sábado, 28 de agosto de 2021

Freixo diz que Bolsonaro não tem força política para implantar uma nova ditadura


"O governo Bolsonaro é em si um golpe. Como está cada vez mais enfraquecido, ele tenta adensar mais o fanatismo e a radicalização política”

28 de agosto de 2021

Exército e o deputado Marcelo Freixo (Foto: Agência Brasil | Câmara dos Deputados)


Da Rede Brasil Atual – O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) diz ser “inacreditável” o Brasil debater a possibilidade de um golpe por parte do presidente da República em pleno 2021. Segundo ele, diariamente Jair Bolsonaro atenta contra a democracia, participando, inclusive, da convocação de novos atos antidemocráticos para 7 de setembro.

Em entrevista ao jornalista Juca Kfouri, no Entre Vistas, da TVT, Freixo afirma que Jair Bolsonaro tem como objetivo destruir a materialização da vitória contra um período sombrio da história brasileira: a criação da Constituição Federal de 1988. “É exatamente ela que está ameaçada pelo governo Bolsonaro”, aponta o parlamentar.

“A gente vê a tentativa de anular a Constituição de 1988. Bolsonaro é um projeto de extrema-direita que tenta anular a resposta principal ao golpe de 1964. O governo Bolsonaro é em si um golpe. Isso não significa que ele vai repetir a ditadura, porque não tem força política. Como está cada vez mais enfraquecido, ele tenta adensar mais o fanatismo e a radicalização política”, explicou Marcelo Freixo.

Disputa pelo 7 de setembro

Bolsonaro e seus apoiadores marcaram manifestações em todo o Brasil para o próximo dia 7, com o objetivo de intimidar instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, movimentos sociais articulam, no mesmo dia, novos atos da Campanha Nacional Fora Bolsonaro.

O deputado federal não acredita que ocupar as ruas contra Bolsonaro, num dia de extrema tensão, seja positivo. Na avaliação de Freixo, o presidente mira uma “democracia fragilizada” e as articulações progressistas e de esquerda precisam estar ao lado das instituições, sem entrar em qualquer tipo de enfrentamento físico, o que faria parte do “jogo da extrema-direita”, como ele define.

“Não podemos disputar a defesa da democracia no campo do Bolsonaro. O 7 de setembro vai marcar mais uma ruptura democrática e outro enfraquecimento de Bolsonaro, então não é um momento de fazer outro ato contra ele. Há vídeos falando sobre invasão ao Congresso e ao Supremo, e não podemos estar nesse cenário. Nosso lugar é na democracia e ao lado das instituições, ou seja, não se pode dar palanque a uma falsa simetria. Nós não podemos cair numa isca tão previsível como essa”, apontou o parlamentar.

A milícia e o bolsonarismo

Marcelo Freixo também falou sobre suas perspectivas ao longo prazo e a necessidade de derrubar o fascismo nas eleições de 2022. O deputado acredita que desidratar o movimento bolsonarista será um trabalho mais demorado, após dar o primeiro passo: vencer Bolsonaro nas urnas.

“É a primeira vez que a extrema-direita vence uma eleição. Ela já existiu, desde o integralismo, mas nunca teve mais de 10%. Agora, ela venceu e pode disputar de novo em 2022. Por isso, precisamos ter responsabilidade e um projeto de país. Derrotar o bolsonarismo não é possível agora, mas precisamos reduzir o efeito dele para voltar aos seus 10% anteriores. Derrubar o voto impresso foi um passo, as eleições de 2022 serão mais um e, depois, será preciso criar uma comunicação capaz de reduzir o bolsonarismo”, finalizou. Confira:


Brasil 247

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