Efraim Moraes
Ah, Efraim, o impagável, insubstituível, quase inenarrável em suas proezas. Vocês se lembram, certamente, da última do senador Efraim Moraes (DEM-PB), o caso das duas irmãs, as estudantes Kelly Janaína e Kelriany Nascimento da Silva. Ao abrirem uma conta em banco, elas se descobriram funcionárias fantasma há anos do gabinete do senador, com salário de R$ 3,8 mensais, sem que jamais lhes tenha chegado às mãos um centavo desse dinheiro.
Pois agora, deu no Correio Braziliense do domingo: durante os depoimentos sobre o caso, descobriram mais uma bomba, a compra de um carro no valor de R$ 100 mil, por Antônio Sérgio Rocha Bicalho, motorista de Efraim, servidor aposentado da Câmara dos Deputados.
Antônio Sérgio é pai de Mônica e Kátia da Conceição Bicalho, pivôs do escândalo das contratações irregulares das duas estudantes. Elas pegaram procurações assinadas de Kelly e Kelriany em troca da promessa de bolsas de estudos. Aliás, a movimentação da conta-corrente das duas mostra transferências para a família Bicalho.
Uma lista de falcatruas interminável
Agora, na compra desse carro, a polícia vê indícios claros de lavagem do dinheiro proveniente do salário de funcionários fantasmas. Para apurarem o pagamento do veículo, será pedida a quebra do sigilo bancário do motorista de Efraim. Vale lembrar que em nome de Antônio Sérgio, já passaram quatro carros de luxo avaliados nessa faixa de preço - um Pajero Mitsubishi, picape Hilux S10, um Corolla e um Astra.
Além dessas aberrações, o país acompanha pasmado o fato de a corregedoria do Senado, mesmo com todas as denúncias e indícios de corrupção por parte do parlamentar, não ter recebido formalmente o parecer da Polícia da Casa, notificando o senador Romeu Tuma (PTB-SP) sobre o envolvimento de Efraim. O motivo? Um acordo entre Tuma e o diretor da Polícia Legislativa para que o parecer seja enviado só após os depoimentos sobre o caso.
Pior, ainda, que o Conselho de Ética da Casa não tenha sido convocado para analisar a situação, nem agora nem antes, a cada nova e constante peripécia de Efraim. Vocês se lembram: Efraim já foi envolvido em acusações de que contratou 13 parentes em seu gabinete; e nomeou dezenas e dezenas de funcionários fantasmas para fazerem campanha para ele na Paraíba e em Brasília.
Tem aqueles casos, também, de firmar contratos milionários e sem licitação com veículos de comunicação de seu Estado, em troca da divulgação de seu nome em colunas sociais; ter provocado prejuízo de R$ 30 milhões ao Senado, em concorrência depois anulada pelo presidente da Casa; ter fixação em obras faraônicas... E por aí vai.
Onde está a auto-proclamada bancada proba de vestais do Senado?
Do blog do Zé Dirceu
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