POR FERNANDO BRITO · 22/11/2019
Será possível que alguém imagine que esta história do “Aliança para o Brasil” seja a da criação de um partido que, democraticamente, disputará o poder político?
Já de cara isso se pode descartar com o olímpico desprezo pela disputa eleitoral do ano que vem. Embora municipal, ela se estende por todo o país tem – ou deveria ter – ao menos alguns traços nacionais.
No seu próprio manifesto, faz questão de mostrar-se como um ajuntamento em torno da figura do “Mito”:
Isso mesmo! Muito mais que um partido, é o sonho e a inspiração de pessoas leais ao Presidente Jair Bolsonaro, de unirmos o país com aliados em ideais e intenções patrióticas.
Ou do que se lhes faz traduzir em bobagens como o tal “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”, muito adequando a quem bate continência à bandeira americana e prega todo dia a violação do primeiro mandamento da tábua de Moisés.
Tudo discutido na profundidade do zapzap que, promete, será seu meio fundamental de “se comunicar com as suas bases e filiados por meio das mais modernas e eficientes ferramentas de comunicação.”
Espanta, por isso, que a maior parte da imprensa siga tratando a “Aliança” como um projeto partidário, interessado em formar bancada parlamentar, aglutinar maiorias congressuais ou que tais.
Bruno Boghossin, hoje, na Folha, é um dos raros que foi ao ponto:
(…)a única razão de existir do partido é servir como máquina para mobilizar as bases bolsonaristas.
O que torna tudo terrível é a pergunta que se segue: mobilizar para quê?
Tijolaço
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