quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Europa perdeu dinamismo próprio


Numa Irlanda à beira da falência, quebrada, com seu sistema bancário que quase foi á bancarrota, o que se vê é a volta, soberana, impositivado FMI. Do Fundo que nós aqui no continente tão bem conhecemos, inclusive com sua política desastrosa que arrasou a economia argentina na década de 80.

Reunidos em Bruxelas os ministros de Economia dos países que integram a União Européia (UE) concluíram, finalmente, o processo de aprovação do pacote de ajuda que prevê 85 bilhões de euros em socorro à Irlanda, em troca de medidas de arrocho e contenção adotadas pelo país.

É mais do mesmo e tudo igual: as mesmas soluções, as mesmas políticas de arrocho e estagnação econômica impostas a cada país da União Européia (UE) que vai se tornando a bola da vez - Portugal, Espanha, Grécia antes, a Irlanda agora. A Hungria, às voltas com sérias dificuldades, parece ser a próxima, ainda que não integre a zona do euro.

Mas, os periféricos não tinham outra opção

Há que se reconhecer - pelo menos é o que acham FMI, UE, Banco Central Europeu (BCE) - que esses países periféricos da Europa não tem outra opção. Resta saber como irão reagir seus povos nas próximas eleições.

O mais provável e que a direita vença as eleições em todos os países. Particularmente na Espanha e Portugal, já que na Itália a direita já governa e na Grécia o eleitorado não viu opção e confirmou o governo socialista democrático nas recentes eleições regionais.

Na União Européia - e para onde se estendam mais intensamente os tentáculos da crise - o cenário continua sendo de incertezas e perplexidade. Mas o ajuste a la FMI prossegue, vamos ver no que vai dar.

Continente perdeu o dinamismo histórico

Ajuste, aliás, na contramão das medidas norte-americanas de expansão da dívida pública e monetária com a qual eles (norte-americanos) buscam desvalorizar o dólar e estimular sua economia via exportações e diminuição do déficit comercial assombroso da América.

O fato é que a economia européia apesar do extraordinário avanço da consolidação dela como bloco (UE) e do Euro não tem autonomia e depende da economia americana e chinesa e do crescimento dos emergentes.

Conclusão amarga a que se chega: apesar do seu mercado interno e da união econômica a Europa não tem mais dinamismo próprio para sair da crise com uma política sua, como vem tentando os Estados Unidos.

Por José Dirceu

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