sexta-feira, 22 de outubro de 2010

FHC ganha o prêmio Roberto Campos (Bob Fields): o entreguista do ano - Por Emir Sader


Mais um galardão para o currículo do ex-presidente.

A campanha eleitoral nem terminou e já houve coisas espantosas, como o santinho do Serra, as declarações do Indio e da Weslian, entre outras. Mas a mais espantosa foi a reunião do FHC com investidores estrangeiros, particularmente norteamericanos, entre eles gente do setor energético, em pleno segundo turno.

Reunião tão mais suspeita, porque pretendia passar despercebida, não constava da agenda oficial de FHC, embora feita com investidores que em sua grande maioria vivem em São Paulo, foi feita na Foz do Iguaçu, na calada da noite.

Com esse gesto, FHC se faz merecedor do Premio Roberto Campos de 2010, como o maior entreguista do ano. Roberto Campos era aquele que encarnou a frase que depois seria emitida por Juracy Magalhães, renomado dirigente udenista – e avô de tucano menor da direção da campanha serrista -, de que “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.

Em visita recente ao Brasil, Hillary Clinton teve que fazer todos os elogios a Lula, para ver se consegue alguma audiência com esse gesto, mas não deixou de ressaltar, em contatos privados, que o homem de Washington no Brasil é FHC. O amigo do seu marido, que recebeu de presente o marqueteiro de Clinton – James Carville, o mesmo de Sanchez de Losada, na Bolívia – para sua campanha, como compensação por ter entregue a firma colaboradora da campanha de Clinton a vigilância da Amazônia.

FHC corresponde a essa função de homem de confiança dos EUA e fez a reunião, prometendo as benesses que teriam caso o candidato tucano conseguisse o milagre de guindá-los de novo ao governo. Ninguém duvida que temas como a Petrobrás e o Pré-Sal foram centrais na conversa, realizada em inglês.

Com esse gesto, FHC se faz merecedor do Prêmio Roberto Campos (Bob Fields) como o mais entreguista de 2010.

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