POR FERNANDO BRITO · 30/09/2019
Imagine-se com 73 anos, preso há um ano e meio dentro de uma sala miúda, da qual só saiu para ver sepultar-se o corpo de um neto de 7 anos.
Eu, você, qualquer um faria – e tinha o direito de fazer – qualquer coisa para sair dali, ver as pessoas, olhar o céu que fosse, ver os filhos, os netos, os amigos.
Mas há um homem que não é qualquer um, que tem acima de sua condição humana, tão frágil e falha quanto a de qualquer um de nós, a consciência de que já não pertence a ele, mas ao povo brasileiro.
Vindo das entranhas da pobreza, é mais nobre de que nossos barões políticos e econômicos, que tudo aceitam e tudo vendem, até o seu país, para gozar e fruir do que milhões de brasileiros nem mesmo podem sonhar.
Eles não têm um grão, uma molécula, um átomo da dignidade de Luís Inácio Lula da Silva, que atira a luva de sua grandeza à cara de um bando de aspirantes a carrasco, a oportunistas que se oferecem aos poderosos para destruir o que o povo brasileiro tantos anos desejou ter de novo: um líder, um retrato onde encarnasse seus desejos e aspirações.
Como a Getúlio, seu nome é uma bandeira de luta.
O que Lula diz é simples e claro: prenderam-me com mentiras, soltem-me com a verdade, não com uma farsa.
De outra forma, e vai ecoar por toda parte, terão de me “soltar à força”.
O que bacharéis sádicos de Curitiba não têm como compreender é que a Lula não podem abrir a jaula onde o encarceraram pretendendo colocar-lhe uma coleira.
Lula desmontou com seu sacrifício a jogada de esperteza de gente sórdida.
É um leão e não serão ratos que o destruirão.
Leia a íntegra da carta do ex-presidente, lida há pouco por seus advogados.
Não troco minha dignidade pela minha Liberdade.
Tudo que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao Povo Brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que fizeram à Democracia, à Justiça e ao país.
Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha Liberdade.
Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos as mentiras que contaram ao Brasil e ao Mundo.
Diante das arbitrariedades cometidas pelos Procuradores e por Sergio Moro, cabe agora a Suprema Corte corrigir o que está errado, para que haja justiça independente e imparcial. Como é devido a todo cidadão.
Tenho plena consciência das decisões que tomei neste processo e não descansarei enquanto a verdade e a Justiça não voltarem a prevalecer.
Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário