terça-feira, 31 de janeiro de 2023

CAMISA AMARELA SÓ FOI ADOTADA PELA SELEÇÃO NA COPA DE 54; ANTES, A CAMIS...



TV 247

Jean Paul Prates escolhe nomes para o conselho da Petrobrás e inclui Eduardo Moreira


Os nomes foram costurados junto ao Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira

31 de janeiro de 2023

Eduardo Moreira, Josué Gomes e Suzana Khan (Foto: Reuters/Paulo Whitaker | Felipe L. Gonçalves/Brasil 247 | Reprodução/YouTube)


247 - Novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates já definiu ao menos três nomes para compor o novo conselho da companhia: Josué Gomes, Eduardo Moreira e Suzana Khan.

De acordo com a CNN Brasil, os nomes foram costurados junto ao Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira.

Josué Gomes é o atual presidente da Fiesp, Eduardo Moreira é economista e Suzana Khan é engenheira e professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nesta segunda-feira (30), Prates afirmou que os conselheiros ainda estavam sendo escolhidos junto ao governo federal, mas que os nomes provavelmente seriam anunciados juntos dos novos diretores: "essa semana a gente resolve isso".


Brasil 247

domingo, 29 de janeiro de 2023

Forças do Brasil - O que será da Petrobras sob Lula? - Com Guilherme Est...



TV 247

Nassif: Sergio Rial é peça-chave no golpe das Americanas



TV 247

"Eletrobrás é questão de segurança nacional e não pode ficar com os golpistas das Americanas", diz Luís Nassif

 

Jornalista defende que o governo Lula anule a privatização da estatal

28 de janeiro de 2023

Luís Nassif e Americanas (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters | Divulgação)


247 – O jornalista Luís Nassif avaliou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que a fraude nas Americanas abriu uma oportunidade para a revisão da privatização da Eletrobrás. "Caso Americanas é uma fraude de Lemann, Sicupira e Telles. Quem falsifica resultados e retira dividendos saca contra o futuro da empresa. Obviamente, eles não podem ter posição de comando na Eletrobrás", afirmou.

Na entrevista, Nassif também disse que o executivo Sérgio Rial, ex-presidente do Santander, é figura chave no golpe das Americanas. "Havia uma bola de neve nas Americanas", aponta, prevendo também consequências criminais para os bilionários. "Nos Estados Unidos, não tem moleza para fraudador", aponta.

Nassif disse ainda que a Eletrobrás é questão de segurança nacional e que a privatização deve ser revista. "A fraude do 3G é um divisor de águas. Lemann, Telles e Sicupira estão subestimando impacto sobre outros negócios do grupo", destaca.


Brasil 247

sábado, 28 de janeiro de 2023

Geólogo que liderou descoberta do pré-sal será o novo diretor de Exploração e Produção da Petrobrás


Jean Paul Prates está formando uma equipe com quadros técnicos; confira os nomes

28 de janeiro de 2023

(Foto: ABR)


RIO DE JANEIRO (Reuters) – O geólogo Mario Carminatti foi escolhido pelo novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para liderar a diretoria de Exploração e Produção, disseram à Reuters pessoas com conhecimento da informação nesta sexta-feira.

Carminatti liderou a equipe da petroleira que descobriu em 2006 o pré-sal, uma das maiores descobertas de petróleo marítimo do mundo neste século.

O grupo de nomes escolhidos para a alta cúpula da empresa inclui ainda um antigo sócio de Prates, Sergio Caetano Leite, como diretor financeiro; Maurício Tolmasquim para uma nova diretoria de transição energética, que possivelmente será chamada de Energias Renováveis e Descarbonização; e William França como diretor de refino, de acordo com fontes.

Os indicados para a diretoria da Petrobras precisarão ainda ser aprovados no Conselho de Administração, após passarem por testes de integridade e elegibilidade na companhia.

Em comunicado ao mercado, a Petrobras disse que ainda não foi comunicada formalmente sobre a indicação dos membros da diretoria e reforçou que os nomes indicados devem passar pelos trâmites internos de governança da companhia.

Prates selou a escolha de Carminatti em reunião na quinta-feira no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse uma das fontes. Carminatti não estava presente.

A reunião ocorreu após Prates tomar posse como CEO na manhã de quinta com a aprovação do Conselho de Administração da petroleira. Mesmo formado ainda com indicados na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Conselho apoiou seu nome por unanimidade.

Carminatti era o principal geólogo da Petrobras na ocasião da ousada decisão da empresa de perfurar uma espessa camada de sal sob o leito do Atlântico no início do milênio.

A barreira de sal sozinha era mais profunda do que qualquer poço que a Petrobras havia perfurado antes -- 2 quilômetros de profundidade, mais do que o poço mais profundo da empresa à época, a 1.886 metros abaixo da água.

O programa geológico plurianual, em uma área marítima que produtores internacionais de petróleo tinham explorado e devolvido à reguladora ANP depois de não encontrarem petróleo, levou à maior descoberta de petróleo naquela década.

A imensidão da descoberta foi dimensionada em 2008: mais de 40 bilhões de barris. O pré-sal responde hoje por mais de 70% da produção diária do Brasil de cerca de 4 milhões de barris de óleo e gás equivalente por dia.

Carminatti poderá assumir a diretoria em momento em que a Petrobras vem empenhando esforços de quase 3 bilhões de dólares para abrir uma nova fronteira exploratória ao norte do Brasil, a Margem Equatorial. Especialistas da Petrobras disseram que a região tem potencial para replicar a formação geológica de petróleo da Guiana.

Em vídeo publicado na noite de quinta-feira, Prates disse que vê a petroleira como a grande impulsionadora da transição energética no Brasil, mas que também trabalhará para que a companhia siga sua jornada na indústria de petróleo e gás.

Ele citou a Margem Equatorial --que vai do Rio Grande do Norte até o Amapá-- como promissora, com "forte potencial" tanto para petróleo e gás como para energias renováveis.


Brasil 247

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Brasil está próximo de vender 156 blindados Guarani à Argentina




© AFP 2023 / Vanderlei Almeida


Os veículos, fabricados principalmente no Brasil, melhorarão "a interoperabilidade entre os exércitos da Argentina e do Brasil", indica a mídia.

Mauro Vieira e Jorge Taiana, ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Defesa da Argentina, respectivamente, assinaram uma carta de intenções para a aquisição por Buenos Aires de 156 veículos blindados de combate sobre rodas (VCBR) Guarani 6x6, de produção brasileira.

A assinatura do acordo resulta de uma série de reuniões bilaterais que ambos os governos realizaram em diferentes áreas no âmbito da 7ª Cúpula da CELAC, que decorreu em Buenos Aires, Argentina.

O acordo ainda não foi finalizado e assinado, mas foi alcançado um primeiro passo de entendimento entre as partes para avançar na compra dos veículos militares, a assinatura de uma carta de intenções para a aquisição pela Argentina dos veículos, que estão divididos em três categorias:

120 blindados de transporte de pessoal com uma torre SARC REMAX cada. As torres são equipadas com uma metralhadora de 12,7 mm.
27 veículos de combate de infantaria equipados com uma torre SARC UT30BR2, cada uma com um canhão de 30 mm.
9 veículos da versão Posto de Comando.

Os Guarani 6x6 têm peças fabricadas na fábrica da Iveco, na província de Córdoba, Argentina. A carta de intenções assinada inclui igualmente a "transferência de tecnologia, para o aumento progressivo da fabricação de peças na Argentina, apoio logístico e treinamento de tripulações e pessoal técnico do Exército argentino".

A compra dos veículos blindados brasileiros "melhorará a interoperabilidade entre os exércitos da Argentina e do Brasil, já que eles operarão com o mesmo veículo em ambos os lados da fronteira", escreveu na segunda-feira (23) o portal argentino Zona Militar.


Segundo Taiana, o acordo "representa um marco na integração das respectivas indústrias e reforça as ações destinadas a fortalecer a agenda de integração, cooperação e confiança mútua entre os dois países".

Caraterísticas do veículo blindado

O Guarani, também chamado de VBTP-MR, é um blindado anfíbio de transporte de pessoal sobre rodas. Ele transporta até 11 soldados protegidos de tiros de fuzil ou de explosões de granadas.

O veículo pode atingir uma velocidade de até 110 km/h e tem um alcance de 600 quilômetros. O blindado pesa 18 toneladas, tem uma torre para um canhão de 30 mm e pode ser equipado com metralhadoras de 50 mm e 7,62 mm.

Além disso, o Guarani navega com GPS, tem visão noturna e a laser e uma montagem modular, o que permite que seja equipado com outras armas, sensores, sistemas de comunicação e até mesmo torres, conforme as necessidades.

A arma foi desenvolvida pelo Exército brasileiro em conjunto com a Iveco para substituir os antigos Cascavel e Urutu, também fabricados no Brasil. Eles começaram a ser utilizados em 2022 em operações contra o crime organizado em cidades brasileiras.


Sputnik Brasil

"EU HERDEI, PRESIDENTE LACALLE, UM PAÍS SEMIDESTRUÍDO, 13 ANOS DESTRUÍDO...




Brasil 247

Globo tenta sustentar a maior fake news da história recente: a de que o golpe de estado contra Dilma foi um 'impeachment'


Jornal foi peça central na quebra da ordem democrática no Brasil

27 de janeiro de 2023

Dilma Rousseff (Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE)


247 – O jornal O Globo, que exerceu papel decisivo na quebra da ordem democrática brasileira, ao apoiar o golpe de estado de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão política de Luiz Inácio Lula da Silva para que o choque neoliberal de Michel Temer e Jair Bolsonaro fosse levado adiante, com resultados desastrosos na economia e na imagem do Brasil, tenta nesta sexta-feira, em editorial, sustentar a maior fake news da história recente do Brasil: a de que o golpe de estado de 2016 teria sido, na verdade, um "impeachment".

"Até as paredes depredadas do Palácio do Planalto sabem que a ex-presidente Dilma Rousseff foi afastada por um processo de impeachment, movido pelo Congresso Nacional de acordo com todas as regras previstas na Constituição e na legislação, referendadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF)", quando, na verdade, até as paredes do jornal O Globo sabem que Dilma foi afastada por uma conspiração golpista, da qual fizeram parte PSDB, a ala de Michel Temer no MDB e boa parte da imprensa corporativa.

O objetivo do golpe de estado foi transferir a renda do petróleo brasileiro para os acionistas minoritários da Petrobrás, retirar direitos dos trabalhadores e, desta maneira, reforçar a rentabilidade dos setores empresariais, que também apoiaram o processo golpista.

"Lula fez campanha, arregimentou apoio de amplos espectros da sociedade e se elegeu presidente defendendo a democracia e a Constituição, em contraponto aos arroubos golpistas do adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Não pode, agora já eleito, querer estabelecer uma nova verdade para fatos históricos, como numa distopia orwelliana", escreve ainda o editorialista do jornal O Globo, inconformado com a luta do presidente Lula para repor a verdade histórica diante da distopia orwelliana que foi criada pela mídia corporativa brasileira.


Brasil 247

"Queremos uma Petrobrás que se orgulhe de ser grande", diz Jean Paul Prates


Novo presidente também afirma que a empresa terá papel importante na transição energética

27 de janeiro de 2023

(Foto: ABR)


247 – O novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, fez, em vídeo, sua primeira manifestação como líder da empresa. No depoimento, ele disse que fará o seu melhor para estar à altura de conduzir a empresa. Também afirmou que o Brasil não deve temer uma Petrobrás grande e forte, bem como disse que a empresa estará à frente do processo de transição energética. "Queremos uma Petrobrás que se orgulhe de ser grande", afirmou.

Internamente, ele tenta construir soluções para alterar a política de preços que foi implantada após o golpe de estado de 2016, que teve como consequência a volta da fome ao Brasil. Paralelamente, Prates deve também alterar a política de distribuição de dividendos, que favoreceu acionistas minoritários, em detrimento da empresa. Confira o vídeo:.


Brasil 247

Bill Gates diz ter pena dos ucranianos por causa da corrupção do governo Zelensky: 'pior do mundo'


O bilionário fundador da Microsoft, Bill Gates, durante um discurso no Australian Lowy Institute, chamou o governo de Kiev de um dos piores do mundo devido à grave corrupção

27 de janeiro de 2023

(Foto: YURI GRIPAS/REUTERS)


Sputnik - "O governo ucraniano é um dos piores do mundo. É corrupto e controlado por poucos ricos. Quer dizer, é muito triste para o povo", disse o empresário em sua palestra.

Segundo ele, as terras agrícolas da Ucrânia são muito mais férteis do que as dos Estados Unidos, acrescentando que o país é o "celeiro da Europa" e que tem grande potencial.

Os políticos ocidentais apontaram repetidamente para o fracasso do governo ucraniano e o suborno generalizado entre as autoridades locais.

A esse respeito, o novo porta-voz da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy , disse que não permitiria a continuação da prática de "cheques abertos" para a Ucrânia, quando dezenas de bilhões de dólares são alocados sem auditoria e responsabilidade.

Seus companheiros do partido Republicanos já avisaram que vão reforçar a supervisão sobre a prestação de assistência a Kiev.

Segundo o ex-assessor do ex-presidente da Ucrânia Leonid Kuchma, Oleg Soskin , os políticos ocidentais deram um duro ultimato ao atual chefe de Estado, Vladimir Zelensky, exigindo que os funcionários corruptos fossem punidos em suas fileiras em troca de contínuas injeções financeiras.

Grandes mudanças de pessoal já ocorreram em Kiev esta semana: o vice-ministro da Defesa, Vyacheslav Shapovalov, o vice-chefe do gabinete do presidente, Kirill Timoshenko , e o vice-procurador-geral, Aleksei Symonenko, perderam seus cargos.

Além disso, as autoridades demitiram Vasily Lozinsky, vice-ministro de Desenvolvimento Comunitário e vários governadores.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Federação da Rússia, Maria Zakharova, comentando as mudanças de funcionários de Kiev, afirmou que elas são necessárias para a "gangue" continuar cumprindo uma ordem externa, mas, em geral, a natureza criminosa do regime não muda.


Brasil 247

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

"SEMPRE QUE ELE SE AFUNDA EM MÁS NOTÍCIAS ELE TRAZ ADÉLIO E A PRÓPRIA SA...



TV 247

UM MINISTRO DO STF CHOROU AO VER AS CENAS DA DESTRUIÇÃO | Cortes 247



TV 247

Prates quer levar Tolmasquim para assumir nova diretoria de transição energética e energias renováveis da Petrobrás


Futuro presidente da companhia, Prates quer fortalecer a presença da Petrobrás em energia eólica offshore, hidrogênio verde e biocombustíveis

26 de janeiro de 2023

(Foto: Jean/pt.org.com, petrobras/infomoney.com)


247 - Futuro presidente da Petrobrás, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) pretende levar o professor da UFRJ e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Maurício Tolmasquim para assumir a nova diretoria dedicada à transição energética e energias renováveis da companhia.

É desejo de Prates transformar a Petrobrás em uma empresa com um braço forte em energia eólica offshore (no alto-mar), hidrogênio verde e biocombustíveis. Tolmasquim também compartilha desta visão.

Segundo o Estado de S. Paulo, Prates já teria feito o convite a Tolmasquim. "É possível que Tolmasquim não apareça na primeira lista de indicados, pela falta de tempo para modificar a estrutura executiva da empresa entre o início da gestão e as primeiras escolhas. Prates teria de assumir para depois fazer alterações mais profundas".

Prates deverá fazer mais nomeações e mudanças gradativas, em uma sinalização ao mercado financeiro de que "não há nenhuma revolução em curso" na Petrobrás, sobretudo no que se refere à política de preços dos combustíveis.


Brasil 247

Zelensky destruiu a Ucrânia e a atirou 'no fogo da guerra', diz um dos líderes da oposição do país


Viktor Medvedchuk se opõe à subordinação da Ucrânia aos planos ocidentais desde o golpe de 2014

26 de janeiro de 2023

Viktor Medvedchuk (Foto: Mikhail Metzel/TASS)


Sputnik - Um dos mais proeminentes políticos da oposição ucraniana, Viktor Medvedchuk não poupa o vocabulário ao falar do atual líder do regime na Ucrânia, Vladimir Zelensky, cuja política ele tacha, sem pestanejar, de "neonazista". Em entrevista exclusiva ao RT, acusa o presidente de desrespeitar a democracia e as leis do país, que rotula como "destruído".

