quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Jornalista e Aécio devem explicações - Por José Dirceu

O ex-governador tucano de Minas e candidato a senador, Aécio Neves e o jornalista Amaury Ribeiro Jr. devem e precisam dar respostas sobre as histórias de quebra de sigilos na Receita Federal (RF). A Polícia Federal (PF) deve ou não ouvir o jornalista e estabelecer nova linha de investigação, já que a anterior seguida até agora não deu resultados completos?

Devem ser investigadas, inclusive, as calúnias da mídia e da campanha do candidato da oposição a presidente, José Serra (PSDB-DEM-PPS). Até o momento são calúnias, nada de fato que vincule ao PT a violação do sigilo de tucanos e de personalidades as mais variadas. Por isso tudo tem que haver apuração sobre o livro de Amaury a respeito das privatizações; seus vínculos com o jornal Estado de Minas; a disputa de dossiês entre Serra e Aécio; e o papel do delegado-deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).

É vasto o campo a ser investigado e não apenas as acusações sem provas, indícios, fatos contra o PT e a candidatua de Dilma feitas por Serra e sua campanha. Há que se verificar esta possibilidade levantada, de guerra de dossiês entre tucanos, porque a quebra de sigilos em delegacias da RF em São Paulo e Minas ocorreu no auge da disputa interna entre Serra e Aécio, pela candidatura a presidente em 2009.

Filiação de envolvidos não quer dizer nada

Na falta de ingredientes novos no escândalo, prosseguem com esta história de que dois dos envolvidos são filiados ao PT. Precisa esclarecer, porque isto não quer dizer nada. Até porque um terceiro suspeito - sumido, em destino ignorado - é filiado ao PV e uma quarta, uma das funcionarias da RF com acesso a senha de computador na delegacia de Mauá, (SP) é quadro do PMDB.

Outro ponto que precisa investigar é o assalto a um comitê eleitoral do PT em Mauá. Não se pode aceitar a hipótese (na verdade outra calúnia) que Serra repete de que ele ocorreu para pretensamente esconder ou destruir documentos. Está hipótese colocada por Serra e cia é risível e inverossímil, já que o partido poderia simplesmente fazê-lo em seu comitê sem recorrer a um assalto suspeito, evidentemente montado e seguramente organizado com fins políticos.

A pergunta a ser feita a quem montou este assalto, e que não quer calar é: o que buscavam no comitê eleitoral do PT? Não devemos afastar a hipótese de mais uma montagem em toda essa campanha de calúnias promovida pela oposição. Ela nos remete a outras que outra campanha de Serra já protagonizou, como a Operação Lunus em 2002, montada contra a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), para afastá-la da disputa presidencial daquele ano.

Derrota política

Ao levar esse escãndalo forjado para a propaganda na TV, Serra e os tucanos, apesar de todo o apoio da imprensa, sofreram mais uma derrota. Basta ver os programas de ontem no horário eleitoral para comprovar. Serra e oposição perceberam a canoa furada em que entraram, abandonaram o tema, enquanto o presidente Lula deu-lhes uma resposta à altura (veja nota).

A verdade é que todo o nosso programa - de governo e nas rádios e TVs - expressa o atual momento do país e seu futuro. Já o programa tucano, além das baixarias de sempre, não consegue apresentar ao Brasil um projeto, um rumo, a certeza e a segurança de continuidade com novas mudanças, um desejo da imensa maioria dos brasileiros sintetizado na preferência pela candidatura Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados).

Resultado: ao não ter sintonia com a vontade popular, Serra escorrega para os 20% de votos, apesar de todo apoio que recebeu da mídia que continua veiculando o tema da violação do sigilo, mas, também, não dá respostas satisfatórias. Enquanto isso o PT e seus aliados é que continuam fazendo campanha de fato e seriamente.

As ruas continuam nos recebendo com entusiasmo e apoio massivo. As pesquisas refletem bem esse clima eleitoral que nosso programa de TV soube captar. Há uma sintonia entre o Brasil e seu povo, Lula e sua candidata Dilma. Uma aprovação fantástica ao governo e um desejo legítimo de continuidade somado à esperança de novas mudanças. Da parte dos brasileiros há orgulho, autoestima e segurança quanto ao futuro e quanto ao estágio em que já chegou o país.Estes são os sentimentos generalizados, predominantes entre o povo brasileiro hoje. Contra isso nem Serra e nem a midia podem fazer nada.

Foto: Valter Campanato/ABr

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