quarta-feira, 14 de junho de 2023

Fraude contábil da Americanas serviu para bancar lucro fictício que pagou impostos, dividendos e bônus para diretores

 Americanas utilizou o chamado "risco sacado" como forma de gerar caixa, com uma entrada de R$ 18 bilhões e um mecanismo de propaganda fictício no valor de R$ 17 bilhões

14 de junho de 2023

(Foto: Divulgação/Americanas)


247 - Na última semana, o diretor-presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga a empresa para prestar esclarecimentos sobre a utilização de "lucro fictício" baseado em fraudes contábeis. Segundo Pereira, esse lucro forjado foi utilizado para diversos fins, incluindo o pagamento de dividendos aos acionistas, bônus para os diretores e quitação de impostos.

De acordo com as informações apresentadas na CPI, a Americanas utilizava o chamado "risco sacado" como forma de gerar caixa, com uma entrada de R$ 18 bilhões. Além disso, foi criado um mecanismo com verba de propaganda cooperada (VPC) fictícia no valor de R$ 17 bilhões, com o intuito de reduzir essa conta, destaca o jornal Valor Econômico.


O depoimento de Leonardo Coelho Pereira trouxe à tona uma série de irregularidades contábeis que visavam inflar artificialmente os lucros da empresa. Essa prática questionável foi utilizada como base para o pagamento de dividendos, contemplando até mesmo os acionistas de referência da Americanas.

Outro ponto destacado pelo diretor-presidente foi o direcionamento do "lucro fictício" para o pagamento de bônus aos diretores da empresa. Esses incentivos financeiros eram distribuídos com base em um desempenho que, na realidade, não refletia a saúde financeira verdadeira da organização.

Ainda conforme a reportagem, parte desse lucro irreal também era destinada ao pagamento de impostos, o que levanta sérias questões sobre a falta de fiscalização e a capacidade de manipulação dos registros contábeis da Americanas.

Diante dessas revelações chocantes, a Americanas passa por um momento de crise e desconfiança, abalando a confiança dos investidores e consumidores. As ações da empresa sofreram uma queda significativa na bolsa de valores, e a reputação da marca foi profundamente afetada.


A CPI da Câmara segue investigando os detalhes dessas fraudes contábeis e buscando responsabilizar os envolvidos. O caso da Americanas serve como um alerta sobre a importância da transparência e da ética nos negócios, além da necessidade de um sistema regulatório mais eficiente para evitar práticas fraudulentas que podem prejudicar investidores e a economia como um todo.

É fundamental que medidas sejam tomadas para reparar os danos causados e restaurar a confiança dos investidores nas empresas do país. A Americanas agora enfrenta um longo caminho para se reerguer e reconstruir sua reputação, mostrando um compromisso real com a transparência e a conformidade em suas práticas comerciais.


Brasil 247

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