sábado, 25 de setembro de 2010
Ato contra golpismo no Rio contrariou militares
O Clube Militar do Rio de Janeiro convocou seus generais para uma reunião com os jornalistas Merval Pereira (O Globo) e Reinaldo Azevedo (Veja) nesta quinta-feira (23). A convocação, intitulada “Democracia ameaçada: restrições à liberdade de imprensa”, afirmava que o Brasil passa por momentos difíceis para a imprensa. Movimentos juvenis e pela democratização da mídia reagiram com protesto.
A convocação dos generais foi a senha para que a União da Juventude Socialista (UJS) convocasse os movimentos sociais do Rio de Janeiro para um representativo ato na porta do Clube Militar. Cerca de 50 jovens seguravam cartazes com palavras de ordem como “Liberdade de imprensa não é liberdade de empresa” ou “Globo + Militares = Golpe”.
Segundo Monique Lemos, presidenta da UJS, “os militares não possuem nenhuma credibilidade para falar em democracia ou em liberdade de expressão”.
A insatisfação dos generais se manifestou por meio de empurrões dados por soldados do exército e por um revoltado advogado do Clube Militar que, desiquilibrado, quebrou o microfone da caixa de som da UJS.
A Globo e a Confecom
Já o diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, lembrou o processo de Conferência Nacional de Comunicação que ocorreu no fim do ano passado. “A Globo boicotou vergonhosamente o processo democrático de Conferência Nacional de Comunicação que pretende democratizar a mídia no país” afirmou Iliescu.
Theófilo Rodrigues, segurando cartaz contra o "Partido da Imprensa Golpista (PIG)" no ato de quinta-feira (23), no Rio de Janeiro
Momento marcante se deu quando nomes de jovens mortos pela ditadura foram lembrados, como Edson Luís, Osvaldão, Honestino Guimarães, Helenira Rezende, Mauricio Grabois e Stuart Angel.
Uma das preocupações dos manifestantes é a de que não ocorra esse ano no Brasil o que aconteceu em 1964 com João Goulart, em 1973 com Salvador Allende e em 2002 com Hugo Chavez. Para o Secretário de Formação da UJS, Theófilo Rodrigues, “a mídia mostra dia após dia que não está disposta a aceitar a eleição democrática de Dilma Rousseff”.
Portal Vermelho
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