quarta-feira, 31 de maio de 2023

Para ministros do STF, ambiente é "ruim" para Moro e chance de escapar de cassação é "pequena"

 Ação movida contra Moro pelo PL e PT alega que o ex-juiz parcial teria cometido abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2022

31 de maio de 2023

Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)


247 - Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) analisam o ambiente "ruim" para o ex-juiz parcial e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) em relação ao processo que busca a cassação de seu mandato. Segundo a opinião dos magistrados ouvidos por Bela Megale, do jornal O Globo, a chance de Moro manter seu cargo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é considerada "pequena".

Aliados do ex-juiz têm esperanças de que ele tenha um destino diferente do ex-procurador Deltan Dallagnol, que teve seu mandato de deputado federal cassado por unanimidade no TSE. No entanto, os ministros apontam que o caso de Moro é distinto do de Deltan. Enquanto o TSE enquadrou Dallagnol na Lei da Ficha Limpa, entendendo que ele pediu exoneração do Ministério Público Federal antes do prazo previsto em lei eleitoral para evitar condenação em possíveis processos administrativos, a ação movida contra Moro pelo PL e PT no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) alega que o ex-juiz teria cometido abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2022.

Moro nega qualquer irregularidade e defende que a ação movida contra ele é de natureza política, com o objetivo de "punir um desafeto". No entanto, os ministros do STF destacam que, apesar das diferenças entre os casos, o ambiente para Moro não é favorável. A avaliação é de que sua postura menos confrontadora como senador em comparação com sua atuação como juiz não deve ser suficiente para garantir sua permanência no cargo.

O processo contra Moro ainda está em fase inicial no TRE-PR e, segundo expectativas, deve demorar para chegar ao TSE. No caso de uma eventual cassação, há a possibilidade de recurso ao Supremo Tribunal Federal.


Brasil 247

Vacina brasileira contra dependência em crack e cocaína é finalista de prêmio internacional

 Imunizante desenvolvido pela UFMG é indicado ao Prêmio Euro por seu potencial inovador

30 de maio de 2023
(Foto: Divulgação (UFMG))


247 — Uma vacina desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) contra a dependência em crack e cocaína está indicada ao Prêmio Euro, que reconhece o potencial de inovação dos profissionais latino-americanos de Medicina, informou o Estadão Conteúdo. Batizado de 'Calixcoca', o imunizante já teve a segurança e eficácia provados nas fases pré-clínicas do estudo e agora busca fundos para realizar os testes em humanos.

A Calixcoca funciona no sistema imune, induzindo a produção de anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga numa molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica. Idealmente, a proposta visa bloquear a absorção da cocaína e dos seus derivados, como o crack.

"Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia da vacina nesta aplicação. Ela aporta uma solução que permite aos pacientes com dependência se reinserir socialmente e voltar a realizar seus sonhos", explica o professor e pesquisador responsável Frederico Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina.

O objetivo da vacina, que começou a ser desenvolvida em 2015, é impedir a dependência e "recaída" dos pacientes em tratamento, "dando mais tempo para eles reconstruírem sua vida sem a droga", segundo Garcia. Até o momento, o projeto foi completamente custeado por verbas públicas.

Os testes da fase pré-clínica também foram feitos com ratas grávidas e, segundo os resultados iniciais, a Calixcoca impediu que a cocaína e o crack chegassem à placenta ou ao feto. A patente da vacina já foi depositada pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG.

Os demais finalistas do Prêmio Euro são: Plataforma multimédia "Nonu, acompanha-me para curar" (Costa Rica), A realidade virtual como suporte diagnóstico e terapêutico da ansiedade social (Chile), Capacete de Respiração Assistida Elmo (Ceará), CircPress - Circuito Automático de Compressões Torácicas e Desfibrilação (Minas Gerais), Endopróteses vasculares conectoras sem sutura - endoHub (Santa Catarina), Desenvolvimento de um algoritmo para prever o benefício do tratamento em idosos com câncer (Chile), AngelUS Soluções em Saúde (Minas Gerais), Dispositivo de reexpanssion pulmonar (Colômbia), Desenvolvimento e validação de teste rápido para detecção de anticorpos IgG contra o HTLV-1 (Bahia), Projeto Hilab Lens: Leitor Hematológico Point-of-Care (Paraná), Machine Learning para Transplante - ML4Tx (São Paulo), Diagnóstico e vigilância de infecções virais por sequenciamento de nova geração (São Paulo), Projeto Aico - Esfíncter Artificial para Colostomias (Paraná), Uso de realidade virtual imersiva no treinamento cognitivo de vítimas de traumatismo cranioencefálico (São Paulo).

O Prêmio Euro é oferecido pela farmacêutica Eurofarma e podem disputar qualquer profissional de Medicina com registro ativo nos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru, Equador, México, Colômbia, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Honduras e República Dominicana.


Brasil 247

terça-feira, 30 de maio de 2023

Senado diz a Lula que Zanin deve ser aprovado para o STF sem dificuldade

 Lula deve enviar indicação ao Senado ainda nesta semana

30 de maio de 2023

Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin e Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Agência Brasil)


247 - Senadores com ampla influência no Parlamento afirmaram a Lula que o nome do advogado Cristiano Zanin deve ser aprovado sem maiores dificuldades caso seja ele mesmo o indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), informa a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo. Mesmo uma tentativa do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União-AP), de protelar a sabatina de Zanin poderá ser contornada com facilidade.

Lula comunicou a ministros do STF que a indicação ao tribunal deve ser enviada por ele ao Senado ainda nesta semana.

Zanin foi advogado de Lula na Operação Lava Jato, tem saber jurídico e conquistou a confiança do presidente em aspectos jurídicos e técnicos.


Brasil 247

Ex-sócio de Flávio assegura que membro da família Bolsonaro será preso: "questão de tempo"

 “Acredite e aceite, no RJ e MP sua ‘força política’ já não é a mesma", disse Alexandre Santini, ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro na franquia de chocolates Kopenhagen

30 de maio de 2023

Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Alexandre Santini (Foto: Reprodução/Facebook)


247 - Em um desenvolvimento bombástico, o empresário Alexandre Santini, ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na franquia de chocolates Kopenhagen, postou em suas redes sociais uma mensagem misteriosa. No Instagram, em sua página restrita, ele sugeriu que um integrante da família Bolsonaro cometeu crimes e poderá ser preso no futuro, mas não chegou a citar nomes. Ele deixou claro que não refere-se a Jair Bolsonaro. A informação é de Guilherme Amado, do portal Metrópoles.

“Conexão RJ – BSB… A questão é ser ‘HONESTO’, e não ‘Direita ou Esquerda’… Não estou falando de ‘J.B’… Vieram te buscar, mas conseguiu correr… Não adianta tentar escapar, tudo é questão de tempo, pois provas não faltam para seus inúmeros ‘crimes na política’ que vão te levar para a PRISÃO”, diz um trecho da postagem, ilustrada com a foto de um agente da Polícia Federal dentro de um avião. “Acredite e aceite, no RJ e MP sua ‘força política’ já não é a mesma… Cidadanias italianas ainda não concedidas… Aonde será [sic] suas próximas longas férias, a sua sonhada cidadania não será necessária, tão pouco [sic] seu ‘foro privilegiado’, e terá tempo para refletir sobre seus inúmeros erros. Um conselho: ‘Brasília não é para Amadores’, finaliza Santini.

