Os números assustam: segundo o Ministério do Trabalho, de janeiro a setembro deste ano, foram resgatados cerca de 1,4 mil trabalhadores em regime de escravidão no nosso país. Uma realidade que veio à tona a partir das 69 operações realizadas, neste ano, pelo governo federal no combate ao trabalho escravo.
Nesta semana, por exemplo, 35 trabalhadores foram resgatados pelo Ministério Público, em situações degradantes de trabalho, habitação e insegurança alimentar, em Goiás e Mato Grosso - 11 na construção civil em Aparecida de Goiânia (GO), e 24 em Várzea Grande (MT).
A história destes homens é conhecida por todos. Em busca de trabalho em outras regiões do país, são iludidos por promessas não cumpridas e se vêem enredados em cobranças sem fim. No caso dos 11 trabalhadores da construção, por exemplo, a empresa chegava ao cúmulo de impedir que o trabalhador comprasse a passagem de ônibus para o retorno ao lar.
São histórias alarmantes de homens vivendo sob condições de insalubridade, sem nenhum direito trabalhista respeitado, em turnos exaustivos, com cerceamento do direito de ir e vir. A luta contra o trabalho escravo continua. Temos de estar vigilantes para exigir maior fiscalização por parte das autoridades, e também atuantes na denúncia desta realidade inadimissível no Brasil que queremos e estamos construindo.
Temos também que estender o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar - termo de ajuste tripartite (poder público, patrões e empregados) - que estabelece o respeito aos direitos sociais dos trabalhadores da cana desta área para todos os outros segmentos da nossa economia agrícola.
Blog do Zé Dirceu
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