quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Via MERCOSUL-UE, uma luz no fim do túnel - Por José Dirceu
Num mundo em que não há sinais de trégua na conturbada guerra comercial e cambial e nem no protecionsimo disfarçado que ela produz surge uma luz no final do túnel: informações - algumas reservadas - que chegam da Europa dão conta de que prosperam e podem estar em vias de chegar a resultados satisfatórios as negociações comerciais entre o MERCOSUL e a União Européia (UE).
O progresso nos entendimentos é tamanho que as previsões são de que o acordo de livre comércio pode estar concluído até meados de 2011, dizem autoridades européias. Depois de terem sido completamente interrompidas desde 2003, em maio deste ano, com a presença do presidente Lula na Espanha e a intermediação do principal intermediário do acordo, o presidente do governo espanhol, 1º ministro José Luiz Zapatero, as duas partes retomaram as negociações.
Fechado, o acordo comercial criará a maior zona de livre comércio do mundo, com 750 milhões de habitantes e uma movimentação comercial estimada em US$ 86 bi/ano. Negociadores dos dois lados têm se reunido nas últimas duas semanas em Brasília e no Rio.
Avanços em vários setores
Os entendimentos, confirmam eles, avançaram em questões não-tarifárias, como propriedade intelectual, compras governamentais, subsídios e regras para investimentos. Mas, tudo indica, ainda que em algumas áreas mais do que em outras, houve progressos em todos os setores.
Os quatro membros permanentes do MERCOSUL (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) participam das negociações, que têm, ainda, a Venezuela como observadora. Sua adesão ao bloco está condicionada à aprovação pelo Parlamento paraguaio.
O processo de negociação MERCOSUL-UE passa agora para uma 2ª fase em que ambos os lados apresentarão suas propostas tarifárias, o que deve ocorrer na próxima reunião, a se realizar em março ou abril, em Bruxelas.
Investimento em Doha
Entre os obstáculos que ainda se apresentam ao fechamento do acordo estão a forte oposição de agricultores europeus - especialmente da França e da Irlanda - e também a tradicional hesitação dos países sulamericanos em adotar regras mais rígidas relativas aos direitos de propriedade intelectual.
Concluídas as negociações teremos o primeiro grande acordo comercial do Brasil em várias décadas. Há anos o governo brasileiro investe na negociação da Rodada Doha do comércio global, mas recentemente passou a valorizar também as negociações bilaterais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário