna.

O general Heleno disse ao UOL que não se recorda do grupo e que nunca ouviu “essas histórias de que se vai decretar intervenção”. “Não sei quem participou. Internet é um negócio que você começa a responder uma porção de coisas, mas nunca participei disso”.

Segundo Dellamora, a base para uma intervenção e até um adiamento da posse de Lula seria o relatório das Forças Armadas sobre o sistema das urnas, apresentado em novembro de 2022. O Ministério da Defesa divulgou o documento dizendo que a equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação não apontou nem excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral do ano passado.

“Nós não consideramos legal [a eleição]. Consideramos o STF [Supremo Tribunal Federal] na ilegalidade. O TSE [Superior Tribunal federal] na ilegalidade. E todos os dias eles praticam mais um ato de ilegalidade. Invadiram os escritórios do senador Marcos Do Val”, diz, sem mencionar a ordem judicial do ministro do STF Alexandre de Moraes para a operação de busca e apreensão na quinta passada (15). “Nós não entendemos como se pode tirar um cara da cadeia para ser presidente da República. O bandido, condenado, em dúvida nenhuma”, afirma. “Você não viveu 64. Agora, 64 é um pinto perto da ditadura que está instalada no Brasil”, completa.


Brasil 247

sábado, 17 de junho de 2023

Bom dia 247: Xandão enquadra Marcos do Val (16.6.23)




TV 247

"Tem que ir pra cima, tem que enquadrar e tem que prender esses militares golpistas", diz Florestan Fernandes Júnior

"Estamos num momento crucial.O que não foi feito nos últimos quarenta anos terá que ser feito agora ", afirma o jornalista

16 de junho de 2023

Florestan Fernandes Jr (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


247 – No programa Bom Dia 247, do dia 16 de junho, o jornalista Florestan Fernandes Júnior fez declarações fortes sobre a descoberta de um plano golpista no celular do tenente-coronel Mauro Cid. "Estamos num momento crucial. O que não foi feito nos últimos quarenta anos terá que ser feito agora. O Brasil terá que punir todos os militares golpistas. Havia um plano claro de golpe de estado. Eles tinham o roteiro do golpe pronto. Tem que ir pra cima, tem que enquadrar e tem que prender esses militares", disse ele

Florestan enfatizou a importância de agir diante do momento crucial em que o país se encontra e defendeu a punição de todos os militares golpistas. Segundo ele, havia um plano claro de golpe de estado e é necessário tomar medidas enérgicas, enquadrando e prendendo os responsáveis militares.

As declarações de Florestan surgem em um contexto em que a revista Veja revelou uma trama golpista contida no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que envolveu membros do alto escalão das Forças Armadas. Diálogos entre o coronel Jean Lawand Junior, então subchefe do Estado Maior do Exército, e Mauro Cid comprovam a participação de Lawand no plano. Após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições, Lawand manteve contato frequente com Cid e pressionou repetidamente pela execução do plano. Em uma dessas conversas, Lawand afirmou que o Exército Brasileiro seria prejudicado se os generais não cumprissem a ordem.

Embora Lawand tenha ressaltado que o Exército não agiria por conta própria para evitar ser visto como um golpe, ele deixou claro que, se recebesse a ordem, cumpriria prontamente. As intenções golpistas continuaram presentes nas interações entre Lawand e Cid ao longo dos dias seguintes.

Diante dessas revelações, Florestan Fernandes Júnior enfatiza a gravidade da situação e a necessidade de responsabilizar os militares envolvidos. Suas declarações destacam a urgência de agir para impedir que um golpe seja concretizado e reforçam a importância de preservar a democracia brasileira. 


Brasil 247

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Guilherme Levorato Líder do governo, Randolfe endurece o tom e diz que Campos Neto pode ser demitido do Banco Central

 "O Senado da República precisa agir! Não dá para acelerar a economia com o freio de mão puxado por essa taxa de juros exorbitante!", protestou o senador

16 de junho de 2023

Randolfe Rodrigues e Roberto Campos Neto (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Pedro França/Agência Senado)


247 - Líder do governo Lula (PT) no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (sem-partido-AP) endureceu o tom em postagem no Twitter nesta sexta-feira (16) e cobrou que o Senado aja em relação ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O governo trava desde o início do ano um embate com o Banco Central em razão da elevadíssima taxa de juros praticada no Brasil, atualmente em 13,75% ao ano. O debate ganhou ainda mais força diante dos recentes dados positivos da economia brasileira, principalmente da inflação, que tem tendência de queda. "A economia começa a decolar: crescimento do PIB acima do esperado; inflação em declínio; dólar em baixa; juros futuros em queda e desemprego reduzindo. Resta remover o entulho da taxa básica de juros estratosférica de Roberto Campos Neto", declarou Randolfe.

Na sequência, o senador lembra que a lei de autonomia do Banco Central delimita que, além do controle da inflação, a autarquia tem como compromisso fundamental a promoção do pleno emprego - objetivo que tem sido deixado de lado pela administração Campos Neto.

Randolfe, então, cobrou que o Senado tome providências para demitir o presidente do BC. "Importante destacar que a Lei da autonomia do Banco Central prevê a promoção do pleno emprego e também que o presidente do BACEN [Banco Central] poderá ser exonerado quando apresentar comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos da Instituição. O Senado da República precisa agir! Não dá para acelerar a economia com o freio de mão puxado por essa taxa de juros exorbitante! Quem está sendo prejudicado é o povo".

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quinta-feira (15) que, se dependesse da vontade do governo federal, Campos Neto já teria sido substituído. "Na verdade, se o Senado observar, o presidente do BC já teria sido demitido de sua função. Entre as suas funções está a inflação, mas também o emprego. Não me lembro de nenhuma ata ver o tema emprego sendo abordado. Ou seja, ele não está cumprindo suas obrigações. Já teria motivo para ser demitido. Troca".


