Por Marcos José
Sobre Armando Nogueira:
Para falar a verdade, nunca achei o texto de isso tudo. Preferia – de longe – Nelson Rodrigues ou João Saldanha, só para ficar na crônica esportiva. O que o Armando Nogueira escrevia me soava artificial, uma pedra polida demais. Para ser sincero, subliteratura mesmo.
Além do mais, ele protagonizou um dos episódios mais patéticos da TV brasileira. Foi quando o Brizola foi à Globo, já vitorioso na eleição estadual, e denunciou a armação da emissora com o Proconsult. O Armando era diretor de jornalismo da Globo. O Brizola escrachou. O Armando Nogueira titubeou, gaguejou e finalmente chorou – ao vivo. Esta cena eles não passam agora, para a gente rever.
Verdade seja dita. Alguns meses depois, discretamente, ele se demitiu da direção de jornalismo e voltou a tratar só de esporte, que era a sua praia.
Dito tudo isso, que os mortos não viram santos só porque morreram, fica o registro: Armando Nogueira era muuuito melhor do que 99% da crônica esportiva de hoje. Perto dele, atualmente, só o Tostão e o Calazans – este, quando não está de mau humor.
Mas que as intermináveis homenagens da Globo estão insuportáveis, lá isso estão. Os caras não tem senso de medida. Falta um Armando Nogueira para dar um mínimo de discrição à cobertura.
Do blog do Nassif
terça-feira, 30 de março de 2010
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