terça-feira, 8 de junho de 2010

Dossiê, mais uma miragem da oposição


A oposição enveredou por um novo factóide, um dossiê que jamais existiu, na verdade uma miragem dela. Mas, é um tema muito ao gosto do seu candidato ao Planalto, José Serra (PSDB-DEM-PPS), com toda uma trajetória e histórico de vida política relacionados à essa questão.

Resvalar por aí é mais uma demonstração de como a campanha deles vem errática desde o começo e sem indicação de que encontrará o rumo até outubro. Daí estarem atirando para todos os lados numa flagrante demonstração de que buscam inutilmente um tema que "pegue", impeça a queda contínua de Serra nas pesquisas e revitalize de algum modo a anêmica coligação encabeçada pelos tucanos e completada pelo escandaloso e natimorto DEM insignificante PPS.

O surpreendente é que o próprio candidato tenha incursionado pessoalmente por essa questão. Antes, segundo as acusações, agia através de prepostos. Politicamente era de se esperar que gente de sua campanha, e não Serra, entrasse no assunto. Como o próprio Serra o fez e responsabilizou a candidata Dilma Rousseff pelo dossiê inexistente faz muito bem o PT ao processá-lo e exigir que prove na Justiça a acusação que fez.

Não existe dossiê nenhum. Tudo indica que houve, sim, uma tentativa da oposição de "plantar" o delegado Onesimo Souza e sua equipe de arapongas na campanha de Dilma. Plantar e colocá-los a serviço, claro, de Serra e de seu braço direito nesse "departamento de dossiês", o delegado da PF e deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).

Deputado, delegados e cia já trabalharam para Serra

O delegado Onesimo, o deputado Itagiba, policiais e demais agentes citados no caso, bem como empresas de espionagem e antigrampo com as quais eles se relacionaram tem todo um histórico de vinculações anteriores com Serra e sua passagem pelo Ministério da Saúde. Também estão relacionados às denúncias de que o agora candidato da oposição ao Planalto contribuiu com dossiês e outros expedientes sinistros e pouco limpos para detonar adversários como a presidenciável Roseana Sarney (PFL) em 2002.

Mais inexplicável é que como não emplacaram a armação-dossiê, partiram para um Plano B, a desqualificação do livro “Os porões da privataria” do jornalista Amaury Ribeiro Jr. O livro, resultado de uma pesquisa de 10 anos, foi escrito com base em documentos oficiais e, nos trechos dados a público, o autor revela os bastidores sobre como Ricardo Sérgio de Oliveira - caixa de campanhas tucanas de FHC e de Serra - bem como parentes próximos de Serra teriam sido beneficiados pelas privatizações com dinheiro movimentado em empresas especialmente montadas em paraisos fiscais do Caribe.

A quem interessa desqualificar o livro? Como sua existência surge no bojo da armação fracassada para a produção do dossiê que nunca foi feito nem cogitado pela campanha presidencial do PT, fica mais do que evidente que tudo isso não passa de uma vacina preventiva para criminalizar a obra e já desacreditar as denúncias nela contidas. Com a palavra a oposição e seu candidato já que ele voluntariamente entrou nessa história do dossiê-miragem.

Do blog do Zé Dirceu

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