domingo, 22 de janeiro de 2023

General demitido já discutiu com Dino e colocou o dedo no rosto de Cappelli

 

Publicado por Victor Gaspodini

22 de janeiro de 2023

DCM

O ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda. Foto: Ten. Ferrentini/ Comando Militar do Leste


O agora ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, demitido ontem (21) por Lula, além de impedir a prisão de golpistas após o ataque terrorista em Brasília, teve duras discussões com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e colocou o dedo na cara do interventor Ricardo Cappelli, nomeado pelo presidente. Tudo isso na noite do dia 08 de janeiro, após a situação na Praça dos Três Poderes ter sido controlada pela Polícia Militar do Distrito Federal. A informação é da coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles.

Os embates começaram quando o comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, discutiu com Cappelli, que estava no comando da PM do DF por força da intervenção federal. Cappelli e sua tropa chegaram no Setor Militar Urbano e anunciaram que prenderiam os golpistas acampados em frente ao QG do Exército. O general afirmou que a tropa da PM não passaria dali, protegendo os terroristas que poucas horas antes haviam vandalizado prédios dos três poderes da República.

Com a decisão de Dutra em atrapalhar as prisões, Cappelli se reuniu com o então comandante do Exército, Júlio César de Arruda, que, de acordo com o jornalista Guilherme Amado, teria colocado o dedo na cara do interventor e do então comandante da PM, coronel Fábio Augusto Vieira. “O senhor sabe que a minha tropa é um pouco maior que a sua, né?”, disse Arruda a Vieira, em tom de ameaça. O policial está preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes e afirmou, no seu depoimento, que o Exército proibiu que as prisões de golpistas acontecessem.

Depois da discussão entre Cappelli, Vieira e Arruda, foi a vez dos ministros Flávio Dino, José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil) se reunirem com o general Arruda. Foi quando o clima esquentou entre o ministro da Justiça e o comandante do Exército.

Arruda exigiu que os ônibus dos golpistas, que haviam sido apreendidos pela Polícia Militar por ordem de Dino, fossem devolvidos. Dino afirmou que não devolveria porque era prova do cometimento de um crime e assim seriam tratados. Segundo a repórter Marina Dias, o então comandante do Exército subiu o tom de voz, insistindo que ninguém seria preso no Quartel-General. Dino manteve a ordem de que todos os golpistas seriam detidos, também alterando o tom. Nessa hora, os dois estavam de pé, quando Rui Costa interveio e conciliou a situação.

Ficou combinado que as prisões dos golpistas no acampamento seriam realizadas apenas no dia seguinte de manhã, o que possibilitou que muitos fugissem de Brasília e escapassem da prisão.


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

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