sábado, 30 de julho de 2011

Lula diz que Brasil ganhou respeito mundial por ter adotado políticas econômicas corretas


Flavia Villela Reporter da Agencia

Rio de Janeiro - Se atualmente o Brasil é respeitado em todo o mundo, é porque adotou políticas que buscaram a independência financeira e valorizaram parcerias com as economias em desenvolvimento, destacou hoje (29) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante palestra na Escola Superior de Guerra, no Rio. Segundo ele, o desafio agora é não retroceder. “Este país, que era humilhado há oito anos pelo Fundo Monetário Internacional, recentemente emprestou US$ 14 bilhões para o FMI.”

O ex-presidente disse que o Brasil tinha complexo de inferioridade. “A gente não tinha coragem.
Nenhum interlocutor respeita quem não se respeita.”A estratégia agora, ressaltou, é estreitar laços comerciais com a América do Sul e a África.

Quando o governo começou a dar prioridade a essas parcerias, lembrou Lula, foi muito criticado, mas hoje isso mostra um sucesso. “E só pegar a balança comercial. Vocês vão ver que temos limites com os países ricos e não temos limites com os países mais pobres. Quando cheguei no governo, nossa balança comercial com a América do Sul era US$ 15 bilhões, hoje é US$ 83 bilhões. Com a África, tínhamos US$ 5 bilhões e saltou para US$ 20. Hoje, temos US$ 12 bilhões de superávit com a América do sul. E nosso déficit comercial com os EUA é quase US$ 8 bilhões.

Lula defendeu a criação do Banco do Sul, que ainda precisa ser aprovado pelos países da região. Para ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda tem investido pouco na América do Sul.

De acordo com Lula, o Brasil precisa dar mais atenção à África. “O potencial de o Brasil ser exportador de serviço para esse continente é extraordinário, sobretudo na questão energética. É uma pena que o Brasil ainda não tenha enxergado a África com a grandeza que ela merece. E a África deve ser nosso próximo passo.”

Ele também condenou a invasão da Líbia. Se o Conselho de Segurança das Nações Unidas fosse sério, completou, isso não teria acontecido. “Não se invade um país dessa maneira. O Conselho de Segurança não representa a geopolítica mundial, mas uma realidade política de 1948, do pós-guerra.”

Na opinião do ex-presidente, não há justificativa para que o Brasil e a Índia não façam parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Não tem explicação para que países como o Brasil e a Índia não estejam no conselho Precisamos de uma representatividade mais sólida. Não é possível que o Japão não possa participar porque a China não quer.”

Agência Brasil

sexta-feira, 29 de julho de 2011

TVT destaca série de reportagens sobre a Guerra do Paraguai



Rede Brasil Atual

Elites brasileira, argentina e uruguaia foram as responsáveis pela Guerra do Paraguai, afirma historiador



Rádio Brasil Atual

Historiador não acredita que existam arquivos ultrassecretos da Guerra do Paraguai




Rádio Brasil Atual

Quem tem medo da guerra do Paraguai



Rádio Brasil Atual

O MST muda o foco


João Pedro Stedile, um dos principais líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirma que a concentração de terras tem crescido e que a reforma agrária clássica realmente “saiu da agenda” nacional. Resta ao MST o caminho da “reforma agrária popular”, que defende um novo modelo de desenvolvimento agrícola, o agroecológico.

CartaCapital: Qual é a dimensão hoje da necessidade real de distribuição de terras no Brasil?

João Pedro Stedile: O Brasil é um dos países de maior concentração de propriedade da terra. Nos últimos anos, mesmo com o governo Lula seguiu concentrando. Os últimos dados do cadastro do Incra, de dezembro 2010, revelam que temos 66 mil fazendas classificadas como grandes propriedades improdutivas, que controlam 175 milhões de hectares. Pela Constituição e pela Lei Agrária Complementar, todas essas propriedades deveriam ser desapropriadas e distribuídas. Temos ao redor de 4 milhões de famílias de trabalhadores agrícolas sem terra que seriam os potenciais beneficiários.

'Nos últimos anos, conseguimos muitos assentamentos, mas isso não é reforma agrária', afirma João Pedro Stedile a Soraya Agegge. Foto: Mauricio Lima/AFP

CC: A distribuição de terras ainda é o fator mais importante da reforma agrária? Por quê?

JPS: A reforma agrária surgiu como política de governos da burguesia industrial no Hemisfério Norte, que aplicando o princípio republicano de direitos iguais, democratizou a propriedade da terra. Com isso impulsionava o mercado interno para a indústria. Portanto, falar em reforma agrária é necessariamente democratizar o acesso, a posse e a propriedade da terra. Sem isso, nunca haverá uma sociedade democrática, se os bens da natureza que não são frutos do trabalho, são concentrados em mãos de poucas pessoas. No Brasil, as grandes propriedades improdutivas são apenas 1,3%, mas controlam 40% de todas as terras. Veja que desapropriando apenas esses 1,3% teríamos uma fantástica mudança no campo.

CC: Ainda há um processo de reforma agrária no Brasil, no sentido de distribuição de terras?

JPS: Um programa de reforma agrária verdadeiro é quando as políticas de desapropriação de terras e democratização da propriedade conseguem impedir a concentração. Como disse, no Brasil a concentração só aumenta. O Censo de 2006 revelou que a concentração é muito maior agora do que em 1920, quando recém havíamos saído da escravidão. O que existiu no Brasil, nas últimas décadas, foi a conjugação de duas políticas públicas: a colonização de terras na Amazônia, e isso não altera a estrutura da propriedade, e a política de assentamentos rurais para resolver conflitos sociais e políticos, isso quando há muita pressão por parte dos trabalhadores. Nos últimos anos conseguimos muitos assentamentos, com muita pressão social e um alto custo de sacrifício dos trabalhadores que às vezes pagaram com a vida. Mas isso não representa reforma agrária, no conceito clássico. Além disso, no Brasil está havendo uma desnacionalização da propriedade da terra, acelerada ainda mais pela crise do capitalismo financeiro que fez com que os capitais especulativos corressem para investir em patrimônio da natureza no Brasil e se protegessem da crise. Estima-se que os capitais estrangeiros já controlam mais de 30 milhões de hectares, para produzir cana de açúcar, gado e soja. Só no setor sucroalcooleiro controlam 33% de toda a terra e usinas.

CC: O que mudou de fato no processo de acesso à terra, desde que o PT assumiu o governo? Houve um aumento nos índices de concentração de terra ou uma redução?

JPS: Há uma lógica do funcionamento do capital na agricultura, que leva naturalmente à acumulação e à concentração da produção e da propriedade da terra. Para combater esse processo o governo deveria ter uma política pública massiva. Por isso que, tanto no governo de FHC como no de Lula, a concentração da propriedade da terra continuou. E quanto maior as taxas de lucro na agricultura, mais altos serão os preços da terra e maior será a concentração da propriedade.

CC: O que o MST acredita que realmente será feito no Brasil com relação à reforma agrária? Quais são as perspectivas do MST?

JPS: O programa de reforma agrária clássica, que a maioria dos países industrializados fizeram no Hemisfério Norte, democratizando a propriedade e criando mercado interno, depende de um projeto político de desenvolvimento nacional baseado na industrialização. Isso saiu da agenda no Brasil. Não porque não seja um caminho, mas, sim, porque as burguesias industriais brasileiras nunca tiveram um projeto de desenvolvimento nacional. Então, esse tipo de reforma agrária está inviabilizado por elas, lamentavelmente. Cabe aos movimentos sociais do campo se organizarem e lutarem agora, por um novo tipo de reforma agrária. Chamamos de reforma agrária popular. Além da desapropriação de grandes latifúndios improdutivos é preciso reorganizar a produção agrícola, com um novo modelo. Nós defendemos políticas que priorizem a produção de alimentos. Alimentos sadios, sem agrotóxicos. Uma combinação de distribuição de terras com agroindústrias nos assentamentos na forma cooperativa, voltada para o mercado interno. Implantando uma nova matriz tecnológica baseada nas técnicas agrícolas da agroecologia. E ainda a ampla democratização da educação, com a instalação de escolas em todos os níveis, em todo o meio rural.

