sábado, 30 de novembro de 2019

Grampo da Lava Jato revela propina na Lava Jato


POR FERNANDO BRITO · 30/11/2019



A história já estava aparecendo em 2018 e em agosto a Agência Pública revelou que :

“Desde janeiro do ano passado, quando ouviram os relatos de dois delatores, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro investigam uma suspeita de corrupção em que doleiros acusam procuradores e policiais – hoje na Lava Jato – de receber propina em troca de proteção.”

Agora, Vinicius Konchinski, do UOL, conta que numa das escutas policiais sobre o telefone de Dario Messer, o chamado “doleiro dos doleiros”, este diz que o procurador Januário Paludo, figura de proa na Força Tarefa do MP de Curitiba, era destinatário de pelo menos uma parte do dinheiro pago “aos meninos”.

Operando os repasses, como nas primeiras denúncias, estaria o advogado Antonio Figueiredo Basto, que também é chamado, há muito tempo, de “o homem das delações e cuja origem foi contada pela Piauí, em 2017:

Classificado como “polêmico” por colegas e pouco dado às mesuras habituais da profissão – “Não entrei na advocacia para ficar amigo de advogados”, disse, recentemente, à Folha de S.Paulo –, Basto é pioneiro, no país, no uso das delações premiadas. Firmou a primeira de que se tem notícia, em 2004, para o doleiro Alberto Youssef, investigado por uma força-tarefa do Ministério Público Federal que tinha entre seus membros o procurador Deltan Dallagnol. O caso é considerado um embrião filosófico da operação Lava Jato, investigava a milionária evasão de divisas do Banestado, banco público do Paraná. O juiz que homologou a delação era Sergio Moro.

Basto se diz inocente, claro, e já depôs ao MP do Rio de Janeiro.

Paludo continua intocável e, para isso, a Força Tarefa ameaça jogar tudo nas costas do velho parceiro Figueiredo Basto, dizendo que “há investigação sobre possível exploração de prestígio por parte de advogado do investigado, fato que acontece quando o nome de uma autoridade é utilizado sem o seu conhecimento.”

Desta vez, não há hacker, não há Intercept, não há desculpas para “não reconhecer a autenticidade”.

Todos os personagens são da “Era pré-Lava Jato” e estavam envolvidos na primeira negociação de uma delação premiada, sobre o que nem lei havia.

Tudo sob a batuta do paladino da moralidade, que devolveu Alberto Youssef à rua e rico, flutuando como uma isca para o que lhe daria, depois, projeção nacional.


Tijolaço

Haddad repercute caso Paludo e destaca propina de R$ 200 mil/mês aos procuradores da Lava Jato


O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad fez referência às declarações de Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca, que trabalharam com Dario Messer, o "doleiro dos doleiros", em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio. "Propina chegava a R$ 200 mil por mês!", escreveu ele no Twitter

30 de novembro de 2019

Denúncia oferecida contra Fernando Haddad é inepta, vazia e leviana (Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

247 - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad dstacou o alto valor de propina paga a membros da Operação Lava Jato. "Integrantes da Força-Tarefa da Lavajato eram corrompidos para proteger investigados, revelam diálogos interceptados pela PF. Propina chegava a R$ 200 mil por mês!", escreeu ele no Twitter.

De acordo com reportagem do jornalista Vinicius Konchinski, do Portal UOL, "em depoimentos prestados em 2018 à Lava Jato no MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro), Juca e Tony afirmaram ter pago US$ 50 mil (cerca de R$ 200 mil) por mês ao advogado Antonio Figueiredo Basto em troca de proteção a Messer na PF e no Ministério Público. Basto já advogou para o doleiro".


Brasil 247

“Se o doleiro delatar, turma da Lava Jato e advogados de estimação de Moro serão presos”, diz líder do PT


Segundo o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), se o doleiro dos doleiros, Dario Messer, "fizer uma delação essa turma da Lava Jato e os advogados de estimação de Moro e Dallagnol serão todos presos. Paludo é a ponta podre do iceberg da Farsa Jato"

30 de novembro de 2019

(Foto: Agência Câmara)

247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), fez uma alerta para efeitos bombásticos que podem surgir com uma eventual delação premiada de Dario Messer, que admitiu propina ao procurador da Operação Lava Jato Januário Paludo, segundo matéria do Uol. "Se o doleiro dos doleiros fizer uma delação essa turma da Lava Jato e os advogados de estimação de Moro e Dallagnol serão todos presos. Paludo é a ponta podre do iceberg da Farsa Jato", escreveu o parlamentar no Twitter.

De acordo com reportagem especial do jornalista Vinícios Konchinski, a Polícia Federal do Rio de Janeiro obteve conversas apontando que fala à sua namorada, Myra Athayde, sobre o andamento dos processos que responde. Ele diz que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com Januário Paludo. Depois, afirma ela: "Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês".

Na rede social, Pimenta afirmou que "o lado oculto da Lava Jato envolvia muito mais coisas que as palestras do DD e o conluio entre Moro e os Golden Boys de Curitiba". "Por menos no que a delação do doleiro revelou tem gente presa no Brasil", disse.

"Em 2018 quando surgiram as denúncias da indústria das delações da Lava Jato eu pedi uma CPI. Consegui as assinaturas mas a pressão de Moro, Dallagnol e cia conseguiram impedir. Será que eu estava errado ?? Covardes, moralistas sem moral serão desmascarados", acrescentou.



Brasil 247

Glenn repercute caso Paludo e dispara: corrupção grave no coração da Lava Jato


Editor do site Intercept Brasil, o jornalista Glenn Greenwald alertou para a gravidade da revelação de que o Dario Messer, o 'doleiro dos doleiros' pagava propina ao procurador da Lava Jato Januário Paludo. "Mais corrupção grave na coração da Lava Jato"

30 de novembro de 2019


Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública interativa, com a participação do jornalista responsável pelo site The Intercept Brasil, para prestar informações sobre fatos revelados pelo sítio. \r\rÀ mesa, em pronunciamento, jornalista da agência de notícias The Intercept Brasil, Glenn Greenwald.\r\rFoto: Marcos Oliveira/Agência Senado (Foto: Marcos Oliveira)

247 - Editor do site Intercept Brasil, o jornalista americano Glenn Greenwald alertou para a gravidade da revelação de que o Dario Messer, o "doleiro dos doleiros" pagava propina ao procurador da Operação Lava Jato Januário Paludo para se proteger de punição. 

"Mais corrupção grave na coração da Lava Jato: “O doleiro Dario Messer afirmou em mensagens trocadas com sua namorada, Myra Athayde, que pagou propinas mensais ao procurador da República @januario_paludo , integrante da força-tarefa da Lava Jato do Paraná'", postou Greenwald no Twitter.

De acordo com matéria do portal Uol, nas conversas obtidas pela Polícia Federal do Rio de Janeiro Messer fala à sua namorada, Myra Athayde, sobre o andamento dos processos que responde. Ele diz que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com Januário Paludo.

Depois, afirma ela: "Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês".


Brasil 247

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Disparada do dólar: alguem “se deu bem” com fala de Guedes e “erro” na balança?


POR FERNANDO BRITO · 29/11/2019



O comentário de Luís Nassif sobre o que ele teme seja a volta de trambiques milionários praticados à base de informações privilegiadas – o insider information – agora com possíveis negócios feitos com a alta do dólar provocado pelas inexplicáveis declarações de Paulo Guedes que que era bom “já ir se acostumando” com o dólar mais caro.

