sábado, 29 de setembro de 2018

Editorial: a oito dias da eleição, voto útil é só Haddad



POR FERNANDO BRITO · 28/09/2018


É hora de tomar posição.

Quando o relógio virar, à meia-noite, faltarão apenas oito dias para o primeiro turno das eleições.

A esta altura, só quem acreditar em manipulações da mídia ou em epifanias – concedo esta ao simpático Cabo Daciolo – pode achar que não vamos a um segundo turno entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro.

Seria bom se fossem outros os contendores, tanto pelo debate que o país poderia fazer quanto pelo fato de que nenhum resultado seria catastrófico como seria a eleição de um fascista para o comando do país.

Precisamos levar Bolsonaro a uma derrota no primeiro turmo, ainda que não definitiva.

Ele está deixando claro que pretende se declarar “vencedor moral” da eleição e recusar o resultado das urnas.

Esperar que uma demolição moral de Bolsonaro, pela mídia, vá retirá-lo do segundo turno não é apenas acreditar que o império de comunicação tenha um poder que já não mais tem, mas é também aceitá-lo, legitimá-lo e acumpliciar-se a ele.

Temos nós que retirá-lo, se não do turno decisivo, ao menos da liderança no primeiro turno.

O Brasil não merece que, nele, saia vencedor um fascista, um monstro, um neandertal da política.

Sim, não fomos nós que o criamos. Foram os Moro, os Dallagnoll, os amestrados da mídia.

Mas eles não podem, mesmo com suas caras de críticos cínicos, impor aos brasileiros a mácula de terem deixado um monstro chegar em primeiro lugar, mesmo que provisório, num processo eleitoral.

O voto útil, agora, é pela derrota do fascismo, já, ainda que não tenhamos forças para fazê-lo definitivo, do fascismo, da barbárie, da selvageria.

Ele não, definitivamente não, pode ter o laurel de uma pequena vitória temporária.

E, está claro, só há um voto que se pode dar para que isso aconteça.

O voto em Fernando Haddad é o gesto de civilização.

Qualquer outro, ainda que por ilusão, beneficia a barbárie.



Tijolaço

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