Essa é nossa plataforma e a nossa perspectiva. Pode demorar algum tempo, mas esse será o futuro da agricultura em todo o mundo. O modelo do capital, do agronegócio é inviável, econômica, ambientalmente e do ponto de vista da saúde pública também, pois só produz lucro, usando muito veneno e degradando o meio ambiente.

CC: Não tem ocorrido mais pressão popular pela reforma agrária. O que mudou realmente no MST, nesta última década? O MST não consegue mais promover grandes mobilizações, limitando-se aos protestos pontuais, como o “abril vermelho” e os locais? Não falamos do pico de acampamentos após a posse de Lula, mas de maneira global.

JPS: O MST manteve a mesma média de 250 ocupações de fazendas por ano. Nós continuamos lutando. E aumentamos a nossa base. Mas agora mudou a correlação de forças políticas. Temos um inimigo mais poderoso. Agora, além do latifundiário temos de enfrentar o modelo do agronegócio que representa uma aliança entre os grandes proprietários de terra, o capital estrangeiro e o capital financeiro. E some-se a eles o apoio ideológico irrestrito da grande mídia, que ataca permanentemente quando qualquer trabalhador se mobiliza. Foram contra até a mobilização dos bombeiros, imagine dos sem-terra. Então, é na opinião desta mídia empresarial e hipócrita, que o MST teria diminuído sua força, mas essa não é a realidade. Por outro lado, se a reforma agrária depende agora de mudança de modelo de desenvolvimento, isso carece por sua vez de um amplo processo de mobilização popular no País, que ainda não está na agendo pelo refluxo do movimento de massas. Mas algum dia ele voltará, e voltará com força. Pois os problemas estruturais da sociedade brasileira estão aí, intocáveis e latentes.

CC: Quantos acampamentos e quantas famílias acampadas o MST mantém hoje? Esse número pode crescer, por exemplo, com a multiplicação dos grandes canteiros de obras, principalmente das hidrelétricas, por causa da especulação imobiliária? Ou deve diminuir à medida que a situação econômica do País melhora?

JPS: Nós temos ao redor de 60 mil famílias acampadas. E há outros 4 milhões que vivem no campo, que são pobres, e que poderiam ser beneficiados pela reforma agrária. E que de fato agora, estão adormecidos pelo Bolsa Família, que favorece 4 milhões de famílias acampadas, e pela expansão do emprego na construção civil. Mas isso não é uma solução definitiva. É um programa necessário, mas apenas de emergência. A solução envolve programas estruturantes de emprego e renda.

CC: Qual relação o senhor vê entre o Programa Brasil sem Miséria e a reforma agrária?

JPS: O Programa Brasil sem Miséria ainda é uma colcha de retalhos de diversos programas de compensação social. Nenhum deles afeta a estrutura e a causa da pobreza. Por isso temos defendido com o governo diversas propostas. Há 14 milhões de miseráveis que podem ser atendidos por medidas emergenciais. E há outros 40 milhões que formam a turma do Bolsa Família. Então o governo deveria fazer um amplo programa, ainda que localizado nas regiões mais carentes, de acesso à terra. Um programa de instalação de agroindústrias cooperativas, que criam emprego e renda. Potencializar a Conab, para que se transforme numa grande empresa compradora de todos os alimentos da agricultura familiar. Criar um mutirão nacional de alfabetização dos 14 milhões de adultos. Instalar escolas em todas as comunidades rurais, de ensino fundamental e escolas regionais, no meio rural de ensino médio, via IFETS ou outras escolas técnicas agrícolas. E ainda um amplo programa de reflorestamento, ampliando o Bolsa Verde para todos os 4 milhões de camponeses pobres.

CC: O MST pode vir a apoiar a criação de um partido político, por meio do Consulta Popular? A partidarização, enfim, pode ser um caminho para o MST ou parte dele?

JPS: Os partidos políticos no Brasil estão desgastados e possuem pouca coerência com programas de nação ou ideologias de classe. Em geral, são usados por pessoas e grupos, apenas como trampolim para cargos e recursos públicos. Mas a organização política na sociedade é fundamental para construir as mudanças. O MST é um movimento social, autônomo, com base social no meio rural e nas cidades. Nós devemos estimular como militantes sociais e cidadãos, a revitalização da prática política no País, mas o caminho do MST deve ser apenas a luta pela reforma agrária popular.

CC: Qual é o futuro para o modelo atual?

JPS: Acredito que embora a expressão reforma agrária esteja desgastada e a imprensa burguesa nos faça uma campanha permanente contra a luta dos trabalhadores, pois é aí, onde ela tem hegemonia absoluta, no futuro teremos grandes mudanças no modelo agrícola e na sociedade brasileira. Pois o modelo do capital de apenas organizar a produção agrícola para o lucro, agredindo o meio ambiente e usando venenos, é insustentável no longo prazo. E a sociedade, em geral, e a natureza estarão do nosso lado para realizar as mudanças estruturais necessárias.

Soraya Aggege

Carta Capital

EUA: 15 milhões faliram em 4 anos

As famílias dos Estados Unidos perderam 28% de sua riqueza durante a crise econômica, sendo que um terço delas tiveram suas economias totalmente dizimadas. E a diferença dos níveis de riqueza entre brancos e negros e hispânicos aumentou. Essas são as conclusões de uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa Pew Research Center, divulgada pelo site World Socialist.

O levantamento leva em conta estimativas realizadas entre 2005 e 2009 e aponta para um empobrecimento geral de todos os setores da população. O percentual de domicílios americanos que têm mais dívidas do que ganhos cresceu de 15% em 2005 para 20% quatro anos depois – ou seja, por volta de 15 milhões de pessoas quebraram nos Estados Unidos neste período.

Em 2009, após o ajuste para a inflação realizado pelo governo, a riqueza média dos domicílios norte-americanos caiu de 98.894 dólares em 2005 para 70 mil dólares em 2009. A queda abrupta é relacionada sobretudo com a desvalorização imobiliária do país.

Desigualdade social avança

Enquanto isso, a riqueza das famílias mais abastadas cresceu de 49% em 2005 para 56% no mesmo período. Este número indica que as minorias raciais, normalmente com menos poder aquisito, foram as mais prejudicadas. O patrimônio líquido das famílias hispânicas caiu em um escalonamento de 66%, a partir de 12.124 dólares em 2005 para 5.677 dólares em 2009. O das famílias negras caiu 53%.

O nível de desigualdade entre brancos, negros e hispânicos está agora no nível mais alto em 25 anos. A diferenciação racial é em parte atribuível à geografia. Enquanto os brancos viram os valores de suas próprias casas cairem em 18% e negros em 23%, os valores das casas dos hispânicos caiu em mais da metade.

Como era de se esperar, a queda na riqueza teve um efeito negativamente transformador na sociedade americana, contribuindo para os milhões de execuções hipotecárias e falências pessoais. Segundo dados da Realtytrac.com, havia 10 milhões de execuções hipotecárias entre 2005 e 2009, os anos abrangidos pela pesquisa.

Carta Capital

Fifa indica empresa da Globo para fazer festas para torcida

A Geo Eventos, da Globo, foi indicada pela Fifa e pelo COL (Comitê Organizador Local) da Copa-2014 para realizar as Fan Fests nas cidades-sedes. Isso acontece depois de a empresa ter ganhado a organização do Sorteio Preliminar do Mundial.

A informação está na reportagem de Martín Fernandez, Rodrigo Mattos e Sérgio Rangel, publicada nesta sexta-feira. A íntegra do texto está disponível para assinantes da Folha e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

Em Belo Horizonte, em abril, a Fifa e o COL apresentaram às cidades-sedes, em seminário de marketing sobre a Copa, a Geo como parceira. Representantes de prefeituras e governos estaduais, que não quiseram se identificar, contaram terem sido abordados pelos organizadores da Copa para contratar a empresa para as Fan Fests. Alguns relataram conversas em tom de imposição.

