O jornalista Fernando Brito, editor do blog Tijlaço, diz que o depoimento de Antonio Palocci seria cômico se não fossem das coisas trágicas: "o escândalo que viraram as delações premiadas como barganha penal e o fato de que o ex-ministro da Fazenda ter se tornado um rebotalho humano que se arrasta de vara em vara oferecendo seus serviços como 'alcaguete do imaginário'"
19 DE MARÇO DE 2019
Por Fernando Brito, do Tijolaço -O enésimo depoimento de Antonio Palocci acusando Lula seria cômico, se não fossem duas coisas trágicas: o escândalo que viraram as delações premiadas como barganha penal e o fato de que o ex-ministro da Fazenda ter se tornado um rebotalho humano que se arrasta de vara em vara oferecendo seus serviços como "alcaguete do imaginário".
Diz ele que Lula tratou, direta e pessoalmente, com o presidente francês Nicolas Sarkozy de propinas na compra de helicópteros, submarinos e dos caças franceses Rafale que, aliás, nem comprados foram.
Como Lula não fala francês e Sarkozy não fala português, é óbvio que, no mínimo, seria necessário que alguém, de lá ou de cá, estivesse intermediando esta história e, como testemunha – e não falante do francês – Palocci teria de apontar.
E não aponta.
A historia é caricata, como se dois presidentes de repúblicas fossem abordar assim, diretamente, um ao outro:
— Sarcô, s'il vous plâit, est qui tu va me donnez um por forá pour je comprê le subimarã?
— Clarô, Lulá, dit-moi canté que cê querr...
Ou será que os dois iriam usar os intérpretes do Itamarati e do Quai D'Orsay para acertarem propinas?
E a história de que o filho de Lula o teria procurado para que ele pedisse ao pai dinheiro em seu nome como patrocínio?
Não é apenas falta de lógica: é falta de lógica com falta absoluta de qualquer elemento de prova ou mesmo de indício de que as coisas tenham se passado desta maneira incoerente.
Ou, se Palocci sabe alguma coisa de francês, "sans queue ni tête".
O nosso "sem pé nem cabeça".
Brasil 247
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