Jornal dos Marinho tenta defender o neoliberalismo que fracassou após o golpe de estado de 2016 e classifica críticos como "terraplanistas"
7 de janeiro de 2022
Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
247 – Diante da liderança folgada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais, as forças que patrocinaram o golpe de estado de 2016 e sua prisão em 2018, para que um governo usurpador, de Michel Temer, e um neofascista, de Jair Bolsonaro, implantassem um choque neoliberal no Brasil, tentam agora constranger o Partido dos Trabalhadores a manter a fracassada 'ponte para o futuro'. É o que faz hoje o jornal O Globo, da família Marinho, que esteve na linha de frente do golpismo nos últimos anos, em seu editorial.
"É intrigante a ambivalência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o programa econômico de sua candidatura à Presidência. Só entra no assunto a contragosto. De um lado, tenta emitir sinais de tranquilidade a empresários e ao mercado financeiro, corteja o ex-tucano Geraldo Alckmin para ser seu vice e cultiva a imagem, semeada em seu governo, do pragmático que não fará loucuras. Ao mesmo tempo, economistas e lideranças de seu partido continuam a defender o 'terraplanismo fiscal' que marcou as gestões petistas e o ideário desenvolvimentista que jamais deu certo no Brasil", escreve o jornal, que falsifica a história, uma vez que os governos Lula tiveram média de crescimento superior a 4% ao ano e a "confiança" jamais voltou após o golpe de estado e a 'ponte para o futuro'.
"Exemplos dessa leitura singular dos fatos econômicos têm se repetido com regularidade. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, celebrou o retrocesso nas privatizações de empresas de energia na Argentina. O próprio Lula apoiou a revogação da reforma trabalhista espanhola, criticou a política de preços da Petrobras e não cansa de defender seu desastroso programa de subsídios e protecionismo à indústria naval (chegou a afirmar que o objetivo da Operação Lava-Jato era destruí-la)", prossegue ainda o Globo, que parece defender a destruição de empregos, a inflação alta e a precarização do trabalho no Brasil.
O jornal O Globo também critica o artigo do ex-ministro Guido Mantega e acusa o governo da ex-presidente Dilma Rousseff de ter feito a dívida interna explodir – o que também falsifica a história, uma vez que o maior crescimento da dívida ocorreu justamente após o teto de gastos e a falta de crescimento e de investimentos públicos que marcou a era Temer-Bolsonaro. O Globo também rotula os que criticam a ponte para o futuro como "terraplanistas fiscais", quando, na verdade, o Globo é que adota uma agenda terraplanista.
"Se é esse mesmo o programa econômico de Lula, ele deveria ser explícito a respeito. Economia é área crítica em qualquer governo. Não é razoável que o favorito nas eleições seja ambíguo ou omisso sobre o tema. O eleitor tem o direito de saber no que está votando, sob pena de se arrepender depois", finaliza o jornal, mas o eleitor parece saber no que está votando.
Brasil 247
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