Dessa forma, seria impossível fazer concorrência para essas contratações. Mas a reportagem apurou que houve resistência das cidades, que informaram que teriam de fazer licitação para escolher o organizador das Fan Fests. Quando confrontado, o COL recuou e aceitou a posição da sede.

As Fan Fests serão organizadas pelas prefeituras ou pelos governos dos Estados.

O comitê, no entanto, afirmou desconhecer qualquer indicação da subsidiária da Globo. A assessoria da Geo negou que já tenha negociações sobre esses eventos.

Folha.com

Obama tem quatro opções para lidar com endividamento dos EUA


Da BBC Brasil

Brasília - A possibilidade de os Estados Unidos entrarem em moratória se não conseguirem um acordo para elevar o teto da dívida pública do país já não é um cenário improvável.

A hipótese foi reconhecida pelo próprio presidente Barack Obama, em meio ao impasse entre republicanos e democratas sobre os cortes no orçamento nacional. A dívida americana alcançou o teto de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) no dia 16 de maio.

A situação preocupa porque, caso o teto não seja elevado pelo Congresso até 2 de agosto, o país não conseguirá cumprir seus compromissos financeiros. Analistas advertem que uma moratória dos EUA provocaria pânico nos mercados financeiros internacionais.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e seus assessores elaboraram planos de contingência, que deverão ser aprovados por Obama, caso o Congresso não chegue a uma decisão.

As opções de Obama:

A 14ª emenda - Alguns especialistas ressaltam que a 14ª emenda da Constituição dos Estados Unidos dá ao presidente o poder de desprezar o Congresso e aumentar o teto da dívida por decreto. A lei estabelece que a dívida pública do país "não deverá ser questionada".

No entanto, o tema causa polêmica e poderia implicar um revés político para Obama. Além disso, outros analistas advertem que o presidente não tem autoridade real para aumentar o limite de endividamento, decisão que até agora sempre tomada pelo Congresso.

Venda de ativos - Sobre o assunto, Obama disse: "Falei com meus advogados. Eles não estão convencidos deste argumento". Como alternativa, o Tesouro americano pode considerar vender alguns de seus ativos, como reservas de ouro ou instrumentos financeiros com respaldo hipotecário.

No entanto, o especialista em economia da BBC, Theo Leggerd, acredita que isso seria "admitir perante o mundo que o governo tem um problema e não consegue cumprir suas obrigações". Segundo Leggerd, isso causaria impacto na classificação de risco de crédito do país. Por outro lado, o especialista diz que vender os ativos sob pressão pode fazer com que seus preços caiam "e isso é algo que o governo quer evitar".

Intervenção da Reserva Federal - Uma pergunta que muitos fazem é até que ponto o Federal Reserve, o Banco Central americano, pode tomar dinheiro emprestado para ajudar o Tesouro a cumprir seus compromissos. Segundo diversos analistas, isso não é parte das atribuições do órgão.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o presidente do Fed, Charles Plosser, disse na Filadélfia que o Banco Central atua como corretor do Tesouro nos mercados financeiros, e não pode simplesmente intervir. Para ele, isso equivaleria a uma intervenção em assuntos fiscais.

Theo Leggerd explica que, a princípio, o governo poderia até mesmo monetizar a dívida, ou seja, imprimir dinheiro. "Mas isso teria efeitos negativos para a economia porque o dólar se desvalorizaria. Ou seja, não há uma saída fácil e é por isso que ambas as partes vão querer evitar chegar a este ponto."

Pagar a uns não a outros - Se republicanos e democratas não chegarem a um acordo, será inevitável dar prioridade a alguns pagamentos em detrimento de outros. "O governo terá que decidir como gasta o dinheiro que tem disponível e a prioridade será cumprir com seus compromissos de dívida, ou seja, pagar os juros", explica Leggerd.

Nesse caso, terá que cortar seus outros gastos, como o pagamento a seus contratados, aos beneficiários da Previdência Social, às Forças Armadas, aos empregados públicos, entre outros.

Por exemplo, o governo tem que pagar US$ 49 bilhões (R$ 76 bilhões) à Previdência Social no dia 3 de agosto, e esse é um pagamento com o qual ele não poderá cumprir caso o Congresso não acabe com o impasse.

Agência Brasil

Dilma e Christina Kirchner discutem relações econômico-comerciais



Yara Aquino Reporter da Agência Brasil

Brasília - A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, faz hoje (29) sua primeira visita ao Brasil durante o governo de Dilma Rousseff. O encontro das duas faz parte da agenda bilateral que pretendem manter e é também uma retribuição de Cristina Kirchner à presidenta brasileira que escolheu a Argentina como destino de sua primeira viagem internacional, em janeiro deste ano.

A agenda das presidentas começa com uma reunião privada, seguida de reunião ampliada com a participação de ministros dos dois países, declaração à imprensa e almoço.

O interesse de empresas argentinas em participar das das obras para a Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, deve estar entre os assuntos discutidos pelas presidentas.

Embora vigorem restrições impostas pelo governo da Argentina a uma série de produtos brasileiros, esse não deve ser um tema central de discussão entre as duas, de acordo com o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota. O governo brasileiro prefere que as negociações sobre o assunto sejam conduzidas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e o Ministério da Indústria, da Argentina.

O encontro será também um oportunidade para avaliar o que foi desenvolvido em áreas de cooperação entre os países nesses sete meses do governo da presidenta Dilma.

Durante a visita de Dilma à Argentina, em janeiro, as duas presidentas reafirmaram a proximidade entre os países e falaram em crescimento aliado à inclusão social dos povos dos países latino-americanos.

Após cumprir a agenda de compromissos com a presidenta Dilma, Cristina Kirchner irá inaugurar a nova sede da embaixada da Argentina em Brasília. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá participar do evento.

Herdeira política do marido, Néstor Kirchner, que governou a Argentina de 2003 a 2007 e morreu no ano passado, Cristina Kirchner é candidata à reeleição no pleito que ocorre no dia 23 de outubro. Um total de oito candidatos concorrem à Presidência da Argentina.

Agência Brasil

Presidente do Paraguai volta a São Paulo para tratamento contra câncer linfático

Da Agência Brasil


São Paulo – O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, está internado desde a tarde de ontem (28), no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Segundo nota divulgada pela Presidência do Paraguai, Lugo fará exames de rotina, realizados bimestralmente, para acompanhamento da evolução do tratamento contra um câncer linfático. Os procedimentos médicos serão feitos hoje (29) e amanhã.

Há poucos dias, Lugo cancelou uma viagem ao Peru, onde acompanharia a posse do presidente Ollanta Humala, por problemas de saúde que o obrigaram a ficar em repouso. Porém, seu médico pessoal, Jorge Querey, que o acompanha no Brasil, afirma que esse quadro já foi superado e que Lugo está apto a exercer suas atividades de rotina.

A nota informa ainda que, ao concluir o tratamento, o chefe de Estado retornará ao Paraguai.

A assessoria de imprensa do Hospital Sírio- Libanês informou que não há previsão para divulgação de boletim médico.

Agência Brasil

PAC 2 tem 76% das obras em ritmo adequado, avalia governo

Sabrina Craide Repórter da Agência Brasil

Brasília - O primeiro balanço do Programa de Aceleração do Crescimento do período de 2011-2014 (PAC 2) mostra que 9% das ações previstas estavam concluídas até 30 de junho. Segundo os dados, 76% das obras estão sendo executadas em ritmo adequado, 12% necessitam de atenção e 3% estão com execução considerada preocupante. O balanço está sendo apresentado na manhã de hoje (29) pelo governo.

Com relação aos valores investidos, 89% das ações monitoradas apresentam ritmo adequado, 8% estão em estado de atenção, 2% têm execução preocupante e 1% das obras foi concluído.

Os investimentos do PAC 2 somam R$ 955 bilhões para o período entre 2011 e 2014. O programa reúne as principais ações do governo nas áreas de transporte, energia, mobilidade urbana e recursos hídricos.

Segundo o balanço apresentado pelo governo, a previsão é que até 2014 sejam investidos R$ 708 bilhões, o que representa 74% do total previsto. As demais obras, entre elas a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, serão concluídas depois de 2014, e têm uma previsão de execução de R$ 247 bilhões até lá.

Os empreendimentos que já foram concluídos entre janeiro e junho de 2011 somam R$ 45,7 bilhões. Entre eles estão os programas Cidade Melhor, que teve R$ 26,5 milhões para saneamento e prevenção em áreas de risco, e o Minha Casa, Minha Vida, que recebeu R$ 38 milhões. A área de transportes teve R$ 6,1 milhões executados em portos e aeroportos. O setor de energia executou R$ 7,7 bilhões em geração, transmissão e empreendimentos de refino e produção de óleo e gás.

Agência Brasil

Relatório diz que pilotos do AF 447 cometeram erros

Da BBC Brasil

Brasília - O relatório oficial sobre a queda do voo 447 da Air France, divulgado hoje (29), concluiu que os pilotos da aeronave cometeram uma série de erros.

Investigadores franceses afirmaram que os pilotos não reagiram de maneira correta para evitar a queda de altitude do avião, quando os sensores da aeronave deixaram de funcionar.

O AF 447, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris, caiu no Oceano Atlântico no dia 31 de maio de 2009, matando todas as 228 pessoas a bordo.

A Air France continua afirmando, entretanto, que os pilotos foram induzidos a erro por um indicador de velocidade do avião, que apresentou falhas. O relatório também afirma que os pilotos não alertaram os passageiros sobre a crise, enquanto tentavam recuperar o controle da aeronave.

Agência Brasil

Superávit em junho chega a R$ 13,3 bilhões e é o maior para o período desde 2001

Kelly Oliveira Repórter da Agência Brasil

Brasília - A economia feita pelos governos federal, estaduais e municipais para pagar os juros da dívida pública, o superávit primário, ficou em R$ 13,370 bilhões, em junho, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (29). Esse resultado é o maior para o período da série do BC, iniciada em 2001. Em igual período do ano passado, o superávit foi R$ 2,179 bilhões.

No primeiro semestre, o superávit primário alcançou R$ 78,190 bilhões, contra R$ 42,056 bilhões registrados em igual período de 2010. Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário ficou em R$ 137,830 bilhões, o que corresponde a 3,54% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). A meta de superávit primário deste ano é R$ 117,9 bilhões.

Em junho, os gastos com juros da dívida ficaram em R$ 18,988 bilhões e acumularam R$ 119,748 bilhões nos seis meses do ano, contra R$ 92,205 bilhões do primeiro semestre de 2010. Em 12 meses encerrados no mês passado, os gastos com juros somaram R$ 222,912 bilhões, o que corresponde a 5,73% do PIB.

Segundo o relatório do BC, o aumento dos gastos com juros neste ano em relação a 2010 foi influenciado pela alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo patamar mais elevado da taxa básica de juros, a Selic, “indicadores que incidem sobre parcela expressiva dos títulos federais”.

Ao serem contabilizados os gastos com juros, tem-se o resultado nominal. No mês passado, foi registrado déficit nominal de R$ 5,618 bilhões, contra R$ 13,664 bilhões de igual período de 2010. No primeiro semestre, o déficit nominal é de R$ 41,558 bilhões, ante R$ 50,149 bilhões registrados de janeiro a junho do ano passado. Em 12 meses encerrados em junho, o déficit nominal ficou em R$ 85,082 bilhões, o que corresponde a 2,19% do PIB.

O BC também informou que a dívida líquida do setor público, em junho, chegou a R$ 1,542 trilhão, o que corresponde a 39,7% do PIB, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a maio.

A dívida bruta alcançou R$ 2,177 trilhões (56% do PIB) em junho, uma elevação de 0,2 ponto percentual na comparação com o mês anterior.

Agência Brasil

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Boa parte da crise do etanol está no porto - Por Brizola Neto

Lembra daquela história da chuva, da seca, da florada da cana e tudo o mais que você ouviu como justificativa para o preço do etanol estar lá em cima, em plena safra?

Não são mentiras, é claro. Mas são apenas parte da explicação para o fato de, em plena safra, subirem os preços do etanol e pressionarem a inflação.

O açúcar fechou ontem a 39,94 centavos de dólar por libra-peso, em Nova York. Ano passado,nesta época, valia 16,52 centavos de dólar por libra-peso.

Ano passado, o preço do açúcar já estava alto e todos os jornais noticiaram o “engarrafamento” de navios no porto de santos, a espera de produto para embarcar. A China, aliás, expande como nunca suas compras aqui.

Este ano, a coisa ia pelo mesmo caminho. Em junho, enquanto a produção de etanol capengava aqui, a de açúcar ia muito bem, obrigado.

Em junho, as exportações de açúcar pelos portos de Santos e de Paranaguá cresceram 26%, para 2,67 milhões de toneladas em comparação com igual mês de 2010. Este mês, vão se manter no mesmo patamar de 2010, porque o mercado mundial ressentiu-se de tamanha alta, que só neste julho acumulava uma variação de 12,57%.

As usinas dizem que a safra está sendo ruim, por isso produzem menos etanol. Será que o açúcar destinado à exportação é feito de que, de beterraba?

É lógico que, para as usinas, como para qualquer atividade privada, vale a regra do “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

O lucro dos exportadores de açúcar cresce, enquanto é a Petrobras, por seu compromisso com o país, que tem de segurar a elevação do preço da gasolina – em razão do aumento do petróleo – e vender quantidades muito maiores, porque a frota flex abandonou o etanol, por conta dos altos preços.

Se o Estado brasileiro foi bem vindo, ao intervir para criar a demanda por etanol, viabilizando a expansão dos investimentos do setor privado em sua produção, porque não é bom, agora, para dizer que ele tem, também, um compromisso com o abastecimento?

Blog do Brizola Neto - Tijolaço

O mercado quer que a Petrobras seja o que a Vale foi - Por Brizola Neto

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse hoje à Agência Reuters que a balança de derivados de petróleo da empresa terá déficit até 2015, em meio à crescente demanda e à limitação na capacidade de refino. Ou seja, que a empresa terá de importar derivados de petróleo para satisfazer o consumo brasileiro.

De outro lado, o que não ficou expresso, é que com nossa crescente produção de óleo bruto, teremos de exportá-lo, sem poder refina-lo aqui.

As pessoas menos informadas dizem: que absurdo, importar derivados e exportar petróleo.

E é mesmo, mas é uma situação da qual não se pode fugir a curto prazo. E que, de quebra, ainda é agravada pela crise do etanol.

Isso é resultado da herança maldita de duas eras que o Brasil atravessou. A que ficou conhecida como “década perdida”, os anos 80 – Governos Figueiredo e Sarney – e o neoliberalismo – Collor e Fernando Henrique .

Até que a Refinaria do Nordeste, a Abreu e Lima, comece a funcionar, no ano que vem, serão 32 anos sem que uma só nova refinaria tenha sido agregada ao parque de refino da Petrobras.

O motivo? Dois, basicamente. O primeiro, é que uma refinaria custa caríssimo – dependendo do tido e capacidade, entre 10 e 20 bilhões de dólares – consome não menos de quatro ou cinco anos para ser implantadas.Tanto que você não vê nenhuma multi falando em fazer refinaria no Brasil. Negativo, querem é concessão para furar poços e extrair petróleo. Beneficiá-lo é coisa para “gente fina”, país desenvolvido.

A segunda razão, claro, é que o país – na recessão ou na “roda presa”, não crescia e, assim, etanol e gás natural completavam as necessidades que surgiam, basicamente o transporte automotivo e a geração sazonal de energia.

Escrevi, ontem, sobre o assunto, um texto que explicava que a Petrobras luta para corrigir este crime cometido contra o Brasil. E luta contra o mercado, ávido por lucros rápidos, que não tem compromisso com o desenvolvimento harmônico do Brasil.

O texto, na íntegra, pode ser lido no blog Projeto Nacional, mas transcrevo aqui um trecho:

“O Brasil precisa, desesperadamente, de novas refinarias de petróleo para chegar perto – chegar perto, prestem atenção – da demanda interna.

Sob pena de se tornar um exportador de petróleo bruto e importador de petróleo refinado.

