1 de julho de 2021
Joe Biden e Jair Bolsonaro (Foto: White House | PR)
O homem forte da CIA, William J. Burns, estaria ou não advertindo hoje o presidente Bolsonaro para dizer que Biden está inconformado com essa negociata de vacinas com os concorrentes fabricantes dos Estados Unidos? Outro foco seria ou não o crescimento da oposição nas ruas que colocam Bolsonaro com 23%, apenas, nas pesquisas, enquanto Lula cresce para 49%, podendo ganhar no primeiro turno em 2022?
Essa escalada lulista preocupa ou não Washington por estimular reversão das privatizações selvagens da Petrobrás e Eletrobras, principais agentes do desenvolvimento nacional? Washington, sem dúvida, alarma-se com perigo de perder mercado das vacinas para os BRICS(Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), no cenário da guerra comercial global que se intensificou na pandemia do novo coronavírus; afinal, o negocismo, que substituiu o negacionismo ideológico bolsonarista, está escanteando as vacinas americanas e inglesas, para dar preferência à concorrente vacina indiana Covaxin; as investigações em curso pelo Ministro Público certificariam que outras vacinas da Índia estão sendo comercializadas pelos laboratórios nacionais arrebanhados pelo Ministério da Saúde, controlado, politicamente, pelo Centrão.
CENTRÃO-BOLSONARO
A aliança Centrão-Bolsonaro, operada pelo líder do governo, deputado Ricardo Barros(PP-PR), prejudica laboratórios americanos, que reagem às investigações da CPI ao superfaturamento de preços; representariam interesses contrariados ou não as denúncia de Luiz Paulo Dominghetti, de que agentes do Ministério da Saúde cobraram propina de 1 dólar por vacina para comprar da indústria americana Davati Medical Supplly, que ele representaria no Brasil? A presença da CIA, nesse exato momento, em que a CPI mostra maracutaias bolsonaristas incômodas aos interesses americanos, sugere ou não que Washington não quer aproximação brasileira com BRICS que tomam mercado dos americanos na América Latina em plena pandemia? A escalada do comércio de vacinas, dominado pela supervalorização especulativa de preços, que causa escândalo mundial, no contexto da CPI da Covid, virou alvo americano; sob pressão feita pelos laboratórios norte-americanos e ingleses associados entre si, no comércio internacional, disputando, especialmente, com China e Índia, Biden manda a CIA dar um breque na situação que ameaça fugir do controle da Casa Branca.
EUA X CHINA EM TERRITÓRIO BRASILEIRO
O olho gordo de Washington está, sobretudo, no petróleo; as reservas mundiais americanas são inferiores, por exemplo, às do pré sal, que alcançam mais de 40 bilhões de barris; a aceleração da privatização da Petrobrás galgou, nessa semana, mais uma escalada: a venda dos restantes 37% da Petrobrás no capital da BR Distribuidora, maior fonte de renda da Petrobrás, na sua formação de caixa, segundo estudos da Aepet, ressalta o engenheiro Roberto Siqueira à TV Comunitária; depois de abocanhada a BR Distribuidora, considerada, atualmente, maior empresa nacional, os privatistas, embalados pela política neoliberal de Paulo Guedes, sintonizada com Wall Street, voltam-se para o pré sal; suas reservas seriam a garantia para os americanos, temerosos da redução das suas próprias reservas; esse cenário colocaria a China, também, dependente do petróleo do pré sal em confronto direto com Estados Unidos em território nacional; os conflitos entre os dois países começaram a se intensificar a partir do governo Temer que deu golpe neoliberal no PT, em 2016; Pedro Parente, no comando da estatal, estabelece mudança de preços na Petrobrás; dolarizou-se a cotação do barril de petróleo por meio da nova política de preço de paridade de importação, cujas consequências foram elevações dos derivados gasolina e óleo diesel; essa estratégia imperialista ajudou a mudar opinião pública no sentido de criticar a alta dos preços e a favorecer a narrativa imperialista de que para melhorar a situação o ideal seria a privatização da Petrobrás.
SERVIÇO DA GLOBO AO IMPERIALISMO
A Globo, com seus articulistas Carlos Alberto Sardemberg e Miriam Leitão, diz Roberto Siqueira, fizeram o serviço sujo para favorecer interesses da Casa Branca; Sardemberg escreveu que o petróleo do pré sal, quando descoberto, no governo Lula, era fakenews; desmentido esse argumento pela Aepet, Miriam destacou com a estatal nacional não tinha tecnologia para explorar competitivamente o petróleo descoberto; dias depois dessa afirmação equivocada dela, Petrobrás ganhou prêmio internacional de exploração em águas profundas; Miriam voltou à carga dizendo, então, que faltaria recursos para Petrobras explorar sua descoberta, que ficaria muito cara; a AETPET demonstrou que o custo por barril era um dos mais baixos do mundo na área do pré sal: 7 dólares/barril; a AEPT convidou, então, Sardemberg e Miriam para seminário sobre o assunto, na Assembleia do Rio de Janeiro; ambos, simplesmente, fugiram, sem ter argumentos; vergonha jornalística para agradar a CIA que derrubaria Dilma Rousseff, no golpe neoliberal de 2016, justamente, para abocanhar a Petrobrás.
CIA QUER PETROBRÁS PARA OS AMERICANOS
A presença do chefe da CIA é isso aí: abocanhar Petrobrás; justamente, nessa semana, quando a CPI coloca a atenção da sociedade na maracutaia do comércio das vacinas com preços superfaturados, armado pela dobradinha Centrão-Bolsonaro, a BR Distribuidora é entregue na bacia das almas; a CPI, nesse caso, como diz Siqueira, serviu como cortina de fumaça para distrair o povo enquanto a boiada passa; ou seja, a CPI estaria desmoralizando Bolsonaro, mas, ao mesmo tempo, também, contribuiria para intensificar proteção à geopolítica americana, temerosa quanto à virada de jogo com ascensão provável de Lula no poder, no rastro do desmoronamento do poder bolsonarista, manchado de corrupção no comércio das vacinas.
Brasil 247
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