Nassif registra a notícia da Folha de que o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, de que a declaração causou imensos prejuízos ao país:

O Ministério Público de Contas, que atua perante o TCU (Tribunal de Contas da União), pediu à corte que apure possíveis prejuízos ao país decorrentes de declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, com reflexos na cotação do dólar.
Em representação apresentada nesta quinta (28), o subprocurador Lucas Rocha Furtado sustenta haver “fortes indícios” de que há responsabilidade direta do ministro na “alta extraordinária” da moeda americana nos últimos dias.
Para ele, houve perdas ao Banco Central e ao Tesouro Nacional porque foi necessário intervir no mercado para conter a subida da cotação.

Eu não havia lido a matéria, publicada ontem à noite mas, assim que vi, pousou um hipopótamo atrás de minha orelha.

É que no mesmo dia em que Guedes dava a entrevista desastrosa, a Secretaria de Comércio Exterior de seu ministério divulgava dados desastrosos sobre a balança comercial brasileira, apontando um déficit de US$ 1,1 bilhão, contra um superavit de US$ 4 bilhões um ano antes.

Ontem, corrigiu-se, dizendo que “esqueceu” de processar algumas exportações, coisa de como 30% do total. Uma situação que jamais aconteceu nas décadas de operação deste controle e chocante por ter sido um “lapso” de “apenas” US$ 4 bilhões.

O fato é que, em dois dias – produziu-se um salto na moeda norte-americana. Quem comprou a R$ 4,18/ 4,19 na segunda-feira pôde vender na quarta a R$ 4,26 e até R$ 4,27 ou mais, um belíssimo negócio para grandes operadores, que negociam na casa das dezenas e centenas de milhões.

Como Nassif reportou, é fácil saber quem se beneficiou desta operação “compra e vende” – e grande parte disso ao Banco Central, que entrou pesado no mercado para conter a disparada do dólar. “Basta conferir quem adquiriu dólares de forma expressiva antes das declarações de Guedes e vendeu imediatamente ao BC”.

Será que, como suspeita o procurador, tem caroço no angu do Guedes?


Tijolaço

Não é a Folha gostar de apanhar que me fará apoiar espancador de imprensa


POR FERNANDO BRITO · 29/11/2019



Apesar de não me mover qualquer solidariedade política ao papel que a Folha desempenhou de ajudar a cevar Jair Bolsonaro, tratando como um candidato diante do qual se deveria portar com neutralidade, enquanto a seus adversários nunca se cansou de pedir sessões de autoflagelação públicas, codinome “autocrítica”, creio que é grave para todos a nova ofensiva do presidente contra o jornal, ameaçando ir além de cancelar as assinaturas do jornal paulista pela administração pública. Isso, embora revelador da estupidez do “não li e não gostei”, tem pouco impacto.

Agora, ameaçar os anunciantes do jornal, ao dizer que boicotará seus produtos e – óbvio – estimulando seus subordinados a fazerem o mesmo – a atitude de Bolsonaro vai além de atacar um jornal que, sob muitos aspectos, assume o papel que os antigos chamavam de “mulher de malandro”, destinado a quem continuava, como a Folha continua, a apoiar as políticas deste governo nefasto.

Bolsonaro parte para o caminho da chantagem expressa sobre empresas e tenho poucas dúvidas de que elas passarão a adotar os “conselhos” presidenciais em outros campos, em especial com seus trabalhadores.

Quem quiser que diga o “bem-feito” que o jornal mereceria por, ainda outro dia, entoar loas a Paulo Guedes, a quem, dias depois, pareceria normal o AI-5.

Por isso e por muito mais, por agredir que a respeitou com várias passagens de jornalismo de esgoto, como a ficha falsa do Dops sobre Dilma Rousseff. Ou por chamar de “ditabranda” a ditadura que apoiou.

Porque as ditaduras acabam sempre em conflito com a imprensa, mesmo com a que lhe foi, um dia, cúmplice ou amiga.

Eu prefiro que os próprios leitores puxem o rabo preso do jornal com o mercado financeiro, expondo a vergonha de apoiar seu próprio algoz.

Apenas porque este algoz é mais que algoz da Folha, é algoz das liberdades democráticas.


Tijolaço

A guerra mundial entre Witzer e Bolsonaro




TV GGN

Bom Dia 247 (29.11.19): TRF-4 versus STF, sistema judicial em guerra




TV 247

Noblat sobre soltura de brigadistas na Amazônia: Bolsonaro quebrou a cara outra vez


"Comemorou antes do tempo o suposto envolvimento de brigadistas de ONGs com incêndios na Amazônia. A história está indo pelo ralo, para decepção dele", escreveu o jornalista sobre as prisões dos brigadistas no Pará

29 de novembro de 2019

Noblat: foram acreditar que Bolsonaro era um liberal, agora chiam
Noblat: foram acreditar que Bolsonaro era um liberal, agora chiam (Foto: Reprodução | Alan Santos/PR)

247 - O jornalista Ricardo Noblat afirma que "Bolsonaro quebrou a cara outra vez", agora sobre as prisões arbitrárias de quatro brigadistas acusados de colocar fogo na Amazônia - que foram revertidas nesta quinta-feira 28.

"Comemorou antes do tempo o suposto envolvimento de brigadistas de ONGs com incêndios na Amazônia. A história está indo pelo ralo, para decepção dele", escreveu o jornalista em seu perfil no Twitter.

Em live transmitida nesta quinta, já depois de os brigadistas estarem fora da prisão, Bolsonaro voltou a culpar ONGs por incêndio na Amazônia. Endossando um tuíte de seu filho Eduardo Bolsonaro postado mais cedo, ele disse que as organizações estariam comprando e divulgando fotos forjadas dos incêndios para receber doações e fazer campanhas "contra o Brasil".

Acusou ainda, assim como fez Eduardo, o ator norte-americano Leonardo DiCaprio de ter um papel na história, uma vez que ele estaria financiando uma das ONGs acusadas. Ele se refere à WWF-Brasil, que rebateu as ilações e negou que Leonardo DiCaprio tenha doado dinheiro à entidade.


Brasil 247

Corte Eleitoral confirma vitória apertada da direita nas eleições presidenciais no Uruguai

POR NOCAUTE 28 DE NOVEMBRO DE 2019


Luis Lacalle Pou, de 46 anos, do Partido Nacional (de direita) foi confirmado pela corte eleitoral uruguaia como novo presidente do país, nas eleições realizadas no domingo passado, dia 24. Como a diferença entre o primeiro colocado e o segundo foi menor que 1%, a recontagem dos votos foi feita, seguindo a Constituição do Uruguai.

A corte não divulgou os números ainda, mas afirmou que a diferença entre os dois “é irreversível”. O presidente eleito agradeceu os votos de todos os seus eleitores, enquanto Daniel Martínez, da Frente Ampla, reconheceu a derrota e disse que pretende se reunir com o vencedor nesta sexta-feira (29).