Igualzinho ao que a “lógica de mercado” nos fez viver, exportando ferro e importando aço.

A Petrobras fez das tripas coração para cumprir seu papel de empresa de mercado, sem deixar de ser empresa de país, do nosso país.

Cortou onde podia cortar. Reduziu e restringiu aos ótimos negócios suas operações no exterior.; Está sofrendo com a falta de ação no mercado de etanol e, como se não bastasse, tendo de investir num setor onde a operação foge de sua cultura empresarial.

Porque, vocês sabem, como o álcool é negócio privado, onde vale o preço de mercado, enquanto que a gasolina, para a Petrobras, tem preço “de governo”.

A Petrobras está segurando a rebordosa nos preços da gasolina nas refinarias e enfrentando toda a sanha dos que procuram e acham espaço na mídia para bater na nossa petroleira.

O que eles não dizem é que querem que ela se lixe para o Brasil, como durante dez anos fez a Vale.

É por isso que refino de petróleo é uma palavra maldita para o “mercado”.

E bendita para o Brasil.”

Blog do Brizola Neto - Tijolaço

Dólar tem segundo dia seguido de alta e volta a passar de R$ 1,56

O dólar voltou a subir nesta quinta-feira (28), no segundo dia consecutivo de ganhos frente ao real. A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 1,569, com alta de 0,61%.

A divisa seguiu reagindo à Medida Provisória publicada pelo governo na véspera, que permite a taxação até o limite de 25% das operações feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no Brasil com instrumentos financeiros chamados de derivativos financeiros, para tentar conter a queda do dólar.

Em entrevista concedida depois da publicação da MP, o ministro da Fazenda Guido Mantega disse que será cobrado 1% de Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) nas transações financeiras chamadas de derivativos, usados como apostas das empresas e bancos, brasileiros e estrangeiros no mercado futuro - que pressionam para baixo a cotação do dólar.

Nesta quinta, em entrevista à Globo News, o ministro disse que não descarta elevar ainda mais o IOF nessas operações.

Na terça-feira, o dólar havia chegado ao patamar mais baixo em 12 anos, a R$ 1,538.

A moeda tem sofrido com o impasse sobre a dívida dos Estados Unidos. Mas, nesta quinta-feira, aproveitou a cautela dos investidores com a Europa após leilões de títulos da Itália com os maiores juros em 11 anos.

"A alta do dólar hoje expressa muito objetivamente o mercado de moeda lá fora", disse Jorge Knauer, diretor de tesouraria do banco Prosper. "O mercado está reagindo mais ao cenário mesmo hoje. Porque, a bem da verdade, apesar de ter aqui no Brasil um regulamento novo e uma dinâmica nova no mercado, a gente ainda não sabe o tamanho disso", completou Knauer.

Na quarta-feira, o dólar teve a maior alta em mais de um ano (1,35%), saindo das mínimas desde 1999, após a adoção de um imposto sobre operações com derivativos.

Em reação à notícia, os estrangeiros reduziram as posições vendidas líquidas em contratos futuros e de cupom cambial. Segundo dados da BM&F Bovespa, os não-residentes detinham US$ 21,263 bilhões em posição vendida em dólar na véspera, uma redução ante os US$ 22,878 bilhões do dia anterior.

A aposta no fortalecimento do real bateu recorde no começo do mês, chegando a quase US$ 25 bilhões.

G1 - Rede Globo

Lucro da Embraer sobe 51,2% no 2º trimestre, para R$ 153,8 mi


Dimalice Nunes e Silvana Mautone, da Agência Estado

SÃO PAULO - A Embraer registrou lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 153,8 milhões no segundo trimestre do ano, crescimento de 51,2% ante os R$ 101,7 milhões registrados no mesmo período de 2010. No ano, a empresa acumula lucro de R$ 328,1 milhões.

A receita líquida caiu 10,9%, para R$ 2,168 bilhões, ante R$ 2,435 bilhão de abril a junho de 2010. No primeiro semestre, a receita líquida acumula R$ 3,925 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) atingiu R$ 250,3 milhões no segundo trimestre, queda de 15,9% ante os R$ 297,7 milhões apurados no mesmo período do ano passado. A margem Ebitda caiu de 12,2% no segundo trimestre de 2010 para 11,5% em 2011. No ano, o Ebitda soma R$ 510,1 milhões.

As entregas da Embraer no segundo trimestre deste ano totalizaram 48 aeronaves, 25 jatos comerciais e 23 jatos executivos. Em 30 de junho de 2011, a carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) totalizava US$ 15,8 bilhões. No mesmo período do ano passado o número de entregas tinha sido de 69 aeronaves e o backlog somava US$ 15,2 bilhões.

Com relação ao futuro, as principais expectativas dizem respeito à decisão da companhia americana Delta de renovar sua frota de jatos regionais, o que deve gerar uma encomenda de 100 novos aviões. O anúncio é esperado para outubro. Além disso, a decisão recente da Boeing de remotorizar seus aviões do modelo 737, na busca de menor consumo de combustível, ao invés de desenvolver um avião completamente novo, agora transfere para a Embraer a expectativa do que fazer no futuro com sua linha de e-jets. A Embraer estava aguardando o anúncio da Boeing para decidir o que fazer. A Airbus já havia comunicado no final do ano passado sua opção de modernizar os motores dos seus aviões.

Endividamento

No final do segundo trimestre deste ano, o endividamento da Embraer totalizou R$ 2,685 bilhões, um aumento de R$ 219,3 milhões em relação ao primeiro trimestre deste ano, tanto na linha de financiamentos de curto prazo (R$ 91 milhões) quanto na de longo prazo (R$ 128,3 milhões). Segundo a Embraer, este aumento está relacionado às atividades operacionais cotidianas da empresa.

Com o aumento das dívidas de curto prazo, o prazo médio de endividamento no segundo trimestre reduziu de 5,7 para 5 anos, mantendo-se dentro do perfil do ciclo do negócio da empresa. O custo das dívidas em reais entre o primeiro trimestre deste e o segundo trimestre subiu de 4,3% para 6% ao ano, enquanto que o custo das dívidas em dólar norte-americano caiu de 5,6% para 5,5% ao ano.

A relação do Ebitda versus as despesas sobre os juros reduziu de 7,58 para 7,17. No final do segundo trimestre deste ano, 32,3% da dívida total era denominada em reais.

Na avaliação da Embraer, a estratégia financeira adotada pela empresa tem contribuído positivamente para o resultado financeiro. No acumulado de 2011, o resultado financeiro totalizou R$ 55,9 milhões. De acordo com a Embraer, a alocação de caixa continua sendo uma das principais ferramentas para a mitigação do risco cambial. Ao final do segundo trimestre deste ano, o caixa alocado em ativos denominados predominantemente em dólar norte-americano chegou a 49%.

Previsões

A Embraer anunciou, também nesta quinta, revisão nas suas estimativas para este ano. Segundo a empresa, a estimativa de receita líquida, que era de US$ 5,6 bilhões, agora foi revista para US$ 5,8 bilhões. Com isso, a companhia passou a prever o resultado e a margem operacional de US$ 465 milhões e 8%, respectivamente, ante os US$ 420 milhões e 7,5% anteriormente estimados.

Quanto ao resultado e a margem Ebitda, a Embraer elevou as projeções para US$ 700 milhões e 12%, respectivamente. Os investimentos relacionados a desenvolvimento também foram revisados, de US$ 210 milhões para US$ 160 milhões, por conta de antecipações de contribuição de parceiros para 2011. De acordo com a empresa, esta redução não afeta os cronogramas de desenvolvimento, particularmente dos Legacy 450 e 500.

"Conforme previamente mencionado, a recuperação no segmento da Aviação Comercial tem sido observada desde meados de 2010, e a Embraer tem sido capaz de converter algumas oportunidades em novos negócios na Aviação Comercial, bem como nas áreas de Defesa e Segurança e Serviços", afirmou a empresa no seu balanço.

