Juristas alertam para o perigo de novos golpes quando um dos principais veículos da mídia corporativa sustenta uma tese antijurídica para defender um processo golpista
quinta-feira, 31 de agosto de 2023
Editorial do Globo deve servir de alerta aos democratas, dizem Lênio Streck e Carol Proner
30 de agosto de 2023
247 - Os juristas Carol Proner e Lênio Streck alertam: há perigo à vista quando um dos principais veículos da mídia corporativa, o jornal O Globo, sustenta uma tese antijurídica para defender um golpe de estado, como ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Segundo eles, a defesa do estado de direito e da verdade histórica é necessária para impedir que novos golpes ocorram no futuro. Leia a íntegra:
O GOLPE CONTRA DILMA, O EDITORIAL DE O GLOBO E A HERMENÊUTICA DO CURUPIRA
Lenio Luiz Streck, doutor em direito, professor e advogado e Carol Proner, doutora em direito, professora e membro da ABJD
Em editorial de 29.08.2023, o jornal O Globo faz veemente defesa do processo de impeachment que derrubou Dilma Rousseff da presidência da República em 2016. O mote foi a declaração do presidente Lula de que a cassação “foi leviana” e que deveria haver uma reparação à Dilma.
Diz o jornal que “não cabe a ninguém tentar reescrever história do impeachment” e que “ao questionar legalidade da deposição de Dilma, PT põe em xeque suas próprias credenciais democráticas”.
Cabem algumas observações ao editorial. Em primeiro lugar, olhando pelo espelho retrovisor da história, não parece que o conceito de democracia seja matéria de primeira grandeza no jornal, principalmente se pensarmos no golpe de 1964 e na defesa, praticamente até o fim, da operação conhecida como lava jato, que tisnou gravemente o Estado Democrático.
Segundo, de tudo o que se compreendeu até hoje, quem sustenta a legalidade do impeachment contra Dilma é que tenta reescrever a história. Nela já está escrito que foi golpe, como também já está sacramentado o nefasto papel da operação lava jato, ovo da serpente do 8 de janeiro. Fatos históricos, pois.
É espantoso que o jornal afirme que o arquivamento da ação de improbidade contra Dilma feita pelo TRF-1 nada significa. E na sequência caia em contradição, ao afirmar que, mesmo que Dilma estivesse respondendo a processo criminal pelas pedaladas e fosse absolvida, isso em nada mudaria sua situação em relação ao veredito do Senado, porque “os processos de impeachment têm natureza política” e que “o objetivo da deposição do governante não é puni-lo, mas tão somente proteger o Estado da má gestão”.
Ou seja, qualquer ação que fosse proposta contra Dilma e ela fosse absolvida, isso nada quereria dizer por que já fora julgada politicamente. Para o jornal, o político se sobrepõe ao jurídico. Com isso, pavimenta futuras interpretações, pelas quais transforma o impeachment na fábula do lobo e do cordeiro: é irrelevante o que diz o cordeiro. O objetivo do lobo não é provar algo contra o cordeiro; quer apenas devorá-lo.
Ora, rios de tinta já foram gastos para dizer que impeachment não é instrumento meramente político e que, se fosse, transformaria o sistema presidencialista em parlamentarista.
Mas para O Globo o julgamento via impeachment é político. O jurídico é irrelevante. O problema na tese do editorial é que, assim, cria-se a exigência de uma prova do demônio, uma ordália pós-moderna: de nada vale ser absolvida de ação de improbidade ou de qualquer outra ação. Basta que o Senado condene. Mas, então, qual é o sentido do Estado Democrático de Direito? A resposta do jornal é taxativa: “o objetivo da deposição do governante não é puni-lo, mas tão somente proteger o Estado da má gestão”. Isto é a confissão de que o impeachment visou tão somente depor a Presidenta. Afinal, acusação de má-gestão é crime?
Aliás, já se sabia que “o objetivo da deposição não era o de punir”, mas, sim, a de tirar Dilma do cargo. Ao negar, paradoxalmente o editorial apenas ratifica a tese do golpe. Traição das palavras.