A franquia da Kopenhagen, localizada em um shopping na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, era supostamente mantida por Flávio, com Santini sendo apontado como seu "sócio laranja". O Ministério Público (MP) alegava que a loja era utilizada por Flávio como parte de um esquema de lavagem de dinheiro conhecido como rachadinha. Em maio do ano passado, a denúncia contra Flávio foi rejeitada pela Justiça do Rio de Janeiro. No entanto, em fevereiro deste ano, o MP recorreu ao Superior Tribunal de Justiça na tentativa de retomar as investigações contra o senador e filho de Jair Bolsonaro.


Brasil 247

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Bolsonaro usou a Caixa para tentar comprar votos e deixou rombo bilionário

 Até as eleições, a Caixa liberou R$ 10,6 bilhões para 6,8 milhões de pessoas

29 de maio de 2023

Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)


247 – O ex-presidente Jair Bolsonaro teria causado um calote bilionário na Caixa Econômica Federal em uma tentativa de reeleição, de acordo com informações reveladas pelo portal UOL. Segundo o relato, no início de 2022, o presidente Jair Bolsonaro viu seu plano de conquistar os votos das pessoas de baixa renda falhar. Diante disso, ele decidiu intensificar suas ações e contou com o apoio da Caixa para alcançar seus objetivos eleitorais.

Por meio de medidas provisórias assinadas por Bolsonaro e pelo então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, foram criadas duas linhas de crédito no banco estatal. Até as eleições, a Caixa liberou R$ 10,6 bilhões para 6,8 milhões de pessoas. No entanto, Bolsonaro não conseguiu se reeleger e o resultado dessa política de "torneira aberta" foi um enorme calote nas contas do banco, que agora está sendo revelado.

De acordo com o UOL, que teve acesso a informações mantidas em segredo pela Caixa, a instituição financeira foi usada como uma ferramenta de campanha de Bolsonaro, por meio de manobras obscuras e sem transparência. A reportagem ressalta que essas ações arriscadas expuseram o banco a um nível de risco sem precedentes na história recente.

As medidas provisórias assinadas por Bolsonaro resultaram na criação de uma linha de microcrédito para pessoas com restrição de crédito, chamada "SIM Digital", e na liberação de empréstimos consignados para o programa Auxílio Brasil. No entanto, o alto índice de inadimplência nessas operações trouxe consequências graves para a Caixa.

No caso do SIM Digital, a inadimplência chegou a 80% neste ano, o que deve acarretar um rombo nas contas do banco. Parte desse prejuízo será coberta com recursos do FGTS. Já no caso dos empréstimos consignados para o Auxílio Brasil, mais de 100 mil devedores foram excluídos do Bolsa Família este ano e o pagamento das parcelas é incerto.


Brasil 247

domingo, 28 de maio de 2023

Jean Paul Prates ironiza fake news do Globo e diz que terá que montar redação para desmentidos

"A turma da boataria especulativa tá solta neste fim de semana", afirmou

28 de maio de 2023

Jean Paul Prates (Foto: Reprodução)


247 - O jornal O Globo publicou matéria em que afirma que há um desejo da Petrobrás em voltar a controlar a BR Distribuidora, hoje controlada pela Vibra Energia.

Em suas redes sociais, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ironizou as especulações.

"A turma da boataria especulativa tá solta neste fim de semana… Balões de gás hélio! Vamos ter que montar uma redação de jornal aqui pra ficar emitindo desmentidos de hora em hora", escreveu.

Lula confirma a ministros do STF que indicará Zanin à suprema corte nesta semana

 Advogado teve papel essencial na demonstração de que Lula foi vítima de lawfare

28 de maio de 2023

Lula e Cristiano Zanin (Foto: Ricardo Stuckert | STF)


247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), revelou aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que nesta semana apresentará ao Senado Federal o nome de Cristiano Zanin como indicado para uma vaga na Corte, segundo informa o jornal Estado de S. Paulo. Na última sexta-feira, dia 26, Lula organizou um churrasco no Palácio da Alvorada, onde estavam presentes os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril, abrindo espaço para essa nomeação.

Durante a semana, Lula já havia sinalizado que estava próximo de concluir essa questão. Desde abril, ele tem sido pressionado a tomar uma decisão definitiva em relação à nova composição do Supremo. Durante as conversas realizadas durante o evento no Palácio, Lula indicou que a próxima vaga, que surgirá em outubro com a aposentadoria de Rosa Weber, não será ocupada por nenhum dos nomes considerados até o momento.

Lawfare – Cristiano Zanin desempenhou um papel crucial na defesa do presidente Lula, apresentando argumentos e evidências para combater as acusações e questionar o uso do lawfare no processo judicial. Zanin e sua equipe de advogados adotaram uma estratégia incisiva para contestar as acusações e resguardar os direitos e a reputação do ex-presidente.

O termo "lawfare" refere-se à manipulação do sistema judicial para perseguir adversários políticos ou alcançar objetivos políticos, em vez de buscar justiça imparcial. Na defesa de Lula, Zanin argumentou que o processo contra o ex-presidente era contaminado por motivações políticas e questionou a imparcialidade dos investigadores e dos juízes envolvidos.

Zanin destacou diversas questões processuais, como a falta de provas contundentes, a condução questionável das investigações e a seletividade no tratamento do caso. Ele apresentou recursos e argumentos jurídicos para contestar cada etapa do processo, evidenciando o uso do lawfare contra seu cliente.

Além disso, Zanin também destacou as violações aos direitos fundamentais de Lula, como a divulgação ilegal de conversas privadas e a condução coercitiva do ex-presidente, considerada abusiva por muitos juristas. Ele enfatizou que tais ações violaram os princípios do devido processo legal e buscaram prejudicar a imagem e a trajetória política de Lula.


Brasil 247

Com 52% dos votos, Erdogan é reeleito presidente da Turquia

 Recep Tayyip Erdogan, que assumiu a presidência em 2014, segue no comando do país

28 de maio de 2023

Tayyip Erdogan (Foto: Umit Bektas/Reuters)


247 - Com 52,2% dos votos, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito neste domingo (28). Ele superou Kemal Kılıçdaroglu, que teve 47,8% dos votos - dados obtidos com 97,1% das urnas apuradas.

Erdogan preside a Turquia desde 2014. Ele nasceu em 26 de fevereiro de 1954, em Istambul. Antes de se tornar presidente, Erdogan ocupou diversos cargos políticos importantes.

Erdogan iniciou sua carreira política como membro do Partido do Bem-Estar, um partido islâmico conservador na década de 1970. No entanto, o partido foi banido em 1998, e Erdogan foi condenado a prisão por incitar ódio religioso. Após sua libertação, ele co-fundou o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) em 2001 e se tornou seu líder.

Erdogan foi eleito primeiro-ministro da Turquia em 2003 e serviu nessa posição até 2014. Durante seu mandato como primeiro-ministro, ele implementou reformas econômicas significativas e promoveu uma política externa ativa. Ele também foi responsável por uma série de mudanças políticas e constitucionais que ampliaram o poder presidencial na Turquia.

Em 2014, Erdogan foi eleito o 12º presidente da Turquia, sucedendo Abdullah Gul. Ele foi reeleito para um segundo mandato em 2018, após mudanças constitucionais que transformaram o sistema político do país em uma presidência executiva.

No entanto, Erdogan também tem sido alvo de críticas por sua abordagem autoritária. Sua liderança tem sido marcada por uma polarização significativa na sociedade turca, com divisões entre seus apoiadores e opositores.


Brasil 247

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Entenda as possíveis razões por trás da cassação do mandato de Sergio Moro

 A cassação de Dallagnol acendeu o alerta na "bancada da Lava Jato" e Moro pode ser o próximo a perder o mandato

26 de maio de 2023

Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)


247 - Após a cassação do mandato de Deltan Dallagnol, o mundo político de Brasília está atento à situação do ex-juiz considerado suspeito pelo STF e senador Sergio Moro, destaca reportagem da Deutsche Welle. Moro está sendo alvo de duas ações na Justiça Eleitoral, acusado de abuso de poder econômico e suspeita de "caixa 2" em sua campanha ao Senado.

