Para a ex-presidente, afastada pelo impeachment há cinco anos, a crise atual é desdobramento do golpe de Estado de 2016
31 de agosto de 2021
Dilma Rousseff (Foto: ricardo stuckert)
247 - Em entrevista ao portal da Fundação Perseu Abramo, a ex-presidente Dilma Rousseff afirma que “o golpe de 2016 é o ato zero do golpe, é o ato inaugural, mas o processo continua". "É o pecado original dessa crise que o país atravessa. É a partir dali que se desenrola todo o processo golpista”, diz. "O que estamos vivendo são as etapas do possível endurecimento do regime político no Brasil. O governo flertando com a possibilidade de um golpe dentro do golpe", afirma.
Nesta terça-feira (31) transcorre o quinto aniversário do golpe de Estado que afastou Dilma do governo sob falsas acusações.
Dilma afirmou que o país vive a possibilidade de um segundo golpe, informa a Folha de S.Paulo. "É preciso entender o jogo. O golpe ocorreu em 31 de agosto de 2016. O que estamos vivendo agora é a possibilidade de um novo golpe baseado nas formas derivadas da guerra híbrida. Lá atrás, houve um golpe parlamentar, Judiciário e midiático. Mas, sobretudo, um golpe do setor financeiro, do capitalismo financeirizado. Um golpe neoliberal", afirma.
Na entrevista ao portal da Fundação Perseu Abramo, Dilma afirmou que "ali aconteceu uma ruptura violenta contra o status quo da democracia" e que o impeachment permitiu "dois crimes imediatos" contra o país: o teto dos gastos e a destruição da Amazônia.
A ex-presidente disse que o processo de militarização da política é anterior à eleição de Bolsonaro e vem desde o governo Temer.
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