Preso em abril passado, sua foto em que aparece algemado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano) circulou como uma espécie de "troféu" entre os canais oficiais ucranianos.

Seus bens e de sua mulher, Oksana Marchenko, foram confiscados pelo governo do país.

Seu destino, acreditava, era incerto. Até que foi surpreendido com a negociação que o libertou, em uma troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia no contexto da operação militar especial, no final do mês de setembro do ano passado. Desde então, vive na Rússia com status vago, já que foi privado de sua cidadania ucraniana.

Tece críticas contumazes contra Zelensky, cuja ideologia, ele alerta, precisa ser "destruída". Não sabe, entretanto, que fim o líder do regime ucraniano terá.

"Seu destino é desconhecido para mim. Mas devo dizer que adoraria vê-lo responder por tudo o que fez à Ucrânia e ao seu povo. Ele destruiu o país. Ele o atirou no fogo da guerra. Isso é culpa dele. Gostaria de relembrar o que muitos esquecem hoje em dia, infelizmente. Sobre o que aconteceu pouco antes de 24 de fevereiro. Eu estava dando muitas entrevistas e falava sobre isso também. Sobre a necessidade de evitar a guerra, de fazer de tudo para evitá-la. Zelensky poderia fazer alguma coisa? Tenho certeza: ele poderia. E além disso, ele tinha que fazer. Ele tinha que seguir os Acordos de Minsk. Você ouviu as revelações de [ex-chanceler alemã Angela] Merkel e [ex-presidente francês François] Hollande. E até [o ex-presidente ucraniano Petr] Poroshenko está tentando entrar no jogo (...) Precisamos destruir a ideologia de Zelensky. Ele acha que a Ucrânia está unida e todos o apoiam, [apoiam] a guerra e não há ninguém que queira a paz ou um futuro diferente, enquanto nós acreditamos que essas pessoas existem e também são ucranianas. Elas têm o direito de falar o que pensam. Elas têm o direito de falar e serem ouvidas."

Eleito quatro vezes deputado pelo povo ucraniano, Medvedchuk é advogado e atuava na macropolítica do país desde 1997, quando foi eleito para o Parlamento pela primeira vez.

No ano seguinte, tornou-se vice-presidente da Verkhovna Rada, a Câmara dos Deputados ucraniana. No período de 2002 a 2005, Medvedchuk trabalhou como chefe da administração do presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma.

Foi um dos ferrenhos adversários do golpe conhecido como Euromaidan (que pregava uma "revolução" violenta por parte de grupos de extrema-direita, nacionalistas e neonazistas), contra a qual entrou em oposição aberta em 2014, tornando-se um perseguido político por confrontar o regime ucraniano.

Após um período de silêncio, publicou um artigo na semana passada sobre a atual situação da Ucrânia e as condições que levaram o país até os dias atuais.

Medvedchuk demonstra gratidão pelo auxílio dado pelos líderes russos na sua libertação e extradição.

"Sou muito grato à liderança da Rússia por essa troca — eles ajudaram a mim e à minha família. Foi um momento muito difícil na minha vida, e na vida da minha família. Sou grato por não ter passado pelo que poderia ter passado na Ucrânia. Por causa dos processos criminais que foram forjados contra mim entre 2019 e 2020, eu teria sido condenado a 15 anos de prisão — foi o que me disseram e acredito que o teriam feito, mesmo que não houvesse fundamento legal para a acusação."

Ele narra a perseguição política perpetrada por Zelensky devido ao fato de se opor às diretrizes do atual regime ucraniano.

Afirma, no entanto, que segue lutando pelos direitos dos ucranianos.

"Meu status atual não é uma questão simples. Sou cidadão da Ucrânia. Eu até tenho um passaporte ucraniano. No entanto, Zelensky está determinado a me destruir como político da oposição em sua luta intransigente contra mim. Em primeiro lugar, ele emitiu uma ordem para continuar os litígios e as investigações sobre processos criminais contra mim. Meus advogados estão defendendo meus interesses na Ucrânia. Em segundo lugar, ele fez um movimento imprudente ou mesmo louco para tirar minha cidadania com base na suspeita de que eu tinha cidadania russa. Nunca tive cidadania russa. E não precisava, porque sou um político ucraniano, sempre fui. Não fui embora, não desisti. Continuei lutando, mesmo em prisão domiciliar. Continuei lutando mesmo depois da soltura por conta da troca, nesses três meses de longo silêncio. Eu não chamaria isso de silêncio. Tem sido um esforço sistêmico para ajudar não apenas os ucranianos, mas também beneficiar os interesses dos cidadãos ucranianos e russos, nas circunstâncias atuais e em meio às hostilidades, em meio a milhares de vítimas, em meio à destruição de infraestrutura (...) Acredito que é uma violação direta da Constituição me privar de minha cidadania ucraniana. E não é apenas minha opinião. É impossível privar um cidadão da Ucrânia de sua cidadania, exceto por um pedido voluntário. Contradiz não apenas a Constituição, mas também contradiz uma convenção internacional, que proíbe fazê-lo se uma pessoa se tornar apátrida."

A Ucrânia aderiu a esta convenção internacional, explica ele.

Apesar disso, Zelensky continua seus esforços para esmagar um oponente político por meio de repressão política e processo criminal que Medvedchuk situa como ilegal.

"É um objetivo que ele [Zelensky] estabeleceu para si mesmo e está se esforçando para alcançá-lo. Não mudei de opinião nem mesmo sob custódia do Serviço de Segurança da Ucrânia, onde passei seis meses. Então continuo lutando. E hoje quero expressar a opinião de uma Ucrânia diferente, uma opinião sobre a qual algumas pessoas se calam, outras têm medo de expressar. Quero que esta voz seja ouvida em alto e bom som na Rússia, na Ucrânia e no Ocidente. Há pessoas que representam uma Ucrânia diferente. Não a Ucrânia governada por discípulos de [Stepan] Bandera [colaborador de Adolf Hitler que foi responsável por dois batalhões da SS]. A outra Ucrânia, que nada tem a ver com as declarações e a política neonazista de Zelensky."


Brasil 247

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

"ESTE É UM GENOCÍDIO CUJAS PROVAS ESTÃO MARCADAS NO DIÁRIO OFICIAL DA UN...



TV 247

Terrorista preso por destruir relógio de Dom João VI se cala durante depoimento



O bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, é alvo da Operação Lesa Pátria

24 de janeiro de 2023

O bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira ao destruir o patrimônio público brasileiro (Foto: Divulgação/Presidência da República)


247 - O bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, permaneceu em silêncio durante depoimento à Polícia Federal na noite de segunda-feira em Uberlândia (MG). Ele foi preso pela Polícia Civil na cidade mineira na segunda por participação nos atos terroristas do dia 8 de janeiro.

Alvo da Operação Lesa Pátria, Antônio foi filmado destruindo o relógio Balthazar Martinot, do século 17, presente da corte francesa para Dom João 6º, durante a invasão ao Palácio do Planalto no último dia 8.

A PF informou que ele é investigado sob a acusação dos seguintes crimes: abolição violenta do Estado democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime; destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A embaixada da Suíça ajudará o governo brasileiro a restaurar o relógio, mas o êxito do projeto continua incerto. (Com informações do UOL).


Brasil 247

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Jabbour diz que China apresenta ao mundo a ideia de uma nova globalização


O objetivo é estimular o desenvolvimento comum e o mundo multipolar

24 de janeiro de 2023

Elias Jabbour (Foto: Thomas Peter/Reuters | Reprodução)


Sputnik – Em entrevista ao podcast Mundioka, Elias Khalil Jabbour, autor de "China: o socialismo do século XXI", diz que a China "não quer o fardo de ser dona do mundo, como os EUA", mas sim fortalecer outros Estados para alavancar a geopolítica multipolar.

A China é, sem sobra de dúvida, uma das grandes potências do mundo contemporâneo. É um dos países que mais cresceram nas últimas décadas, com uma média de 10% ao ano, e se colocou no cenário global como uma possível rival dos Estados Unidos na ascensão do mundo multipolar.

Mas o país tem um complexo sistema, que se divide entre o socialismo, implantado pelo Partido Comunista Chinês (PCC), e o capitalismo. Essa combinação traz a seguinte dúvida: afinal, a China é um país socialista ou capitalista?

Para responder a essa questão, as jornalistas Melina Saad e Thaiana de Oliveira, do podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, entrevistaram Elias Khalil Jabbour, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas (PPGCE) e do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPGRI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e autor do best-seller "China: o socialismo do século XXI", junto com o coautor Alberto Gabriele.

O livro é fruto de trabalhos teóricos e estatísticos dos autores, e analisa a China como a locomotiva do sistema econômico global que o país se tornou, além de fazer uma reflexão sobre o que é o socialismo chinês. Ele também aborda quais são as perspectivas para a relação do Brasil com a China, a principal parceira comercial do país, na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Liberdade política e econômica

Na entrevista, questionado sobre o que permitiu a ascensão da China como vista hoje, Jabour destaca que ela é fruto "da capacidade do país de gerir seus próprios interesses, dentro dos esquemas que eles mesmos [os líderes chineses] construíram", especialmente no período pós-Segunda Guerra Mundial.

"Diferentemente do Japão e da Coreia do Sul, que são países que emergem a partir do pós-Segunda Guerra Mundial atrelados à área de influência dos EUA, a China fez uma revolução em 1949, que deu liberdade de manobra para gerir sua política externa de acordo com seus interesses", explica Jabour.

Ele acrescenta que, aliado a essa revolução, "a China construiu uma boa base material nos últimos 40 anos, que garantiu ao país mais soberania diante do mundo".

"Ela [a China] se transformou na oficina do mundo, no maior credor líquido do mundo. A China, sozinha, empresta para os países em desenvolvimento mais do que o FMI e o Banco Mundial juntos. E hoje a China é a maior provedora de bens públicos do mundo, ela instala milhares de ferrovias mundo afora, rodovias."

Segundo Jabour, esse fomento financeiro e em infraestrutura contribui "para que a China seja bem-sucedida na questão política".

Questionado se classifica a posição da política externa da China como neutra, Jabour é categórico ao afirmar que não.

"Não tem neutralidade na política. A China busca os interesses dela, assim como nós deveríamos buscar os nossos interesses e os americanos buscam os deles. Cabe a nós, aqui no Brasil, observar essa tendência da China, de como ela opera sua política externa, e buscar oportunidades para o Brasil dessa política externa que a China tem. E não são poucas as oportunidades abertas ao Brasil".

Não intromissão

Ele acrescenta que a China tem, de fato, uma tradição de não intromissão em assuntos externos de outro país, mas pondera que "isso não significa neutralidade".

Jabbour afirma que o interesse do Brasil pela China aumentou muito nos últimos anos, mas esse aumento ainda "é insuficiente para que seja construído um pensamento nacional brasileiro capaz de orientar a situação do Brasil com a China."

"Boa parte dos estudos sobre a China é carregada por estereótipos, por preconceitos e por juízo de valor. E por isso, acabamos sendo levados a ter uma desinformação muito grande sobre a China, e perdemos oportunidades que a China pode oferecer.

Questionado sobre se a China é socialista ou capitalista, Jabour destaca que, "do ponto de vista do marxismo, essa é uma falsa polêmica".

Ele diz que "a China tem uma miríade de modos de produção e relações sociais de produção e troca, que bailam entre si", mas que "o que predomina no final das contas é a forma pública de propriedades".

"A China tem hoje 96 conglomerados empresariais estatais no núcleo estratégico da sua economia, empresas do porte da Petrobras. É o setor público que entrega os efeitos de encadeamento que o setor privado se aproveita para poder existir. É o setor público que gera os ciclos de acumulação de economia. Além do mais, a China é o país onde os bilionários e ricos capitalistas não ocupam poder político".

Jabour acrescenta que, por esses fatores, acredita que a China é uma formação econômica social orientada ao socialismo, mas um socialismo embrionário, "envolto em contradições de múltiplas ordens, que se combinam com as contradições típicas do capitalismo."

O especialista ressalta que o modelo implantado na China não é uma ameaça para nenhum outro Estado, e destaca que o país é o que tem a maior mobilidade social do mundo.

"É o país que mais cresce no mundo, consequentemente, quando se aumenta a renda do país, as possibilidades de mobilidade social são imensas. O Brasil é o extremo oposto, onde não tem dinheiro circulando, tem um conflito distributivo, gera estagnação social, estratificação social. Isso dá margem para que o fascismo ganhe possibilidade de ação entre muitos membros da sociedade. Vide Brasil, EUA e Europa, onde a estratificação social corre a céu aberto."

Ameaça aos EUA?

Sobre a China representar uma ameaça aos EUA, Jabbour refuta a ideia, e diz que "quem tem que se sentir ameaçado é a China".

"Não tem nenhum porta-aviões chinês perto do golfo do México, a China não se constituiu uma ameaça militar aos EUA, muito pelo contrário. Se observamos o mapa mundi e as bases militares americanas que existem pelo mundo, tem bases que cercam a China."

Ele acrescenta que para a China o fardo de ser uma potência militar seria muito grande. "Tanto é que ela [a China] quer que o Brasil seja forte, que a Rússia seja forte, que a África se conforme como um polo a compor o mundo multipolar. Ou seja, a China não quer ter esse fardo de ser a 'dona do mundo', como os americanos querem", destaca Jabour.

Segundo Jabour, a China está redesenhando a geopolítica global, na medida em que "entrega para o mundo hoje uma outra forma de globalização".

"Uma globalização alternativa à globalização financeira da década de 1990, que é centrada na exportação de bens públicos, como estradas e ferrovias, que é a Nova Rota da Seda", diz o especialista.

Ele afirma que "as pessoas não querem lição de democracia, elas querem dinheiro, desenvolvimento, infraestrutura, indústria".

"E quem está oferecendo isso para o mundo hoje? A China. Por isso, é quase que natural essa tentativa de muitos países em fazer parte do BRICS, porque é uma alternativa real à dominação exercida pelo chamado Ocidente, essa meia dúzia de países que se reúnem de vez em quando no G7 e acham que o mundo pensa como se estivéssemos 50 anos atrás."


Brasil 247

domingo, 22 de janeiro de 2023

General demitido já discutiu com Dino e colocou o dedo no rosto de Cappelli

 

Publicado por Victor Gaspodini

22 de janeiro de 2023

DCM

O ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda. Foto: Ten. Ferrentini/ Comando Militar do Leste


O agora ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, demitido ontem (21) por Lula, além de impedir a prisão de golpistas após o ataque terrorista em Brasília, teve duras discussões com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e colocou o dedo na cara do interventor Ricardo Cappelli, nomeado pelo presidente. Tudo isso na noite do dia 08 de janeiro, após a situação na Praça dos Três Poderes ter sido controlada pela Polícia Militar do Distrito Federal. A informação é da coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles.

Os embates começaram quando o comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, discutiu com Cappelli, que estava no comando da PM do DF por força da intervenção federal. Cappelli e sua tropa chegaram no Setor Militar Urbano e anunciaram que prenderiam os golpistas acampados em frente ao QG do Exército. O general afirmou que a tropa da PM não passaria dali, protegendo os terroristas que poucas horas antes haviam vandalizado prédios dos três poderes da República.

Com a decisão de Dutra em atrapalhar as prisões, Cappelli se reuniu com o então comandante do Exército, Júlio César de Arruda, que, de acordo com o jornalista Guilherme Amado, teria colocado o dedo na cara do interventor e do então comandante da PM, coronel Fábio Augusto Vieira. “O senhor sabe que a minha tropa é um pouco maior que a sua, né?”, disse Arruda a Vieira, em tom de ameaça. O policial está preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes e afirmou, no seu depoimento, que o Exército proibiu que as prisões de golpistas acontecessem.

Depois da discussão entre Cappelli, Vieira e Arruda, foi a vez dos ministros Flávio Dino, José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil) se reunirem com o general Arruda. Foi quando o clima esquentou entre o ministro da Justiça e o comandante do Exército.

Arruda exigiu que os ônibus dos golpistas, que haviam sido apreendidos pela Polícia Militar por ordem de Dino, fossem devolvidos. Dino afirmou que não devolveria porque era prova do cometimento de um crime e assim seriam tratados. Segundo a repórter Marina Dias, o então comandante do Exército subiu o tom de voz, insistindo que ninguém seria preso no Quartel-General. Dino manteve a ordem de que todos os golpistas seriam detidos, também alterando o tom. Nessa hora, os dois estavam de pé, quando Rui Costa interveio e conciliou a situação.

Ficou combinado que as prisões dos golpistas no acampamento seriam realizadas apenas no dia seguinte de manhã, o que possibilitou que muitos fugissem de Brasília e escapassem da prisão.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

PF prende cinco suspeitos de financiar ou participar do terrorismo bolsonarista em Brasília; veja quem são


Na casa de um deles os agentes da Polícia Federal encontraram R$ 22 mil em dinheiro vivo

20 de janeiro de 2023

Renan Silva Sena, Soraia Bacciotti, Randolfo Antonio Dias e Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior (Foto: Reprodução)


247 - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (20) a primeira etapa da Operação Lesa Pátria, contra financiadores e participantes dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas no último dia 8 em Brasília.

Foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão.

Até às 13h30 haviam sido presos Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior - conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros -, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Bacciotti. Mais uma pessoa foi presa, mas ainda não teve o nome revelado.

Segundo o g1, Ramiro dos Caminhoneiros publicou imagens dos atos terroristas nas redes sociais e esteve em Brasília. Após o desmonte do acampamento golpista no Quartel-General do Exército, ele visitou os bolsonaristas detidos no ginásio da Polícia Federal. Ele disse que conseguiu entrar no local "miraculosamente". "Quando eu cheguei aqui, abriram a cancela miraculosamente. Eu não tenho palavras para descrever isso, coisa de Deus".

Ele é filiado ao PL, partido de Jair Bolsonaro, e foi candidato a deputado estadual de São Paulo. Ramiro tem mais de 70 mil seguidores nas redes e as utilizava para incitar atos antidemocráticos. Ele é citado como um dos organizadores desses grupos.

Já Randolfo Antonio Dias participava do acampamento golpista em Belo Horizonte. Pelo WhatsApp, ele incitava ações ilegais, como bloqueio de refinarias, e pregava o assassinato do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes (STF).

Renan Silva Sena é ex-funcionário terceirizado do governo e usava seu canal em uma rede social para incitar os atos golpistas na Esplanada dos Ministérios. Os agentes da PF encontraram na casa dele R$ 22 mil em espécie.

Soraia Bacciotti é intérprete de libras e participava de ações de bolsonaristas radicais.

Os alvos são investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime; destruição; deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.


Brasil 247

"TENHO 77 ANOS E NUNCA VI O BRASIL ASSIM, A GENTE NÃO TEM DIMENSÃO DO RE...



TV 247

Pimenta explica à Folha por que o evento ocorrido em Juiz de Fora com Bolsonaro pode ser chamado de fakeada


Ministro da Secom afirmou que a narrativa do bolsonarismo em torno do caso é absolutamente falsa

20 de janeiro de 2023

Paulo Pimenta (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)


247 – O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação do governo Lula, explicou, de forma didática, à Folha de S. Paulo, por que o evento ocorrido com Jair Bolsonaro no dia 6 de setembro de 2018 pode ser chamado de 'fakeada'. A Folha, diga-se de passagem, é o veículo de comunicação mais empenhado em sustentar a versão oficial sobre o caso, mesmo ciente de que Bolsonaro criou o mais complexo sistema de propagação de mentiras da história do País.

"Esse assunto é muito controverso, sempre foi elemento da disputa política. Quando a gente fala em 'fakeada' não é só o fato em si, mas a versão criada pelo Bolsonaro e seus filhos. Um fato que foi transformado numa história que é inverídica, todo mundo sabe que é mentira que o PT ou o PSOL estejam envolvidos, que tenha sido algo planejado, que o Adélio tenha sido pago por alguém. A 'fakeada' não é a facada, é a história criada em torno do episódio", disse ele, em entrevista às jornalistas Patrícia Campos Mello e Marianna Hollanda.

"Que ele levou a facada, ele levou. Mas daí a criar a teoria da vítima que sofreu atentado por parte do PT, do PSOL, que quase morreu e sobreviveu para salvar a humanidade é uma história muito distinta do fato em si", acrescentou Pimenta.

Na mesma entrevista, Pimenta disse que o governo irá combater as fake news produzidas em escala industrial contra o governo.


Brasil 247

CVM abre investigação contra Lemann, Telles e Sicupira por fraude nas Americanas


Bilionários protagonizaram fraude contábil e querem dar calote de até 90% em todos os credores e fornecedores

20 de janeiro de 2023

Da esq. para a dir.: os empresários brasileiros Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles mais a marca do Twitter a fundo e as Lojas Americanas (Foto: Divulgação | Reuters)


247 – A Comissão de Valores Mobiliários, xerife do mercado de ações, decidiu investigar os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que protagonizaram uma fraude de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas e querem agora dar calote de até 90% nos bancos e fornecedores, numa dívida total de R$ 43 bilhões.

"A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) constituiu uma força-tarefa de áreas técnicas para analisar o caso Americanas e tem sete procedimentos abertos para analisar o assunto, incluindo a conduta dos acionistas de referência formado pelo trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. As superintendências envolvidas são as de Relações com Empresas (SEP), Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), Normas Contábeis e Auditoria (SNC), Processos Sancionadores (SPS), Proteção e Orientação aos Investidores (SOI), Registro de Valores Mobiliários (SRE) e Securitização (SSE)", aponta reportagem do Valor.

"No processo administrativo 19957.000491/2023-12, a SEP analisa a conduta da companhia, acionistas de referência e administradores da Americanas, à luz de informações prestadas ao mercado. Em um comunicado publicado ontem à noite, a CVM informou que vai analisar as informações do pedido de tutela cautelar antecedente vis-à-vis as informações divulgadas, até então, a respeito das inconsistências contábeis divulgadas em 11 de janeiro, Inclui também a decisão da companhia de protocolar pedido de recuperação judicial com créditos estimados em R$ 43 bilhões", acrescenta a reportagem.

Para contar os bastidores da fraude, a TV 247 produzirá um documentário a respeito do caso, que pode ser apoiado neste link.

O projeto

No início de 2023, os brasileiros foram surpreendidos pela maior fraude contábil da história do Brasil: a maquiagem contábil de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas, empresa varejista controlada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, três dos homens mais ricos do País.

A fraude foi surpreendente porque atingiu em cheio três personagens cultuados pelo jornalismo econômico como "heróis" do capitalismo brasileiro, que são também controladores da Ambev e atuaram no processo de privatização da Eletrobrás, realizado na calada da noite. Inexplicavelmente, a fraude também não foi captada pelos auditores da PwC, uma das maiores empresas de auditoria do mundo.

O escândalo culminou com um calote bilionário nos credores, que terá como consequência maiores restrições no mercado de crédito privado, com repercussões negativas no crescimento econômico. Além disso, os funcionários perderam seus empregos, dezenas de milhares de investidores viram seus recursos virarem pó e mais de mil fundos de investimento, até mesmo de renda fixa, foram negativamente afetados.

Para completar a catástrofe, os controladores se negaram a capitalizar a empresa, mesmo depois de terem recebido, durante vários anos, dividendos sobre lucros forjados. Além de fraude aos credores, o caso também tem indícios de fraude tributária. E os donos da empresa, que são os principais propagadores da tese da "meritocracia", com forte influência na agenda pública, ostentam um estilo de vida luxuoso, com bens como iates, helicópteros e jatinhos de altíssimo luxo.

Para realizar este projeto, a TV 247, que tem hoje praticamente 1,2 milhões de inscritos em seu canal e um histórico de diversos documentários bem-sucedidos, irá entrevistar investidores, funcionários, fornecedores das Americanas, assim como autoridades incumbidadas de regular e fiscalizar o mercado de capitais. Entre os profissionais da TV 247, estão nomes consagrados do jornalismo profissional brasileiro, como Leonardo Attuch, Florestan Fernandes Júnior, Luís Costa Pinto, Helena Chagas, Tereza Cruvinel, Joaquim de Carvalho, Hildegard Angel e Mario Vitor Santos.


Brasil 247

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

PERVERSA E PERIGOSÍSSIMA ADULTERAÇÃO DA REALIDADE, DIZ ESCRITOR E JORNAL...



TV 247

RESUMO DO DEBATE NA SUPERLIVE, EM 11 MINUTOS | Cortes 247




TV 247

“Todos que participaram do ato golpista serão punidos. Não importa a patente”, diz Lula sobre militares

Publicado por Caroline Stefani

18 de janeiro de 2023 às 19:39

Presidente Lula (PT) durante entrevista a Natuza Nery, da GloboNews. Foto: Reprodução


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (18) durante entrevista à GloboNews, que todos os militares que participaram dos atos terroristas em Brasília, no último dia 8, serão punidos.

“Todos que participaram do ato golpista serão punidos. Todos. Não importa a patente, não importa a força que ele participe”, declarou o petista. “Todos que a gente descobrir que participaram dos atos serão punidos. Terão que ser afastados das suas funções e vão responder perante a lei”.

O chefe do Executivo também falou sobre sua relação com militares e disse que “quem quiser fazer política, que tire a farda”: “As pessoas estão aí para cumprir suas funções, e não para fazer política. Quem quiser fazer política, tira a farda, renuncia a seu cargo, cria um partido político e vá fazer política”.

“O Brasil é um país muito grande, o Brasil tem uma fronteira muito grande, tanto a marítima quanto a fronteira terrestre, o Brasil tem uma população grande, e nós precisamos então ter umas forças armadas preparadas e fortalecidas para que a gente cumpra aquilo que está na Constituição, a defesa do povo brasileiro contra qualquer possível ataque externo. Ou seja, nós estamos tranquilos”.

Lula ainda disse que é preciso “não politizar as Forças Armadas” e que as instituições não precisam ter partido nem candidato. “O soldado, o coronel, o sargento, o tenente, o general, ele tem direito de voto, ele tem direito de escolher quem ele quiser para votar. Agora, como ele é um cargo de carreira, ele defende o estado brasileiro. Ele não é Exército do Lula, ele não é do Bolsonaro, não foi do Collor, não foi do Fernando Henrique Cardoso”, afirmou.

“Essas instituições que dão garantia a esse país não precisam ter partido e não precisam ter candidato, eles têm que defender o estado brasileiro e defender a Constituição”.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

NÃO FALHA: MAIS UM 'CIDADÃO DE BEM' DESMASCARADO... | Cortes 247



TV 247

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

"ELE É PARTE CENTRAL DE TUDO QUE VEM ACONTECENDO NO BRASIL, NOS ATAQUES ...



TV 247

Há pelo menos 15 militares entre os terroristas bolsonaristas que atacaram Brasília


Há membros das polícias militares estaduais, do Exército, Marinha e Aeronáutica

17 de janeiro de 2023

(Foto: Adriano Machado/Reuters)


247 - Já foram identificados pelo menos 15 militares envolvidos nos ataques terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília no último dia 8, informa o jornal O Globo. Nesta segunda-feira (16), por exemplo, foi preso o bombeiro Roberto Henrique de Souza Júnior, suspeito de financiar os golpistas.

Roberto Henrique está há 33 anos no Corpo de Bombeiros do Rio, que por sua vez abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta do subtenente. Em 2018, o "Júnior Bombeiro" chegou a se candidatar a deputado federal pelo Patriota, ligado à base de Jair Bolsonaro (PL).

"Na lista de militares associados aos atos golpistas, há tanto militares da ativa, como Roberto Henrique, quanto agentes da reserva ou até já fora das forças de segurança. O levantamento feito pelo GLOBO inclui, além do bombeiro, nove policiais militares — de três estados e do Distrito Federal —, três integrantes do Exército, um oficial da Marinha e um ex-cabo da Aeronáutica, que deixou a corporação em meados de 2022 após concluir o período de oito anos de serviço", detalha a reportagem.Ednaldo Teixeira Magalhães - sargento da Polícia Militar do Distrito Federal. Enquanto a invasão às sedes dos Três Poderes estava em curso, postou nas redes: "o bicho está pegando";
Rogério Caroca Barbosa - Sargento aposentado da Polícia Militar da Paraíba. Preso durante os atos;
Onilda Patrícia de Medeiros Silva - Major aposentada da Polícia Militar da Paraíba. Presa durante os atos;
Amauri Silva - Sargento da Polícia Militar de Minas Gerais. Detido em Brasília;
Carlos Ibraim Gomes - Sargento da Polícia Militar de Minas Gerais. Detido em Brasília;
Maurício Onezimo Jaco - Sargento da Polícia Militar de Minas Gerais. Detido em Brasília;
Sergio de Souza Magalhães - Sargento da Polícia Militar de Minas Gerais. Detido em Brasília;
Nilton Barbosa dos Santos - Subtenente da Polícia Militar de Minas Gerais. Detido em Brasília;
Silvério Santos - Sargento da Polícia Militar de Goiás. Não foi preso, mas responde a uma investigação interna e, segundo o governo goiano, teve de se apresentar à Corregedoria;
José Paulo Fagundes Brandão - Subtenente reformado do Exército. Foi preso;
Adriano Camargo Testoni - da reserva do Exército. Identificado a partir de conteúdos postados nas redes sociais;
Ridauto Lúcio - da reserva do Exército. Identificado a partir de conteúdos postados nas redes sociais;
Vilmar José Fortuna - capitão-de-mar-e-guerra reformado da Marinha. Postou foto em frente ao Congresso Nacional tomado e acabou destituído do cargo que ocupava no Ministério da Defesa há quase uma década;
Arthur de Lima Timóteo - Ex-cabo da Aeronáutica. Deixou a Força em meados de 2022. Foi preso;

Há ainda dois nomes investigados individualmente por suposta leniência. Eles teriam favorecido a ação dos golpistas: o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, o coronel Fábio Augusto Vieira - que está preso -, e o coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, comandante do Batalhão da Guarda Presidencial do Exército - flagrado em um vídeo discutindo com agentes da tropa de choque da PM-DF enquanto golpistas depredavam as sedes dos Três Poderes. Ele é alvo de investigação interna.


Brasil 247

Zema provoca revolta entre agentes públicos após culpar o governo Lula pelo terrorismo bolsonarista


Governador de Minas Gerais fez uma das declarações mais vis e levianas da história do Brasil

17 de janeiro de 2023

Jair Bolsonaro, Romeu Zema e terroristas bolsonaristas (Foto: Reuters | Agência Brasil)


247 – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do Partido Novo, provocou revolta entre agentes públicos após fazer uma das declarações mais vis e levianas da história do Brasil, em que culpou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo terrorismo comandado por Jair Bolsonaro e suas hordas fascistas. Confira algumas reações:

 

 

 

 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

"ESSAS PESSOAS PRODUZIRAM PROVAS CONTRA SI PRÓPRIAS, ESTÁ TUDO GRAVADO.....



TV 247

Gilberto Maringoni cobra prisão do comandante do Exército


Segundo reportagem do The Washington Post, Júlio César de Arruda teria impedido a prisão de terroristas bolsonaristas que se abrigaram em frente ao quartel do Exército

16 de janeiro de 2023

Gilberto Maringoni e Júlio César de Arruda (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Marcos Corrêa/PR)


247 - Professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC), Gilberto Maringoni defendeu a prisão do comandante do Exército, Júlio César de Arruda.

De acordo com reportagem do The Washington Post, Arruda teria impedido que, por ordem do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), fossem efetuadas as prisões dos terroristas bolsonaristas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília no último dia 8 e depois fugiram para os acampamentos em frente ao quartel do Exército na capital federal.

"O Washington Post afirma que o comandante do Exército, gal. Júlio César de Arruda, impediu o ministro Flávio Dino de prender terroristas protegidos pelos militares. Se for verdade, o militar tem de ser demitido e preso. Sem isso, não há vitória contra a subversão de 8 de janeiro", escreveu Maringoni.


