quarta-feira, 23 de março de 2011
BC quer definir política econômica. Quem deve definí-la é o governo
Ruins as declarações do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, sobre crédito, câmbio e inflação, entre outros pontos, na 1ª audiência pública desta legislatura feita pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Pelas declarações, ele quer definir a política econômica do governo quando quem deve definí-la é o próprio governo. Querer estabelecer qual é o índice básico de crescimento do crédito parece ficção científica! Nunca vi isso antes.
Tem mais, ele quer diminuir a demanda. Mas por quê? Por que não aumentar a oferta, por que não articular os diferentes agentes econômicos para ampliá-la? Por que temos que crescer menos, criar menos empregos, aumentar juros e automaticamente os gastos com o serviço da dívida interna?
BC quer nos levar de volta a um círculo vicioso
Por que valorizar o real, diminuir a arrecadação, que subiu quase 10% de janeiro para fevereiro, batendo recorde em fevereiro ao atingir R$ 64 bi no mês passado? Por que, insisto, optar por medidas que diminuem a geração de empregos e a renda do trabalhador, quando aumentá-los é o que mais precisamos?
Qual é a lógica desta política monetária que quer dirigir toda política econômica? Pelas propostas defendidas pelo dr. Alexandre Tombini no Senado, não basta mais aumentar juros, agora temos que apertar o crédito e diminuir a demanda, mesmo com a queda já registrada nas últimas semanas do crescimento industrial, do ritmo da construção civil e do consumo.
Parece querer nos meter num círculo vicioso...Pior que nós já sabemos como termina. Leiam, também, os posts "Promessa: novas medidas para conter crédito" e "Inflação: obsessão pelo centro da meta".
Blog do Zé Dirceu
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