Em entrevista à TV 247, o economista afirmou que, apesar da independência em relação ao governo, o BC possui uma relação de “promiscuidade” com interesses financeiros privados, o que evidencia uma dinâmica de “captura” da instituição.
29 de outubro de 202
(Foto: Reprodução/Facebook | Reprodução/Divulgação)
247 - O economista Paulo Nogueira Batista Júnior afirmou, em entrevista à TV 247, que o Banco Central brasileiro, apesar de manter a independência em relação ao governo, não foi capaz de escapar da influência do sistema financeiro. Ele comentou sobre o caso André Esteves, dono do BTG Pactual, que foi consultado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a taxa de juros.
A independência do Banco Central não significa autonomia plena, uma vez que interesses financeiros privados podem facilmente “capturar” a instituição. “O Banco Central brasileiro nunca foi formalmente autônomo, mas nos anos recentes, depois do Plano Real, ele tem tido uma autonomia operacional grande em relação ao governo. Mas é aí que vem o pulo do gato. Em relação ao governo, mas não em relação a interesses financeiros privados infelizmente”, disse ainda o economista, que foi diretor-executivo no FMI.
Ele caracterizou a relação entre o BC e interesses privados como de “promiscuidade”. “O caso do Brasil não é único, mas é um caso muito claro de captura do regulador pelos regulados, de captura do Banco Central pelo sistema bancário privado. Essa conversa [de Campos Neto com Esteves] é reveladora desse imbricamento, para não dizer promiscuidade, entre interesses financeiros privados e o Banco Central, que deveria ser público”, completou.
Brasil 247
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