Brasil 247

Bom dia 247: Anderson vai entregar Bolsonaro? (16.1.23)



TV 247

domingo, 15 de janeiro de 2023

Noam Chomsky: Outro mundo é possível. Vamos fazê-lo uma realidade


O movimento sindical e outros ativismos populares podem ajudar a dar forma ao sistema econômico de maneira que trará benefícios para o povo e não para o poder privado

15 de janeiro de 2023

Noam Chomsky (Foto: Reprodução/BBC)


247, C.J. Polychroniou (*) entrevista (**) Noam Chomsky - É uma obviedade que o mundo está num estado funesto; efetivamente, há demasiados grandes desafios confrontando o nosso mundo e, na verdade, o planeta está num ponto de ruptura – como Noam Chomsky elabora numa entrevista exclusiva para o Truthout. O que é menos amplamente reconhecido é que um outro mundo é possível, porque o mundo presente simplesmente não é sustentável – diz um dos maiores intelectuais públicos do mundo. Noam Chomsky é professor emérito do Departamento de Linguística e Filosofia no MIT e professor laureado de linguística na Cadeira ao nome de Agnes Nelms Haury do Programa de Meio-Ambiente Justiça Social na Universidade do estado do Arizona (EUA). Ele é um dos estudiosos mais citados do mundo e um intelectual público, considerado por milhões de pessoas como um tesouro nacional e internacional. Chomsky publicou mais de 150 livros sobre linguística, pensamento político e social, economia política, estudos das mídias, política exterior dos EUA e assuntos mundiais. Os seus livros mais recentes são The Withdrawal: Iraq, Libya, Afghanistan, and the Fragility of U.S. Power (with Vijay Prashad; The New Press, 2022) [A Retirada: Iraque, Líbia, Afeganistão e a Fragilidade do Poder dos EUA]; and The Precipice: Neoliberalism, the Pandemic [O Precipício: Neoliberalismo, a Pandemia] and the Urgent Need for Social Change (with C.J. Polychroniou; Haymarket Books, 2021) [A Necessidade Urgente da Mudança Social].

C.J. Polychroniou: Noam, quando entramos num novo ano, eu quero começar esta entrevista lhe perguntando para ressaltar os maiores desafios que o nosso mundo enfrenta atualmente e se você concordaria com a alegação de que o progresso humano, porquanto seja real e substancial em alguns aspectos, tampouco é óbvio, nem é inevitável? Noam Chomsky: A maneira mais fácil de responder isto é o Doomsday Clock [Relógio do Apocalipse], que agora registra 100 segundos para a meia-noite e que provavelmente avançará para mais perto do fim quando for atualizado dentro de algumas semanas -como deveria ser, considerando o que tem ocorrido no último ano. Os desafios que isto ressaltou em janeiro do ano passado permanecem no topo da lista: guerra nuclear, aquecimento global e outras destruições ambientais, e o colapso da arena do discurso racional que oferece a única esperança para tratar dos desafios existenciais. Há outras, mas vamos dar uma olhada nestas.

Washington acabou de concordar em fornecer mísseis Patriot para a Ucrânia. Se eles funcionam, ou não, permanecem como uma pergunta aberta, mas a Rússia assumirá uma análise de pior caso e os considerará como alvos. Nós temos poucos detalhes, mas é provável que os treinadores estadunidenses venham junto com os mísseis, portanto serão alvos do ataque russo – o que nos fará avançar alguns passos para cima na escada da escalada.

Este não é apenas o único cenário ameaçador possível na Ucrânia, mas as ameaças de escalada para atingir a guerra impensável não estão presentes aqui. É suficientemente perigoso a situação na costa da China, especialmente quando Biden declara uma guerra virtual contra a China e o Congresso dos EUA está fervendo face à possibilidade de romper com a “ambiguidade estratégica” que manteve a paz em Taiwan durante 50 anos e todos os temas que discutimos antes.

Sem ir adiante, aumentou a ameaça de uma guerra terminal, juntamente com garantias bobas e ignorantes de que isso não deve nos preocupar.

Vamos tratar do meio-ambiente. As notícias sobre o aquecimento global vão de horríveis a horrendas, porém há alguns pontos claros. A Convenção sobre a Biodiversidade é um passo importante para limitar a destruição letal do meio-ambiente. O apoio a ela é quase universal, apesar de não ser total. Um estado se recusou a assinar, o isolado [outlier] usual, o estado mais poderoso na história do mundo. Fiel aos seus princípios, o Partido Republicano dos EUA se recusa a apoiar qualquer coisa que possa interferir com o poder e os lucros privados. Por razões semelhantes, os EUA recusaram-se a assinar os Protocolos de Kyoto sobre o aquecimento global (juntamente, neste caso, com Andorra), detonando um falha desastrosa para agir que reduziu agudamente as perspectivas de escape da catástrofe.

Não tenho a intenção de sugerir que o mundo seja santo. Longe disso. Mas o hegemon global se destaca.

Vamos considerar o terceiro fator que faz avançar o Relógio do Apocalipse na direção da meia-noite: o colapso da arena do discurso racional. A maior parte das discussões deste fenômeno profundamente problemático se focaliza em erupções das mídias sociais, teorias selvagens de conspiração, QAnon e eleições roubadas, e outros desenvolvimentos perigosos que podem ser rastreadas em grande parte ao colapso da ordem social sob os golpes de martelo da guerra de classes nos últimos 40 anos. Porém, pelo menos nós temos o campo sóbrio e racional da opinião intelectual liberal, o que oferece alguma esperança de termos um discurso racional.

Será que é assim?

Frequentemente, o que nós vemos neste campo desafia crenças e evoca o ridículo fora dos disciplinados círculos ocidentais. Por exemplo, a importante publicação do ‘establishment’ de assuntos internacionais Foreign Affairs Journal nos informa sobriamente que uma derrota da Rússia “reforçaria o princípio de que um ataque contra outro país não pode passar impune.”

O Journal se refere ao princípio que tem sido sustentado tão conscienciosamente quando nós somos os agentes da agressão – um pensamento que aflora somente dentre aqueles que se comprometem com o imperdoável crime de aplicar a nós mesmos os princípios que nós valentemente aplicamos contra outros. É difícil imaginar que este pensamento jamais veio à tona nos meios estabelecidos [mainstream]. Mas ele não é fácil de se achar.

O que aparece, algumas vezes, parece tão estranho que nos permitem indagar sobre o que estaria por trás disso – já que os autores não conseguem acreditar naquilo que dizem. Por exemplo, como pode alguém reagir a uma estória entitulada “Não há evidências conclusivas de que a Rússia esteja por trás do ataque ao gasoduto Nord Stream”, que prossegue explicando que “Os líderes mundiais foram rápidos em culpabilizar Moscou pelas explosões nos gasodutos submarinos de gás natural. Porém, algumas autoridades ocidentais agora duvidam que o Kremlin seja o responsável, “apesar de que a Rússia provavelmente o fez a fim de “sufocar o flow de energia para milhões de pessoas em todo o continente”?

É suficientemente verdade que muitos no Ocidente foram rápidos para culpabilizar a Rússia, mas isso é tão informativo quanto o fato que, quando algo ocorre de errado, os aparatchiks russos rapidamente culpabilizam os EUA. Na verdade, como a maior parte do mundo reconheceu imediatamente, a Rússia provavelmente é a última a ser culpada disso. Ela nada ganha em destruir um ativo válido dela própria; a empresa estatal russa Gazprom é a dona majoritária e a desenvolvedora dos gasodutos, e a Rússia conta com estes para ter renda e influência. Se ela quisesse “sufocar o fluxo e energia”, bastaria fechar algumas válvulas.

Como as partes sãs do mundo também reconheceram imediatamente, o culpado mais provável é o único que tinha tanto o motivo quanto a habilidade de fazê-lo. O motivo dos EUA não está em questão, ele foi publicamente proclamado durante anos. O presidente Biden informou explicitamente aos seus contrapartes alemães, bastante publicamente, que o gasoduto seria destruído. Obviamente, a habilidade dos EUA não está em dúvida, mesmo sem contar nas enormes manobras da marinha dos EUA na área da sabotagem pouco tempo das explosões.

Porém, para chegar à óbvia conclusão é tão absurdo quanto sustentar que o nobre “princípio de um ataque em outro país não pode passar impune” pode se aplicar quando os ataques os EUA atacam o Iraque ou outros países. Indizível.

Então, o que está além da manchete cômica “Não há evidência conclusiva alguma que a Rússia está por trás do ataque ao gasoduto de Nord Stream” – a tradução Orwelliana da declaração que nós temos a esmagadora evidência de que a Rússia não estava por trás do ataque e que os EUA estava.