As ações foram movidas pelo PT, PV, PCdoB e pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL. As acusações envolvem gastos com a pré-campanha de Moro à Presidência pelo Podemos e a contratação de empresas ligadas a seu suplente, com indícios de uso de recursos públicos para fins pessoais.

A cassação de Dallagnol acendeu o alerta na "bancada da Lava Jato" e Moro pode ser o próximo a perder o mandato. Caso seja cassado, a vaga de senador seria assumida pelo segundo colocado nas eleições, Paulo Martins, do PL.

A possibilidade de uma eleição suplementar também existe, seguindo o precedente do caso da ex-senadora Selma Arruda, que teve seu mandato cassado em Mato Grosso.


Brasil 247

terça-feira, 23 de maio de 2023

Presidente da CPI do MST corta microfone de Sâmia Bomfim que lia notícia sobre investigação aberta contra o parlamentar (vídeo)

 Presidente da CPI do MST, o Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) é investigado por supostamente ter patrocinado os atos golpistas

23 de maio de 2023

Sâmia Bomfim (à esq.) e Zucco (Foto: Câmara dos Deputados)


247 - Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) cortou o microfone da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) nesta terça-feira (23) enquanto a congressista lia uma notícia sobre investigação aberta contra o parlamentar no Supremo Tribunal Federa (STF).

"Acabou de sair a noticia de que o Moraes autoriza a PF a retomar a investigação do presidente da CPI do MST pela participação nos atos antidemocráticos. Que até agora o senhor estava dizendo que era mentira", afirmava Bomfim, antes de ter o microfone cortado.


Zucco afirmou que a CPI não era palco para ataques pessoais. "Nós não vamos permitir ataques pessoais. Sobre essa nota, já tinha sido publicado. Isso não é pauta dessa CPI", afirmou o presidente da comissão.

A investigação contra o deputado do Republicanos foi aberta com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A apuração tem o objetivo de saber se ele ajudou no financiamento dos atos golpistas, que aconteceram em 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram o Congresso, o Planalto e o Supremo Tribunal Federal.


Brasil 247

"A Lava Jato ainda não acabou", diz Kakay, após saber do afastamento de Appio

 Juiz que vinha investigando os abusos de Moro e Dallagnol foi afastado por decisão do TRF-4

23 de maio de 2023

Kakay, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247 | Pedro França/Agência Senado | Bruno Spada/Câmara dos Deputados)


247 – O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, ficou perplexo ao saber que o juiz Eduardo Appio, que vinha investigando os abusos cometidos por Sergio Moro e Deltan Dallagnol, foi afastado por decisão do TRF-4. "A Lava Jato ainda não acabou", disse ele ao 247. Saiba mais sobre o caso:

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) acatou uma representação feita pelo desembargador Marcelo Malucelli e afastou o juiz Eduardo Appio, recém-designado para atuar na 13ª Vara de Curitiba, da sua jurisdição. A informação foi divulgada pelo jornalista Luis Nassif, do GGN.

Marcelo Malucelli é membro da 8ª Turma e, como destacou Nassif, é "pai de um sócio do escritório do ex-juiz Sérgio Moro". Ele havia tentado impedir o depoimento de Tacla Duran, chegando a ordenar a prisão do mesmo com base em processos antigos. Após a revelação das ligações familiares, o desembargador se afastou das decisões envolvendo a Lava Jato, porém, continuou atuando em defesa da operação.

Nassif classificou a medida como "um ato claramente político". De acordo com ele, a justificativa apresentada é absurda: "o motivo alegado é que Appio teria ligado para o filho de Malucelli fora do horário de expediente, ao meio-dia, apenas para confirmar se era realmente filho do desembargador".

O episódio compromete ainda mais a imagem do TRF-4 perante a opinião pública e levanta questionamentos: o que se pretende esconder com essa ação? Concluiu o jornalista.


Brasil 247

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Tesouro dos EUA anuncia possível calote e diz que só tem recursos para pagar dívidas até 1º de junho

 Janet Yellen afirmou ser "altamente provável" que a agência não consiga cumprir todas as obrigações de pagamento do governo dos Estados Unidos

22 de maio de 2023

(Foto: Reuters/Shawn Thew/Pool)


WASHINGTON, 22 de maio (Reuters) – O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos reiterou na segunda-feira que espera poder pagar as contas do governo dos EUA apenas até 1º de junho sem um aumento no limite da dívida, deixando apenas 10 dias para os negociadores da Casa Branca e os republicanos no Congresso chegarem a um acordo.

Em sua terceira carta ao Congresso em três semanas, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou ser "altamente provável" que a agência não consiga cumprir todas as obrigações de pagamento do governo dos EUA até o início de junho, possivelmente até 1º de junho, sem uma ação do Congresso para elevar o limite da dívida de US$ 31,4 trilhões, o que resultaria no primeiro default da história dos EUA.

"Com uma semana adicional de informações disponíveis agora, estou escrevendo para informar que estimamos que é altamente provável que o Tesouro não seja mais capaz de satisfazer todas as obrigações do governo se o Congresso não agir para elevar ou suspender o limite da dívida até o início de junho, possivelmente até 1º de junho", disse ela.

Yellen afirmou que as estimativas, em linha com sua última carta ao Congresso em 15 de maio, foram baseadas em dados disponíveis atualmente, mas que as receitas federais, os gastos e a dívida ainda poderiam variar. Ela disse que atualizaria o Congresso conforme mais informações se tornassem disponíveis.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que encurtou sua viagem à Ásia para negociar um acordo sobre o limite da dívida, se encontrará com o líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, às 17h30, após seus assessores se reunirem por mais de duas horas na segunda-feira.

McCarthy disse aos repórteres que as negociações estavam "no caminho certo" antes do encontro.

Yellen tem alertado repetidamente que a falha do Congresso em elevar o limite de endividamento federal desencadearia uma "catástrofe econômica e financeira" para as economias dos EUA e do mundo.

Ela afirmou que os custos de empréstimo do Tesouro já aumentaram e instou o Congresso a agir o mais rápido possível para evitar as consequências negativas que poderiam surgir mesmo antes de um default.

"Aprendemos com impasses anteriores sobre o limite da dívida que esperar até o último minuto para suspender ou aumentar o limite da dívida pode causar sérios danos à confiança empresarial e do consumidor, aumentar os custos de empréstimo de curto prazo para os contribuintes e ter um impacto negativo na classificação de crédito dos Estados Unidos", ela escreveu.


Brasil 247

Ex-substituta de Moro, Gabriela Hardt pede transferência para Santa Catarina

 Juíza joga a toalha no momento em que a 13ª Vara Federal de Curitiba é comandada por Eduardo Appio, que não compartilha do perfil lavajatista de Moro

22 de maio de 2023

A juíza federal Gabriela Hardt em encontro com Sergio Moro, em foto divulgada no perfil dele em rede social em 2019 (Foto: Reprodução)


247 - Substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam os processos da Lava Jato, a juíza Gabriela Hardt pediu transferência para Santa Catarina, informa Marcelo Auler, repórter do Brasil 247 e da TV 247. Hardt ocupava o posto desde que a 13ª Vara era comandada pelo então juiz parcial e agora senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Ela se insceveu no concurso de "Remoção Sucessiva de Juiz Federal substituto" e pede para ser transferida para Itajaí ou Florianópolis. A transferência é feita de acordo com a antiguidade do juiz. Magistrados mais antigos têm preferência de escolha.

