terça-feira, 16 de maio de 2023

Globo defende manutenção dos juros nas alturas

 Jornal diz haver uma inflação de demanda no país, chama possível redução dos juros de "prematura" e ataca o presidente Lula por pressionar por um corte na Selic

16 de maio de 2023

Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Pedro França/Agência Senado | Reprodução | Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)


247 - O jornal O Globo classificou como "prematura" uma eventual redução da taxa básica de juros neste momento e, em editorial, defendeu a manutenção da Selic nas alturas. Atualmente, a taxa de juros está em 13,75% ao ano. O Brasil tem os maiores juros reais do planeta, o que compromete seu desenvolvimento econômico. "O BC tem adotado uma política de juros responsável e não deveria ceder às pressões para mudá-la", diz o editorialista.

O veículo reconhece a existência de "sinais positivos" na economia brasileira, como o crescente controle sobre a inflação. "Nos primeiros quatro meses deste ano, a inflação foi inferior à do mesmo período de 2022 (2,72% ante 4,29%). Em abril, o IPCA acumulado em 12 meses sofreu queda pelo décimo mês consecutivo e ficou em 4,18%, menor taxa desde outubro de 2020".

No entanto, o texto indica uma suposta tendência de alta da inflação no segundo semestre para justificar os juros nas alturas.

O jornal ainda ataca o presidente Lula (PT) ao chamar de "ridícula" sua ideia "de que a autoridade monetária é contra a queda dos juros". "Ao deteriorar as expectativas, Lula dá uma força para a elevação dos preços".


O editorial afirma haver uma inflação de demanda no país e finaliza atacando novamente o governo: "se seguir dessa forma, Lula continuará jogando apenas para sua plateia, sem se preocupar com o poder de compra dos mais pobres, a parcela da população que mais tem a perder com a espiral inflacionária. Dá com uma mão para ficar bem com sua base de eleitores, mas tira com a outra com a inflação mais alta. Para piorar, mira no BC à procura de um bode expiatório pela falta de dinamismo da economia. A recusa teimosa em enxergar as causas do problema tornará mais lenta e mais difícil a solução".


Brasil 247

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