A resposta mais plausível é a técnica de gritar “ladrão, ladrão”, um dispositivo familiar de propaganda: Quando você é pego com as suas mãos no bolso de alguém, não o negue e não seja facilmente refutado. Ao invés disso, aponte para outra pessoa e berre “ladrão, ladrão”, reconhecendo que está ocorrendo um roubo, enquanto chama a atenção para algum perpetrador imaginário. Isso funciona muito bem. A indústria de combustíveis fósseis o tem praticado efetivamente há anos, como comentamos. Isso funciona ainda melhor quando é enfeitado pelas técnicas padronizadas que torna a propaganda dos EUA tão mais eficaz do que a variedade totalitária feita com mão pesada: alimentar o debate para mostrar a nossa abertura, porém dentro de restrições estreitas que instilam a mensagem de propaganda através de pressuposições – o que é muito mais eficaz do que asseverações. Então, salienta-se o fato de que há ceticismo sobre a depravação russa, mostrando a sociedade livre e aberta que nós somos, enquanto estabelecemos mais profundamente a alegação ridícula que o sistema de propaganda busca instilar.

Certamente, há uma outra possibilidade: Talvez alguns segmentos das classes intelectuais estejam tão profundamente imersos no sistema de propaganda, que eles, na verdade, não conseguem perceber o absurdo daquilo que estão dizendo.

Seja como for, isso é um lembrete enfático do colapso da arena do discurso racional, exatamente onde nós poderíamos esperar que este poderia ser defendido.

Infelizmente, é fácil demais para continuar.

Resumindo, todas as três razões pelas quais o Relógio do Apocalipse chegou a 100 segundos antes da meia-noite foram fortemente reforçadas no ano passado. Esta não é uma conclusão reconfortante, porém é inescapável.

Os cientistas estão nos advertindo que o aquecimento global é uma tamanha ameaça existencial, ao ponto que a civilização se encaminha para uma catástrofe maior. Será que as alegações ou visões apocalípticas sobre o aquecimento global são úteis? Efetivamente, o que será necessário para que se consiga fazer ações climáticas de sucesso, considerando que a nação mais poderosa da história é, na verdae, “um estado trapaceiro que está levando o mundo na direção de um colapso ecológico”, como George Monbiot habilmente escreveu num recente op-ed [editorial de opinião] no The Guardian? O programa sobre clima e comunicação da Universidade de Yale está conduzindo estudos sobre as melhores maneiras de fazer as pessoas entenderem a realidade da crise que a humanidade está enfrentando. Há outros, de várias perspectivas.

Esta é uma tarefa de particular importância no "estado trapaceiro que está levando o mundo na direção do colapso ambiental”. Esta também é uma tarefa difícil, haja vista o negacionismo que existe não somente em alguns círculos, mas tem estado próximo da política oficial do Partido Republicanos desde que esta organização extremista sucumbiu à ofensiva do conglomerado Koch de energia - que foi lançada quando o partido parecia estar se desviando na direção da sanidade, durante a campanha presidencial de McCain em 2008. Quando os fiéis do partido escutam os seus líderes e a câmara de eco das suas mídias – as quais lhes garantem que “não há com o que preocupar-se" – não é fácil chegar até eles. E, apesar de ser algo extremado, o Partido Republicano não está só.

Parece que há uma concordância geral de que os pronunciamentos apocalípticos não são úteis. Ou as pessoas desligam, ou escutam e desistem: “Isto é grande demais para mim”. O que parece ter mais sucesso é focar na vivência direta e em passos que possam ser dados, mesmo que sejam pequenos. Tudo isso é familiar para os organizadores em geral. Este é um caminho difícil a seguir para aqueles que têm consciência da enormidade da crise. Mas os esforços para chegar às pessoas devem ser feitos sob medida para a compreensão e as preocupações das pessoas. Não sendo assim, eles podem entrar para uma pregação e tornarem-se pregações no vazio.

Recentemente, numa outra entrevista, nós conversamos sobre metas e efeitos do capitalismo liberal. Agora, o neoliberalismo muito frequentemente é confundido com globalização, mas é bastante óbvio que esta última é um processo multidimensional que já existia muito antes do surgimento do neoliberalismo. Obviamente, atualmente a forma dominante de globalização é a globalização neoliberal, mas isto não quer dizer que a globalização deva estar estruturada ao redor de políticas e valores neoliberais, ou de se pensar que “não há outra alternativa”. Efetivamente, há lutas contínuas em todo o mundo por controles democráticos sobre os estados, os mercados e as corporações. Portanto, a minha pergunta é esta: Será um pensamento utópico acreditar que o status quo pode ser desafiado e que um outro mundo é possível?

Globalização simplesmente significa integração internacional. Esta pode tomar muitas formas. A globalização neoliberal construída na sua maior parte durante os anos de Clinton foi arquitetada segundo o interesse do capital privado, com uma gama de acordos sobre direitos altamente protecionistas para investidores, mascarados como “livre comércio”. Isso não era de maneira alguma inevitável. Tanto o movimento sindicalista quanto o próprio escritório de pesquisas do Congresso dos EUA (the Office of Technology Assessment , or OTA) propôs alternativas voltadas para os interesses dos trabalhadores nos EUA e no estrangeiro. Ele foram sumariamente descartados. Segundo foi reportado, o OTA foi dissolvido porque o Partido Republicano de Newt Gingrich o considerava como tendo um viés contra eles, mesmo porque pode ser que os Novos Democratas Clintonianos compartilhavam este sentimento sobre o fato e a razão. O capital floresceu, incluindo o sistema financeiro na sua maior parte predador. Os sindicatos foram severamente enfraquecidos, com consequências que reverberam até o presente.A globalização poderia tomar uma forma muito diferente, como os arranjos econômicos podem geralmente fazê-lo. Há uma longa história de esforços para separar o domínio político do econômico, sendo que o último é concebido como sendo puramente objetivo, como a astronomia, guiado por especialistas da profissão econômica e sendo imunes à ação de cidadãos comuns, principalmente dos trabalhadores. Um estudo recente e muito impressionante de Clara Mattei argumenta persuasivamente que esta dicotomia, tipicamente tomando a forma de programas de austeridade, tem sido um instrumento importante da guerra de classes por um século, pavimentando o caminho para o fascismo – que foi efetivamente bem-vindo pela opinião da elite ocidental e com entusiasmo pelos “libertários”.

No entanto, não há razão alguma para se aceitar a mitologia. O domínio político, em termos amplos, incluídos os sindicatos e outros ativismos populares, podem formatar o sistema econômico de maneiras que beneficiarão o povo e não o lucro e o poder privado. A ascensão da democracia-social ilustra isto bem, porém tampouco há alguma razão para se aceitar a sua premissa tácita de que a autocracia capitalista é uma lei da natureza. Citando Mattei: “ou as organizações do povo podem ir além das relações capitalistas [para a democracia econômica], ou a classe dominante reimporá o seu domínio”.

O status quo certamente pode ser desafiado. Um mundo muito melhor certamente está ao nosso alcance. Há todas as razões para honrar o slogan do Forum Social Mundial de que “Um outro mundo é possível”, um mundo muito melhor, e para devotar os nossos esforços para torná-lo uma realidade.

(*) C.J. Polychroniou é um cientista político e economista político, autor e jornalista que ensinou e trabalhou em numerosas universidades de centros de pesquisa na Europa e nos Estados Unidos. Atualmente, os seus principais interesses de pesquisa são a política dos EUA e a economia política dos EUA, a integração econômica europeia, a globalização, as mudanças climáticas, a economia climática e a desconstrução do projeto politico-econômico do neoliberalismo. Ele contribui regularmente com o Truthout, bem como é membro do Projeto Intelectual Público do Truthout. Ele publicou diversos livros e mais de 1.000 artigos que foram publicados em uma variedade de publicações profissionais, revistas, jornais e websites populares de notícias. Muitas das suas publicações foram traduzidas em uma multitude de idiomas diferentes, incluindo o árabe, o chinês, o croata, o holandês, o francês, o alemão, o grego, o italiano, o japonês, o português, o russo, o espanhol e o turco. Seus livros mais recentes são Optimism Over Despair: Noam Chomsky On Capitalism, Empire, and Social Change (2017); Climate Crisis and the Global Green New Deal: The Political Economy of Saving the Planet (with Noam Chomsky and Robert Pollin as primary authors, 2020); The Precipice: Neoliberalism, the Pandemic, and the Urgent Need for Radical Change (an anthology of interviews with Noam Chomsky, 2021); and Economics and the Left: Interviews with Progressive Economists (2021).


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