A juíza joga a toalha no momento em que a titularidade da Vara está com Eduardo Appio, que não compartilha do perfil lavajatista de Moro e Hardt

Há um pedido de investigação contra o pai da magistrada, Jorge Hardt, nas mãos do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, envolvendo a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) da Petrobrás. O caso foi remetido ao TCU pela Polícia Federal do Paraná. O engenheiro químico Jorge Hardt Filho trabalhou por décadas na SIX, localizada em São Mateus do Sul, no Paraná, e é suspeito de roubar tecnologia da Petrobrás.


Brasil 247

PREMIADO JORNALISTA REVELA 3 EPISÓDIOS SOBRE MORO E DELTAN QUE NÃO PODEM...




TV 247

Nassif diz que Lava Jato foi o momento mais vergonhoso da história da imprensa brasileira

 Jornalista cobrou autocrítica da imprensa brasileira

22 de maio de 2023

Luis Nassif, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Brasil 247 | Reuters | ABr)


247 – O jornalista Luis Nassif, editor do site GGN, trouxe à tona três episódios relacionados ao ex-juiz Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol que são considerados de extrema importância e que não devem ser esquecidos. A seleção dos melhores trechos da entrevista, divulgada no YouTube pelo canal "Cortes 247", apresenta declarações fortes e críticas contundentes a respeito das ações dos protagonistas da Operação Lava Jato.

No diálogo com Gustavo Conde, Luis Nassif menciona as conversas vazadas da Operação Lava Jato, destacando a forma vergonhosa como foram tratadas as tragédias envolvendo a morte da Dona Marisa, do Vavá e de um neto de Lula. Ele aponta para uma procuradora que, posteriormente, pediu desculpas públicas, porém ironizou as mortes.


Além disso, Luis Nassif menciona o discurso de despedida de Sergio Moro, caracterizando-o como infantilizado e destacando a solicitação de destruição de provas relacionadas a um dos casos da Odebrecht. Essa ação teria sido realizada pelos procuradores, com a aprovação de um juiz anterior, levantando suspeitas sobre o ocultamento de evidências que poderiam comprometer aliados e revelar manipulações de provas.

O jornalista também menciona três cenas que jamais esquecerá. A primeira delas é a condução coercitiva de Lula para o aeroporto de Congonhas. A segunda cena é a divulgação da conversa entre Lula e Dilma no aeroporto de Congonhas, e a terceira é o impedimento de Lula de comparecer ao velório de um familiar.

Luis Nassif encerra sua reflexão afirmando que os envolvidos nos diálogos vazados carregarão para sempre a vergonha de suas atitudes, e essa vergonha afetará também seus descendentes. Ele critica a postura da mídia convencional, que, segundo ele, noticiará a cassação de Dallagnol e possivelmente de Moro como se não tivessem relação com tudo o que aconteceu.


Brasil 247

sábado, 20 de maio de 2023

Após queda dos combustíveis e gás de cozinha, Lula pretende agora anunciar carros populares mais baratos

 Representantes das montadoras já se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin

20 de maio de 2023



247 - Após a queda dos combustíveis e no gás de cozinha, o governo federal quer agora anunciar no dia 25 de maio, Dia da Indústria, uma medida para baratear os carros populares. Nos últimos dias, representantes de ministérios e do setor discutiram possíveis alternativas para reduzir os preços.

De acordo com o G1, no início da semana, representantes das montadoras se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.


Governo e empresas discutiram algumas opções e a uma possível redução de tributos foi colocada em debate, assim como o saque do FGTS, proposta a qual o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, diz ser contrário.

A intenção de baratear carros populares foi manifestada publicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso no dia 4 de maio.


Brasil 247

quinta-feira, 18 de maio de 2023

STF forma maioria para condenar Fernando Collor a 33 anos de cadeia

 Ex-presidente Fernando Collor de Mello foi condenado por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro em recursos da BR Distribuidora

18 de maio de 2023

Collor derrota Veja e leva indenização histórica (Foto: Pedro França)


247 - O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria na tarde desta quinta-feira (18) para condenar o ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello a 33 anos de prisão por desvios na BR Distribuidora. Julgamento foi suspenso e será retomado na próxima quarta-feira (24).

Votaram pela condenação de Collor o relator, ministro Edson Fachin, que foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, André Mendonça, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia. O ministro Nunes Marques abriu divergência e votou pela absolvição de Collor.

O relator também propôs: interdição para exercício do cargo ou função pública e multa de R$ 20 milhões por danos morais. Como a pena supera 8 anos, se for estabelecida, Collor terá que iniciar a execução da punição em regime fechado, ou seja, na prisão.

A denúncia contra Collor foi apresentada em 2015, pelo então PGR, Rodrigo Janot, em processo da Lava Jato. De acordo o MPF, entre 2010 e 2014, Collor teria solicitado e aceitado promessa para viabilizar irregularmente um contrato de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a BR Distribuidora e a Derivados do Brasil, e nesse sentido, teria recebido vantagem indevida.


Brasil 247

Merval defende Dallagnol e culpa "o sistema" pela cassação do parlamentar

 Deputado foi cassado em razão da Lei da Ficha Limpa

18 de maio de 2023

Deltan Dallagnol em entrevista coletiva após ser cassado pelo TSE - 17.052023 (Foto: Bruno Spada/Agência Câmara)


247 – O jornalista Merval Pereira, que foi um dos principais aliados da Lava Jato no momento em que a operação preparava a prisão ilegal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para impedir sua eleição em 2018, agora se solidariza ao deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cassado em razão da Lei da Ficha Limpa.

"A cassação do deputado Dalton Dallagnol não surpreendeu. Está claro que ele e Sergio Moro são os alvos preferenciais do esquema político que venceu. Depois do combate à corrupção, estamos vendo todos sendo absolvidos, ou tendo seus processos anulados e arquivados", escreveu o jornalista em sua coluna no Globo.

Segundo Merval, a culpa é do "sistema". "O mesmo aconteceu na Itália. O sistema se reorganiza e consegue dar a volta. Agora todos os partidos e políticos estão sendo anistiados. Essa sequência de fatos não é à toa, nem coincidência. É o resultado de uma reviravolta da política brasileira, uma volta aos seus primórdios, onde vale tudo", aponta o jornalista, que defendeu o vale-tudo quando fez campanha pelo golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff e pela prisão política de Lula.


Brasil 247

terça-feira, 16 de maio de 2023

Dino reage à cassação do mandato de Deltan Dallagnol com verso profético

 'Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!', citou o ministro da Justiça

16 de maio de 2023

Flávio Dino (à esq.) e Deltan Dallagnol (Foto: ABR)


247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi ao Twitter comentar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado federal e ex-procurador, Deltan Dallagnol, em razão de irregularidades cometidas durante a Operação Lava Jato.

Nesta terça-feira (16), a Corte Eleitoral entendeu que Deltan, ciente de que os 15 procedimentos administrativos dos quais era alvo no Conselho Nacional do Ministério Público poderiam render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível, antecipou sua exoneração do cargo de procurador da República e, assim, fraudou a lei.

Dino citou o trecho bíblico Mateus 5:6, que reflete a situação de Dallagnol. O ex-procurador usou a Lava Jato de trampolim para a política nacional, comprovando o caráter corrompido da Operação que supostamente visava combater a corrupção.

"'Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!'", citou Dino na publicação. Veja:

Dallagnol foi o deputado federal mais votado do Paraná nas eleições de 2022, com mais de 344 mil votos. Sua candidatura foi contestada pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e pela Federação Brasil da Esperança, formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e pelo Partido Verde (PV).


