quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Governo Lula avalia recriar o Mais Médicos, mas sem profissionais estrangeiros, diz Humberto Costa


"O importante é viabilizar a oferta de médicos nas regiões onde há vazios assistenciais. A ideia é refazer o programa", disse o senador, que integra a equipe de transição

10 de novembro de 2022

Humberto Costa (Foto: Roberto Stuckert Filho)


247 - O senador e ex-ministro Humberto Costa (PT), que integra a coordenação do grupo temático de saúde no governo de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que a retomada do programa Mais Médicos é uma das propostas avaliadas pela equipe.

“A gente não tem nada aprofundado, o importante é viabilizar a oferta de médicos nas regiões onde há vazios assistenciais. A ideia é refazer o programa. A intenção, a princípio, não é trazer médicos do exterior. Você tem hoje uma formação maior de médicos no Brasil do que havia antigamente”, disse Costa ao jornal Folha de S. Paulo.

“Tem muito médico cubano que ficou e não está exercendo a profissão, tem que ver se há uma solução para isso. Tem muito médico brasileiro que fez curso lá fora e não revalidou o diploma. Teria algum estímulo para revalidar? Há várias alternativas, não há nada definido”, completou mais à frente.

O programa Mais Médicos foi criado em 2013, no governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), e acabou sendo desmontado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) por razões ideológicas, já que utilizava profissionais cubanos para atender à população mais necessitada em todo o Brasil.

O parlamentar ressaltou, ainda, que uma das prioridades do governo eleito será a recomposição orçamentária do SUS, fortemente impactada pela imposição do teto de gastos, além da recuperação dos índices de cobertura vacinal do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e do incremento do uso do sistema de telessaúde.

“Pretendemos iniciar um trabalho forte para recuperar o PNI, que já foi o melhor do mundo. Hoje nós estamos na iminência de ter doenças já erradicadas ressurgindo por conta da baixa cobertura vacinal, como é o caso da poliomielite. Trazer a cobertura vacinal para números aceitáveis no curto espaço de tempo requer campanha de publicidade, utilização de personalidades de peso na área da saúde. Não posso falar por outra área, mas provavelmente retomar os condicionantes para o recebimento do programa Bolsa Família, como a carteira de vacinação atualizada e cumprimento do pré-natal para as gestantes", ressaltou o parlamentar, que já comandou o Ministério da Saúde.

Ainda segundo ele, o Brasil vive um risco de “desabastecimento generalizado” de medicamentos e insumos na área de saúde. “Estamos correndo um risco grande de desabastecimento generalizado. Quem entrar em janeiro para assumir o ministério precisa de ações emergenciais para viabilizar isso. Na transição nós vamos ter que abrir caminhos para fazer pré-negociações e um levantamento de onde comprar esses remédios e essas vacinas. Vamos tentar negociar para depois formalizar do ponto de vista legal”, destacou.


Brasil 247

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