Nocaute

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

AO VIVO: Nassif debate soberania nacional na ABI


Jornal GGN

Bom dia 247: Baderna judicial contra Lula (28.11.19)




TV 247

TRF-4 e a condenação de Lula no caso de Atibaia: as contradições que confirmam a exceção, por Tania Maria de Oliveira


O julgamento desta quarta-feira nada disse sobre Lula ou crimes, mas disse tudo sobre os desembargadores da 8ª Turma do TRF-4

-27/11/2019


TRF-4 e a condenação de Lula no caso de Atibaia: as contradições que confirmam a exceção
por Tania Maria de Oliveira

Em setembro de 2016, respondendo às inúmeras ilegalidades cometidas na investigação, como grampos em escritórios de advocacia, divulgação de interceptação telefônica e importação de provas da Suíça, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu que a operação Lava Jato não precisava seguir as regras dos processos comuns. Para a Corte Especial do órgão, os processos “trazem problemas inéditos e exigem soluções inéditas”.

Ao julgar, nesta quarta-feira (27), a apelação criminal do processo do Sítio de Atibaia, no qual é réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os três desembargadores, que compõem a 8ª Turma daquele mesmo Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmaram, com mais clareza do que antes, a tese de 2016, que as ações da Lava Jato em geral e do ex-presidente Lula em particular, são processos de exceção. Para sedimentar esse caminho, contradisseram sua própria jurisprudência, não antiga, mas recente. E, de forma imponderada e arrogante, pretenderam decidir o momento da aplicabilidade de julgado do Supremo Tribunal Federal, ao negar-lhe vigência.

Além de exaustiva fundamentação, diante da ausência de provas a configurar os crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, o Tribunal aumentou a pena de 12 anos e 11 meses para 17 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 422 dias-multa.

A pretensão de explicação para prosseguir na persecução, e realizar a análise do mérito sobre a propriedade do Sítio e o cometimento de crimes, exigiu dos juízes a superação das preliminares apresentadas pela defesa, dentre as quais o fato de que a juíza Gabriela Hardt copiou, formal e materialmente, trechos da sentença do juiz Sérgio Moro, proferida no caso do Triplex, e de que houve descumprimento da ordem sucessiva das alegações finais, tendo em vista que delatores falaram no mesmo prazo do delatado.

No dia 13 de novembro de 2019, os mesmos juízes anularam sentença em Apelação, oriunda também da 13ª Vara Federal de Curitiba, em decorrência de ter a juíza Gabriela Hardt copiado e colado argumentos de outras peças processuais. O entendimento foi de que “reproduzir, como seus, argumentos de terceiro, copiando peça processual sem indicação da fonte, não é admissível”, e que a sentença afrontaria, portanto, o artigo 93, IX, da Constituição Federal, que determina que todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões.

Tratava-se se de uma ação que não faz parte daquelas vinculadas à operação Lava Jato, em que a juíza reproduziu trechos da manifestação de alegações finais do Ministério Público Federal.

Na oportunidade, o desembargador Leandro Paulsen, acompanhando integralmente o voto do relator João Pedro Gebran Neto, salientou que decidiu se manifestar no acórdão para que em futuras sentenças o mesmo vício não seja reproduzido.

Em fevereiro de 2019, a defesa do ex-presidente Lula solicitou a juntada aos autos de uma perícia feita pelo Instituto Del Picchia, que demonstra cabalmente que a mesma magistrada copiara trechos da sentença do então juiz Sergio Moro, no caso do tríplex do Guarujá, tanto formal quanto materialmente, chegando ao absurdo de trechos repetidos, e citação ao “apartamento”, e de tratar José Aldemário e Leo Pinheiro como sendo duas pessoas distintas. A resposta dos desembargadores nesta quarta de que a juíza poderia estar “cansada” e que repetição de trecho é “mera coincidência” é um escárnio com a seriedade que a Justiça demanda.

No dia 26 de setembro último, por maioria de 7 votos a 3 o STF decidiu qual deve ser a ordem das alegações finais em ação penal: primeiro devem se manifestar os delatores e, posteriormente, o delatado.

No caso da Ação Penal do Sítio de Atibaia, a manifestação do ex-presidente Lula se dera no mesmo prazo dos réus delatores. No entanto, a 8ª Turma do TRF-4 afirmou que não houve prejuízo comprovado, coisa que absolutamente não foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal como requisito ou condicionante para o exercício do Direito e reconhecimento da nulidade. Apenas o voto da ministra Carmen Lúcia falou de nulidade relativa, condicionada à comprovação de prejuízo, o que não modificaria a maioria. O Acórdão não foi lavrado porque o presidente Dias Toffoli disse que faria ponderações ao julgado, mas não houve condições para a decretação da nulidade.

Por outro lado, quando o relator Gebran afirma discordância que a decisão do STF já tenha validade para casos passados, defendendo que a medida seja adotada apenas em julgamentos futuros, ele burla ao mesmo tempo a aplicação do conceito de anterioridade em matéria penal em favor do réu, que garante sua necessária estabilidade e coerência, bem como o respeito ao princípio da legalidade, tão caro ao Direito Penal democrático, e indevidamente interfere na aplicação a ser dada aos casos em andamento por decisão da Suprema Corte.

O julgamento desta quarta-feira nada disse sobre Lula ou crimes, mas disse tudo sobre os desembargadores da 8ª Turma do TRF-4: eles levarão a farsa que é a Lava Jato até o fim, condenarão Lula contra toda lógica, razoabilidade e independente da inexistência de quaisquer provas. Para isso estão dispostos a passar por cima de tudo, a rejeitar a mínima coerência com o que dizem, pensam e escrevem em idênticos processos. Pior, estão propensos a aniquilar o Direito.


Tania Maria de Oliveira é da ABJD


Jornal GGN

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Lewandowski se levanta contra ameaça de ditadura: Bolsonaro pode sofrer impeachment


O emprego das Forças Armadas em operações para garantia da lei e da ordem pode "prestar-se a sufocar franquias democráticas", alerta o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski. Segundo ele, Jair Bolsonaro "sujeita-se a processo de impeachment caso venha a atentar contra o exercício dos direitos políticos, individuais ou sociais"

26 de novembro de 2019

O ministro Ricardo Lewandowski (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)


247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski criticou as ameaças à volta de práticas ditatoriais por parte do governo Jair Bolsonaro, que enviou ao Congresso Nacional um projeto com o chamado um excludente de ilicitude em ações do Garantia da Lei e da Ordem (GLO). De acordo com Lewandowski, Bolsonaro sujeita-se a processo de impeachment "caso venha a atentar contra o exercício dos direitos políticos, individuais ou sociais, extrapolando os rigorosos parâmetros que norteiam a atuação presidencial naquelas situações".

"Nem se imagine que a intervenção federal, o emprego das Forças Armadas em operações para garantia da lei e da ordem ou a decretação do estado de defesa e de sítio —estes concebidos para enfrentar graves comoções internas, calamidades públicas de grandes proporções e agressões armadas externas, dentre outras crises— podem prestar-se a sufocar franquias democráticas", disse o ministro em texto publicado no jornal Folha de S.Paulo.


"É que tais medidas extremas não só estão estritamente balizadas no texto constitucional como também se encontram submetidas ao controle parlamentar e judiciário quanto à legalidade, razoabilidade, proporcionalidade, demarcação espacial e limitação temporal", complementou.


Brasil 247

Bom dia 247: Bolsonaro quer matança e Guedes ameaça com AI-5




TV 247

Lula mantém discurso firme e diz que não se pode ter ‘condescendência’ com o governo Bolsonaro


O ex-presidente Lula deixou claro que não vai abandonar o tom combativo de seu discurso de oposição ao governo de Jair Bolsdonaro. Nenhuma condescendência com quem pisoteia os direitos do povo e a soberania nacional

26 de novembro de 2019

Lula no Congresso Nacional do PT (Foto: Ricardo Kotscho)


247 - Lula vai manter o nível combativo de seu discurso contra o governo de Jair Bolsonaro e já mandou sinais sobre isso a aliados. 

Segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo, não era esta a expectativa de integrantes de outros partidos de oposição e de setores do próprio PT. 


Lula disse a parlamentares que não é possível ter “condescendência” com os atuais ocupantes do Planalto. 

A combatividade e a polarização estão na natureza política de Lula, no DNA do PT desde a sua fundação, diz um amigo do ex-presidente. 

Mesmo considerando que há setores do próprio PT que pedem uma atuação mais propositiva, o discurso de Lula no 7º Congresso do PT no último fim de semana é o que vai orientar a sigla: polarização, oposição a Bolsonaro e luta.


Brasil 247

Haddad reage à ameaça de Guedes: governo de covardes


O líder petista Fernando Haddad, candidato a presidente da República nas últimas eleições, reagiu energicamente às ameaças proferidas pelo ministro da Economia Paulo Guedes de implantar uma ditadura no país por meio da edição de um novo tipo de AI-5: "Governo de covardes", disse

26 de novembro de 2019

(Foto: Foto: Ricardo Stuckert


247 - Pelo Twitter, Fernando Haddad reagiu logo cedo nesta terça-feira (26) às ameaças do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, de impor uma nova ditadura no país. 

O ministro da Economia Paulo Guedes, em entrevista coletiva em Washington, capital dos Estados Unidos, disse com a maior desfaçatez: "Não se assustem se alguém pedir o AI-5". 

Haddad retrucou pelo Twitter: "Um governo de covardes, sob todos os aspectos".


Brasil 247

Máquina de morte: Polícia do Rio matou 1.546 pessoas em 2019, recorde histórico


1.546 pessoas foram mortas pela polícia do Rio de Janeiro no ano de 2019. O número é o maior da história. O aumento com relação a 2018 foi de 18%. As estatísticas de outubro foram divulgadas pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) e segue a tendência já apresentada nos meses anteriores

25 de novembro de 2019

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)


247 - 1.546 pessoas foram mortas pela polícia do Rio de Janeiro no ano de 2019. O número é o maior da história. O aumento com relação a 2018 foi de 18%. As estatísticas de outubro foram divulgadas pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) e segue a tendência já apresentada nos meses anteriores.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que "os números vêm na esteira do discurso linha-dura e das operações policiais promovidas pelo governador Wilson Witzel (PSC), eleito sob a bandeira do endurecimento na segurança pública."

A matéria ainda acrescenta trecho do relatório do ISP: "há de fato áreas onde o aumento de mortes pela polícia é acompanhado da queda dos homicídios dolosos, mas esse não é o padrão geral". E sublinha: "no fim de setembro, o órgão abriu um inquérito civil público para apurar o aumento das mortes pelo estado."


Brasil 247

Em entrevista nos EUA, Guedes ameaça com volta da ditadura: 'Não se assustem se alguém pedir o AI-5'


Em entrevista coletiva em Washington, o ministro da Economia do governo de extrema-direita chefiado por Jair Bolsonaro, admitiu que por temor de uma mobilização social supostamente convocada por Lula, o governo desacelerou momentaneamente a agenda de reformas antipopulares. E usando a terceira pessoa, ameaçou com a volra da ditadura, ao dizer que ninguém se assuste se "alguém" pedir a volta do AI-5

26 de novembro de 2019

O ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)


247 - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (25) que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil. 

A afirmação foi feita durante entrevista coletiva em Washington, em que Guedes comentava a convulsão social e institucional em países da América Latina e disse que era preciso prestar atenção na sequência de acontecimentos nas nações vizinhas para ver se o Brasil não tem nenhum pretexto que estimule manifestações do mesmo tipo, informa a jornalista Marina Dias na Folha de S.Paulo. 

"Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática." 

Paulo Guedes justificou as ameaças sobre a edição de um novo AI-5 feitas por um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro. Para ele, trata-se de uma reação ao que chamou de convocações feitas pela esquerda, endossadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo depois de ser solto, há pouco mais de duas semanas. 

Guedes disse que era "uma insanidade" o petista pedir a presença do povo nas ruas e que "chamar o povo para rua é uma irresponsabilidade". 

O ministro de Bolsonaro confirmou que o projeto de lei que prevê o excludente de ilicitude seria também uma resposta de Bolsonaro a Lula.


Brasil 247

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Fachin nega pedido de Lula para suspender julgamento do sítio de Atibaia no TRF-4


No recurso apresentado ao Supremo, a defesa do ex-presidente Lula denunciou que decisão do Superior Tribunal de Justiça que negou recurso sobre o caso teria sido “manifestamente ilegal ou abusiva”

25 de novembro de 2019

Edson Fachin e Lula

247 - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (25) o pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Lula para suspender o julgamento do processo do sítio de Atibaia no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF). 

De acordo com reportagem do jornal O Globo, Fachin negou o pedido de habeas corpus que apontava que o pleno do Superior Tribunal Justiça não avaliou o pedido apresentado pela defesa. No STJ, a negativa do recurso foi feita apenas pelo ministro Leopoldo de Arruda Raposo, sem ter sindo analisada pelos demais membros do colegiado do tribunal.


Para os advogados do ex-presidente Lula, a decisão no STJ teria sido “manifestamente ilegal ou abusiva” e, como o julgamento está marcado para esta quarta-feira (27), não haveria tempo de reverter a decisão no STJ, por isso o pedido diretamente ao STF.

A defesa também apontou a celeridade com que o recurso foi liberado para julgamento no TRF4.


Brasil 247

Bom dia 247: O PT sob o comando de Gleisi (25.11.19)




TV 247

Ennio Morricone - The Best of Ennio Morricone




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nnio Morricone - Film Music Collection - The Greatest Composer of all Time




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O Melhor de Ennio Morricone ● As Melhores Trilhas Sonoras de Filmes




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Reeleita presidente do PT, Gleisi dispara: queremos a prisão de Moro


"Lula foi liberado mas não é a liberdade plena que nós queríamos. Nós queremos a anulação da sentença de Moro. Aliás, queremos a prisão de Sergio Moro pelas barbaridas ele que praticou. Portanto, a lula de Lula Livre continua", disse a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), que estará à frente do PT por mais quatro anos

25 de novembro de 2019


247 – Reeleita presidente do PT na noite de ontem, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que o partido irá lutar para colocar o ex-presidente Lula novamente na presidência da República e o ministro Sergio Moro na prisão. "Lula foi liberado mas não é a liberdade plena que nós queríamos. Nós queremos a anulação da sentença de Moro. Aliás, queremos a prisão de Sergio Moro pelas barbaridas ele que praticou. Portanto, a lula de Lula Livre continua", disse ela.

Gleisi afirmou que os comitês Lula Livre serão mantidos. "Essa bandeira continua como prioridade. Queremos Lula percorrendo o Brasil. Queremos Lula presidente da República novamente", afirmou. Ela também previu que as manifestações que tomam conta de países como o Chile e a Bolívia vão chegar ao Brasil. "E o PT precisa estar preparado para ajudar a conduzi-las", afirmou.