Brasil 247

quinta-feira, 15 de junho de 2023

"É inevitável que o Brasil retome o grau de investimento", diz Fernando Haddad

 Ministro da Fazenda celebrou a decisão da agência Standard & Poor's sobre a economia brasileira

15 de junho de 2023

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 02/05/2023 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)


Reuters – A agência de classificação de risco S&P elevou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de "estável" para "positiva", em uma decisão que reflete sinais de maior certeza sobre a estabilidade das políticas fiscal e monetária, com potencial benefício para o crescimento econômico do país.

Essa melhora na perspectiva da nota de crédito é a primeira realizada pela S&P desde dezembro de 2019. A agência manteve o rating "BB-" do Brasil, ainda três degraus abaixo do grau de investimento, que indica baixo risco de calote.

Em seu relatório, a S&P afirmou que, apesar dos déficits fiscais ainda elevados, o crescimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) em conjunto com o arcabouço fiscal proposto podem resultar em um aumento menor da dívida do governo do que inicialmente esperado. A agência acredita que esse fator pode abrir caminho para a flexibilização monetária e sustentar a posição externa líquida.

"Ao considerar esses desenvolvimentos, reforçamos nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil, com estabilidade na formulação de políticas baseada em amplos freios e contrapesos entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário", afirmou a S&P.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou o movimento e expressou confiança de que o país inevitavelmente retomará o grau de investimento. Em entrevista à Reuters, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, previu que isso poderá ocorrer em 2026.

A agência de classificação de risco mencionou os cenários que poderiam levar a uma elevação ou a um rebaixamento da nota de crédito.

Entre os fatores negativos, destacou-se a possibilidade de um corte na nota de crédito devido a uma estrutura de políticas econômicas inadequadas ou à implementação deficiente, resultando em crescimento econômico limitado e, consequentemente, em uma deterioração fiscal ainda maior e endividamento acima do esperado.

Por outro lado, a S&P mencionou que um aumento na classificação de risco pode ocorrer caso as instituições governamentais sejam capazes de implementar uma política econômica pragmática que aborde as vulnerabilidades das finanças públicas e crie uma base para um maior crescimento econômico. A agência ressaltou a importância da aprovação de reformas adicionais, incluindo a reforma tributária em debate no momento.

Haddad destacou em suas declarações aos jornalistas que a melhora da perspectiva da nota de crédito reflete uma "mudança de rota" e agradeceu o apoio do Congresso e do Judiciário às iniciativas do governo para equilibrar as contas públicas e criar melhores condições para o crescimento. O ministro da Fazenda também cobrou uma redução da taxa de juros por parte do Banco Central, afirmando que falta o apoio da instituição ao esforço em curso.

A S&P, entretanto, considerou a autonomia do Banco Central como um dos pontos fortes que sustentam a classificação de risco do país. A agência destacou que medidas implementadas nos últimos anos têm contribuído para conter riscos à estabilidade macroeconômica e que o risco de reversão dessas reformas diminuiu com a adoção de uma política econômica mais pragmática em diferentes áreas do governo.

"A sólida posição externa do Brasil, uma taxa de câmbio flexível e um regime de política monetária baseado em uma estrutura de metas de inflação conduzida por um Banco Central autônomo sustentam os ratings", afirmou a S&P.


Brasil 247

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Fraude contábil da Americanas serviu para bancar lucro fictício que pagou impostos, dividendos e bônus para diretores

 Americanas utilizou o chamado "risco sacado" como forma de gerar caixa, com uma entrada de R$ 18 bilhões e um mecanismo de propaganda fictício no valor de R$ 17 bilhões

14 de junho de 2023

(Foto: Divulgação/Americanas)


247 - Na última semana, o diretor-presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga a empresa para prestar esclarecimentos sobre a utilização de "lucro fictício" baseado em fraudes contábeis. Segundo Pereira, esse lucro forjado foi utilizado para diversos fins, incluindo o pagamento de dividendos aos acionistas, bônus para os diretores e quitação de impostos.

De acordo com as informações apresentadas na CPI, a Americanas utilizava o chamado "risco sacado" como forma de gerar caixa, com uma entrada de R$ 18 bilhões. Além disso, foi criado um mecanismo com verba de propaganda cooperada (VPC) fictícia no valor de R$ 17 bilhões, com o intuito de reduzir essa conta, destaca o jornal Valor Econômico.


O depoimento de Leonardo Coelho Pereira trouxe à tona uma série de irregularidades contábeis que visavam inflar artificialmente os lucros da empresa. Essa prática questionável foi utilizada como base para o pagamento de dividendos, contemplando até mesmo os acionistas de referência da Americanas.

Outro ponto destacado pelo diretor-presidente foi o direcionamento do "lucro fictício" para o pagamento de bônus aos diretores da empresa. Esses incentivos financeiros eram distribuídos com base em um desempenho que, na realidade, não refletia a saúde financeira verdadeira da organização.

Ainda conforme a reportagem, parte desse lucro irreal também era destinada ao pagamento de impostos, o que levanta sérias questões sobre a falta de fiscalização e a capacidade de manipulação dos registros contábeis da Americanas.

Diante dessas revelações chocantes, a Americanas passa por um momento de crise e desconfiança, abalando a confiança dos investidores e consumidores. As ações da empresa sofreram uma queda significativa na bolsa de valores, e a reputação da marca foi profundamente afetada.


A CPI da Câmara segue investigando os detalhes dessas fraudes contábeis e buscando responsabilizar os envolvidos. O caso da Americanas serve como um alerta sobre a importância da transparência e da ética nos negócios, além da necessidade de um sistema regulatório mais eficiente para evitar práticas fraudulentas que podem prejudicar investidores e a economia como um todo.

É fundamental que medidas sejam tomadas para reparar os danos causados e restaurar a confiança dos investidores nas empresas do país. A Americanas agora enfrenta um longo caminho para se reerguer e reconstruir sua reputação, mostrando um compromisso real com a transparência e a conformidade em suas práticas comerciais.


Brasil 247

Procuradora sugeriu entregar 'para os americanos' valor recuperado da Petrobrás

 Decisão de Raquel Dodge de impedir que a força-tarefa criasse uma fundação privada bilionária com fundos da Petrobrás irritou procuradores da Lava Jato

14 de junho de 2023

Petrobrás (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)


Conjur - Diálogos entre procuradores da finada "lava jato" aos quais a revista eletrônica Consultor Jurídico teve acesso mostram que eles ficaram revoltados com uma ação da Procuradoria-Geral da República contra a tentativa de integrantes da autodenominada força-tarefa de criar uma fundação privada bilionária de "combate à corrupção" com fundos da Petrobras.

Na conversa, de 12 de março de 2019, os procuradores reagem a uma ADPF da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contra a fundação. A ação sepultaria os planos da "lava jato". Em um dos diálogos, uma procuradora sugeriu, como reação à ação da PGR, devolver aos Estados Unidos todo o valor recuperado da Petrobras, desfazendo um acordo firmado com o Departamento de Justiça dos EUA.

"RD (Raquel Dodge) passou dos limites com essa ADPF. Desfaçam esse acordo, devolvam o $ pro americanos. [...] A PGR e os intelectuais desse país acham que não precisamos desse $ aqui", disse a procuradora, identificada apenas como "Carol PGR" — os diálogos reproduzidos nesta reportagem aparecem em sua versão original.

"Agora a solução tem de ser de fácil comunicação. Eh devolver os recursos pro americanos, reais donos deles", prosseguiu ela. O então coordenador da "lava jato" de Curitiba, Deltan Dallagnol, respondeu: "Valeu Kérol, mas não podemos fazer isso, embora desse vontade às vezes rs. Vamos trabalhar numa solução".

Em seguida, Carol PGR falou que iria "rezar" para "Deus iluminar" os procuradores de Curitiba. "Estou tão indignada que não sei se vou conseguir dormir", concluiu.

O diálogo é do dia em que a PGR entrou com a ação no Supremo Tribunal Federal contra o fundo. E a ADPF trouxe resultados: o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o acordo firmado com a Petrobras que viabilizaria a fundação.

O acordo envolvia U$ 853 milhões, dos quais U$ 682,5 milhões seriam pagos a "autoridades brasileiras". Alexandre determinou o bloqueio dos valores depositados na conta da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Clima 'péssimo' com o Itamaraty - Outra conversa entre os mesmos personagens mostra que havia preocupação quanto a possíveis críticas à "lava jato" por causa de acordos com os Estados Unidos que poderiam prejudicar empresas brasileiras.

"O clima com o itamarati está péssimo. A história Eh q vc chamou os americanos e eles estão aí ouvindo pessoas e juntando provas p ferrar a BR (Distribuidora, então subsidiária da Petrobras).To com receio deles plantarem isso na imprensa. Temos q fazer um trabalho com os jornalistas p esclarecer o q realmente está acontecendo. Se houve convite nosso, se eles estão colhendo provas etc", disse Carol PGR a Dallagnol. A mensagem é de 8 de outubro de 2015.

Em outra mensagem, de 7 de outubro do mesmo ano, a procuradora se disse preocupada com a "repercussão na imprensa" da colaboração entre autoridades do Brasil e dos EUA.

"Deltan, Miller me mandou uma mensagem preocupada com a repercussão na imprensa da vinda dos americanos. (...) Vlad me falou de uma multa que foi ou será aplicada à empresa. Acho que quando isso vier a tona pode gerar alguns problemas internos. Podem dizer que estamos ajudando os americanos a ferrarem com a Petrobras. Sei que eles não precisam de nós pra nada, mas se nós pudermos esclarecer em que consiste nossa ajuda a eles, acho que seria importante."

"Ok. Falei com Vlad. Faremos nota (Vc e ele e depois eu). Não há perspectiva logo de multa", respondeu Dallagnol.


Brasil 247

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Minoritários passaram a ter participação desproporcional no conselho de administração da Eletrobrás

 Presidente Lula está lutando para fazer com que a União recupere seu poder de voto de na empresa

12 de junho de 2023

(Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula | Reuters)


247 – Uma gravação de uma reunião interna obtida pelo jornal Folha de S. Paulo revela que a gestora 3G Radar, um acionista minoritário da Eletrobras, conseguiu ocupar posições estratégicas no conselho de administração da companhia. A 3G Radar possui apenas 1,3% do capital total da Eletrobras, o que torna sua posição irrelevante em termos de poder de decisão. No entanto, a gestora detém 10,88% das ações preferenciais, que têm prioridade para receber dividendos, o que lhe confere acesso privilegiado aos resultados, aponta reportagem da jornalista Alexa Salomão.

Dos nove conselheiros da Eletrobras, três afirmaram ter sido convidados para seus cargos por um acionista da 3G Radar, o sócio fundador da gestora Pedro Batista de Lima Filho. Batista também se tornou conselheiro após a privatização da empresa, indicado pelos preferencialistas. A 3G Radar alega que todas as indicações para a composição da diretoria da Eletrobras foram feitas em acordo com os conselheiros de administração, seguindo as práticas de governança da companhia.