Brasil 247

Cassado, Deltan define estratégia para tentar salvar mandato

 Deputado não irá desistir de recuperar mandato, mas sua estratégia não é fácil

16 de maio de 2023

Deltan Dallagnol (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)


247 - Com seu mandato cassado de forma unânime pelo TSE, o até então deputado federal Deltan Dallagnol quer recorrer ao STF para tentar voltar à Câmara, informa a jornalista Bela Megale, de O Globo.

Nesta terça-feira (16), a Corte Eleitoral entendeu que Deltan, ciente de que os 15 procedimentos administrativos dos quais era alvo no Conselho Nacional do Ministério Público poderiam render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível, antecipou sua exoneração do cargo de procurador da República e, assim, fraudou a lei.

Segundo a jornalista, aliados de Deltan estão rezando para que tenham a sorte de o recurso cair nas mãos de algum ministro da Primeira Turma, onde figuram magistrados mais simpáticos à Lava Jato, como Luiz Fux e Luís Roberto Barroso.

Deltan foi o deputado federal mais votado do Paraná nas eleições de 2022, com mais de 344 mil votos. Sua candidatura foi contestada pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e pela Federação Brasil da Esperança, formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e pelo Partido Verde (PV).


Brasil 247

Com fim do PPI, "a Petrobrás volta a trabalhar para o povo brasileiro", diz Pimenta

 Ministro comemorou a nova política de preços da Petrobrás com o fim do PPI

16 de maio de 2023

Ministro Paulo Pimenta | Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


247 - O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, comemorou o fim do Preço de Paridade Internacional, o PPI, sobre o diesel e combustível, política foi estabelecida por Michel Temer em 2016 e colocou a estatal refém de acionistas internacionais nos últimos anos.

Em suas redes sociais, Pimenta disse que a estatal agora vai “volta a trabalhar para o povo brasileiro”. “Acionistas vão continuar lucrando, mas não mais às custas do endividamento do povo. Dá sim, para baixar o preço da gasolina e gás de cozinha e o Presidente @LulaOficial mostra como”, escreveu nesta terça-feira (16) no Twitter.

Na mesma postagem, Pimenta também criticou o governo Bolsonaro, que alegou durante o seu mandato a “impossibilidade” de mudar a política de preços da Petrobrás. “No mesmo ano, o preço da gasolina nos postos bateu R$9 enquanto o ex-presidente dizia que não podia fazer nada para baixar".



Brasil 247

Globo defende manutenção dos juros nas alturas

 Jornal diz haver uma inflação de demanda no país, chama possível redução dos juros de "prematura" e ataca o presidente Lula por pressionar por um corte na Selic

16 de maio de 2023

Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Pedro França/Agência Senado | Reprodução | Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)


247 - O jornal O Globo classificou como "prematura" uma eventual redução da taxa básica de juros neste momento e, em editorial, defendeu a manutenção da Selic nas alturas. Atualmente, a taxa de juros está em 13,75% ao ano. O Brasil tem os maiores juros reais do planeta, o que compromete seu desenvolvimento econômico. "O BC tem adotado uma política de juros responsável e não deveria ceder às pressões para mudá-la", diz o editorialista.

O veículo reconhece a existência de "sinais positivos" na economia brasileira, como o crescente controle sobre a inflação. "Nos primeiros quatro meses deste ano, a inflação foi inferior à do mesmo período de 2022 (2,72% ante 4,29%). Em abril, o IPCA acumulado em 12 meses sofreu queda pelo décimo mês consecutivo e ficou em 4,18%, menor taxa desde outubro de 2020".

No entanto, o texto indica uma suposta tendência de alta da inflação no segundo semestre para justificar os juros nas alturas.

O jornal ainda ataca o presidente Lula (PT) ao chamar de "ridícula" sua ideia "de que a autoridade monetária é contra a queda dos juros". "Ao deteriorar as expectativas, Lula dá uma força para a elevação dos preços".


O editorial afirma haver uma inflação de demanda no país e finaliza atacando novamente o governo: "se seguir dessa forma, Lula continuará jogando apenas para sua plateia, sem se preocupar com o poder de compra dos mais pobres, a parcela da população que mais tem a perder com a espiral inflacionária. Dá com uma mão para ficar bem com sua base de eleitores, mas tira com a outra com a inflação mais alta. Para piorar, mira no BC à procura de um bode expiatório pela falta de dinamismo da economia. A recusa teimosa em enxergar as causas do problema tornará mais lenta e mais difícil a solução".


Brasil 247

Petrobrás vai baixar tudo nesta terça-feira

 Companhia vai anunciar o fim da política de paridade de importação para os preços do diesel e da gasolina

15 de maio de 2023

Combustíveis e Jean Paul Prates (Foto: ABR | Roque de Sá/Agência Senado)


247 - A Petrobrás vai anunciar nesta terça-feira (16) o fim da política de paridade de importação (PPI) para os preços do diesel e da gasolina. Alem disso, informará uma redução nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, apurou o Brasil 247 com fontes do governo federal.

A paridade de importação de preços, criada por Michel Temer após o golpe de 2016, será substituída por uma política que leva em consideração os preços internacionais como referência, mas também os custos locais de produção e as margens de refino em cada região do país, segundo a CNN.

Com a nova política de preços, a redução no preço da gasolina pode chegar a R$ 0,30; o diesel pode cair R$ 0,10; e do GLP, em R$ 15. Em abril, a Petrobrás anunciou redução de quase R$ 10% no preço do diesel.

Na última semana, o preço médio do litro da gasolina nos postos de combustíveis do país caiu de R$ 5,52 para R$ 5,49, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com a Petrobrás, as mudanças na política de preços, uma das principais bandeiras de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão amparadas em estudos técnicos e seguirão as práticas de governança e procedimentos internos aplicáveis.


Brasil 247

Defesa alega que Michelle usava cartão de amiga por falta de crédito e porque o marido era "pão duro"

 "A dona Michelle nunca possuiu limite de crédito", afirmou Wajngarten. "Ela não tinha receita compatível"

16 de maio de 2023

Michelle Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)


247 – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou uma declaração afirmando que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro utilizava um cartão de crédito em nome de uma amiga devido à sua falta de "crédito" para obter um cartão em seu próprio nome, aponta reportagem do Uol.

De acordo com o advogado Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, Michelle usou o cartão de Rosimary Cardoso Cordeiro, uma amiga de longa data, desde novembro de 2011. Isso ocorreu porque Michelle supostamente não possuía crédito suficiente para emitir um cartão em seu próprio nome, sendo que ela só obteve um cartão em seu nome a partir de junho de 2021. "A dona Michelle nunca possuiu limite de crédito", afirmou Wajngarten. "Ela não tinha receita compatível."

A opção por utilizar o cartão em nome da amiga, ao invés de um cartão em nome de Bolsonaro, foi justificada como forma de evitar "constrangimentos". Em resposta à pergunta sobre o motivo pelo qual Michelle optou por essa prática, Wajngarten afirmou: "Meu marido sempre foi muito pão-duro', foi a resposta da dona Michelle para mim há meia hora."

Segundo a defesa de Bolsonaro, Michelle usava o cartão de Rosimary para pagar despesas pessoais, sendo que os gastos variavam e algumas faturas chegaram a ultrapassar R$ 2 mil. Os advogados prometeram apresentar uma planilha com os reembolsos mensais feitos a Rosimary durante esse período.

O advogado explicou que o procedimento consistia em Michelle realizar pequenas compras e, posteriormente, reembolsar Rosimary mensalmente. Quando a fatura chegava, Rosimary informava os valores ao afirmar: "'o cartão adicional deu mil, dois mil, 300, 800...".

