quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Alckmin no JN: “o amor é lindo”


POR FERNANDO BRITO · 29/08/2018


Dava para tirar um cochilo.

A entrevista de Geraldo Alckmin ao Jornal Nacional só faltou ter uma trilha sonora de violinos.

Claro que Willian Bonner e Renata Vasconcellos – os pepinos mais ardidos foram deixados para ela, até porque pode ter ganho aumento, ontem – deram as suas pegadinhas, mas nada que, de longe, lembrasse a agressividade usada segunda e terça com Ciro e Bolsonaro.

Até com o cunhado polidenunciado por apanhar propinas amaciaram e o deixaram livre para dizer quem é a Justiça quem deve dizer se alguém é culpado (uau!). Como, no caso dos tucanos, a Justiça fica muda por anos e anos, está tudo bem.

Sobre Aécio, “ele não foi condenado”; sobre Eduardo Azeredo, do mensalão tucano. “está longe da política”.

E la nave va.

Renata o questionou sobre seus apoiadores, citando Paulinho da Força, Valdemar Costa Neto e outros e Alckmin disse que é preciso ter apoio para fazer uma reforma política para acabar com a enorme quantidade de partidos que existe. Não ocorreu aos apresentadores perguntar se ele juntou uma multidão de partidos para acabar com a multidão de partidos, algo como um “Jim Jones” partidário.

No mais, o personagem era o “Rolando Lero”.

Mas a maior “escada” foi a pergunta sobre “déficit habitacional” – difícil haver um sem-teto que entenda este nome de falta de moradia – e permitiu a Alckmin dizer que vai fazer casas, estradas, portos, aeroportos e até, quem sabe, espaçoportos porque são “emprego na veia”.

Também não ocorreu perguntarem quais seriam as obras prioritárias e muito menos como faz fazer isso defendendo o corte dos gastos públicos.

Apesar de todo o carinho, Alckmin, a meu ver, foi inconvincente. Toda a ênfase que transmite quando começa a falar rápido e esticando um sorriso soa falsa, porque é apenas o vomitar de uma lista, não algo que se veja emocionar o governante.

Vencedor da noite foi mesmo Bolsonaro, graças à incrível estupidez de mandar Bonner ler uma fake nota dizendo que ele mentiu ao dizer que a Globo ganhou bilhões de propaganda federal.

Ganhou, mesmo, e a informação é pública.

Veja no próximo post.


Tijolaço

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