Além de Pedro Batista de Lima Filho, outros conselheiros da Eletrobras atribuíram seu ingresso na empresa à indicação da 3G Radar. Felipe Vilela Dias, representante dos minoritários, e Ivan Monteiro, ex-presidente da Petrobras, mencionaram Batista como responsável por suas nomeações. A Eletrobras afirmou em nota que a reunião ocorreu com transparência e que os nomes indicados para o conselho de administração passaram por avaliações e foram eleitos em Assembleia Geral de Acionistas, seguindo os requisitos previstos no Estatuto Social e no Regulamento de Indicações.

O conselho de administração da Eletrobras enfrenta desafios, como a Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pela Advocacia-Geral da União no Supremo Tribunal Federal, que busca restabelecer o poder de voto proporcional da União na companhia – um dos principais objetivos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Brasil 247

Juiz que faz a correição da Lava Jato mira depósitos judiciais e deve quebrar sigilos bancários

 Ministro Luís Felipe Salomão apura o destino de cerca de R$ 300 milhões obtidos pela força-tarefa

12 de junho de 2023

Ministro Luís Felipe Salomão, do TSE (Foto: Roberto Jayme / TSE)


247 – Uma correição extraordinária está sendo realizada na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsáveis pela operação Lava Jato, a fim de examinar cerca de R$ 300 milhões em depósitos judiciais, segundo informa a jornalista Juliana Braga, na coluna Painel, da Folha de S. Paulo. O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, pretende analisar detalhadamente as decisões relacionadas a esses recursos, assim como sua origem e destino, podendo solicitar a quebra de sigilo bancário, se necessário.

Essa inspeção extraordinária foi aberta após o afastamento do juiz Eduardo Appio de suas funções, em meio a alegações de uma suposta ameaça ao desembargador federal Marcelo Malucelli. Appio nega as acusações. Antes de ser afastado, ele estava revisando as decisões do ex-juiz Sergio Moro, seu antecessor.

Salomão também tem a intenção de examinar minuciosamente os acordos de cooperação internacional e a condução das delações premiadas. O ministro estará em Curitiba esta semana para acompanhar de perto os trabalhos. Em 2019, um acordo homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, já havia estabelecido que os R$ 2,6 bilhões, originalmente destinados a um fundo a ser administrado pelo Ministério Público Federal (MPF), fossem depositados na conta única do Tesouro para serem utilizados em gastos com saúde e educação.


Brasil 247

Convite para apoiar o documentário: Os crimes de Moro e a máfia de Curitiba




TV 247

Tony Garcia apresenta a primeira prova de que foi agente infiltrado de Moro

 Empresário publicou trecho de uma sentença em que o então juiz o elogia pela "efetiva e valiosa" colaboração com a Justiça

12 de junho de 2023

Tony Garcia e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/TV 247 | Agência Brasil)


O empresário Antônio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, apresentou a primeira prova de que ele foi usado ilegalmente como agente infiltrado de Sergio Moro e do Ministério Público. Trata-se do trecho de uma sentença em que Moro elogia Tony pelos serviços prestados.

"No que se refere a Antônio Celso Garcia, revelou ele diversos fatos delituosos de interesse do Ministério Público Federal e por conseguinte da Justiça", afirmou.

Em seguida, Moro cita um caso que promete ter ainda muitos desdobramentos negativos para o ex-juiz.

"Dentre eles, confirmou interceptação ilegal de comunicações telefônicas de juiz federal", acrescenta Moro.

A interceptação telefônica a que faz referência Sergio Moro é a que foi atribuída ao advogado Roberto Bertholdo, que o então juiz queria colocar na prisão a todo custo, segundo Tony Garcia.

Em entrevista à TV 247, o ex-agente infiltrado de Moro contou que chegou a ser obrigado a dar entrevista para o jornalista Alexandre Oltramari, da revista Veja, em 2005, com mentiras sobre Bertholdo, para atingir José Dirceu, que era deputado federal e tinha sido ministro de Lula.

Veja, segundo Tony, tinha combinado a entrevista com Sergio Moro, e a revista destacou o trecho que atribuía ao PT o pagamento de um suposto mensalão ao PMDB, que nunca foi provado.

Bertholdo chegou a ficar preso por essa interceptação telefônica e acabaria condenado por esse crime, com a confirmação da sentença pelo Tribunal Federal Regional da 4a. Região, embora não tenha sido apresentada nenhuma prova de que ele tenha feito a interceptação telefônica.

Havia o testemunho de Tony Garcia, que Moro aceitou como prova do crime. Mas esse testemunho de Tony Garcia era verdadeiro? Ou ele mentiu para cumprir missão dada por Moro? Esta é uma questão ainda em aberto.

Na mesma sentença, Sergio Moro elogia Tony Garcia por outras colaborações. "Também relatou diversos casos relevantes envolvendo corrupção de outras autoridades públicas estaduais e federais", escreveu.

"Assim, é forçoso reconhecer, na esteira do requerido pelo MPF, que a colaboração de Antônio Celso Garcia foi efetiva e valiosa para a Justiça", acrescentou.

Tony Garcia apresentou a prova contra Moro na rede social depois de uma série de tuítes postados em resposta ao ataque do ex-juiz depois da entrevista à TV 247.

Moro tentou desqualificar o antigo agente infiltrado. E Tony o desafia para um debate, que o ex-juiz e atual senador não aceitou. Em entrevista, Moro disse:

“O Ministério Público acabou fazendo um acordo com ele, com o objetivo principal de reaver o dinheiro e pagar os consorciados. O que foi feito. E, na época, ele acabou revelando alguns outros fatos e concordou, com supervisão da Polícia e requerimento do MP, fazer gravações de seus cúmplices, nada a ver com Lava Jato. É uma história totalmente tresloucada. Eu me surpreendo quando se dá crédito a um indivíduo desse. Ele é conhecido no Paraná como um mentiroso compulsivo, um estelionatário”, concluiu Moro.

