quinta-feira, 22 de junho de 2023

Frustrando o governo, Copom adota tom duro

 O tom persistentemente rigoroso do comunicado em relação à inflação ocorre apesar de uma série de indicadores recentes mostrarem uma inflação enfraquecida no Brasil

21 de junho de 2023

Composição atual do Copom (Foto: Divulgação/Banco Central)


247 — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na quarta-feira à noite a manutenção da taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, conforme esperado, e manteve um tom rigoroso ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, sem indicar a intenção de cortar as taxas de juros em agosto, como o mercado financeiro havia antecipado.

No comunicado que acompanha a decisão, o comitê argumentou que "paciência" é necessário para controlar a inflação e vinculou qualquer corte potencial na Selic a dados econômicos.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia. O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, destaca trecho do documento.

A decisão ocorre apesar de uma série de indicadores recentes mostrarem uma inflação enfraquecida no Brasil. O Comitê de Política Monetária (Copom) não sinalizou que a taxa básica de juros (Selic) será reduzida no curto prazo.

Autoridades do Ministério da Fazenda acreditam que o Copom só reduzirá as taxas de juros a partir de agosto. Essa também é a compreensão do mercado.

O comitê ressalta que um possível corte dependerá da evolução da dinâmica da inflação, especialmente os componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, expectativas de inflação, especialmente as de longo prazo, projeções de inflação, hiato do produto e o balanço de riscos.


Brasil 247

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