ESTADÃO.COM.BR

Vale anuncia lucro recorde de R$ 10,27 bi no segundo trimestre


Mônica Ciarelli e Sergio Torres, de O Estado de S. Paulo

RIO - A Vale registrou no segundo trimestre deste ano lucro líquido de R$ 10,275 bilhões, 54,9% superior ao obtido no segundo trimestre de 2010. Foi o maior já verificado pela companhia em segundo trimestre. Na comparação dos dois períodos, a receita líquida da mineradora cresceu 34,9%. No segundo trimestre de 2011, ela atingiu R$ 25,614 bilhões.

Os preços mais elevados dos produtos no segundo trimestre contribuíram positivamente para a receita da Vale, com US$ 1,344 bilhão, segundo o balanço. No acumulado do semestre, o lucro avançou 126,7%, somando R$ 21,566 bilhões. A receita líquida aumentou 53,7%, para R$ 49,187 bilhões. O balanço foi o primeiro da gestão do novo presidente, Murilo Ferreira, que em maio substituiu a Roger Agnelli, no cargo ao longo dos últimos dez anos.

A Vale informou ter reduzido a dívida líquida para US$ 11,232 bilhões no segundo trimestre do ano, abaixo dos US$ 17,724 bilhões do mesmo período do ano anterior. No trimestre anterior, o primeiro de 2011, a dívida líquida foi de US$ 11,936 bilhões. A dívida bruta total em 30 de junho era de US$ 24,459 bilhões, segundo o comunicado da empresa.

A companhia revelou ter pago em abril a primeira parcela do dividendo mínimo de 2011 aos acionistas, de US$ 2 bilhões. A Vale registrou resultado financeiro líquido positivo de US$ 648 milhões no trimestre. No mesmo período do ano passado, os indicadores foram negativos: US$ 491 milhões.

A mineradora anunciou também ter realizado investimentos de US$ 4,036 bilhões no segundo trimestre, o que representa crescimento de 47,1% em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2010, a alta foi de 69,9%. A companhia informou ter investido 28% do total orçado para 2011, com aportes de US$ 6,779 bilhões no primeiro semestre. Ela programou investimentos de US$ 24 bilhões este ano.

Preço maior. No segundo trimestre, a mineradora operou com o preço médio de US$ 145,30 por tonelada na venda de minério de ferro, o que representa aumento de 15,14% diante dos US$ 126,19 no primeiro trimestre e de 58% na comparação com o mesmo período de 2010. O preço médio de pelotas ficou em US$ 206,07 por tonelada - alta de 13,6% na comparação com o trimestre anterior e de 34% em relação ao período de 2010.

As vendas do minério pela Vale somaram 60,642 milhões de toneladas no segundo trimestre, volume correspondente a um incremento de 6,23% frente ao mesmo período do ano passado (57,081 milhões de toneladas vendidas). As vendas de pelotas apresentaram ligeiro recuo no período, de 12,946 milhões para 12,861 milhões de toneladas.

A mineradora informou que as operações no segundo trimestre continuaram influenciadas pela chuva intensa em Carajás (PA), o que também desacelera o processo de descarga de trens no terminal marítimo de Ponta da Madeira, por causa do grau mais elevado de umidade do minério. A companhia diz que houve problemas com um virador de vagões em manutenção no trimestre.

Com a venda de ferro, a Vale obteve receita de US$ 9,102 bilhões no segundo trimestre, cifra superior aos US$ 5,435 bilhões apurados no mesmo período de 2010. As vendas de pelotas geraram US$ 2,113 bilhões, inferior aos US$ 1,610 bilhões do mesmo intervalo do exercício anterior.

A participação da China no total de minério de ferro e pelotas vendido pela Vale no segundo trimestre registrou pequena queda, passando para 41,7%. No trimestre imediatamente anterior, a fatia chinesa era de 42,3%. A Vale exportou para a China 30,6 milhões de toneladas de minério no segundo trimestre, contra 29 milhões de toneladas no trimestre anterior. As vendas para a Ásia somaram 45 milhões de toneladas, respondendo por 61,2% das vendas da mineradora. No trimestre anterior, a fatia asiática era de 60,7%.

Já a fatia da Europa apresentou leve recuperação, de 20,4% para 20,6%.

ESTADÃO.COM.BR

Humala toma posse na Presidência peruana e anuncia aumento do salário mínimo


Monica Yanakiew
Correspondente da EBC

Lima – A primeira medida adotada pelo presidente peruano, Ollanta Humala, é a elevação do salário mínimo a partir de agosto, até chegar a 750 soles (R$ 430) em 2012. O militar da reserva de 48 anos foi eleito no dia 19 junho, com a promessa de manter o crescimento econômico e distribuir melhor a renda. Dez milhões dos 30 milhões de peruanos moram na capital, Lima, e um terço da população vive abaixo da linha da pobreza.

O ex-presidente Alan Garcia, que governou o Peru nos últimos cinco anos, não foi ao Congresso para a posse de seu sucessor. Humala jurou sem a presença de Alan Garcia, cujo modelo econômico ele pretende manter.

O presidente prestou seu juramento sobre a Constituição de 1979, ignorando a Constituição de 1993, que está em vigor. Foi uma decisão política, aplaudida pelos simpatizantes de Humala e vaiada pelos seguidores de Keiko Fujimori, filha da ex-presidente Alberto Fujimori e rival do presidente na eleição. A Constituição de 1993 foi aprovada no governo de Fujimori, depois que ele dissolveu o Congresso, silenciando a oposição. Fujimori está preso no Peru, acusado de corrupção.

No discurso de posse, Humala repetiu as promessas de campanha de aumentar os recursos para os programas sociais. Os analistas políticos coincidem que ele foi eleito porque moderou seu discurso de nacionalista de esquerda e afastou-se de seu padrinho político, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e optou por seguir os passos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que investiu na área social, sem mudar a política econômica.

Depois de empossar os 18 ministros de seu novo gabinete, Humala ainda participou de sua primeira reunião internacional, com a presidenta Dilma Rousseff e os chefes de Estado de sete países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Segundo o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, um dos temas que mais preocupa os presidentes da Unasul é o impacto da crise internacional na região. A reunião coincide com a crise nos Estados Unidos e na Europa.

Agência Brasil

Posições idênticas quanto a prévias


A reforma do estatuto do PT - em processo de discussão desde o início do 4º Congresso Nacional do partido, em fevereiro do ano passado - serviu de pretexto para um registro na mídia, hoje, de que a direção petista aproveita a mudança para esvaziar prévias para a escolha de candidatos a prefeito no ano que vem, especialmente em São Paulo.

Aproveitam para insinuar que o ex-presidente Lula seria contra prévias e que eu tenho argumentado que a direção do partido não pode impedí-las. Vamos deixar claro que eu e o ex-presidente Lula não temos posições diferentes quanto à realização dessa consulta. Já deixamos evidente nossas posições.

O que tenho escrito e externado sempre em entrevistas e artigos é que prévia é um direito estatutário. Elas podem não acontecer por acordo político, ou por desistência do concorrente, convencido pelos números e lideranças a abandonar a idéia de realizá-la. Mas, não podem ser impedidas.

Vamos abrir o mais amplo debate possível


No caso de São Paulo, insisto, mais importante do que discutir se fazemos ou não prévias, é ouvir o partido. Abrir um amplo debate sobre a eleição em si e o que está em jogo nela. Ir aos diretórios zonais, debater com os movimentos, levar os pré-candidatos às bases petistas e à sociedade - ouvi-la... - conhecer seu diagnóstico sobre a cidade, o momento político e a atual crise econômica mundial.

Ampliar ao máximo essa discussão é a melhor forma de decidir, de ouvir os cidadãos e a sociedade como um todo. Também é o roteiro ideal para ouví-la sobre os outros candidatos, o governo da nossa presidenta Dilma Rousseff, a gestão do prefeito Gilberto Kassab (ex-PSDB-DEM, agora PSD) e a herança de José Serra (PSDB).

José Serra, prefeito da capital por um ano e quatro meses (janeiro-2005/abril-2006) e governador do Estado por três anos e quatro meses (janeiro-2007 / abril-2010) comandou administrações cujos resultados recaem e perduram até hoje sobre a capital e o Estado.