Foi Moro quem fez o acordo com Tony Garcia, o que é ilegal, e o ex-agente infiltrado diz poder provar. Também chama a atenção a afirmação de Moro de que não se deve dar crédito a Tony Garcia, Quando o transformou em agente infiltrado e aceitou seu testemunho, como no caso da interceptação telefônica e da entrevista a Veja, foi Moro quem deu crédito a ele.

Esta foi a primeira prova apresentada por Tony Garcia. Ele diz ter mais. Vamos acompanhar.


Brasil 247

domingo, 11 de junho de 2023

Trump revela trama dos EUA para golpe na Venezuela: "nós iríamos tomá-la e pegar todo o petróleo" (vídeo)

 Ex-presidente criticou Joe Biden por fortalecer a Venezuela e afirmou que, durante seu governo, o país latino estava prestes a "colapsar"

11 de junho de 2023

Nicolás Maduro e Donald Trump (Foto: Reuters | Reprodução)


247 - Durante um discurso na Convenção do Partido Republicano da Carolina do Norte neste sábado (10), o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, atual candidato a assumir o posto novamente, revelou uma trama da potência mundial para sabotar a Venezuela, "tomar o controle do país e pegar todo o seu petróleo".

O republicano criticava a administração do democrata Joe Biden por ter voltado a comprar petróleo do país latino, como se isso fosse uma vergonha aos EUA, que supostamente teria estado muito próximo de tomar controle da Venezuela durante seu governo: "e quanto a estarmos comprando petróleo da Venezuela? Quando eu saí [do governo], a Venezuela estava prestes a colapsar, nós teríamos tomado o país e pegaríamos todo aquele petróleo, teria sido ótimo".

"Mas agora estamos comprando petróleo da Venezuela então estamos enriquecendo um ditador. Vocês acreditam? Ninguém consegue acreditar nisso. E o petróleo deles é um lixo, é horrível, é o pior que se pode conseguir, é como alcatrão (tar). E para refiná-lo, você precisa de refinarias especiais".


Brasil 247

sábado, 10 de junho de 2023

Novo diálogo da Vaza Jato deixa claro que ordem para que procuradores quebrassem a Odebrecht partiu "dos americanos"

 Numa das mensagens, o procurador Roberson Pozzobon afirma que seria necessário aguardar a orientação estadunidense

10 de junho de 2023

Roberson Pozzobon e Sergio Moro (Foto: Ascom/MPF | Senado)


247 – Com a divulgação dos diálogos obtidos na Operação Spoofing, os mesmos usados na Vaza Jato, fica claro que os procuradores de Curitiba cumpriram ordens dos Estados Unidos para atacar as maiores empresas brasileiras de engenharia – em especial a Odebrecht, que, no seu auge, chegou a empregar mais de 200 mil trabalhadores brasileiros, muitos deles altamente qualificados, como engenheiros e técnicos em diversas áreas de ponta.

Quando os procuradores falam em quebrar a Odebrecht e ferrar o advogado Rodrigo Tacla Duran, o também procurador Roberson Pozzobon afirma categoricamente que a "lava jato" aguardaria a "posição dos americanos" antes de tomar os próximos passos contra o advogado. De acordo com um estudo do Dieese, a Lava Jato, comandada pelo ex-juiz suspeito Sérgio Moro e pelo ex-deputado cassado Deltan Dallagnol, destruiu mais de 4,4 milhões de empregos. Saiba mais:

Apoie o novo documentário de Joaquim de Carvalho sobre os crimes de Moro e a máfia de Curitiba em catarse.me/mafia

Do Conjur – Conversas entre procuradores da extinta "lava jato" mostram que a operação desejava "ferrar" com o advogado Tacla Duran, pivô de acusações contra Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro. Os integrantes do MPF de Curitiba também falam em fechar a construtora Odebrecht.

O diálogo é de 17 de junho de 2016 e faz parte do acervo apreendido pela Polícia Federal durante a operação "spoofing". Nele, o procurador Orlando Martello sugere a leitura de um depoimento para quem quiser "ferrar Tacla Duran", conseguir a prisão perpétua de Marcelo Odebrecht ou fechar a construtora.

"Pessoal, depoimento longo, mas sugiro a sua leitura para quem estiver negociando no caso da ODE, bem como para quem quiser ferrar TACLA DURAN, para quem quiser fechar a ODE, para quem quiser prisão perpétua para MO [Marcelo Odebrecht]", disse.

O ex-procurador Diogo Castor, demitido em outubro de 2021 por encomendar um outdoor lavajatista instalado em Curitiba, comentou que queria "prender" o advogado. "Eu quero prender o tacla. recomendado tb [também]?", afirmou.

Roberson Pozzobon disse para o colega se acalmar, porque o pedido de prisão de Tacla estava pronto, mas que a "lava jato" aguardaria a "posição dos americanos" antes de tomar os próximos passos contra o advogado. Durante a operação, procuradores atuaram de forma clandestina junto aos Estados Unidos.

"Te acalme Castor. Pedido tá pronto, mas vamos aguardar a posição dos americanos pos reunião da próxima segunda pra protocolar. Eu sei que a vontade, sua, minha, de todos nós é GRANDE", disse Pozzobon.

Os procuradores Athayde Ribeiro Costa e Laura Tessler também se juntaram ao grupo. "Aquele BAFO DE ONÇA vai gerar rebeliao na carceragem. Ninguem aguenta", disse Athayde sobre Tacla Duran. "Bom prender logo", complementa Tessler.


Brasil 247

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Exclusivo: o depoimento-bomba de Tony Garcia a Gabriela Hardt



TV 247

Bom dia 247: STF prepara a prisão de Moro (07.06.23)



TV 247

PF encontra no celular de Mauro Cid minuta e "estudos" para golpe de estado

 Ajudante de ordens de Bolsonaro "reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado", de acordo com Alexandre de Moraes

7 de junho de 2023

Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: Isac Nóbrega/PR)


247 - A Polícia Federal descobriu no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PT), coronel Mauro Cid, uma minuta de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e alguns "estudos" que, de acordo com os investigadores, visavam dar suporte a um possível golpe de estado.

A GLO permite que o presidente da República convoque as Forças Armadas em situações de perturbação da ordem pública. Os detalhes sobre essa nova evidência, que ainda não foram divulgados ao público, foram revelados após Cid depor na sede da PF em Brasília nesta terça-feira (6), de acordo com Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Segundo o despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que autorizou o depoimento de Cid, o ex-ajudante de ordens "reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado". O material encontrado trata "da possibilidade de emprego das Forças Armadas em caráter excepcional, destinados a garantir o funcionamento independente e harmônico dos poderes da União". A Polícia Federal também realizou busca e apreensão na residência de Bolsonaro em Brasília, porém, até o momento, não há indícios de que o material tenha sido enviado a ele por meio do celular.

Durante o depoimento, Cid se recusou a falar, optando pelo silêncio. Os documentos recolhidos estavam em mensagens trocadas com o sargento Luis Marcos dos Reis, que também foi preso na mesma operação que investiga fraudes nos cartões de vacinação, incluindo o de Bolsonaro e sua filha Laura. Reis será ouvido pela PF nesta quarta-feira (7). Essa apreensão de material relacionado aos cartões de vacinação resultou em um novo inquérito sobre a participação desse grupo nos preparativos para um golpe de estado. Foi nesse contexto de investigação que Cid foi ouvido nesta terça-feira.

Áudios previamente divulgados pela CNN revelam conversas entre Cid, o ex-major Ailton Barros (também preso) e o coronel e ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco, discutindo como mobilizar o comandante do Exército para um golpe. Essas conversas também são abordadas nas novas mensagens examinadas pela PF. Além da minuta e dos pareceres recebidos de diversas pessoas, Cid e Reis também trocam ideias sobre como convencer outras autoridades do Exército a aderir ou colaborar com a GLO. Acredita-se que esse conjunto de mensagens compartilhadas em dezembro faça parte dos esforços do grupo de auxiliares de Bolsonaro relacionados aos atos golpistas de janeiro.

A Polícia Federal está investigando a possibilidade de que o plano fosse editar o decreto de GLO e, posteriormente, a minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Esse documento, apreendido no armário de Torres, criava um "estado de defesa" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e concedia a Bolsonaro poderes para interferir na atuação da Corte, o que é claramente inconstitucional.

As investigações estão em andamento, e as autoridades buscam identificar os responsáveis pela elaboração desses documentos e para quem eles estavam sendo compilados.


Brasil 247

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Voz da gravação que Moro entregou ao TRF4 não é de Eduardo Appio

Parecer técnico do professor da UFSCar Pablo Arantes desmascara a "prova" apresentada por Moro e usada pelo TRF-4 para afastar Eduardo Appio dos processos da Lava Jato

5 de junho de 2023

Sergio Moro e Eduardo Appio (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Justiça Federal)


247 - A voz que aparece na gravação entregue pelo ex-juiz suspeito e senador, Sérgio Moro, ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) não pode ser atribuída à do juiz federal Eduardo Appio. É o que atesta um parecer técnico do professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Pablo Arantes.

A gravação foi utilizada pelo TRF-4 para afastar Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba, que julga os processos da Lava Jato. O estudo do professor e pesquisador em fonética forense foi feito a pedido da defesa do magistrado.

"A razão para essa conclusão são a inespecificidade e baixo poder discriminatório das características linguísticas identificadas e analisadas no Laudo", afirma o professor da UFSCar.


Leia a íntegra do parecer do professor Pablo Arantes sobre a gravação entregue por Sérgio Moro ao TRF-4 e utilizada como prova para afastar Eduardo Appio:





Moro revela participação no afastamento do juiz Appio: “fiquei sabendo, recolhi o material e entregamos ao Tribunal”

Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, Sérgio Moro revelou que já estava ciente da suposta ligação entre Eduardo Appio e o filho do desembargador Marcelo Malucelli, e que ajudou a denunciar o caso ao TRF-4.

"Na época dos fatos, fiquei sabendo e fiquei perplexo. Recolhi as provas e entregamos ao Tribunal. Após isso, me afastei do assunto." Segundo Moro explicou na tarde desta terça-feira (23), João Malucelli, sócio do casal Moro e filho do desembargador Marcelo Malucelli, mostrou a ele um vídeo que registrava a suposta ligação telefônica feita por Appio.

A falsa ligação entre Appio e João Malucelli ocorreu em 13 de abril de 2023. Appio foi afastado de sua carga pelo TRF-4 no dia 22 de maio. Segundo o TRF-4, Appio acessou informações de eficácia de Malucelli no sistema interno da justiça federal e, em seguida, teria ligado para seu filho para confirmar a relação familiar. No entanto, ao final da conversa, ele teria feito uma provocação que foi interpretada por Moro e pelos conselheiros do TRF-4 como uma "ameaça" ao desembargador e seu filho.

O advogado João Malucelli, que é namorado da filha de Sergio Moro e sócia de Rosangela Moro em um escritório de advocacia no Paraná, está envolvido nessa situação. Seu pai, Marcelo Malucelli, desembargador do TRF-4, precisou se afastar de processos relacionados ao advogado Rodrigo Tacla Duran, que denuncia ter sido vítima de extorsão de Moro e Dallagno, após uma intimidade entre as famílias Moro e Malucelli ser exposta pela imprensa.


