Gilberto Natalini, de 67 anos, vereador em São Paulo pelo PV, protestou contra os elogios feitos ao torturador da ditadura militar coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e contou como foi torturado pelo militar
9 de outubro de 2020
Gilberto Natalini rebate declarações de Bolsonaro sobre Ustra
247 - Gilberto Natalini, de 67 anos, vereador em São Paulo pelo PV, protestou contra os elogios feitos ao torturador da ditadura militar coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. O torturador é tido como um herói tanto por Jair Bolsonaro, quanto pelo general Hamilton Mourão.
"Bolsonaro insiste em defender e alardear a tortura. A tortura é o ato mais abjeto de um ser humano sobre o outro", escreveu Natalini no Twitter. “Ustra foi um torturador cruel e fascínora. Sou testemunha pessoal disso. Fui torturado pessoalmente por ele”, disse também.
Natalini, como conta, foi torturado por Ustra durante a ditadura. "Uma pessoa falou que deviam ter me matado, que eu apanhei pouco", contou à Folha de S.Paulo. Ele confrontou pessoalmente Ustra em 2013, em sessão da Comissão Nacional da Verdade.
“O Ustra comandava as sessões de terror. Eu fui torturado pela mão dele e da equipe dele, várias vezes. Colocavam duas latas de Neston [de alumínio], me faziam subir nelas, molhavam meu corpo com água e sal, ligavam fios em toda parte e disparavam os choques”, contou.
“Choque nos ouvidos era todo dia. Sou deficiente nos meus ouvidos, de choque elétrico que o Ustra me deu. Fiquei com sequelas permanentes. Perdi 60% da capacidade de ouvir na orelha direita e 40% na esquerda”, continua.
“Ele torturava jovens e velhos, mulheres e homens, crianças. Até matar. Ele e os paus-mandados dele. A equipe era toda de monstros. E ele ria, debochava, tirava sarro, numa boa”, afirma.
Brasil 247
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