De acordo com a defesa, os valores eram retirados da conta pessoal de Bolsonaro. Os advogados afirmaram que isso era uma situação comum e que ocorria por constrangimento mútuo do casal. "É o constrangimento do homem e da mulher, deixa eu pagar, deixa eu pagar? Normal", declarou Wajngarten.

Até o momento, nenhum documento foi apresentado pelos advogados aos jornalistas, pois eles alegaram que o processo está sob sigilo e não podem divulgá-lo. A defesa mostrou apenas uma cópia de uma planilha com os supostos valores dos extratos de saques da conta pessoal de Bolsonaro entre 2019 e 2022.


Brasil 247

Defesa de Bolsonaro confirma existência de conta nos Estados Unidos

 Advogados de Jair Bolsonaro admitiram que ele transferiu R$ 600 mil para uma conta bancária internacional alegando "temor" sobre a condução da economia

16 de maio de 2023

Polícia Federal e Bolsonaro com Mauro Cid (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Isac Nóbrega/PR)


247 - Jair Bolsonaro tem conta nos Estados Unidos e, segundo seus advogados, a decisão de manter conta no exterior foi tomada "por temor" sobre os rumos da economia no governo Lula e seguiu os requisitos legais. A Defesa alega que dinheiro vivo era usado para pagar serviços menores, como manicure, cabeleireiro e padaria.

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa na noite de segunda-feira (15), para falar sobre a troca de mensagens entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, e duas assessoras da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Na conversa, o tenente-coronel determina que os gastos referentes à família Bolsonaro fossem feitos em dinheiro vivo.

Segundo o advogado e ex-secretário de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, os gastos em dinheiro vivo eram usados para pagar serviços menores, como manicure, cabeleireiro ou gastos em padaria para a manutenção da família. Ele afirmou ainda que todo o dinheiro saiu da conta pessoal do ex-presidente e que o cartão corporativo pessoal da presidência sequer teve abertura de senha. Ele também negou qualquer irregularidade em todo o processo, e que o motivo para o pagamento em espécie seria para manter a segurança dele e da família.

A defesa também admitiu que o presidente enviou cerca de R$ 600 mil para uma conta no exterior, aberta em dezembro de 2022. O motivo apresentado pelos advogados foi de que o presidente temeu pela condução da economia brasileira pelo atual governo.

“Essa transferência ocorreu de uma conta poupança que ele tinha para outra conta identificada em nome do presidente também nos Estados Unidos. Ele fez isso porque acredita que o atual Governo não vai conduzir corretamente a economia e ele transferiu para outra conta nos Estados Unidos, aberta em dezembro. Todo o dinheiro foi transferido via banco central respeitando as questões legais”, disse o advogado Marcelo Bessa à imprensa na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília.

Nos bastidores, a defesa de Jair Bolsonaro teme que Cid possa fazer declarações contra o ex-presidente. O sentimento entre Cid e familiares é de que ele foi abandonado por Bolsonaro, informa reportagem do Correio Braziliense.


Brasil 247

domingo, 14 de maio de 2023

Alckmin diz que MST faz "trabalho sério que pouca gente conhece"

 “O governo do presidente Lula, todos nós, defendemos a reforma agrária. Ela é importante”, disse o vice-presidente

14 de maio de 2023

Vice-presidente Geraldo Alckmin visita Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo - 13.05.2023 (Foto: Divulgação)
Agência Brasil – Ao visitar uma feira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na cidade de São Paulo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, elogiou o trabalho feito nos acampamentos e assentamentos do movimento e sugeriu não ser papel da Câmara dos Deputados investigar invasões de terra promovidas pelos sem terra, por meio uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

“O governo do presidente Lula, todos nós, defendemos a reforma agrária. Ela é importante”, declarou Alckmin a jornalistas presentes à 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que acontece até domingo (14), no Parque da Água Branca, na capital paulista. “As pessoas têm a oportunidade de vir aqui, comprar produtos saudáveis e melhorar a renda de quem trabalha”, elogiou Alckmin.

Diferentemente do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, que subiu ao palco principal do evento e discursou ao lado de outros representantes do governo federal e de lideranças de movimentos sociais, o vice-presidente apenas circulou entre os stands, conferindo os produtos expostos e atendendo aos pedidos para tirar fotos com simpatizantes.

“Eu sempre venho às feiras [do MST]. A primeira vez foi em 2013, quando eu era governador. Havia uma resistência quanto a eles [sem terra] usarem o Parque da Água Branca. Nós autorizamos e eu vim”, disse Alckmin, que quando governador de São Paulo chegou a dizer que apoiaria a reforma agrária no estado, mas não a invasão de propriedades públicas ou privadas.

Ele acrescentou que a feira é importante para mostrar o "trabalho que pouca gente conhece". "Um trabalho sério".

CPI

Atualmente, o vice-presidente negou que as ocupações de terras que o MST promoveu em todo o país ao longo do mês passado tenha impactado as relações do governo federal com o movimento. Ele também contestou a decisão da Câmara dos Deputados de criar uma CPI para investigar o MST e as invasões de terras no país.

“Sou muito cauteloso com esta história de CPI. O trabalho do legislativo é legiferante [ou seja, legislar], não policialesco. Sou muito cauteloso em relação a qualquer CPI. Acho que já há muitos órgãos de fiscalização: TCUs [tribunais de contas], MP [ministério público], Controladoria, Corregedoria. A função precípua [dos deputados e senadores] é legislar bem, aperfeiçoar o modelo legislativo, aprofundar o debate de questões complexas como a reforma tributária, que não é uma situação simples. Você tem que estudar, ouvir bastante. Ou a ancoragem fiscal, [sobre a qual é preciso] aprofundar [a discussão], comparar como outros países fizeram, onde foi bem-sucedido”, acrescentou Alckmin.

Mais incisivo, o ministro Paulo Teixeira criticou a oposição pela instalação da CPI. “Querem investigar o MST? Querem criar uma CPI para isso? Acho que vão achar coisas interessantes. Vão ver que, ali [nos acampamentos e assentamentos do movimento], tem suco de uva que não tem trabalho escravo. Vão encontrar produtos que não têm agrotóxicos. Vão encontrar soja não transgênica”, afirmou, referindo-se a alguns dos produtos produzidos pelo MST, maior produtor de arroz orgânico da América Latina, segundo o Instituto Riograndense de Arroz (Irga), autarquia subordinada à secretaria estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.


Brasil 247

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Vencedor do Nobel de Economia diz que Banco Central "estrangula" a economia brasileira

 “Estou preocupado com o Brasil. A taxa de juros real é a maior do mundo. É muito difícil ter crescimento com essa taxa", disse Joseph Stiglitz

12 de maio de 2023

(Foto: Reuters/Edgard Garrido)


247 - O economista Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira (12), durante a reunião do G-7 Financeiro em Niigata, no Japão.

Durante a conversa, Stiglitz expressou sua preocupação com a economia brasileira, afirmando que o Banco Central está prejudicando o país ao manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Segundo o economista, é difícil alcançar o crescimento com essa taxa. "Eu estou preocupado com o Brasil. A taxa de juros real é a maior do mundo. É muito difícil ter crescimento com essa taxa. O Banco Central está estrangulando a economia brasileira".

Stiglitz elogiou seu encontro com Haddad, descrevendo-o como "muito bom". "Falamos de muitos assuntos, do Brasil, da economia global. Inclusive, sobre como a tecnologia verde pode ser adaptada ao Brasil".

O economista já havia elogiado publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por criticar a política monetária do país. Para o governo brasileiro, as condições econômicas permitem cortes na taxa de juros para estimular o crescimento.


