terça-feira, 21 de dezembro de 2010
"Não é sobre drogas. É sobre território e armas, estúpido" - Por Paulo Henrique Amorim
Uma conversa com o excelente policial delegado Beltrame neste sábado à tarde, na Secretaria de Segurança, no prédio da Central do Brasil, no Rio, deixa muito claro o que está por trás da vitoriosa estratégia dele.
Ele combate o tráfico de drogas, sim.
Mas, isso é secundário.
Sempre haverá consumo de drogas e sempre haverá uma forma ilícita de atender a esse consumo.
O problema do Rio, diz Beltrame, é que uma parte do território nacional – o complexo do Alemão – não podia ficar mais sob o controle do terror e da ditadura dos traficantes.
Não se pode imaginar que o Estado brasileiro entrasse ou controlasse a integridade de seu território – menos o complexo do Alemão.
Trata-se de uma questão de Segurança Nacional, que transcende os hábitos dos mauricinhos da classe média.
Esse pessoal que agride homossexual com lâmpada fosforescente.
Sempre haverá alguém para levar droga a esse tipo de consumidor.
O consumidor de crack é outra questão.
É uma questão de política social agressiva, como a que o Padim Pade Cerra jamais montou.
E, do centro de São Paulo, em direção à Av. Paulista, as ruas se tornaram um espetáculo degradante de miseráveis que se destroem com as pedras de crack e se deitam na primeira pilastra que encontram.
E os mauricinhos seguem em frente, protegidos pelo vidro fumê do automóvel.
A batalha contra o crack começa na UPP.
Saiba: “Alemão terá UPP até primeiro semestre de 2011, diz Cabral”.
Saiba: “Exército ficará no Alemão até UPP chegar, diz Cabral”.
O Padim Pade Cerra jamais entendeu isso.
Como o Fernando Henrique jamais entendeu quando era presidente: lavou as mãos.
Ele dizia que o crime é problema dos Estados e não do Governo Federal.
Foi preciso o Lula botar o Jobim para trabalhar e entregar os anfíbios da Marinha e os blindados do Exercito no Alemão, para desmoralizar o “Estado Mínimo” do FHC e do Serra.
A prioridade do Beltrame e do Sérgio Cabral é o Estado.
A integridade do território nacional.
E, com isso, levar cidadania aos bairros pobres: escola, saúde, habitação, transporte.
Agência de banco.
Energia elétrica que não seja gato.
Esgoto sanitário.
É tomar conta do pedaço.
Como me disse um policial, no alto de um blindado: estamos devolvendo a eles o que é deles.
Saiba: “Beltrame passa com um anfíbio por cima do PiG de São Paulo”.
Saiba: “Beltrame para diretor geral da Polícia Federal – é uma forma de a PF voltar a ser Republicana”.
Três anos atrás esse ordinário blogueiro foi fazer uma reportagem no Alemão.
Viu que os caveirões não podiam subir por causa das barricadas de concreto, e porque os traficantes derramavam gasolina no asfalto: os caveirões derrapavam e não seguiam adiante.
E, há três anos, viu também as obras de alguns projetos do PAC.
O PAC estava empacado, como diz o PiG (*).
Neste último fim de semana encontrei lá, prontos e em uso.
Prédios de apartamentos do Minha Casa Minha Vida.
A escola “Jornalista Tim Lopes”.
E uma Unidade de Pronto Atendimento de Saúde.
O PAC devidamente desempacado, para desespero do PiG (*).
Também vi no alto do morro, uma laje azul: o teleférico, que se inaugura ainda no Governo Lula.
Que vai levar o morador do alto do morro à estação de metrô.
O trabalhador vai dormir duas horas a mais, por dia.
São cinco estações de teleférico dentro do Alemão.
Como já existe no Pavão-Pavãozinho.
Um horror !
Prioridade do Beltrame também é desarmar o tráfico.
Não deixar o tráfico subjugar os moradores.
Ameaçar a cidade.
Fechar os túneis.
Matar inocentes.
Arma, só nas mãos do Estado ou daqueles que a Lei considera aptos a portá-las.
Um problema é a Lei de Execuções Penais.
O crime vem de fora do Estado do Rio, me disse o Beltrame.
Sim, das mulheres e advogados que vão visitar criminosos nos presídios de segurança máxima e, sob a proteção da Lei de Execuções Penais, trazem mensagens para os morros.
Ordens para atacar a Polícia.
O Obama manda no Bronx.
No Bronx não tem traficante armado, pronto para enfrentar a polícia e Nova York.
Mas, tem muito mauricinho que cheira.
Como em todo lugar do mundo.
Só na elite branca de São Paulo é que ninguém cheira nem faz aborto.
Paulo Henrique Amorim
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