POR NOCAUTE
3 DE AGOSTO DE 2018
Em editorial publicado nesta sexta-feira (3), a Folha de S.Paulo fala em “democracia infante” no Brasil. Não porque o país foi vítima de um golpe que destituiu uma presidenta democraticamente eleita. Mas porque o PT mantém Lula candidato mesmo após sua condenação.
Com o pedestre e batido argumento de que Lula é um condenado em duas instâncias por corrupção, e sem levar em conta que foi uma condenação sem provas e com claros interesses políticos, o editorial da Folha escancara seu lado anti-Lula.
Para a Folha, Lula não pode ser candidato e o partido apóia o que o editorial chama de “sandice”. “Ninguém no partido ergue-se para questionar a sandice — ao contrário, uma meia dúzia faz até greve de fome pela soltura do líder.”
Desconsiderando as dezenas, centenas de juristas brasileiros e estrangeiros que defendem o oposto, o jornal exige que a Justiça dê um basta às atitudes do partido. “Não há dúvida de que, para o jogo eleitoral que começa a se definir em pouco mais de dois meses, seria melhor que as cortes dessem o quanto antes um basta à atitude do PT”, afirma o jornalão da Barão de Limeira.
“A democracia se distingue dos autoritarismos justamente por sacralizar os meios pelos quais se chega a este ou àquele fim”, diz o editorial. Só faltou mencionar o evidente desrespeito do Judiciário ao Art. 5, inc. LVII da Constituição Federal que diz que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
Esta lei, que garante o Estado Democrático de Direito, foi desrespeitada no caso do ex-presidente Lula, por conseguinte a regra de que o acusado responda seu processo em liberdade também não foi cumprida.
Mas a Folha é espertinha. Em sua eterna intenção de passar a imagem de veículo democrático e pluralista, o jornal publicou também, na página 3, um artigo da jornalista Eleonora Lucena, ex-editora-executiva da Folha e atual editora do blog Tutaméia, em que ela defende a candidatura do ex-presidente Lula.
Lucena traça um paralelo entre a prisão de Lula e o suicídio de Getúlio Vargas, impulsionado pelo complô promovido por grupos internacionais e seus aliados internos (como aparece na “Carta Testamento”).
“É possível que a exclusão de Lula da eleição coloque a própria democracia em risco ainda maior. Os golpistas, que jogam o país no precipício, têm poucas semanas para sacramentar sua estratégia. Já os defensores da democracia precisam se unificar em torno da sua: Lula livre! E candidato”, conclui a jornalista.
Clique aqui para ler o editorial na íntegra.
Nocaute
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