segunda-feira, 29 de julho de 2019

Se presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu na ditadura, eu conto, diz Bolsonaro


O pai do presidente da OAB, Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, desapareceu em fevereiro de 1974, quando o filho tinha apenas 2 anos

-29/07/2019


Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Jair Bolsonaro atacou nesta segunda (29) o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, usando a memória da morte de seu pai, durante a ditadura militar, como arma.

Segundo relatos da Folha, Bolsonaro estava reclamando da atuação da OAB no caso envolvendo Adélio Bispo de Oliveira, responsável pela facada no capitão expulso do Exército, durante a disputa eleitoral de 2018, quando sacou a história da morte do pai de Felipe.

“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele.”

Bolsonaro ainda acrescentou: “Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro.”

De acordo com o jornal, o pai do presidente da OAB, Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, desapareceu em fevereiro de 1974, quando o filho tinha apenas 2 anos. Ele foi preso junto de um amigo chamado Eduardo Collier, por agentes do DOI-CODI, no Rio de Janeiro.

Quando estudante de Direito, Fernando era funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica em São Paulo e integrante da Ação Popular Marxista-Leninista. A Comissão da Verdade destacou em seu relatório final que ele tinha endereço e trabalho fixos quando sumiu.


Bolsonaro também afirmou que não recorreu da condenação de Adélio para evitar que a pena dele fosse ainda menor. “Adélio se deu mal. Eu não recorri porque se recorresse ele seria julgado não por homicídio, mas tentativa de homicídio, em um ano e meio ou dois estaria na rua. Como não recorri, agora é maluco o resto da vida. Vai ficar num manicômio judicial, é uma prisão perpétua. Já fiquei sabendo que está aloprando por lá. Abre a boca, pô”, disparou.


Jornal GGN

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