Os Estados Unidos e a Rússia possuem hoje, no total, cerca de 10 mil ogivas nucleares. Tal quantidade de armamento é suficiente para destruir o planeta 14 vezes. Na semana passada, os dois países acertaram um acordo de desarmamento que reduzirá o arsenal para 7 mil ogivas, aproximadamente. Aí as duas nações poderão destruir o mundo "apenas" 10 vezes.
Os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Dmitri Medvedev, assinarão o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start) no dia 8 de abril, em Praga, na Tchéquia, ou República Tcheca, como quer a mídia americanizada.
O acordo, que sucede o anterior realizado em 1991 e que valerá por 10 anos, limita a redução para 1.550 ogivas nucleares em cada país em até sete anos.
Os EUA possuem atualmente 5.576 ogivas. A Rússia dispõe de 3,909 mil cargas atômicas, segundo dados publicados pela agência de notícias russa RIA Novosti.
Para Moscou, o novo pacto reflete o “equilíbrio de interesses” entre as duas potências nucleares, e “estabelece um novo nível nas relações bilaterais”, segundo a porta-voz do Kremlin, Natália Timákova.
Para Washington, o acordo representa “uma importante conquista” nas relações, segundo opinião da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
O novo Start deverá ainda ser ratificado pelo Senado dos Estados Unidos e pela Duma (Parlamento) da Rússia.
O Kremlin anunciou que o acordo possui uma referencia especial ao caráter vinculante da relação entre armas estratégicas e sistemas de defesa antimíssil e sua importância no processo de desarmamento, mas o documento não impõe restrições concretas.
A partir de Washington, o acordo foi interpretado como não impeditivo à intenção do país em instalar armas nucleares onde bem entender, como na Romênia e na Bulgária.
Foi essa questão que impediu o encerramento das negociações do acordo. O documento final deixa cada parte livre para decidir em que portadores cada país manterá seus projéteis estratégicos.
O novo acordo define que cada parte terá direito a 700 foguetes balísticos intercontinentais em submarinos e em bombardeiros estratégicos, duas vezes menos que nos tratados anteriores, explicou o ministro russo de Relações Externas, Serguei Lavrov.
Da mesma forma, serão permitidas 800 rampas de lançamento para cada parte, ou seja, metade das existentes hoje.
Rússia e Estados Unidos criaram uma comissão conjunta consultiva que vai avaliar o progresso dos trabalhos previstos no acordo, que é a maior redução de arsenais nucleares dos últimos 20 anos.
O tratado terá prazo de uma década após sua ratificação e poderá ser prorrogado por acordo mútuo entre as partes. A redução apontada nos arsenais deverá ser garantida nos primeiros sete anos, segundo indicou o chefe do Estado Maior russo, o general do exército Nikolai Makarov.
"Os mecanismos de verificação a serem aplicados nesta ocasião serão mais modernos e menos dispendiosos, aumentarão a transparência e a constatação do processo de desarmamento", considerou Lavrov.
Moscou e Washington se comprometem a evitar a instalação de armas estratégicas ofensivas fora do território de cada país, em respeito às preocupações do Kremlin sobre a localização desses armamentos nos novos membros do pacto militar do Atlântico Norte.
Nos últimos 15 anos, Hungria, Polônia, Tchéquia, Eslováquia, Romênia, Lituânia, Letônia e Estônia, todos localizados próximos a fronteira russa, se integraram ao Pacto.
Desta vez, a Rússia exigiu que o processo de ratificação tenha caráter simultâneo, diferente dos acordos assinados no passado, quando a União Soviética ratificava os documentos e esperava por Washington.
O tratado será assinado pouco antes de celebrar-se em Washington a cúpula de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e no meio da discussão sobre o programa atômico do Irã, que Estados Unidos alegam de tentar desenvolver armas nucleares.
Teerã defende seu direito, como país signatário do TNP, de utilizar energia atômica com fins pacíficos.
Em 1970, quando entrou em vigor o Tratado de Não Proliferação Nuclear, Estados Unidos e União Soviética tinham juntos 7.455 ogivas nucleares.
Em 1995, depois de mais dois tratados de limitação de armas nucleares, de outros dois de redução dessas armas, e da desativação de cerca de 7.000 ogivas, Estados Unidos e Rússia tinham juntos 16.900 ogivas nucleares, capazes, segundo estimativas, de acabar com a vida na Terra por 14 vezes14.
Em 1997, de acordo com o The Bulletin of the Atomic Scientists, os dois países tinham estocados em seus territórios 21.550 ogivas.
Nessa corrida atômica, só os Estados Unidos já despenderam cerca de 4 trilhões de dólares, e continuam gastando outros 33 bilhões de dólares por ano para manter suas armas nucleares estratégicas prontas para serem usadas a qualquer momento.
O especialista Brian Hall informou que o Pentágono vai reservar entre 3 mil a 4 mil ogivas nucleares acima do teto especificado pelo primeiro tratado de redução de armas, como uma "margem de segurança" para se contrapor a possíveis relações hostis futuras com a Rússia...
O resultado do investimento mundial neste setor é que o poder destrutivo do arsenal nuclear do planeta equivale hoje a 4,2 toneladas de dinamite para cada habitante do planeta
A França declara possuir 500 ogivas nucleares, a China 300 ogivas e o Reino Unido 250 ogivas. Estima-se que Israel tenha cerca de 200 ogivas, a Índia 20 ogivas e o Paquistão 10 ogivas.
Do portal Vermelho
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