sábado, 10 de outubro de 2020

'Ustra era um monstro que me torturava com choque e ria', conta Gilberto Natalini, vítima do torturador


Gilberto Natalini, de 67 anos, vereador em São Paulo pelo PV, protestou contra os elogios feitos ao torturador da ditadura militar coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e contou como foi torturado pelo militar

9 de outubro de 2020

Gilberto Natalini rebate declarações de Bolsonaro sobre Ustra

247 - Gilberto Natalini, de 67 anos, vereador em São Paulo pelo PV, protestou contra os elogios feitos ao torturador da ditadura militar coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. O torturador é tido como um herói tanto por Jair Bolsonaro, quanto pelo general Hamilton Mourão.

"Bolsonaro insiste em defender e alardear a tortura. A tortura é o ato mais abjeto de um ser humano sobre o outro", escreveu Natalini no Twitter. “Ustra foi um torturador cruel e fascínora. Sou testemunha pessoal disso. Fui torturado pessoalmente por ele”, disse também.


Natalini, como conta, foi torturado por Ustra durante a ditadura. "Uma pessoa falou que deviam ter me matado, que eu apanhei pouco", contou à Folha de S.Paulo. Ele confrontou pessoalmente Ustra em 2013, em sessão da Comissão Nacional da Verdade.

“O Ustra comandava as sessões de terror. Eu fui torturado pela mão dele e da equipe dele, várias vezes. Colocavam duas latas de Neston [de alumínio], me faziam subir nelas, molhavam meu corpo com água e sal, ligavam fios em toda parte e disparavam os choques”, contou.

“Choque nos ouvidos era todo dia. Sou deficiente nos meus ouvidos, de choque elétrico que o Ustra me deu. Fiquei com sequelas permanentes. Perdi 60% da capacidade de ouvir na orelha direita e 40% na esquerda”, continua.

“Ele torturava jovens e velhos, mulheres e homens, crianças. Até matar. Ele e os paus-mandados dele. A equipe era toda de monstros. E ele ria, debochava, tirava sarro, numa boa”, afirma.


Brasil 247

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