domingo, 15 de maio de 2022

Irritação de ‘ciristas’ é inútil: a polarização é fato, não argumento. Por Fernando Brito

Publicado por Fernando Brito

Atualizado em 15 de maio de 2022 

Duvivier fala de Ciro


As redes sociais estão cheias de eleitores de Ciro Gomes revoltados com o humorista Gregório Duvivier, dedicou o seu programa de ontem a estimular o voto em Lula já no primeiro turno.

Irritar-se com isso é o tipo do tiro no pé, porque leva a todos os simpatizantes do ex-governador a questão que Duvivier usa no fecho de seu programa: ““O Brasil precisa garantir a existência da própria democracia. Ciro pode ser o político que vai dar ao Brasil a chance de Bolsonaro ir embora logo no primeiro turno”.

Até Ciro foi mais inteligente e sugeriu a Duvivier um debate, embora tenha escorregado ao, se o humorista não quiser – e não tem a menor obrigação de querer: não é, afinal, candidato a nada – sugerir que vai fazer “reacts” nas redes, uma infantilidade.

Com ou sem humor, com ou sem julgamento político, a questão de que se trata é feita de fatos: tanto Jair Bolsonaro é uma ameaça, e séria, à democracia brasileira quanto a possibilidade real que se tem hoje de derrotá-lo é o voto em Lula.

Tanto é a assim que, como já se disse aqui na semana passada, a adesão a Lula de pessoas, à direita e à esquerda, que não são propriamente “lulistas” vai crescendo todos os dias.

Não está em questão a “zoação” do Greg News com ex-governador do Ceará, algo natural de programas de humor e que Ciro tem todo o direito de esclarecer ou rebater. Certamente não são tão graves, já que Duvivier diz que foi seu eleitor em 2018, no primeiro turno.

Aliás, Ciro deveria tomá-lo como um dos muitos a quem deixou perplexos ao se ausentar da disputa final daquele ano.

E isso, estes anos malditos provaram, não é piada.


Tijolaço   -   Diário do Centro do Mundo   -   DCM

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