sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Cúpula bolsonarista do MEC tentou incluir professores de extrema direita na elaboração do Enem


A lista com 22 nomes incluía defensores do governo Jair Bolsonaro, uma professora de Biologia criacionista e quatro docentes ligados à Universidade Mackenzie, de onde veio o ministro Milton Ribeiro

19 de novembro de 2021
Ministro Milton Ribeiro (Foto: Catarina Chaves/MEC | Divulgação)


247 - A cúpula do Ministério da Educação (MEC) tentou incluir professores de extrema direita na elaboração do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Esses docentes não haviam sido aprovados em processo seletivo para colaboradores da prova. A lista com 22 nomes incluía defensores do governo Jair Bolsonaro, uma professora de Biologia criacionista e quatro docentes ligados à Universidade Mackenzie, de onde veio o ministro Milton Ribeiro.

De acordo com informações do jornal O Estado de S.Paulo, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Danilo Dupas, fez a lista com a anuência do MEC. Essas pessoas receberiam a permissão para escolher as questões da prova a partir do banco de itens. Poderiam também acompanhar a impressão da prova na gráfica. Elas deveriam, primeiramente, entrar na sala segura do Enem, um ambiente com detectores de metal e senhas nas portas.

Nesta semana, Jair Bolsonaro afirmou que a administração federal pretende deixar o Enem "com a cara de governo" e fez um alerta sobre a tentativa da administração federal em tirar a credibilidade acadêmica. A crise no Inep levou ao pedido de demissão de 37 servidores, na terça-feira (9) da semana passada. Na carta de demissão, os servidores do Inep que pediram exoneração alegaram "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do instituto, além de assédio de Danilo Dupas.


Brasil 247

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