domingo, 20 de março de 2011

Filho de Kadafi diz que líder financiou campanha de Sarkozy


Saif al Islam, filho do líder líbio Muammar Kadafi, afirmou nesta quarta-feira que seu pai financiou a campanha eleitoral do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pediu ao governante europeu que devolva esse dinheiro porque ele "decepcionou" a população líbia. "A primeira coisa que peço a esse palhaço é que devolva o dinheiro aos líbios. Demos essa ajuda para que agisse em favor do povo líbio, mas ele nos decepcionou", declarou Saif al Islam em entrevista exclusiva concedida à rede televisiva Euronews.

No trecho do vídeo antecipado pela emissora, que será transmitida nesta noite, Islam, que já foi considerado o sucessor da 'presidência hereditária' líbia instaurada por Kadafi, ressaltou que pode provar o financiamento à campanha de Sarkozy, pois possui "todas as contas bancárias, documentos e movimentações (financeiras)". "Fomos nós que financiamos sua campanha. Temos todos os detalhes e estamos prontos para revelá-los", declarou o filho de Kadafi.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país há quase um mês para pedir a renúncia do líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, se tunisianos e egípcios fizeram história através de embates com as forças oficiais e, principalmente, protestos pacíficos por democracia, a situação da Líbia já toma contornos bem distintos.

Diferentemente da queda de Hosni Mubarak, cujo símbolo foi a aglomeração sistemática de centenas de milhares de manifestantes no centro do Cairo, a contestação de Kadafi tem levado a Líbia a uma situação próxima de uma guerra civil. Após a realização de protestos em grandes cidade, como Trípoli e Benghazi, o litoral mediterrânico da Líbia virou cenário de uma batalha diária entre as forças do coronel e a resistência rebelde pelo controle das cidades, como Sirte - cidade natal de Kadafi - e a petrolífera Ras Lanuf.

Não há números oficiais, mas estima-se que mais de mil pessoas já tenham morrido desde meados de fevereiro. A onda de violência, por sua vez, gerou um êxodo de mais de pelo menos 100 mil pessoas, muitas das quais fogem pelas fronteiras egípcia e tunisiana. Esses números, aliados à brutalidade dos confrontos - como, por exemplo, o bombardeio a cidades rebeldes - vêm mobilizando lideranças da comunidade internacional, que cogitam a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ainda não acenam para uma intervenção no país.

Terra

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