Dava para tirar um cochilo.
A entrevista de Geraldo Alckmin ao Jornal Nacional só faltou ter uma trilha sonora de violinos.
Claro que Willian Bonner e Renata Vasconcellos – os pepinos mais ardidos foram deixados para ela, até porque pode ter ganho aumento, ontem – deram as suas pegadinhas, mas nada que, de longe, lembrasse a agressividade usada segunda e terça com Ciro e Bolsonaro.
Até com o cunhado polidenunciado por apanhar propinas amaciaram e o deixaram livre para dizer quem é a Justiça quem deve dizer se alguém é culpado (uau!). Como, no caso dos tucanos, a Justiça fica muda por anos e anos, está tudo bem.
Sobre Aécio, “ele não foi condenado”; sobre Eduardo Azeredo, do mensalão tucano. “está longe da política”.
E la nave va.
Renata o questionou sobre seus apoiadores, citando Paulinho da Força, Valdemar Costa Neto e outros e Alckmin disse que é preciso ter apoio para fazer uma reforma política para acabar com a enorme quantidade de partidos que existe. Não ocorreu aos apresentadores perguntar se ele juntou uma multidão de partidos para acabar com a multidão de partidos, algo como um “Jim Jones” partidário.
No mais, o personagem era o “Rolando Lero”.
Mas a maior “escada” foi a pergunta sobre “déficit habitacional” – difícil haver um sem-teto que entenda este nome de falta de moradia – e permitiu a Alckmin dizer que vai fazer casas, estradas, portos, aeroportos e até, quem sabe, espaçoportos porque são “emprego na veia”.
Também não ocorreu perguntarem quais seriam as obras prioritárias e muito menos como faz fazer isso defendendo o corte dos gastos públicos.
Apesar de todo o carinho, Alckmin, a meu ver, foi inconvincente. Toda a ênfase que transmite quando começa a falar rápido e esticando um sorriso soa falsa, porque é apenas o vomitar de uma lista, não algo que se veja emocionar o governante.
Vencedor da noite foi mesmo Bolsonaro, graças à incrível estupidez de mandar Bonner ler uma fake nota dizendo que ele mentiu ao dizer que a Globo ganhou bilhões de propaganda federal.
Ganhou, mesmo, e a informação é pública.
Veja no próximo post.
Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário