quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dilma e Lula em Betim - MG

O comício da candidata à presidência Dilma Rousseff (PT), em Betim, na Grande Belo Horizonte, na noite desta quarta-feira (8), foi marcado pelo tom de ataques à oposição tucana. Coube à principal estrela do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lançar as farpas mais duras aos concorrentes tucanos, uma oposição que chamou de "vingativa" e movida pelo "ódio".

Em clima de "já ganhou" quando tratou da candidata petista, o presidente criticou o governo mineiro, que foi conduzido por Aécio Neves (PSDB) e vinha sendo poupado de ataques até agora pelo Planalto. Os tons mais pesados do discurso foram guardados para o Senado Federal, que, segundo ele, tem uma oposição que agiu para prejudicar sua gestão no comando da presidência.

Num tom que beirou o populista, Lula afirmou que "para eles" - a oposição - "pobre não tem valor, a não ser em tempo de eleição". "Eles nunca fazem um evento para os pobres. O único pobre que vai nos coquetéis deles sou eu".

Muito irritado, o presidente petista chegou a citar a atuação do senador Eliseu Resende (DEM), eleito em 2006 pelas mãos do então governador Aécio. "O Eliseu votou contra a CPMF para a Saúde. E ele não prejudicou o Lula, que tem plano de saúde, prejudicou foi o povo pobre do SUS. Talvez tenha sido essa a única coisa que ele fez".

Ao lado de Dilma, dos candidatos ao governo de Minas Hélio Costa (PMDB) e Patrus Ananias (PT), e de concorrentes da coligação "Todos juntos por Minas", o presidente ainda falou com a plateia, calculada em cerca de 5 mil pessoas: "vamos prestar atenção pra gente não chorar sobre o leite derramado depois".

Porta voz de Hélio Costa
Ao contrário da sua última passagem por Belo Horizonte, no dia 10 de agosto, Lula destacou várias vezes o nome de Hélio Costa e do seu vice, Patrus. Na sua performance, o presidente cumpriu em Minas a missão que lhe foi imposta por uma vista pessoal de Patrus a Brasília na semana passada, onde o concorrente a vice se reuniu com a cúpula do governo e do PT.

Assustados com o avanço do candidato Antonio Anastasia (PSDB) nas pesquisas para o governo do Estado, membros da campanha de Costa exigiram mais participação do presidente em Minas. Não foi à toa que todos os concorrentes que falaram no palanque exaltaram uma improvisada mineiridade. "Quando vim de Pernambuco para o Sudeste, bebi muita água do Rio São Francisco, que nasce em Minas. Portanto, mais mineiro que eu aqui, só a Dilma Rousseff e os mineiros nascidos no Estado".

A candidata petista, que falou antes do presidente, deu o tom "caseiro" ao comício. A presidenciável afirmou que ali se formava uma chapa "majoritariamente mineira", em alusão a si mesma, nascida em Belo Horizonte, a Hélio Costa, de Barbacena, Patrus, de Bocaiúva, e a Fernando Pimentel, que disputa o Senado ¿ e também é nascido na capital. "Já o Lula", sentenciou, "é mineiro de coração e por eleição".

Feminismo e preconceito
Mais à vontade no palanque do que na sua estréia em Minas, ainda no início da campanha, Dilma Rousseff também não poupou de críticas a oposição tucana. Mesmo sem citar o candidato José Serra (PSDB), ela disse que os opositores, "que subestimaram tanto o voto do brasileiro, agora na hora da eleição querem se confundir conosco".

Sobraram elogios ao seu mentor político, segundo Dilma, "o maior presidente que o Brasil já teve". "O presidente Lula teve que explicar várias vezes que o Bolsa Família, que eles chamavam de 'Bolsa Esmola', era um direito do brasileiro. Nossos adversários apostavam que a gente não ia conseguir governar e ficaram nos azarando".

Em resposta, Lula chegou a adotar um discurso "feminista", dizendo que o preconceito contra a candidatura de uma mulher à presidência é o mesmo que uma "doença perniciosa". Na tentativa de inflamar a plateia, afirmou que "o último grito de independência da mulher brasileira" seria votar em uma mulher para a vaga que será aberta por ele em 1º de janeiro.

IG

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