Brasil 247

Gleisi Hoffmann é reeleita para a presidência do PT


À frente da legenda desde 2017, a deputada federal seguirá no cargo com a “missão de fortalecer ainda mais caráter democrático e popular do partido”, conforme disse em seu discurso no 7º Congresso do PT, em São Paulo

24 de novembro de 2019

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante o 7º Congresso (Foto: Paulo Pinto)


Agência PT de Notícias - O 7º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, marcado pela participação ativa do ex-presidente Lula, chegou ao fim neste domingo (24) com uma disputa democrática que reconduziu Gleisi Hoffmann à Presidência da legenda pelos próximos quatro anos.

Em seu discurso, agradeceu o apoio dos filiados, das tendências e, principalmente, do ex-presidente Lula e dos outros candidatos. “Quero agradecer aos milhares de filiados, a todas as correntes do PT, à Margarida Salomão, ao Valter Pomar e ao Paulo Teixeira. E agradecer ao presidente Lula pela confiança depositada em mim”, declarou.

A presidenta deixou claro também qual será a missão que norteará a sua gestão pelos próximos quatro anos: “O PT é um orgulho para nós. Temos desafios e problemas para resolver, mas esta é uma história de 40 anos ao lado do povo e isso ninguém conseguirá apagar. Achavam que nos matariam, mas nós estamos bem vivos, de cabeça erguida e prontos para a luta”.

A luta à qual se refere Gleisi tem duas vias bem definidas. A primeira é reafirmar o PT como organização popular, amplamente democrática e que dialoga com a plural e diversificada população do país. A segunda, como tem sido desde o golpe 2016, é barrar o avanço das políticas neoliberais que ganharam contornos extremamente autoritários a partir da eleição do cada vez mais impopular Jair Bolsonaro.

“A situação que passa o Brasil hoje é extremamente complicada, com uma pauta social e econômica trágica e contrária aos interesses do povo. E é contra esses retrocessos que temos que lutar e nos posicionar. É contra a retirada de direitos que temos que ser firmes. O partido precisa estar organizado e com disposição política porque quando as grandes manifestações ecoarem pelas ruas do país, teremos que estar preparados para conduzi-las”, reiterou.

Olho no olho

Para realizar tamanho enfrentamento, Gleisi não vê outra alternativa a não ser potencializar aquela que é tida como a marca registrada do Partido dos Trabalhadores: o trabalho de base e o contato direto com o povo brasileiro. Para tanto, lembrou do que disse Lula durante seu discurso em São Bernardo do Campo, um dia depois de deixar o cárcere político. “Lula deixou bem claro que temos, sim, que polarizar. Somos o lado oposto de Bolsonaro. Estamos sempre ao lado do povo”, esclareceu a presidenta.

Gleisi, no entanto, está convicta de que é preciso ir além, voltar para as bases e olhar diretamente nos olhos da população. “Em 2020, temos que estar fortes para disputar as eleições, falar com o povo e defender nosso legado. Agora o momento está exigindo que tenhamos uma organização popular forte dentro do PT. Redes sociais são importantes, mas nada substitui o olho no olho com a população”.

Para colocar tal premissa em prática, a presidenta pede empenho redobrado de todos os petistas para fortalecer as sus estruturas internar. “Temos que reforçar nossas setoriais e nossas secretarias, temos o desafio da nossa juventude, que quer saber como a gente pensa e está afim de lutar, fortalecer a Secretaria de Combate ao Racismo, a nossa secretaria LGBT, de Mulheres, de Cultura, e todas as outras que se mostraram fundamentais para manter o partido sempre forte. Mas podemos avançar ainda mais e é isso que vamos fazer. Vou dedicar toda a minha energia e disposição para que isso aconteça”.


Brasil 247

domingo, 24 de novembro de 2019

Bom dia 247 (24.11.19): Vaza Jato comprova o golpe




TV 247

'Pior pesadelo para EUA': analista explica por que Rússia e China assustam Washington


Segundo analista russa, artigo recente publicado na revista Foreign Policy sobre as novas capacidades militares da Rússia e China reflete os medos que sempre existiram nos EUA

24 de novembro de 2019


Sputnik Brasil - Mídia dos EUA advertiu sobre a vulnerabilidade das bases dos EUA perante possíveis ataques por parte da Rússia e China.

A revista Foreign Policy publicou há poucos dias um artigo sobre as novas capacidades militares da Rússia e China. Segundo analista russa, esta publicação reflete os medos que sempre existiram nos EUA.

"Em guerras futuras, as novas tecnologias podem permitir às grandes potências rivais, como a Rússia e a China, realizar ataques precisos e devastadores contra as bases militares e redes logísticas dos EUA, inclusive contra aquelas que se encontram dentro dos EUA", adverte o artigo da revista Foreign Policy.

De acordo com a publicação, os progressos no domínio aeroespacial, robótica, aprendizado de máquina, impressão 3D e nanomateriais permitem criar novas classes de mísseis e drones mortíferos que poderão ser lançados discretamente e percorrer grandes distâncias, aponta o autor do artigo, Michael Beckley.

O jornalista observa que, por exemplo, os novos mísseis hipersônicos combinam a velocidade e o alcance dos mísseis balísticos com a capacidade de manobra e precisão dos mísseis de cruzeiro.

"A difusão destas tecnologias tornará obsoleta a atual forma de fazer a guerra dos EUA", afirma Beckley, acrescentando que o Exército estadunidense teria problemas para responder rapidamente a eventuais ataques da China e Rússia.


Segundo ele, a maioria das bases dos EUA tem poucos ou nenhuns sistemas de defesa antimíssil, nem abrigos fortificados.

Esta publicação personifica os medos que sempre existiram nos EUA, opina Yana Leksyutina, professora do departamento de estudos dos EUA da Universidade Estatal de São Petersburgo e doutora em Ciências Políticas.

"Desde há muito tempo que um dos objetivos da política exterior dos EUA foi evitar uma aliança entre a Rússia e a China. O pior pesadelo para as pessoas que planejam a política exterior estadunidense é a formação de uma aliança (não necessariamente proclamada de forma oficial) entre a Rússia e a China", disse a especialista em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

Segundo ela, os estadunidenses estão bastante preocupados com o possível estreitamento das relações entre a Rússia e a China. Quanto mais estreitas forem, mais artigos deste tipo serão publicados.


Brasil 247

Xico Sá sobre 'terceiro' gol do Gabigol: que desprezo por esta triste figura


O Autor dos dois gols do Flamengo ainda marcou um golaço após a decisão da Libertadores contra o River Plate, ao deixar o governador Wilson Witzel no vácuo. "Boa, Gabigol, q desprezo por esta triste figura!", escreveu o escritor Xico Sá. Veja outras reações

24 de novembro de 2019

Gabigol e Wilson Witzel (Foto: Reprodução Twitter)

247 - Autor dos dois gols que deram o bicampeonato da Libertadores da América ao Flamengo, o atacante Gabigol continua sendo muito festejado, mas agora pelo "terceiro gol" que marcou ao deixar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, no vácuo, de joelhos.

"Boa, Gabigol, q desprezo por esta triste figura!", escreveu o escritor Xico Sá. "Teve mais gol do Gabigol", ironizou o jornalista Bernardo Mello Franco.

Veja outras reações:
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Brasil 247

sábado, 23 de novembro de 2019

ULA LIVRE, AO VIVO NO NOCAUTE!




