terça-feira, 15 de agosto de 2023

Operação resgate: Bolsonaro simulou atrito com TCU para ganhar tempo e recuperar joias nos EUA

 Publicado por Yurick Luz

Atualizado em 15 de agosto de 2023 às 7:13

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Andressa Anholete


Operação realizada pela Polícia Federal (PF) desvendou esquema envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe para resgatar joias recebidas pelo ex-capitão por autoridades estrangeiras. A investigação revela que Bolsonaro simulou um atrito com o Tribunal de Contas da União (TCU) como estratégia para ganhar tempo e, assim, efetuar o resgate das joias nos Estados Unidos.

De acordo com a defesa do ex-mandatário, a “delonga” na entrega dos presentes se deu por conta de uma “burocracia” do TCU (Tribunal de Contas da União). No dia 30 de março, auxiliares do ex-chefe do Executivo concluíam, segundo a investigação da PF, as providências para reaver todo o material evadido do país para, então, entregá-lo ao Estado brasileiro.

Investigação da corporação mostrou que Bolsonaro e seus auxiliares empregaram táticas de ocultação e evasão. As informações são da Folha de S.Paulo. “Registre-se, aqui, que a delonga na entrega efetiva dos bens se deu, a despeito da forma como os veículos de imprensa optaram por noticiar, unicamente em razão da burocracia desta Corte”, disse a defesa do ex-presidente.


Ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Antonio Molina


Os advogados do ex-capitão ainda afirmaram que a deliberação da corte quanto a local apropriado para o depósito dos bens, bem como a expedição de ofícios e diligências para efetivar a “entrega segura e transparente dos bens”, se arrastou mais do que o esperado.

“Descabido, portanto, o tratamento da questão como se houvesse por parte do peticionário [Bolsonaro] alguma tentativa maliciosa de escamotear determinados bens desta corte e de qualquer outro órgão”, ressaltou a defesa de Bolsonaro.

Vale destacar que a investigação sobre as joias em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes mostra que ao longo de março, enquanto o TCU analisava o caso, ocorreu o que a PF chamou de “operação resgate” para a recuperação dos bens, promovida por auxiliares do ex-capitão.


Diário do Centro do Mundo  -  DCM

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