Brasil 247

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Petrobrás lucra R$ 38,1 bilhões no 1º trimestre de 2023

 Resultado ficou 14,4% menor na comparação com o mesmo período de 2022

11 de maio de 2023

(Foto: Fernando Frazão/Ag. Brasil)


Infomoney - A Petrobras (PETR3;PETR4) lucrou R$ 38,156 bilhões de forma líquida no primeiro trimestre de 2023, uma baixa de 14,4% na base de comparação anual. Contudo, o número veio acima do consenso da Refinitiv, que era de R$ 31,9 bilhões.

Na receita líquida, a petroleira estatal registrou um faturamento de R$ 139 bilhões, uma queda anual de 1,8%. Já para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, a projeção era de R$ 67,36 bilhões e o anotado foi R$ 72,5 bilhões, queda de 6,7% na base de comparação anual.

Vale ressaltar que, como a Petrobras já havia, anteriormente, publicado seu resultado operacional do período entre janeiro e março deste ano no início do mês, analistas estavam mais atentos à publicação dos dividendos, que foi de R$ 24,7 bilhões, ou R$ 1,893 por cada ação ordinária.

O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 73,311 bilhões no primeiro trimestre de 2023, uma redução de 1,9% na comparação com igual etapa de 2022.

Já as despesas operacionais somaram R$ 13,295 bilhões no 1T23, um crescimento de 18,9% em relação ao mesmo período de 2022.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre de 2023 contra ganhos financeiros de R$ 2,983 bilhões da mesma etapa de 2022.

O retorno sobre o capital empregado (ROCE), por sua vez, atingiu 15,7% nos primeiros meses do ano, um aumento de 5,8 p.p. na comparação com igual período do ano passado.

A estatal investiu US$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre de 2023, um avanço de 40,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os aportes concentraram-se principalmente: (i) no desenvolvimento da produção do pólo présal da Bacia de Santos (US$ 1,1 bilhão); (ii) desenvolvimento da produção em águas profundas (US$ 400 milhões); e (iii) em investimentos exploratórios (US$ 100 milhões).

No 1T23, os recursos gerados pelas atividades operacionais alcançaram R$ 53,8 bilhões e o fluxo de caixa livre positivo totalizou R$ 41,2 bilhões.

Em 31 de março de 2023, a dívida líquida da companhia era de US$ 37,588 bilhões, um recuo de 6,2% na comparação com a mesma etapa de 2022.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 0,58 vez em março/23, queda de 0,23 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.


Brasil 247

PGR pede condenação de Collor a mais de 22 anos em caso da Lava Jato

Manifestação foi enviada ao STF, que julgará o caso na quinta-feira

10 de maio de 2023

Fernando Collor | Lindôra Araújo (Foto: ABR)


247 - A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu nesta quarta-feira (9) a condenação de Fernando Collor a 22 anos e oito meses de prisão no âmbito de ação penal da Operação Lava Jato na qual o ex-presidente e ex-senador é réu. A manifestação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Collor é réu pela suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro junto à BR Distribuidora. O STF pautou, nesta quarta, o julgamento da ação penal, mas o procedimento foi suspenso. A sessão será retomada nesta quinta-feira (11).

De acordo com a denúncia da PGR, os envolvidos no esquema teriam recebido mais de R$ 30 milhões em propinas para fraudar contratos da subsidiária da Petrobrás.

Também são réus Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, que foi ministro de Collor quando ele era presidente e é apontado como seu operador, e Luis Amorim, diretor executivo da Organização Arnon de Mello, conglomerado de mídia do ex-senador.


Brasil 247

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Galípolo se posiciona claramente a favor da queda da taxa de juros

"Tenho convicção que toda a diretoria do Banco Central não tem nenhum tipo de satisfação, nem profissional nem pessoal, de ter um juro mais alto", disse ele

10 de maio de 2023

Gabriel Galípolo (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)


BRASÍLIA (Reuters) - O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo à diretoria de Política Monetária do Banco Central, disse nesta terça-feira que reduzir os juros básicos é uma vontade de "todo mundo", afirmando ainda que sua nomeação à autarquia está em linha com a lei de independência do BC.

"Acho que todo mundo quer baixar os juros. Tenho convicção que toda a diretoria do Banco Central não tem nenhum tipo de satisfação, nem profissional nem pessoal, de ter um juro mais alto", disse Galípolo a jornalistas em Brasília um dia após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter confirmado seu nome para o BC.

"Eu acho que o que vem sendo feito pela Fazenda é tentar criar um ambiente para que o mercado possa colocar os preços da maneira adequada e que o Banco Central possa sancionar essa redução de juros", avaliou Galípolo.

Alguns participantes do mercado financeiro viram a indicação de Galípolo à autoridade monetária como uma interferência política do governo no BC, em meio a críticas recorrentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao nível da taxa Selic, atualmente em 13,75%.

Galípolo argumentou nesta terça que é esperado que indicados ao BC tenham alguma afinidade com o governo eleito e que sua nomeação está em linha com a lei de autonomia da instituição. Ao mesmo tempo, ele afirmou ter um "diálogo cordial" com a autarquia e uma boa relação com seu presidente, Roberto Campos Neto.

Questionado se poderá ser indicado ao cargo de presidente do BC ao fim do mandato de Campos Neto, Galípolo disse não ter vindo ao governo para um "projeto de carreira pessoal".

"Desde que se entenda que eu posso colaborar e na posição que se entenda que eu posso colaborar eu me sinta confortável em desempenhar, eu estou à disposição do presidente (Lula) e do ministro Fernando Haddad para jogar na posição que eles considerarem que é mais adequada", afirmou.

Se aprovado pelo Senado, Galípolo assumirá um cargo responsável por cuidar dos instrumentos de juros e câmbio, além de orientar tecnicamente a administração das reservas internacionais do país.

Nesta terça-feira, ele disse que reservas internacionais do Brasil são herança "ultrapositiva" de governos anteriores ao de Lula, acrescentando que essa herança coloca o país em uma posição mais vantajosa.


Brasil 247

Perícia da PF em celular de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro revela envio de dinheiro para o exterior

 Investigadores pedirão a quebra do sigilo bancário da conta no exterior em nome do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, preso na Operação Venire

10 de maio de 2023

Dólar e Mauro Cid (Foto: Reuters | Reprodução)


247 - As perícias realizadas pela Polícia Federal nos aparelhos de telefonia celular do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelaram trocas de mensagens sobre o envio de dinheiro para o exterior. Segundo o G1, os valores chamaram a atenção dos investigadores, que pedirão a quebra de sigilo da conta bancária no exterior.

O militar, ex-braço direito de Bolsonaro, foi preso preventivamente no âmbito da Operação Venire, deflagrada no início de maio com o objetivo de apurar supostas fraudes nos cartões de vacinação contra a Covid-19 do ex-mandatário e aliados próximos. No momento da prisão, os agentes encontraram US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie na residência do militar.

“Com essas informações, os agentes irão pedir a quebra do sigilo da conta, que será feito por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça (DRCI)”, destaca a reportagem.

Cid é investigado em pelo menos quatro inquéritos da PF: fraude de cartões de vacinação, caso das joias sauditas, milícias digitais e os atos terroristas de 8 de janeiro. Ele também já é investigado pela suspeita de lavagem de dinheiro.

A Operação Venire cumpriu 16 mandados de busca e apreensão - incluindo na residência de Jair Bolsonaro, em Brasília - e seis mandados de prisão na quarta-feira (3).