Nocaute

Após título do Flamengo, Witzel se ajoelha diante de Gabigol, que caminha para o lado

caminha para o lado







Diário do Centro do Mundo   -   DCM

O futuro voltou junto com a liberdade de Lula


Para Jeferson Miola, o discurso feito pelo ex-presidente Lula nesta sexta-feira (22), no 7º Congresso do PT, "marca a passagem da luta de resistência para um patamar de ofensiva democrática; marca o avanço da luta para a restauração da democracia e a derrota do fascismo"
23 de novembro de 2019

Fernando Haddad, Lula e Gleisi Hoffmann (Foto: Ricardo Stuckert)
Lula fez um dos seus discursos mais memoráveis no 7º Congresso do PT. Um discurso que alenta, organiza e encoraja.
À seguir, a reprodução na íntegra do discurso que, segundo os presentes no momento da leitura, o discurso foi enriquecido com as complementações de improviso do Lula enquanto lia.
Este discurso marca a passagem da luta de resistência para um patamar de ofensiva democrática; marca o avanço da luta para a restauração da democracia e a derrota do fascismo.
Lula representa a superioridade não só política; mas ele representa, sobretudo, a superioridade moral, ética e civilizatória do povo, dos subalternos em relação à classe dominante totalmente bolsonarizada, totalmente fascistizada e fortemente coesionada no maior assalto, jamais visto, à renda e à riqueza do Brasil.
Os poderosos que destroem o país são muito fortes. Eles têm a Rede Globo e quase toda imprensa canalha que funciona como verdadeira máquina de ódio e racismo do Bolsonaro.
Os poderosos têm seus pastores charlatões, partidos reacionários, seu empresariado corrupto, seus banqueiros sanguessugas, os latifundiários armados, os militares entreguistas …
Os poderosos, enfim, têm muito.
Mas eles não têm o essencial e, por isso mesmo, eles não são imbatíveis, não são invencíveis.
Do lado oposto ao deles, do lado oposto ao fascismo temos o Lula; temos a maioria do povo que, ao se reencontrar com Lula, vai despertar deste pesadelo tenebroso e colocar as mãos no futuro feito de democracia, justiça, igualdade, liberdade, diversidade, alegria, amor, paz …
A capacidade de luta do povo contra a barbárie bolsonarista e ultraliberal subiu de patamar.
Lula é a ponte que marca o reencontro dos subalternos com o futuro. O futuro voltou junto com a liberdade do Lula.

Brasil 247

Flamengo vira sobre o River Plate com dois gols de Gabigol e é bicampeão da Libertadores


Partida terminou em 2x1. Os dois gols do rubro-negro foram marcados no final do segundo tempo por Gabigol, que acabou sendo expulso da partida aos 50 minutos

23 de novembro de 2019

(Foto: Torcedores.com)

247 - Após uma virada espetacular sobre o River Plate neste sábado 23, o Flamengo é o campeão da Copa Libertadores de 2019. O clube brasileiro venceu o River Plate por 2 a 1, com dois gols de Gabigol, aos 43 e aos 46 minutos do segundo tempo.

Com a vitória, o rubro-negro conquista pela segunda vez a Libertadores, após 38 anos. Na época, a estrela do time, Zico, venceu o Cobreloa por 2 a 0, em Montevidéu, no Uruguai.

Gabigol chega agora a 40 gols na temporada e entra na história do Flamengo, se tornando ídolo da torcida com apenas uma temporada. "Agora eu entrei na história", reconheceu o próprio camisa 9.


Brasil 247


Lula manda recado para a Globo: jamais cassaria arbitrariamente uma concessão


"Não ousem me comparar ao presidente que eles escolheram. Jamais ameacei e jamais ameaçaria cassar arbitrariamente uma concessão de TV, mesmo sendo atacado sem direito de resposta e censurado como sou pelo jornalismo da Globo", disse o ex-presidente Lula, numa mensagem para a Globo que liderou a campanha negativa contra Lula e terminou com um governo neofascista que hoje ameaça sua existência

23 de novembro de 2019

(Foto: Ricardo Stuckert)

247 – Em seu discurso no Congresso do PT, o ex-presidente Lula também mandou um recado para os meios de comunicação – em especial para a Globo, que liderou o discurso de ódio e a campanha negativa contra o ex-presidente. "Entendo que democratizar a comunicação não é fechar uma TV, é abrir muitas. É fazer a regulação constitucional que está parada há 31 anos, à espera de um momento de coragem do Congresso Nacional. É fazer cumprir a lei do direito de resposta. E é principalmente abrir mais escolas e universidades, levar mais informação e consciência para que as pessoas se libertem do monopólio", afirmou. Confira abaixo a íntegra da sua fala:

Esperei muito tempo para poder falar livremente ao povo brasileiro. Esse dia finalmente chegou, e minha primeira palavra tem de ser de agradecimento, pela solidariedade, pelo carinho e pelas manifestações de quem não desistiu de lutar e vai continuar lutando pela verdadeira justiça.

Durante 580 dias fui isolado da família, dos amigos e companheiros, apartado do povo, mesmo tendo o direito constitucional de recorrer em liberdade contra a sentença injusta e fraudulenta de um juiz parcial. Um direito que somente agora foi proclamado pelo Supremo Tribunal Federal, para todos, sem exceção.

Com as armas da verdade e da lei, continuarei lutando para que os tribunais reconheçam, agora, que fui condenado por quem sequer poderia ter me julgado: um ex-juiz que atuou fora da lei, grampeou advogados, mentiu ao país e aos tribunais, antes de desnudar seus objetivos políticos. Lutarei para que seja anulada a sentença e me deem o julgamento justo que não tive.

Aos 74 anos de idade, não tenho no coração lugar para ódio e rancor. Mas quem nesse país já sofreu a humilhação de uma acusação falsa, por causa da cor de sua pele ou por sua origem social humilde, conhece o peso do preconceito e é capaz de sentir o quanto fui ferido em minha dignidade. E isso não se apaga.

Nada nem ninguém vai devolver o pedaço arrancado da minha existência, mas quero dizer que aproveitei esses 580 dias para ler, estudar, refletir e reforçar meu compromisso com o Brasil e com nosso povo sofrido. Voltei com muita vontade de falar sobre o presente e principalmente sobre o futuro do Brasil.


Mas logo depois da minha primeira fala, de volta ao sindicato onde passei o último momento de liberdade, disseram que eu deveria ter cuidado para não polarizar o país. Que seria melhor calar certas verdades para não tumultuar o ambiente político, para o PT não provocar uma ameaça à democracia.

Vamos deixar uma coisa bem clara: se existe um partido identificado com a democracia no Brasil é o Partido dos Trabalhadores. O PT nasceu lutando pela liberdade durante a ditadura. Não tentem negar essa verdade porque nós apanhamos da repressão, fomos perseguidos, presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional por defender essa ideia.

Desde que foi criado, há quase 40 anos, o PT disputou dentro da lei e pacificamente todas as eleições neste país. Quando perdemos, aceitamos o resultado e fizemos oposição, como determinaram as urnas. Quando vencemos, governamos com diálogo social, participação popular e respeito às instituições.


Outros partidos mudaram as regras da reeleição em benefício próprio. Nós rejeitamos essa ideia, mesmo gozando de uma aprovação que nenhum outro governo jamais teve, porque sempre entendemos que não se pode brincar com a democracia.

