Publicado por Jose Cassio
- 1 de outubro de 2019
Segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues foi preso por levar no voo 39 kg de cocaína
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) protocolou na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional requerimento para seja realizada audiência pública para que Manoel Silva Rodrigues, sargento da Força Aérea Brasileira, preste via teleconferência ou por meio de representante legal, informações sobre a apreensão de 39 quilos de cocaína em 25 de junho durante escala da missão presidencial em Sevilha, na Espanha.
O requerimento, que está na pauta da Comissão, será apreciado e votado em reunião nesta quarta, 2/10, às 9h30.
Padilha fez contato com parlamentares da Espanha para que aprovem audiência com o mesmo objetivo para ouvirem o militar no parlamento espanhol.
Nesta semana, o DCM revelou com exclusividade que Manoel Silva Rodrigues, que está preso na Espanha, batalha na Justiça pelo direito de contar a sua versão dos fatos à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, presidida por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
De acordo com o militar, Eduardo vem ignorando seus pedidos.
“Esperamos que o requerimento seja aprovado para que a gente consiga avançar nas investigações”, diz Padilha, que foi ministro de Relações Institucionais de Lula e da Saúde no governo de Dilma Rousseff.
O deputado vê diversos pontos obscuros no caso.
O primeiro tem relação com o pouso em Sevilha, não usual em viagens ao Japão. “Nesses casos, normalmente se faz escala no continente Africano, em alguma ilha do pacífico ou mesmo nos Estados Unidos”, diz o deputado.
Outro ponto é o fato de Manoel Silva Rodrigues ter agido sozinho.
“É quase impossível que ele tenha entrado no avião com 39 quilos de cocaína sem apoio de terceiros”, diz Padilha. “A hierarquia é rígida, e ele é um profissional experiente. Se topou o risco é porque devia ter amparo, estava se sentindo protegido”.
O voo fazia parte da comitiva do presidente Bolsonaro que ia para a reunião do G20 no Japão.
A droga estava na mala do sargento, que trabalha há 19 anos na FAB.
Há três anos ele faz parte da equipe que transporta os chefes de Estado e outros cargos de alto escalão brasileiros.
O advogado de defesa do sargento afirmou à Corregedoria do Ministério Público Militar que há evidências de “ações clandestinas para imputar crimes ao comissário de bordo”.
Segue o requerimento na íntegra:
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