segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dilma defende liberdade de expressão e rechaça tese de ameaça à democracia


No debate dos presidenciáveis da TV Record na noite deste domingo (26), a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, reiterou sua posição em defesa das liberdades de imprensa e de expressão no Brasil, em vez do silêncio imposto pelas ditaduras. No entanto, Dilma afirmou que não deixará de se defender dos ataques da imprensa sempre que julgar necessário.

“Tenho uma trajetória de vida que me leva a um posicionamento muito claro. Vivi um período negro do Brasil e prefiro as vozes críticas da democracia do que o silêncio das ditaduras”, disse Dilma, rechaçando a tese de que a democracia esteja sob ameaça no Brasil. “Vivemos em pleno estado democrático de direito.”

A candidata rejeitou o clima de ódio que seu adversário tenta criar na reta final da eleição e censurou a “oposição raivosa” deflagrada contra o governo Lula. Sobre a exibição da imagem do presidente Lula no programa eleitoral do adversário do PSDB, Dilma apontou a contradição.

“Considero muito estranho que o candidato Serra use a imagem do presidente Lula à noite e, durante o dia, fale mal do presidente. Fizeram uma oposição bastante raivosa, mas não usamos a prática do ódio. Sempre achamos que a esperança vence o medo”, disse.

Privatização

A candidata Dilma Rousseff defendeu enfaticamente a meritocricia e o profissionalismo na indicação de cargos da administração pública. Lembrando a falta de engenheiros no Ministério de Minas e Energia, quando o assumiu o cargo em 2003, ela explicou que a falta de pessoal também alcançava as agências reguladoras.

Dilma denunciou ainda a falta de regras para setores privatizados pelo governo do PSDB. “Na área de Minas e Energia, as agências estavam bastante precárias, sem plano de cargos e salários. Privatizaram setores sem fazer marco regulatório, o que tornava o serviço das agências bastante complicado”, afirmou Dilma, respondendo ao candidato José Serra.

Segundo ela, este é um dos motivos para o racionamento de energia que prevaleceu no Brasil durante 8 meses. “Eu sou integralmente favorável a fazer cargos de carreira nos ministérios também. Um dos motivos pelo qual este país passou por um racionamento foi o Ministério de Minas e Energia não ter feito planejamento adequado. E isso aconteceu quando você [Serra] era ministro do Planejamento.”

Acusações sem provas

Dilma garantiu que, se eleita, não permitirá que as denúncias de tráfico de influência dentro Casa Civil fiquem sem resposta. Segundo ela, todas as acusações serão apuradas de forma rigorosa, caso a Polícia Federal não conclua as investigações este ano.

“Ninguém está acima de qualquer suspeita. O que é importante é que não se deixe nada sem apurar. Sem sombra de dúvida, se o governo não concluir a apuração tanto do caso da Receita, quanto da Casa Civil, eu irei investigá-lo até o fim”, assegurou Dilma.

Ela afirmou que as instituições devem ser fortalecidas para que sejam capazes de apurar e punir quem, em vez de servir ao Estado, se serve do Estado. Neste sentido, acrescentou, o governo Lula fortaleceu a Polícia Federal.

“Quem está investigando é a Polícia Federal que, desta vez, tem todas as condições e autonomia. [A denúncia] Chega à Justiça, porque se faz um inquérito fundamentado em investigações. Só assim se pode condenar e punir as pessoas”, alertou Dilma.

www.dilma13.com.br

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