Não fomos nós que falamos em fechar o Congresso, muito menos o Supremo, com um cabo e um soldado. Em nossos governos, as Forças Armadas foram respeitadas e os chefes militares respeitaram as instituições, cumprindo estritamente o papel que a Constituição lhes reserva. Nenhum general deu murro na mesa nem esbravejou contra líderes políticos.

Não fomos nós que pedimos anulação do pleito só para desgastar o partido vencedor; que sabotamos a economia do país para forçar um impeachment sem crime; que sustentamos uma farsa judicial e midiática para tirar do páreo o candidato líder nas pesquisas.

Não fomos nós os responsáveis, ativos ou omissos, pela eleição de um candidato que tem ojeriza à democracia; que foi poupado de enfrentar o debate de propostas, que montou uma indústria de mentiras com dinheiro sujo, sob a complacência da mesma Justiça Eleitoral que, desacatando uma decisão da ONU, cassou o candidato que poderia derrotá-lo.

São essas pessoas que agora nos dizem para não polarizar o país. Como se polarização fosse sinônimo de extremismo político e ideológico. Como se o Brasil já não estivesse há séculos polarizado entre os poucos que têm tudo e os muitos que nada têm. Como se fosse possível não se opor a um governo de destruição do país, dos direitos, da liberdade e até da civilização.

Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter a coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro. Não dá para ficar em cima do muro ou no meio do caminho: somos e seremos oposição a esse governo de extrema-direita que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta.

Somos e seremos oposição a um governo que rasga direitos dos trabalhadores e reduz o valor real do salário mínimo. Que aumenta a extrema pobreza e traz de volta o flagelo da fome. Que destrói o meio ambiente. Que ataca mulheres, negros, indígenas e a população LGBT; ataca qualquer um que ouse discordar.

Somos, sim, radicais na defesa da soberania nacional, da universidade pública e gratuita, do Sistema Único de Saúde, público, gratuito e universal. Nós não somos meia oposição; somos oposição e meia aos inimigos da educação, da cultura, da ciência e da tecnologia. Nós não aceitamos mais censura, tortura, AI-5 e perseguição a adversários políticos.

Andam negando essa verdade científica, mas a Terra é redonda e nós estamos, sim, em polos opostos: enquanto eles semeiam o ódio, nós vamos mostrar a eles o que o amor é capaz de fazer por este país.

Companheiras e companheiros,

Já foi dito que o PT nasceu para mudar o Brasil. E mudou. Porque trazemos na origem o compromisso com os trabalhadores, com os mais pobres, com os que carregaram ao longo de séculos o peso da exclusão e da desigualdade. Porque pela primeira vez fizemos um governo para todos os brasileiros e brasileiras, e isso fez toda a diferença em nosso país.

Se fosse para governar apenas para uma parte da população, o Brasil não precisaria do PT.

Para o mercado decidir quem pode e quem não pode se aposentar, quanto vai custar o gás de cozinha, o combustível, a energia elétrica, visando somente o lucro, o Brasil não precisaria do PT.

Se fosse para entregar ao estrangeiro as riquezas naturais, o petróleo, as águas, as empresas que o povo brasileiro construiu, o Brasil não precisaria do PT.

Se fosse para queimar a floresta, envenenar a comida com agrotóxicos, deixar impunes crimes como os de Marielle, Mariana, Brumadinho, ignorar desastres como o óleo no litoral do Nordeste, quem precisaria do PT?

Para o filho do rico estudar nas melhores universidades do mundo e o filho do trabalhador ter de largar a escola pra sustentar a família, o Brasil não precisaria do PT.

Se é para alguns terem mansão em Miami e muitos viverem debaixo do viaduto; para o rico ficar isento até do imposto de herança e o trabalhador carregar o peso do imposto de renda, o Brasil não precisaria do PT.

Para manter a mais escandalosa concentração de renda do planeta Terra, para o rico continuar cada vez mais rico e o pobre ficar cada dia mais pobre, aí mesmo é que o Brasil não precisaria do PT.

Porque o maior inimigo do Brasil hoje e desde sempre é a desigualdade, esse vergonhoso fosso em que 1% da população detém 30% da renda nacional e para a metade mais pobre sobram 17%, as migalhas de um banquete indecente.

Mas se este país quer superar a chaga imensa da desigualdade, recuperar a soberania e o seu lugar no mundo, se quer voltar a crescer em benefício de todos os brasileiros e brasileiras, o Partido dos Trabalhadores é mais do que necessário: ele é imprescindível.

Esta é a enorme responsabilidade que estamos recebendo. O Brasil nunca precisou tanto do PT. E o PT tem de ser grande o bastante para corresponder ao que o país espera de nós. Tem de estar unido, forte e cada vez mais conectado com o povo brasileiro.

Temos a responsabilidade de renovar o partido, compreender o que mudou na sociedade brasileira nesses 40 anos e buscar as respostas para os novos desafios. Fomos forjados na luta em defesa da classe trabalhadora.

O peso da injustiça recai hoje sobre os motoristas de aplicativos, os jovens que perdem a saúde e arriscam a vida fazendo entregas em motos, bicicletas, ou mesmo a pé. Os que não têm a quem recorrer por seus direitos, porque a única relação de trabalho que conhecem não é a carteira profissional, mas um telefone celular que ele precisa recarregar desesperadamente.

Esse é o lugar que resta aos deserdados de um modelo neoliberal excludente, cada vez mais desumano. Um mundo em que o mercado é deus e em que a solidariedade deixa de ser um valor universal, substituída por uma competição individualista feroz.

É com esse mundo novo que o PT precisa dialogar, sem abrir mão de nossos compromissos históricos, mantendo os pés firmes no presente e mirando sempre o futuro. Se as formas de exploração mudaram, a injustiça e a desigualdade permanecem e são cada vez mais cruéis. Temos de estar mais organizados, mais fortes, conscientes e mais decididos do que nunca a construir um país mais generoso, solidário e mais justo. É por isso que o Brasil precisa tanto do PT.

Companheiras e companheiros,

Salvar o país da destruição e do caos social que este governo está produzindo não é tarefa para um único partido. Fomos eleitos e governamos em aliança com outras forças do campo popular e democrático. Por mais que tentem nos isolar, estamos juntos na oposição com partidos da centro-esquerda e estamos com os movimentos sociais, as centrais sindicais e importantes lideranças da sociedade.

Embora tantos tenham cometido erros antes e depois dos nossos governos, é somente do PT que exigem a autocrítica que fazemos todos os dias. Na verdade, querem de nós um humilhante ato de contrição, como se tivéssemos de pedir perdão por continuar existindo no coração do povo brasileiro, apesar de tudo que fizeram para nos destruir. Preciso dizer algumas verdades sobre isso.

O maior erro que nós cometemos foi não ter feito mais e melhor, de uma forma tão contundente que jamais fosse possível esse país voltar a ser governado contra o povo, contra os interesses nacionais, contra a liberdade e a democracia, como está sendo hoje.

Deveríamos ter feito mais universidades do que fizemos, mais reforma agrária, mais Luz Pra Todos, mais Minha Casa Minha Vida, mais Bolsa Família e mais investimento público.

Teríamos de ter conversado muito mais com o povo e com os trabalhadores, conversado mais com os jovens que não viveram o tempo em que o Brasil era governado para poucos e não para todos.

