POR FERNANDO BRITO · 28/09/2018
É hora de tomar posição.
Quando o relógio virar, à meia-noite, faltarão apenas oito dias para o primeiro turno das eleições.
A esta altura, só quem acreditar em manipulações da mídia ou em epifanias – concedo esta ao simpático Cabo Daciolo – pode achar que não vamos a um segundo turno entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro.
Seria bom se fossem outros os contendores, tanto pelo debate que o país poderia fazer quanto pelo fato de que nenhum resultado seria catastrófico como seria a eleição de um fascista para o comando do país.
Precisamos levar Bolsonaro a uma derrota no primeiro turmo, ainda que não definitiva.
Ele está deixando claro que pretende se declarar “vencedor moral” da eleição e recusar o resultado das urnas.
Esperar que uma demolição moral de Bolsonaro, pela mídia, vá retirá-lo do segundo turno não é apenas acreditar que o império de comunicação tenha um poder que já não mais tem, mas é também aceitá-lo, legitimá-lo e acumpliciar-se a ele.
Temos nós que retirá-lo, se não do turno decisivo, ao menos da liderança no primeiro turno.
O Brasil não merece que, nele, saia vencedor um fascista, um monstro, um neandertal da política.
Sim, não fomos nós que o criamos. Foram os Moro, os Dallagnoll, os amestrados da mídia.
Mas eles não podem, mesmo com suas caras de críticos cínicos, impor aos brasileiros a mácula de terem deixado um monstro chegar em primeiro lugar, mesmo que provisório, num processo eleitoral.
O voto útil, agora, é pela derrota do fascismo, já, ainda que não tenhamos forças para fazê-lo definitivo, do fascismo, da barbárie, da selvageria.
Ele não, definitivamente não, pode ter o laurel de uma pequena vitória temporária.
E, está claro, só há um voto que se pode dar para que isso aconteça.
O voto em Fernando Haddad é o gesto de civilização.
Qualquer outro, ainda que por ilusão, beneficia a barbárie.
Tijolaço
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