Também já se sabia – e já hoje não há dúvida – de que não houve fraude fiscal, que não houve prova alguma de crime de responsabilidade e que não houve prova da causalidade entre crise econômica, decretos de crédito e Plano Safra.
Todavia, para além disso, o que há de mais perigoso na tese esgrimida no Editorial é a ratificação, sem qualquer pudor, da tese de que o impeachment é um instrumento estrita e meramente político, o que o transforma, como já se viu, em fator de desestabilização e deposição de governantes com dispensa da legalidade. O editorial chega a dizer que era irrelevante provar se havia pedaladas e que o que importou, mesmo, é o que o Senado decidiu.
Do limão, façamos uma limonada. O editorial deve servir de alerta aos democratas. Um dos três maiores jornais do Brasil oficialmente sacramenta uma tese antijurídica pela qual se dispensa a comprovação do crime de responsabilidade ou qualquer outra conduta prevista na Lei do Impeachment, transformando o Instituto em instrumento de deposição de governantes, como se estivéssemos no parlamentarismo. Perigo à vista.
Sabemos muito bem até onde nos leva esse tipo de “hermenêutica do curupira”, bastando lembrar o art. 142 da CF, que serviu de fermento para a tentativa de golpe há poucos meses. Ali, a torta leitura feita por alguns juristas alçava as Forças Armadas a guardiães da democracia. Deu no que deu.
Brasil 247
PF já tem provas para apontar Bolsonaro como chefe de organização criminosa
A Polícia Federal estabeleceu como objetivo apresentar os relatórios finais até dezembro deste ano
31 de agosto de 2023
Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: ABr | Reprodução)
247 – A investigação conduzida pela Polícia Federal está se aproximando de uma etapa decisiva no caso que implica o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma alegada organização criminosa, segundo informa a jornalista Bela Megale, no Globo. As evidências coletadas até agora reforçam a suspeita de que esse grupo atuou em várias frentes, desde a ameaça à democracia até a obtenção indevida de benefícios através do aparato governamental.
Nesta quinta-feira, um marco significativo será alcançado com os depoimentos simultâneos de oito investigados, incluindo Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro. O objetivo desses interrogatórios é elucidar o papel desempenhado por cada indivíduo nessa organização criminosa e esclarecer os crimes cometidos, de acordo com fontes próximas à investigação.
De acordo com informações vindas da Polícia Federal, há provas sólidas que indicam que esse mesmo grupo criminoso operava de maneira coordenada, com funções claramente definidas em todos os casos sob investigação. Um dos principais colaboradores desse núcleo é Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que está prestando seu terceiro depoimento em seis dias, fornecendo informações cruciais aos investigadores. A Polícia Federal estabeleceu como objetivo apresentar os relatórios finais dos inquéritos envolvendo Bolsonaro e seu círculo íntimo até dezembro deste ano.
Brasil 247
Flávio Dino desabafa sobre os atos golpistas: "lidei praticamente sozinho e agora sou omisso?" (vídeo)
O ministro defendeu a intervenção federal em Brasília, onde aconteceram as manifestações terroristas
30 de agosto de 2023
Flávio Dino (Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil)
247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rebateu críticas ao governo federal, acusado por eleitores e políticos oposicionistas de não ter tido iniciativa para acabar com os atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília (DF), onde apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram a Praça dos Três Poderes em Brasília (DF).
"Tenho o 8 de janeiro todo na cabeça. É paradoxal que durante eu lidei praticamente sozinho e agora sou omisso? Isso gera indignação. Outros dizem: 'Força Nacional teria de sair da frente do Ministério da Justiça'. O que aconteceria cinco minutos depois? O Ministério da Justiça seria invadido. Naquele momento, assumir o comando era fazer a intervenção federal", disse o titular da pasta.
"A Força Nacional estava cumprindo o que foi acordado no dia 7 de janeiro na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Para fazer a proteção do Ministério da Justiça e da sede da Polícia Federal".
