POR FERNANDO BRITO · 08/08/2018
Sem demagogia, acredito que, meio de “cara feia”, o povo brasileiro aceitaria que os membros de sua Corte Suprema ganhassem perto de R$ 40 mil por mês.
Afinal, são apenas 11 e deveriam representar a última e mais firme linha de defesa dos direitos dos cidadãos brasileiros.
Mas a decisão de colocar no Orçamento o reajuste geral para o Judiciário Federal e, por cambalhotas que só para os juízes valem, também os estaduais já põe lá no teto uma multidão de quase 20 mil togados.
Só da Justiça Federal, a conta do aumento vai a R$ 717 milhões.
Agora some aí mais outro tanto de promotores de Justiça, procuradores e, de carona, deputados federais e estaduais, senadores, fiscais disso e daquilo e uma legião de dezenas de milhares que só limita seus vencimentos pelo teto.
Ou, como se lê nos noticiários, nem isso, porque contam-se aos milhares os “fura-teto”, e a conta vai para alguns bilhões por ano.
Estes mesmos senhores não se pejam de achar legal e constitucional cortarem-se as verbas da Saúde, da Educação.
Um dos ministros chegou a dizer que as pensionistas de juízes vivem “na penúria”.
Estes senhores acaso tem ideia do que seja penúria?
Pior que isso é que não se tomam as providências para criar uma hierarquia remuneratória, que desse limites razoáveis para os diversos graus de jurisdição e para as carreiras conexas ao judiciário.
Nem mesmo uma reação moral absolutamente necessária ao pagamento de auxílio-moradia a quem tem belas casas e apartamentos próprios no local onde trabalha se faz, quatro anos depois de ser concedida indiscriminadamente.
Neste caso, claro, a imoralidade e a ilegalidade não são “chapadas” como diz o topetudo Luiz Fux.
Dizem que depende do Congresso votar e do Presidente não vetar.
A esta altura, que deputado, senador ou presidente vai encarar a turma do “prende e arrebenta” judicial?
Estes senhores e senhoras togados, que se arvoraram em “moralizadores do Brasil” exibem, despudoradamente, os pés de pavão do seu udenismo.
Ao menos, porém esclarecem o povo brasileiro que se impõe uma reforma num sistema de Justiça que só é generoso para si mesmo.
Tijolaço
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