Entre os presos estão o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, o policial militar Max Guilherme e o militar do Exército Sérgio Cordeiro, seguranças que atuaram durante o mandato de Bolsonaro e que também o acompanharam aos Estados Unidos, quando ele deixou o país dois dias antes do término do mandato.


Brasil 247

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Relatório de viagem de Moro é confirmação oficial da participação do FBI na Lava Jato; CIA no esquema

 Pelo relato do próprio Sérgio Moro, o FBI destacou “uma equipe para ficar à disposição do Brasil para os trabalhos”

4 de maio de 2023

(Foto: Reuters)


Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo - Uma equipe do FBI foi destacada para ficar “à disposição” dos integrantes da “Operação Lava Jato”.

É o que revelam os relatórios oficiais das viagens de Sérgio Moro quando ocupava o cargo de ministro da justiça do governo Jair Bolsonaro, obtidos pela Agência Sportlight de Jornalismo através da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Entre os dias 17 e 20 de março de 2019, Sérgio Moro esteve em Washington como parte da missão oficial que integrou a visita presidencial aos Estados Unidos. Sua agenda era de “reuniões e encontros com autoridades governamentais dos Estados Unidos”.

No dia 18, com agenda tomada por seis atividades ao longo daquela segunda-feira, duas foram dedicadas a encontros com membros do FBI (Federal Bureau of Investigation), além de uma com representante da CIA. De acordo com o relatório do ministro, ao meio-dia, o FBI, através da “chefe de operações internacionais”, Rhouda Fegali, ofereceu um almoço para Sérgio Moro.

O relatório faz a primeira menção a participação do FBI no Brasil através dos agradecimentos de Sérgio Moro aos “trabalhos já realizados”.

Às 17h, o agora senador pelo União Brasil (PR) se reuniu com o diretor do FBI, Christopher Wray.

AGRADECIMENTO POR EQUIPE DESTACADA PELO FBI PARA “FICAR À DISPOSIÇÃO DO BRASIL” NA LAVA JATO

É quando então acontece a fala que atesta oficialmente a participação do FBI de forma sistematizada na Lava Jato.

Pelo relato de Sérgio Moro, o FBI destacou “uma equipe para ficar à disposição do Brasil para os trabalhos”.

Participação descrita assim por Sérgio Moro no relatório: “A Diretora do DRCI agradeceu o FBI os trabalhos levados a cabo para a operação Lava Jato, ressaltando a importância da iniciativa de terem destacado uma equipe para ficar à disposição do Brasil para os trabalhos, momento em que os norte-americanos expressaram a relevância da operação para o Brasil e para vários países da América Latina”.

O DRCI ao qual Sérgio Moro se refere no relatório é a “diretoria do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional”, parte do Ministério da Justiça. Todo pedido de cooperação deve obrigatoriamente passar pelo Ministério da Justiça, através do DRCI.

O que explica o fato do relatório de viagem do ministro Sérgio Moro falar em agradecimento por parte do DRCI na reunião. No entanto, os documentos via LAI mostram que nessa viagem em que era parte da comitiva presidencial, o ministro tinha apenas um integrante próprio de sua pasta: Georgia Renata Sanchez Diogo, que era coordenadora-geral de assuntos internacionais da assessoria especial internacional.

Sérgio Moro foi ministro da justiça do governo Bolsonaro entre 1º de janeiro de 2019 e 24 de abril de 2020. Nesse período, viajou 10 vezes para o exterior, sendo 3 para os Estados Unidos, o país mais visitado por ele. Em duas dessas ocasiões, teve agendas oficiais com representantes do FBI.

A primeira em 18 de março, como parte da visita presidencial e com agenda própria no FBI. E depois em 25 de junho do mesmo ano, quando visitou a sede do FBI em Washington.

PARCERIA FBI/LAVA JATO COMEÇOU EM 2014

Em 2020, por ocasião da série de reportagens que foram parte da “Vaza Jato”, o The Intercept Brasil e a Agência Pública revelaram a participação de agentes do FBI nas investigações da “Operação Lava Jato”. Na ocasião, as reportagens em parceria dos sites chegaram a 12 nomes de agentes do FBI que investigaram a Lava Jato lado a lado com a PF e a força-tarefa de Curitiba do MPF.

Antes disso, em fevereiro de 2018, o site Conjur revelou que a agente do FBI, Leslie Backschies, teria tido participação efetiva nas investigações.

A parceria FBI/Lava Jato começou em 2014. Entre 2015 e 2016, tiveram como foco a Odebrecht e a Petrobras.

Por fim, em 2016, a Odebrecht fez acordo para pagar multa por corrupção de US$ 2,6 bilhões a Brasil, Suíça e EUA. E em 2018, a Petrobras aceitou pagar US$ 1,78 ao departamento de justiça americano.

As reportagens da “Vaza Jato” mostraram que as investigações se deram inclusive em solo brasileiro, o que não é permitido por lei, já que um agente estrangeiro não pode fazer diligências ou investigações aqui sem ter autorização expressa do Ministério da Justiça. O que não era o caso em 2014, ainda no governo Dilma Roussef.

Uma das mensagens reveladas pela Vaza Jato comprova que não existia colaboração oficial feita via DRCI com a força-tarefa de Curitiba.

Em 6 de outubro de 2015, o ministério da justiça, então comandado por José Eduardo Cardozo, tomou conhecimento, via Itamaraty, da visita de agentes do FBI a força-tarefa de Curitiba. O próprio então chefe do DRCI na ocasião, Ricardo Saadi, interpela, por e-mail, o MPF sobre a parceria entre Curitiba e os agentes do FBI.

Em 1º de julho de 2020, questionados sobre a parceria entre FBI e Lava Jato pela reportagem da Agência Pública e The Intercept Brasil, os representantes da força-tarefa de Curitiba negaram existir “parceria”.

“Não se trata de atuação em parceria, mas de cooperação entre autoridades responsáveis pela persecução criminal em seus países, conforme determinam diversos tratados internacionais de que o Brasil é signatário. O intercâmbio de informações entre países segue igualmente normas internacionais e também leis brasileiras”, afirmaram.

Em 2022, o reconhecimento oficial da parceria entre a força-tarefa e o FBI seguia como um segredo. Em março daquele ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que o ministério da justiça informasse a defesa de Lula sobre existir ou não cooperação entre os Estados Unidos e a Lava Jato.

Os documentos da obtidos pela Agência Sportlight agora mostram pela primeira vez uma autoridade brasileira falando claramente sobre essa “parceria”. Uma parceria tão parceira que resultou no FBI tendo “destacado uma equipe para ficar à disposição do Brasil para os trabalhos”.

OUTRO LADO:

Senador Sérgio Moro:

A reportagem enviou pedido de resposta para o senador Sérgio Moro, sem resposta.

FBI:

A reportagem enviou mensagem para o FBI através do departamento de imprensa mas não obteve resposta.

Embaixada dos Estados Unidos em Brasília:

A embaixada, através da assessoria de imprensa, enviou a resposta abaixo para as questões enviadas pela reportagem sobre a participação do FBI na “Lava Jato” :

“Os representantes dos EUA de aplicação da lei não têm mandato ou jurisdição para conduzir operações em território brasileiro. Nossa coordenação com as autoridades brasileiras é conduzida por meio de canais legais bilaterais estabelecidos e aprovados pelo Ministério da Justiça. Também ressaltamos que temos uma série de acordos de cooperação técnica relacionados ao combate ao crime transnacional, e as agências de aplicação da lei norte-americanas têm uma longa história de colaboração com as autoridades federais e estaduais brasileiras em uma gama de temas investigativos, que beneficiam e protegem os públicos brasileiro e norte-americano”.


Brasil 247