sábado, 14 de janeiro de 2023

“Lula tem que exercer autoridade sobre os militares”, defende Eduardo Costa Pinto


“O governo Lula será de disputa permanente”, sustenta o professor da UFRJ

13 de janeiro de 2023

Eduardo Costa Pinto e Lula (Foto: Reprodução)


247 - O economista Eduardo Costa Pinto, em entrevista ao programa Giro das Onze, da TV 247, apontou as perspectivas do governo Lula, após os ataques terroristas de bolsonaristas contra os três Poderes da República, no último dia 8 de janeiro.

“O governo Lula será um governo de disputa permanente. São três as forças sociais que vão gerar instabilidade ao longo de todo o governo Lula: o bolsonarismo, que tem a ver com o que aconteceu no domingo; os militares, que também tem a ver com o que aconteceu no domingo; e a mega burguesia”, sustenta Eduardo, que é professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e especialista na questão militar.

“O que vimos no domingo e o que assistimos há dois meses nos acampamentos nas portas dos quartéis mostra que não tem nenhuma reivindicação específica. É golpe”, frisou.

Ele lembrou que esse discurso vem se firmando desde 2019, quando “Bolsonaro foi pra frente do forte apache em vários momentos e incentivou esse tipo de mobilização”.

“O bolsonarismo, que é vertente da extrema direita brasileira, tem uma convenção ideológica com a questão militar e com extrema direita norte-americana”, destacou o professor, lembrando da invasão do Capitólio, promovida pelo então presidente Donald Trump.

Questionado sobre o ministro da Defesa, José Múcio, Eduardo afirma que o papel dado pelo presidente Lula foi dentro da lógica de "negociar com os militares”.

“Isso tem um sentido importante se esses militares tivessem uma racionalidade pragmática. Mas eles não tem, mesmo o alto comando, tem uma aproximação com esse bolsonarismo radical. O que muda é a forma e não o conteúdo”, argumenta.

“O Lula tem que operar com mando com os militares. Estão operando com uma identidade própria, mas girando dentro dessa maluquice do marxismo cultural, do Foro de São Paulo e como se estivéssemos na eminência de uma revolução comunista. Se não der comando, direção, não adianta negociar porque na segunda semana a negociação já foi para o espaço”, advertiu.


Brasil 247

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