Também tínhamos de ter trabalhado muito mais para democratizar o acesso à informação e aos meios de comunicação, apoiado mais as rádios comunitárias, fortalecido mais a televisão pública, a imprensa regional, o jornalismo independente na internet.

Antes que a Rede Globo me acuse outra vez pelo que não disse nem fiz, não ousem me comparar ao presidente que eles escolheram. Jamais ameacei e jamais ameaçaria cassar arbitrariamente uma concessão de TV, mesmo sendo atacado sem direito de resposta e censurado como sou pelo jornalismo da Globo.

Eu sempre disse que jamais teria chegado onde cheguei se não tivesse lutado pela liberdade de imprensa. Hoje entendo, com muita convicção, que liberdade de imprensa tem de ser um direito de todos, não pode ser privilégio de alguns.

Não pode um grupo familiar decidir sozinho o que é notícia e o que não é, com base unicamente em seus interesses políticos e econômicos.

Entendo que democratizar a comunicação não é fechar uma TV, é abrir muitas. É fazer a regulação constitucional que está parada há 31 anos, à espera de um momento de coragem do Congresso Nacional. É fazer cumprir a lei do direito de resposta. E é principalmente abrir mais escolas e universidades, levar mais informação e consciência para que as pessoas se libertem do monopólio.

Enfim, penso que teríamos de ter lutado com mais vontade e organização, fortalecido ainda mais a democracia, para jamais permitir que o Brasil voltasse a ter um governo de destruição e de exclusão social como voltou a ter desde o golpe de 2016.

A autocrítica que o Brasil espera é a dos que apoiaram, nos últimos três anos, a implantação do projeto neoliberal que não deu certo em lugar nenhum do mundo, que vai destruir a previdência pública e que ao invés de gerar os empregos que o povo precisa está implantando novas formas de exploração.

A autocrítica que a democracia e o estado de direito esperam é daqueles que, na mídia, no Congresso, em setores do Judiciário e do Ministério Público, promoveram, em nome da ética, a maior farsa judicial que este país já assistiu.

O mundo hoje sabe que, ao contrário de combater a impunidade e a corrupção, a Lava Jato corrompeu-se e corrompeu o processo eleitoral e uma parte do sistema judicial brasileiro. Deixou impunes dezenas de criminosos confessos que Sérgio Moro perdoou e que continuam muito ricos.

Como podem dizer que combateram a impunidade se soltaram pelo menos 130 dos 159 réus que ele mesmo havia condenado? Negociaram todo tipo de benefício com criminosos confessos, venderam até o perdão de pena que a lei não prevê, em troca de qualquer palavra que servisse para prejudicar o Lula.

Que ética é essa que condena 2 milhões de trabalhadores, sem apelação, destruindo empresas para salvar os patrões acusados de corrupção?

Não tem moral, não tem autoridade para discutir ética quem deu cobertura aos procuradores de Deltan Dallagnol e Rodrigo Janot quando eles entregaram a Petrobrás aos tribunais dos Estados Unidos, um crime de lesa-pátria que já custou quase 5 bilhões de dólares ao povo brasileiro.

Temos muito o que falar sobre ética, sobre combate à corrupção e à impunidade. Mas acima de tudo temos que falar a verdade.

Meus amigos e minhas amigas,

Alguns professores de deus defendem um modelo suicida de austeridade fiscal e redução do estado, que não deu certo em nenhum lugar do mundo. Tiveram o apoio da mídia e das instituições para culpar os governos do PT por tudo de ruim que havia no Brasil. Mentiram que tirando o PT do governo tudo se resolveria, por obra do mercado e do ajuste fiscal. E os problemas se agravaram ainda mais.

Os indicadores econômicos do Brasil pioraram: a balança comercial em queda, a economia paralisada, setores da indústria destruídos, o investimento público e privado inexistente, o rombo nas contas aumentado irresponsavelmente por razões políticas. O custo de vida dos pobres aumentou e as pessoas voltaram a cozinhar com lenha porque não podem comprar um botijão de gás.

É preciso dizer umas verdades sobre isso também.

A primeira delas é que o Brasil só não quebrou ainda por causa da herança dos governos do PT. Por causa dos 370 bilhões de dólares em reservas internacionais que acumulamos e querem queimar na conta dos juros. Por causa dos mercados internacionais que abrimos e que uma política externa irresponsável está fechando. Por causa do pré-sal que descobrimos e que estão vendendo na bacia das almas.

O Brasil só não está passando por uma convulsão social extrema por causa da herança dos governos do PT. Porque não conseguiram acabar com o Bolsa Família, último recurso de milhões de deserdados. Porque milhões de famílias ainda produzem no campo, para onde levamos água, energia, tecnologia e recursos em nosso governo. E também porque não conseguiram destruir ainda os sistemas públicos de saúde, educação e segurança, mas fatalmente isso irá ocorrer pela criminosa política de cortes do investimento público.

Sempre acreditei que o povo brasileiro é capaz de construir uma grande Nação, à altura dos nossos sonhos, das nossas imensas riquezas naturais e humanas, neste lugar privilegiado em que vivemos. Já provamos que é possível enfrentar o atraso, a pobreza e a desigualdade, desafiando poderosos interesses contrários ao país e ao povo.

Soberania significa independência, autonomia, liberdade. O contrário é dependência, servidão, submissão. É o que está acontecendo hoje. Estão entregando criminosamente a outros países as empresas, os bancos, o petróleo, os minerais e o patrimônio que pertence ao povo brasileiro. Trair a soberania é o maior crime que um governo pode cometer contra seu país e seu povo.

A Petrobrás está sendo vendida em fatias a suas concorrentes estrangeiras.

Fiquem alertas os que estão se aproveitando dessa farra de entreguismo e privatização predatória, porque não vai durar para sempre. O povo brasileiro há de encontrar os meios de recuperar aquilo que lhe pertence. E saberá cobrar os crimes dos que estão traindo, entregando e destruindo o país.

Tão importante quanto defender o patrimônio público ameaçado é preservar os recursos naturais e nossa riquíssima biodiversidade. Utilizar esse patrimônio, fonte de vida, com responsabilidade social e ambiental.

Um país que não garante educação pública de qualidade a todas as suas crianças, adolescentes e jovens não se prepara para o futuro.

Mas parece que enfiaram o Brasil à força numa máquina do tempo e nos enviaram de volta a um passado que a gente já tinha superado. O passado da escravidão, da fome, do desemprego em massa, da dependência externa, da censura, do obscurantismo.

O Brasil precisa embarcar de volta para o futuro. E não tem ninguém melhor para pilotar essa máquina do tempo do que a juventude desse país. Porque essa juventude, seja ela branca, negra ou indígena, ela quer ensino de qualidade, quer adquirir conhecimento, quer de volta as oportunidades de trabalho digno, sem alienação e sem humilhações.

Essa juventude quer e merece um mundo melhor do que este em que estamos vivendo.

Hoje me coloco à disposição do Brasil para contribuir nessa travessia para uma vida melhor, vida em plenitude, especialmente para os que não podem ser abandonados pelo caminho. 

Sem ódio nem rancor, que nada constroem, mas consciente de que o povo brasileiro quer retomar a construção de seu destino; de que temos de fazer juntos um Brasil soberano, democrático, justo, em que todos e todas tenham oportunidades iguais de crescer e sonhar.

O futuro será nosso, o futuro será do Brasil!

Muito obrigado!

Luiz Inácio Lula da Silva



Brasil 247