segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Segurança tem de ser prioridade dos governos


Se é interessante a proposta do governador Sérgio Cabral sobre as drogas leves (post acima) não se pode dizer o mesmo da situação salarial da polícia militar do Rio que aparece num comprativo publicado pela Folha de S.Paulo no domingo como uma das mais mal pagas no país - está em 11º lugar, com 10 outros Estados pagando salários melhores às suas forças policiais.

A solução, tampouco, está na decisão do governo fluminense, que concedeu um aumento de 70% para os policiais, mas a ser pago ao longo de 48 meses - 48 parcelas de 0,9% até o final de 2014. Insisto, continua sem solução à vista o problema seríssimo do sistema penitenciário e das policias, dos salários, formação, integração (polícias civil e militar).

Falta equipamentos e serviços de inteligência na maioria dos Estados - em muitos casos, onde existem, são insatisfatórios - e sobra violência e corrupção na própria polícia. Apesar dos avanços na integração do seu trabalho com a Polícia Federal (PF), a Forca Nacional de Segurança, o apoio das Forças Armadas, e o uso dessa própria inteligência precária.

Ação da segurança nos morros do Rio tem lado assustador

Ainda agora, por exemplo, é extremamente questionável a PM do Rio estabelecer que 18 (15 negros ou pardos e três brancos) morreram em confronto com as forças de segurança na ocupação dos complexos da Vila Cruzeiro e do Alemão, e não mostrar os corpos, não divulgar sua identificação, não ter satisfações a dar à sociedade sobre a morte de quase duas dezenas de pessoas.

A despeito dessas questões graves, temos encontrado soluções inovadoras, que têm se mostrado boas alternativas, como as Unidades de POlícia Pacificadora (UPPs), o PRONASCI - programa de bolsas para estudo/aperfeiçoamento de policiais e trabalhadores da área de segurança - o Fundo Nacional de Segurança Publica, e as penitenciárias federais de segurança máxima.

Mas, alem de nova legislação em todo esse vasto campo que mencionei, o país precisa, também, que a segurança realmente seja prioridade do Ministério da Justiça e do Governo Federal, inclusive na parte atinente à vigilância e controle das fronteiras e do combate à lavagem de dinheiro.

A propósito dessa questão de segurança, convido vocês a lerem o artigo "Não há solução mágica " publicado pelo ex-ministro da Fazenda, professor Luiz Carlos Bresser Pereira, nesse domingo, na Folha de S.Paulo. Bresser coloca o dedo nessa ferida.

Blog do Zé Dirceu

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