Brasil 247

sábado, 3 de junho de 2023

“Prisão de Moro está mais perto do que se pensa”, diz Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça

 Após a entrevista-bomba do delator Tony Garcia à TV 247, Eugênio Aragão apontou que Moro agiu como "líder de máfia"

3 de junho de 2023

Sergio Moro e Eugênio Aragão (Foto: ABr | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


247 - O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão comentou a entrevista-bomba do delator Tony Garcia à TV 247, em que o empresário apresentou uma série de denúncias contra a atuação do ex-juiz suspeito e hoje senador, Sergio Moro.

Tony Garcia, que atuou como agente de Moro em suas investigações, relatou ao jornalista Joaquim de Carvalho uma série de abusos de autoridade praticados pelo ex-juiz suspeito. Segundo Garcia, Moro teria transformado Curitiba na 'Guantánamo brasileira'. Ele também acusou o ex-juiz suspeito de coagi-lo a forjar informações à revista Veja que pudessem comprometer o ex-ministro José Dirceu.

Na avaliação de Eugênio Aragão, Moro executou uma operação de sabotagem contra o Brasil e terá de prestar explicações sobre seus métodos "escabrosos". "Devo dizer que Moro agiu como líder de máfia. A hora é de colocar essa sujeirada toda em pratos limpos", disse o ex-ministro da Justiça.

"Quanto mais fio se puxa nesse imbróglio da Lava Jato, mais novelos aparecem. Não há dúvida de que foi uma operação montada por gente sem escrúpulos, comandado por um juiz que nunca respeitou sua toga e menos ainda o sistema de justiça. Ele operou em um misto de ódio, político e profissional (recalque), e levou a cabo o projeto de sabotar um país que estava mostrando independência e altivez no plano internacional", disse Eugênio Aragão. "Pelas revelações recentes, arrisco a dizer que a perda de mandato e a prisão do ex-juiz estão mais perto do que se pensa. Moro terá que dar satisfação até mesmo de material apreendido, que sequer entrou nos autos, e os métodos escabrosos adotados por ele para coagir e incriminar seus adversários políticos e de profissão. Devo dizer que Moro agiu como líder de máfia. A hora é de colocar essa sujeirada toda em pratos limpos".


Brasil 247

Leo ao quadrado: Moro será preso porque ultrapassou todos os limites (02...



TV Brasil 247

Tony Garcia revela que foi instruído por Moro a forjar prova contra José Dirceu em entrevista a Veja

 Em entrevista à TV 247, o delator relatou o que ouviu do repórter da revista. Confira a íntegra da revista concedida à Veja

2 de junho de 2023

Tony Garcia (à esq.), capa de Veja e José Dirceu (Foto: Reprodução)


247 - O empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia afirmou nesta sexta-feira (2), em entrevista exclusiva ao Boa Noite 247, que foi coagido pelo ex-juiz suspeito e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) a forjar informações à revista Veja que pudessem comprometer o ex-ministro José Dirceu (PT). A entrevista foi concedida em 2006. Em 2012, Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Ação Penal 470, o chamado Mensalão, com voto da ministra Rosa Weber, que tinha Sérgio Moro como juiz auxiliar.

Na TV 247, o jornalista Leonardo Attuch questionou: "nesta entrevista (à Veja), você dizia que o José Dirceu pagava o mensalão do PMDB. Você foi coagido pelo Moro, pelo Carlos Fernando a dizer aquilo?". "Fiz", respondeu Tony Garcia. O empresário contou o que ouviu do repórter de Veja. "Esse repórter me ligou e disse 'sou da Veja e vim fazer uma entrevista com você a respeito do PT. Eu preciso estar com você. Você sabe quem me pediu para fazer essa entrevista. Vou poder fazer a entrevista de duas maneiras: ou com viés bom pra você ou contrário a você se você não quiser dar entrevista. Acho que isso (segunda opção) vai ficar ruim pra você'".

Garcia destacou os esforços de Moro e aliados para prejudicar o Partido dos Trabalhadores. "O que eles botavam na minha boca... para buscar coisas contra o PT, para tirar o Lula da eleição. Fui instado a procurar coisas contra o PT através do Eduardo Cunha, que era meu amigo. Uma perseguição clara (contra o PT)", disse. "Grande parte do estou falando, eu falei pra Gabriela Hardt. Eu denunciei, e nada acontece. Ela engavetou. O Brasil tem que passar isso a limpo. Eles (senadores) tinham de fazer uma CPI da Lava Jato", acrescentou.

O delator destacou os esforços de Moro e aliados para prejudicar o Partido dos Trabalhadores. "O que eles botavam na minha boca... para buscar coisas contra o PT, para tirar o Lula da eleição. Fui instado a procurar coisas contra o PT através do Eduardo Cunha, que era meu amigo. Uma perseguição clara (contra o PT)", disse.

"Grande parte do estou falando, eu falei pra Gabriela Hardt. Eu denunciei, e nada acontece. Ela engavetou. O Brasil tem que passar isso a limpo. Eles (senadores) tinham de fazer uma CPI da Lava Jato", acrescentou.

O delator já havia dito que, a mando de Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. Garcia afirmou que Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira". Disse que o senador chantageou a rede Walmart.

Veja a íntegra da entrevista em que Tony Garcia também cita o advogado Roberto Bertholdo:

- Como o senhor soube que Bertholdo pagava o mensalão do PMDB?

- Ele me falava que tinha encontros semanais em São Paulo com pessoas que operavam essas coisas com o PMDB.

- Com quem eram os encontros?

- Com Delúbio Soares, Silvio Pereira e Marcelo Sereno. Ele me dizia que falava mais com o Silvio Pereira e o Delúbio.

- O Marcos Valério não aparecia?

- Bertholdo nunca falou dele. O Valério não era fonte dele. Ele dizia que a fonte dele era mesmo a direção do PT.

- Onde eram os encontros?

- Em escritórios ou hotéis. O Meliá era um deles. O escritório era o do Silvio Pereira. Ele tinha um escritório fora da sede do PT. Bertholdo tinha reuniões quase que religiosamente às segundas-feiras.

- O que acontecia nos encontros?

- Bertholdo dizia que tratava de indicações políticas do PMDB para o governo e também pegava recursos para fazer acertos dentro do PMDB. Ele dizia que apanhava o dinheiro, em espécie, em São Paulo, e depois o transportava a Brasília em jatos particulares ou alugados. Voava pessoalmente com dinheiro vivo. Muitas vezes estava acompanhado do assessor, Guilherme Wolf. O Bertholdo nunca andava com menos de R$ 50 mil, R$ 100 mil em dinheiro. Ele falava que era para fazer coisas eventuais, atender um ou outro.

- O senhor sabe quantos deputados do PMDB recebiam dinheiro de Bertholdo?

- Ele deixava claro que eram mais de 50 deputados do PMDB. Mas nunca falou em nomes e eu nunca perguntei porque não era do meu interesse. Os dirigentes maiores do partido, como Michel Temer, eu sei que não participavam, até porque estavam se afastando do governo. Ele só dizia que cada deputado tinha um preço. Havia uns que custavam R$ 10 mil, outros que custavam R$ 15 mil, outros R$ 20 mil, outros R$ 100 mil, outros R$ 200 mil. Que dependia do grau de importância do deputado e das matérias votadas.

- Onde o dinheiro era entregue aos deputados?

- Numa sala ao lado da liderança do PMDB na Câmara, quase sempre à noite. Ou então numa casa que ele alugou no Lago Sul e onde fazia festas para membros do PMDB, PT, ministros... Ele dizia que houve festa até com a presença do presidente da República.

- Mas nunca citou os deputados do mensalão?

- É fácil saber. Basta ver quem eram os deputados do PMDB que votavam com o governo. Quanto mais polêmicas eram as matérias em votação, e quanto mais o PT deixava de cumprir os compromissos acertados, mais as coisas se complicavam. Bertholdo me dizia que a única maneira de resolver era com dinheiro vivo.

- Então era dinheiro em troca de voto favorável aos projetos de interesse do governo?

- Não só projetos. Ele me disse que levantou R$ 8 milhões junto ao PT para fazer do José Borba líder do PMDB, por exemplo. E tempos depois, quando a turma do Anthony Garotinho destituiu o Borba, ele me disse que gastou outros R$ 6 milhões pagando a deputados do partido para o Borba voltar a ser líder. O caso do "Ratinho" também não é projeto. Bertholdo me contou uma vez que, junto com o Delúbio, estava negociando o apoio do Ratinho ao governo. Depois de um tempo, numa conversa por telefone, ele me disse o seguinte: "Lembra do negócio do Ratinho? Já deu certo. Está fechado. Teu amigo é f... Prestei o maior serviço ao presidente. Inclusive o Ratinho vai ajudar o PT em outras coisas no programa dele".

- Bertholdo chegou a dizer se pagou R$ 5 milhões ao Ratinho?

- Nesse caso, ele nunca falou em pagamento. Só falou que tinha ido ao Ratinho, aproveitando a amizade que o Ratinho tem com o Borba, porque queria trabalhar isso para o PT.

- O dinheiro que Bertholdo manipulava vinha todo dos contatos dele com a cúpula do PT em São Paulo?

- Não, Bertholdo me falou várias vezes que também tinha dinheiro que vinha de Itaipu. O dinheiro para as campanhas no Paraná ele me falava que vinha de empreiteiros com contratos com Itaipu. Depois que ele assumiu o cargo de conselheiro de Itaipu, em 2003, várias vezes narrou para mim e para o seu então sócio, o Sérgio Costa, como ele tentava influenciar e cobrar dívidas antigas para credores de Itaipu.

- Como era?

- Ele dizia que o Samek era ligação forte dele. Mas que o Samek tentava fazer negócios sozinho ou com o Paulo Bernardo e que às vezes deixava ele fora da coisa. Mas que andava se enfronhando no esquema, estreitando relacionamento com o Samek. Tempos depois, o Samek passou a viajar com o Bertholdo nos jatos que ele locava para se deslocar de Foz do Iguaçu a Curitiba e Brasília.

- O senhor viu os dois juntos?

- Nunca, mas era isso o que Bertholdo propagava. Ele também tinha um relacionamento muito estreito com o José Dirceu. Eu mesmo ouvi duas conversas do Bertholdo com o José Dirceu. Uma delas ocorreu num aparelho de rádio Nextel. O relacionamento dele com José Dirceu era tão próximo que, uns 20 dias depois que o Waldomiro Diniz deixou o governo, o Bertholdo me disse que tinha sido convidado para assumir o lugar do Waldomiro Diniz... Eu ainda falei: "Vai sair um cara para entrar outro e ser queimado e jogado aos leões". Uma semana depois, ele voltou de Brasília e disse: "Vou operar isso por fora. Tenho muito mais liberdade assim". Ele efetivamente tinha um relacionamento estreito com a cúpula do PT e com a base do governo. Ele me disse que até operava contas do PT no exterior.

- Onde?

- Ele me disse que operava contas do PT, com doleiros, em Luxemburgo. Em 2003 e 2004, por exemplo, ele foi duas ou três vezes a Luxemburgo. O passaporte dele foi aprendido pela Polícia Federal. O registro deve estar lá. Ele me disse que um dos doleiros do PT era o Toninho Barcelona. Ele me falou isso numa conversa por telefone, no ano passado. Tenho certeza de que está gravado e está com a Polícia Federal.


Brasil 247