Brasil 247
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
Gleisi denuncia "abuso de poder" de juiz após aplicação de multa impagável a Glauber Braga
"Agora só faltava essa, se criticar o Judiciário, olha no que pode dar", escreveu a deputada federal via redes sociais
29 de agosto de 2023, 13:39 h
Gleisi Hoffmann e Glauber Braga (Foto: Agência Câmara)
247 - A decisão do juiz Sergio Roberto Emilio Louzada, da 2ª Vara Cível de Nova Friburgo (RJ), de impor uma multa de R$ 1 milhão ao deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) após este anunciar um ato de solidariedade à deputada estadual Marina do MST (PT-RJ), tem gerado polêmica e atraído críticas de figuras políticas. A mais recente declaração de repúdio vem da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que denunciou o que ela chamou de "abuso de poder" por parte do juiz.
Gleisi expressou sua indignação em um tweet recente, no qual ela compartilhou sua opinião sobre a multa aplicada a Glauber. "Absurda a decisão do juiz Sergio Louzada de aplicar multa impagável e retirar cada real da conta do companheiro Glauber Braga. Agora só faltava essa, se criticar o Judiciário, olha no que pode dar. Isso é abuso de poder. Força, Glauber!", escreveu a deputada.
O caso teve início quando Glauber Braga anunciou a realização de um ato em apoio à deputada Marina do MST (PT-RJ), que havia sofrido ataques verbais de simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL). A decisão do Judiciário proibindo o evento foi vista por muitos como uma restrição à liberdade de expressão; Glauber a considerou um 'absurdo' e afirmou que apresentaria um recurso contra tal arbitrariedade. Isso levou à decisão de impor uma multa no valor de R$ 1 milhão ao deputado.
"Agora 'só' devo novecentos e tantos mil. Isso é uma brincadeira de muito mal gosto. É na verdade um grave abuso. O motivo? Ele afirma que eu afrontei o judiciário ao dizer que o cancelamento do ato de solidariedade à deputada Marina do MST era um absurdo", escreveu Glauber em seu perfil no Twitter.
Brasil 247
terça-feira, 29 de agosto de 2023
Juiz aplica multa e zera conta do deputado Glauber Braga
"É justo o juiz Sergio Louzada me aplicar uma multa absurda de 1 milhão de reais e ir descontando cada real do salário até zerar a conta?", questionou o deputado
Dep. Glauber Braga (PSOL - RJ) (Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados)28 de agosto de 2023, 20:47 h
247 - O juiz Sergio Roberto Emilio Louzada, da 2ª Vara Cível de Nova Friburgo (RJ), condenou o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) após acusação de afrontar a ordem de não realização de um evento em apoio à deputada estadual Marina do MST (PT) no distrito de Lumiar. O congressista prestou solidariedade à parlamentar e anunciou a realização de um ato no mesmo local para se solidarizar com a parlamentar, que havia sofrido ataques verbais de bolsonaristas.
De acordo com a decisão, foi aplicada um multa no valor de R$ 1 milhão. O juiz determinou o envio do caso para o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). O deputado criticou a ordem judicial. "Não sou patrimonialista. O que recebo é utilizado pra pagar as minhas contas, da minha família e pra luta política. Agora, eu pergunto: é justo o juiz SERGIO LOUZADA me aplicar uma multa absurda de 1 milhão de reais e ir descontando cada real do salário até zerar a conta?", questionou.
"Agora 'só' devo novecentos e tantos mil. Isso é uma brincadeira de muito mal gosto. É na verdade um grave abuso. O motivo? Ele afirma que eu afrontei o judiciário ao dizer que o cancelamento do ato de solidariedade à deputada Marina do MST era um absurdo".
