quinta-feira, 24 de março de 2011

80 mil parados contra trabalho degradante


É gravíssima a paralisação que estamos vendo agora, e que se alastra por diversos pontos do país, nas principais obras do PAC. Se somarmos as obras de construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (RO), as do porto do Pecém (CE) e as de construção da Refinaria General Abreu Lima e de uma petroquímica no Porto do Suape (PE), temos um total de 80 mil trabalhadores de braços cruzados no país.

Esta gigantesca paralisação expressa, com justiça, a insatisfação dos operários diante das péssimas condições de trabalho em que têm sido jogados nestas grandes obras. Leio nos jornais que a presidenta Dilma Rousseff está tão preocupada com essa situação que tem, inclusive, telefonado diretamente aos responsáveis pelas obras, cobrando-lhes providências urgentes na resolução do conflito.

Num quadro desolador desses, uma boa notícia: a presidenta determinou ao ministro secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que forme uma mesa tripartite (governo-empreiteiros responsáveis por estas grandes obras-centrais sindicais de trabalhadores) e com o Ministério Público do Trabalho encontrem uma solução e a firmem em um pacto e ser cumprido por todas as partes.

Onde estão as Centrais e sindicatos?

Ontem, os presidentes da CUT, Artur Henrique e da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP) reuniram-se com o ministro Gilberto Carvalho. É pouco. Onde estão as outras centrais e os sindicatos das categorias que não estão à frente dessa luta dos trabalhadores?

Segundo Artur Henrique, a saída além de urgente, tem que "estabelecer um mínimo de regra nas relações trabalhistas". Ele aponta que muito desses serviços foram terceirizados e "alguns, até quarteirizados" o que dilui a responsabilidade direta das empreiteiras pelas obras.

Blog do Zé Dirceu

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