O balanço de Gilmar “eu me amo”
Mais uma entrevista auto-laudatória de Gilmar Mendes. Com sua intemperança, conseguiu desmoralizar tema dos mais relevantes: a defesa dos direitos individuais. Foi fútil no uso das palavras. Falou em conspiração entre delegados, procuradores e juízes e não provou. O principal alvo de sua ira, o juiz Fausto De Sanctis, tem sido absolvido em todos os tribunais a que foi conduzido por manobras da defesa de Dantas – manobras que têm contado com a visão benevolente de desembargadores ligados a Gilmar.
No caso dos grampos, o repórter não lhe perguntou – porque não teria como responder – a armação conduzida no seu próprio gabinete, a respeito de uma escuta ambiental que jamais foi comprovada – e que ajudou a prorrogar a CPI. Do gabinete da presidência saiu um documento para a revista Veja com informações falsas, conclusões deturpadas.
Rendeu-se aos holofotes da mídia, abriu os salões do Supremo para parceiros comerciais – como o site jurídico especializado em lobby -, opinou sobre tudo e sobre todos, lançando uma manta de suspeição sobre a isenção do Supremo. No caso do tal grampo falso – que supostamente flagrou uma conversa entre ele e o senador Demóstenes Torres – avançou em acusações irresponsáveis sobre instituições. Agora, tira o corpo como se fosse um leigo em direito, uma pobre vítima que pode explicitar qualquer suspeita sem ser cobrado.
No CNJ, o sucesso do seu trabalho deve-se ao mais relevante magistrado brasileiro das últimas décadas, o Ministro Gilson Dipp.
Enfim, se conseguiu algo foi o de expor os riscos da vaidade, da busca dos holofotes, no exercício da função. E também a pesada politização que acomete as entranhas do Judiciário brasileiro.
Da blog do Nassif
segunda-feira, 22 de março de 2010
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