Brasil 247
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
Médicos não cumprem carga horária e ainda fraudam a escala de plantões no SAMU do RS; pacientes morrem à espera de ajuda
A demora, em decorrência da falta de profissionais que deveriam estar prestando auxílio à população, vitimou uma senhora
28 de agosto de 2023, 08:14 h
247 - Reportagem no Fantástico exibida neste neste domingo (27) exibiu graves denúncias de uma investigação envolvendo a central do SAMU, que funciona em Porto Alegre e que atende a chamados de mais de 200 municípios do Rio Grande do Sul. De acordo com a investigação, médicos chegam atrasados, não cumprem toda a carga horária e trabalham menos do que deveriam. Alguns dos médicos citados trabalham duas horas em um plantão que deveria durar 132 horas.
A investigação do repórter Giovani Grizotti, reproduzida no G1, aponta que, em média, de cada 100 horas que os médicos reguladores deveriam trabalhar presencialmente, 60 não eram cumpridas: recebiam as 60 horas sem prestar nenhum atendimento. E há indícios de que a direção da central de regulação abonava as faltas irregularmente, alegando "problemas na marcação pelo relógio de ponto."
A reportagem ainda mostra o desespero dos pacientes que esperam por horas por auxílio do SAMU, mesmo em condições de grave urgência por um atendimento. A demora, em decorrência da falta de profissionais que deveriam estar prestando auxílio à população, vitimou uma senhora que possuía câncer de pulmão e não aguentou a extensa espera.
Brasil 247
domingo, 27 de agosto de 2023
"Aécio sofreu uma metamorfose repentina e se transformou numa pessoa horrível", diz Hildegard Angel
Jornalista afirma que o tucano "nos jogou nesse universo de sofrimento que foram os últimos seis anos"
27 de agosto de 2023
Aécio Neves. Foto: Luis Macedo - Agência Câmara
247 - Após ver o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) defendendo mais uma vez o golpe de estado dado em 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, a jornalista Hildegard Angel lamentou que o político tenha se transformado em uma pessoa "horrível". >>> "Aécio mente! O estopim do golpe foi ele", diz Rogério Correia
Para ela, foi Aécio, que derrotado nas urnas por Dilma em 2014, abriu as portas para o fascismo no Brasil. "Acho que o Aécio sofreu uma metamorfose repentina - não que foi repentina, foi gradual, mas a gente se deu conta repentinamente que ele não era mais a mesma pessoa. Perder não estava na expectativa do Aécio. Perder foi muito duro para ele, e ele se transformou nessa pessoa horrível, que nos jogou nesse universo de sofrimento que foram os últimos seis anos. Ele não podia fazer isso ao Brasil, porque ele recebeu do Brasil coisas muito boas: lindos cargos, respeito, poder e governos, governou Minas Gerais com todo o prestígio possível", disse na TV 247 neste domingo (27).
"Muito triste ver essa transformação do Aécio, uma pessoa por quem eu tinha estima, e continuo a ter por sua família. Mas será preciso ele mostrar muito arrependimento para a gente poder voltar a considerar ter pelo Aècio a mesma consideração que a gente tinha. É muita pena", finalizou.
Brasil 247
"Aécio mente! O estopim do golpe foi ele", diz Rogério Correia
Aécio afirmou que Dilma foi afastada da Presidência "pelas pedaladas que deu". TRF-1 inocentou Dilma e o golpe sofrido pela ex-presidente está comprovado
27 de agosto de 2023
Rogério Correia (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
247 - O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) reagiu pelo X, antigo Twitter, neste domingo (27) a uma declaração do também deputado Aécio Neves (PSDB-MG) em que o tucano afirma que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment "pelas pedaladas que deu". Na última segunda-feira, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) inocentou Dilma de ter cometido as chamadas "pedaladas fiscais". A decisão do colegiado comprova que o afastamento da ex-presidente não se deu devido a um processo de impeachment, e sim de um golpe. >>> Partido dos Trabalhadores vai articular devolução simbólica do mandato de Dilma
Foi nesta linha que Correia rebateu Aécio Neves: "como sempre, Aécio mente! O estopim do golpe foi ele e assim será visto na história, como quem perdeu uma eleição e se uniu às forças mais escrotas da sociedade na ambição de virar o jogo!".
Brasil 247
Assinar:
Postagens (Atom)