segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Presidenta Dilma: política econômica e social brasileira não muda


Em entrevista ao "Washington Post", a 1ª concedida a um jornal após a sua vitória, a presidenta eleita Dilma Rousseff anunciou estar disposta a se encontrar com o presidente do Estados Unidos, Barack Obama logo depois da posse a 1º de janeiro próximo. A presidenta foi enfática e tranquilizadora em outro ponto: a atual política econômica e social brasileira seguida nos últimos oito anos de governo do Lula não mudará de rumo sob sua presidência.

Ela destacou a importância das relações Brasil-EUA e queixou-se do baixo nível cambial do dólar. Dilma assinalou que o Federal Reserve (FED, o banco central norte-americano) prejudica o Brasil comercialmente com sua política de imprimir moedas em grande quantidade para acelerar a reativação da economia americana.

A economia ocupou a maior parte da entrevista da futura governante brasileira. "Ninguém no Brasil se sentirá à vontade se os EUA mantiverem altas suas taxas de desemprego", declarou, mas insistiu que as políticas monetárias de Washington prejudicam o Brasil e a preocupam."Uma política de desvalorização do dólar têm efeitos em nosso comércio exterior e em nossas reservas em dólares".

Mudança na política externa

"Planejo visitar o presidente Obama nos primeiros dias da minha posse, se ele quiser me receber", afirmou a primeira presidente mulher do Brasil. Dilma explicou ter rejeitado o convite para ir à Casa Branca antes de 1º de janeiro/2011 porque ainda está em fase de montagem de sua administração. "Tenho que criar meu próprio governo. Tenho 37 ministros para nomear", explicou.

Na entrevista concedida a editora do Washington Post, Lally Graham Weymouth - filha e herdeira de Katharine Graham, dona do jornal - a presidenta Dilma respondeu sobre questões atinentes ao Irã e indicou que imprimirá mudança nas relações entre os dois países.

"Não apoio o apedrejamento (de mulheres). Não estou de acordo com práticas que têm características medievais. Não há matizes possíveis, não farei concessões a respeito", reiterou a presidenta eleita brasileira, que já havia feito essa manifestação antes, censurando agora a posição do Brasil.

Desrespeito aos direitos humanos e Estados teocráticos

Nosso país absteve-se recentemente de votar resolução da ONU que condenou o apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada de adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido.

"Não estou de acordo com a forma que o Brasil votou. Não é minha posição", enfatizou. A presidenta tem sinalizado que em seu governo mudará a política externa em questões relativas à democracia e aos direitos humanos dando ênfase a condenação a toda qualquer violação destes e aos Estados teocráticos e totalitários.

Blog do Zé Dirceu

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