Melhor o partido discutir todas essas questões em jogo com suas bases, filiados, dirigentes zonais, municipais, estaduais e nacionais, ao invés de restringir o debate sobre a eleição municipal do ano que vem à realização ou não de prévias para escolha dos candidatos a prefeito.

Blog do Zé Dirceu

Trens a todo vapor

O Brasil está mudando. A necessidade crescente das médias e grandes cidades por soluções que melhorem a mobilidade urbana está mobilizando a indústria ferroviária no Brasil. Nos últimos dez anos, a produção de locomotivas cresceu significativamente. Segundo estatísticas da entidade que representa o setor, a ABIFER, enquanto em 2000, a produção nacional limitou-se a uma unidade, em 2010, a indústria nacional fabricou 68 locomotivas – volume que não se via desde o final da década de 70.


Também, a produção de vagões acompanhou o forte ritmo de crescimento. Saiu de 1.238 unidades há uma década para 3.261. No caso dos vagões de passageiros, a evolução foi de 62 para 430 (confira mais dados aqui). A ABIFER estima, ainda, que as indústrias devam investir, no mínimo, R$ 240 milhões até 2013, incluindo novas fábricas e tecnologias.

De acordo com seu presidente, Vicente Abate, em Sete Lagoas (MG), a Progress Rail Services (subsidiária da Caterpillar) construirá uma fábrica de locomotivas diesel-elétricas. Ela poderá gerar 600 empregos na região. Em Araraquara (SP), outra fábrica de trens está programada e se dará a partir de uma joint venture entre a japonesa Hitachi e a brasileira Iesa (grupo Inepar).

Novas fábricas

Outra empresa que também construiu sua fábrica de trens no Brasil é a espanhola Construções e Auxiliar de Ferrovias (CAF). O empreendimento localiza-se Hortolândia (SP) e já foram investidos cerca de R$ 200 milhões na unidade. Além disso, a espanhola teria acabado de assinar um contrato com o Metrô de São Paulo, de R$ 615 milhões, para a fabricação de 26 trens da Linha 5 Lilás.

Os investimentos em transportes de massa não se dão apenas por conta da Copa do Mundo ou das Olimpíadas. Eles atendem, sobretudo, à saturação da atual estrutura de transporte no país - ainda apoiada nos ônibus. Estão previstos novos trens, veículos leves sobre trilhos (VLTs) e ampliação de metrôs.

Blog do Zé Dirceu

Medidas urgentes em defesa da economia

As medidas adotadas pelo governo na área econômica, ontem, respondem ao que realmente interessa (leiam mais neste blog). Mas, além de cortar a especulação do câmbio pela raiz, devemos e podemos fazer mais para impedir uma valorização maior do real. Ainda bem que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, adiantou ainda dispor de um "arsenal" de medidas.

O cenário internacional não está para peixe. A Europa, de um lado, vive a fase inicial do recém-lançado plano para a dívida grega. Os Estados Unidos, de outro, patinam em meio a um impasse sem precedentes acerca do aumento do seu teto de endividamento. Externamente, EUA seguem o exemplo da China. Ambos, sem pudores, dedicam-se às guerras comercial e cambial. Para complicar, o mercado internacional convive, ainda, com o excesso de liquidez.

Por aqui, o nosso desenvolvimento passa pela Educação e pela inovação tecnológica – bases insubstituíveis para uma competitividade sólida no longo prazo. Mas, no curto prazo, algumas medidas são cruciais. Temos muito o que fazer para coibir o dumping por parte de players internacionais e as práticas ilegais de importação, como as triangulações que vêm ocorrendo via MERCOSUL.

Dever de casa extenso

A questão, no entanto, não se resume, apenas, à adoção de barreiras. O dever de casa é bem mais extenso. Estou falando em uma reforma tributária que traga a redução de impostos. Defendo, ainda, uma nova fase da política industrial, com financiamentos baratos para modernização e avanços tecnológicos na produção. Li, hoje, que a presidenta Dilma inclui novos pontos na nova política industrial a ser divulgada nos próximos dias.

Outro ponto sensível nessa seara são as taxas de juros cobradas no país, internacionalmente imbatíveis. Com a Selic a 12,50% ao ano e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6,71%, no acumulado de 12 meses até junho, os juros reais chegam próximos a 6%. Em outros emergentes, como a Índia, elas são negativas. Com um incentivo desses, o Brasil é destino preferido dos capitais circulantes, com impacto direto na valorização do real.

O pior é que a mesma Selic é pretexto para spreads indecentes - para se dizer o mínimo. Dados do Banco Central (BC) indicam que o spread médio, cobrado nas operações de crédito livre, recuou de 27,9 pontos porcentuais em maio para 27,3 pontos percentuais em junho. No crédito às famílias, o spread caiu de 34,3 pp para 33,6 pp; às pessoas jurídicas, o spread caiu de 19,4pp para 18,9pp.

Concorrência no sistema bancário

O pequeno recuo nas taxas cobradas no mercado financeiro nacional, no entanto, não esconde o fato de que precisamos de concorrência no sistema bancário. Isso mesmo, concorrência. Hoje ela é inexistente. Não fossem os bancos públicos, estaríamos sem crescer.

No campo externo, acrescento mais uma medida para fortalecermos a nossa economia: acelerarmos e intensificarmos os processos de integração regional com a América do Sul, a caminho do livre comércio na região. Esse caminho é válido para incentivar o desenvolvimento comum dos países da região e para o aproveitamento do imenso potencial de energia, petróleo, gás, agroindustrial e de minérios do continente.

Blog do Zé Dirceu


O fantástico Santos x Flamengo



You Tube

Recolhimento de impostos com novas regras para mercado de derivativos será feito a partir de 5 de outubro


Daniel Lima Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Ministério da Fazenda informou há pouco que a nova sistemática de recolhimento do Imposto sobre Operações Financeiros (IOF) para operações no mercado de derivativos anunciada ontem (27) será feita a partir de 5 de outubro. Ontem, o governo anunciou medidas para reduzir a valorização excessiva do real e conter a queda do dólar por meio da Medida Provisória 539 e do Decreto 7.536.

O prazo é necessário para que os técnicos do Ministério da Fazenda e da Comissão de Valores Mobiliários desenvolvam sistemas informatizados para o recolhimento do imposto. Enquanto o sistema não estiver pronto, as empresas deverão calcular o imposto devido a partir de ontem (27) e pagar tudo de uma só vez no dia 5 de outubro.

A decisão de estabelecer um prazo de dois meses para iniciar o recolhimento foi tomada ontem após reunião entre representantes do Ministério da Fazenda, do Banco Central, da CVM e do setor financeiro para avaliar impactos e discutir a operacionalização das novas regras.

Agência Brasil

BC eleva a projeção de reajuste de tarifa de eletricidade e reduz a de telefonia fixa


Kelly Oliveira Repórter da Agência Brasil

Brasília - A projeção do Banco Central (BC) para o reajuste da tarifa de eletricidade, este ano, subiu para 4,1%, ante os 2,8% considerados em junho, segundo a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada hoje (28).

A estimativa para o reajuste da tarifa de telefonia fixa, em 2011, caiu para 0,9%, contra os 2,9% previstos anteriormente.

A projeção de reajuste no preço da gasolina para o acumulado de 2011 permaneceu em 4%. Também foi mantida a expectativa de que não haverá aumento de preços do botijão de gás este ano.

Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, a estimativa referente a 2011 foi elevada para 4,9%, ante os 4,6% considerados na reunião de junho. Esse conjunto de preços, de acordo com os dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), correspondeu a 29,08% do total do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho.

A projeção de reajustes para os preços administrados em 2012 subiu para 4,4%, ante os 4,3% previstos anteriormente.

Agência Brasil

Governo quer providenciar traslado de corpos de dois brasileiros encontrados na selva peruana

Monica Yanakiew Enviada Especial

Lima (Peru) - O governo brasileiro tentará hoje (28) providenciar o traslado dos corpos de dois funcionários da empresa Leme Engenharia, que foram encontrados ontem (27) na selva peruana. O engenheiro Mario Augusto Soares Bittencourt, 61 anos, e o geólogo Mario Gramani Guedes, 57 anos, desapareceram na segunda-feira passada (25), enquanto faziam um levantamento de campo para verificar o melhor lugar para construir a Hidroelétrica Vera Cruz.

"A policia peruana encontrou os corpos intactos, um ao lado do outro, sem qualquer sinal de violência", disse o embaixador do Brasil no Peru, Carlos Alfredo Lazary Teixeira. "Eles estavam com todos seus pertences: carteira, celular e maquina fotográfica." Segundo ele, os resultados preliminares da autópsia não revelaram a causa da morte. Mas ainda falta realizar outros testes de laboratório.

O embaixador informou a presidenta Dilma Rousseff dos resultados da investigação. Ela está no país para acompanhar, nesta quinta-feira, a posse do presidente do Peru, Ollanta Humala. A polícia peruana iniciou as buscas na segunda-feira passada, quando pessoas que trabalhavam com os dois brasileiros avisaram que eles haviam faltado a um encontro.

Os corpos foram achados às 6h30 de ontem, nas proximidades do Rio Maranhon, a 300 quilômetros da cidade de Bagua Grande, no departamento de Amazonas, no Norte do Peru. O local fica a 2.800 metros de altitude, o que torna difícil a respiração.

A imprensa chegou a especular que os dois foram atacados por habitantes da região que são contrários à construção da hidrelétrica. Mas, como não há sinal de violência, as autoridades descartam essa hipótese.

Agência Brasil

Nova diretoria do Dnit deve ser anunciada na próxima semana


Yara Aquino Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, informou hoje (28) que a nova diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) deve ser anunciada no início da próxima semana. Segundo ele, a possibilidade de demora no processo de escolha preocupa a presidenta Dilma Rousseff porque pode prejudicar o andamento de obras.

“A presidenta está analisando as alternativas e naturalmente preocupada que não se demore muito esse processo de recomposição do Dnit e do próprio ministério [dos Transportes]. É bem provável que, no início da semana, possa ser anunciada a nova composição do Dnit”, disse Carvalho. De acordo com o ministro, a presidenta e o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, reuniram-se ontem (27) para analisar nomes de possíveis indicados.

O principal critério para as indicações será o conhecimento técnico da áreas dos transportes, acrescentou Carvalho. “A questão da vinculação partidária não é proibitiva, mas o que preside a escolha da presidenta é a questão técnica. São pessoas que vão dar conta de uma tarefa fundamental para o país, que é a infraestrutura. Por isso, tem que ser pessoas dotadas de competência técnica e idoneidade”, destacou.

Perguntado se haverá substituições também em superintendências estaduais do Dnit, o ministro respondeu que caberá à nova direção do departamento analisar se serão necessárias mudanças. “Mas não haverá nenhum processo de simplesmente trocar todo mundo. Será feita avaliação caso a caso, estado por estado. E onde se avaliar que deve ser feita a troca, ela será feita.”

Sobre possíveis mudanças de direção em outros órgãos do governo e ministérios que têm titulares ligados a outros partidos da base aliada, o ministro afirmou que não haverá “caça às bruxas”. “A presidenta Dilma, até prova em contrário, confia nos seus ministros, assessores e técnicos. O que acontece é que, onde houver uma denúncia, ela será verificada, mas não haverá prejulgamento, caças às bruxas, nenhuma precipitação.”

Gilberto Carvalho também comentou a relação do governo com o PR, partido que comanda a pasta dos Transportes e que foi alvo de denúncias sobre a existência de um esquema de pagamento de propina em obras. “Nosso diálogo com o PR é maduro, é um partido muito fiel na base. Nossa relação com o PR não vai sofrer abalo com isso”, afirmou.

Agência Brasil

Maioria dos brasileiros é contra união estável e adoção por casais homossexuais


Luana Lourenço Repórter da Agência Brasil
Brasília - A maioria dos brasileiros é contra a união estável de casais homossexuais, autorizada desde maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência, divulgada hoje (28), 55% da população não aprova a união entre pessoas do mesmo sexo.

O percentual é o mesmo quando o assunto é a adoção de crianças por casais homossexuais: 55% dos brasileiros são contra e 45% a favor. O levantamento mostra que, nos dois casos, a resistência é maior entre os homens, os evangélicos, os mais velhos, pessoas com menos escolaridade e de classes mais baixas. Nessas categorias, os índices de rejeição às causas homossexuais são maiores.

Em relação à união estável, por exemplo, 63% dos homens são contra, enquanto entre as mulheres o percentual é 48%. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 60% são a favor da decisão do STF, ao mesmo tempo em que apenas 27% dos entrevistados com mais de 50 anos têm a mesma opinião. Na população evangélica, o percentual de rejeição à união estável entre gays é de 77%.

Entre as mulheres, 51% são a favor da adoção de crianças por casais homossexuais, enquanto apenas 38% dos homens se dizem favoráveis a essa possibilidade. Nesse tema, a maior resistência está entre as pessoas com mais de 50 anos, categoria em que 70% são contrários à adoção por casais gays, e entre os evangélicos, na qual o percentual chegou a 72%.

Apesar de a maioria ser contrária ao casamento e à adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo, a pesquisa mostra que no dia a dia os brasileiros têm posturas mais tolerantes com os homossexuais. O Ibope perguntou qual seria a reação dos entrevistados se o melhor amigo revelasse ser homossexual. A grande maioria, 73%, respondeu que não se afastaria do amigo, 14% se afastariam um pouco e 10% disseram que se afastariam muito. A resistência é maior entre os homens: entre eles, o percentual dos que se afastariam em algum grau de um amigo que se declarasse gay é de 35%, ante 20% das mulheres.

O instituto também questionou os entrevistados sobre a aceitação de homens e mulheres homossexuais trabalhando como médicos no serviço público, policiais e professores de ensino fundamental. De acordo com o Ibope, 14% dos brasileiros é, em algum grau, contrário à presença de médicos homossexuais, 24% têm restrições ao trabalho de gays como policiais e 22% são contra homossexuais trabalhando como professores de ensino fundamental.

Agência Brasil

Parcela mais pobre da população tem dieta restrita, mas com melhor qualidade nutricional, diz IBGE


Carolina Gonçalves Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A parcela mais pobre da população brasileira é a que mantém uma dieta mais saudável, considerando os itens presentes na mesa dessas pessoas diariamente. De acordo com a análise de consumo alimentar da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje (28), no Rio de Janeiro, além de comer mais arroz e feijão do que as outras classes, as pessoas com renda de até R$ 296 comem o dobro de batata-doce e a metade de batata frita que os brasileiros com renda superior a R$ 1.089.

“Como [as pessoas de menor renda] não têm disponibilidade para comprar tanto, têm uma alimentação mais básica. E a alimentação mais básica tem melhor qualidade nutricional. Mas a diferença entre o consumo dos melhores e piores alimentos é muito pequena. Todo mundo consome os dois tipos de coisa”, avaliou André Martins, pesquisador da POF/ IBGE.




A pesquisa foi feita durante um ano por meio de formulários preenchidos individualmente por mais de 34 mil pessoas relatando o que comeram e beberam durante dois dias, não consecutivos. A análise mostrou que as pessoas com menor renda foram as que revelaram um consumo maior de peixe fresco e salgado e carne salgada. Essa parcela de brasileiros também se destaca por consumir menos doces, refrigerantes, pizzas e salgados fritos e assados. Refrigerante diet é um item praticamente inexistente na mesa dos mais pobres.


“Nos rendimentos mais baixos, você tem muita presença de carboidrato. Já tem também açúcar e gorduras, mas nem tanto quanto os de maior renda porque não tem disponibilidade para ficar comprando batatinha [industrializadas]. Mas mesmo na classe menos favorecida você já tem inadequação de gordura e açúcares”, disse Martins.

Se por um lado o consumo de refrigerante aumenta à medida que a renda melhora, os mais ricos são os que mais consomem frutas, verduras, leite desnatado e derivados do leite. “As classes menos favorecidas não têm consumo adequado de frutas, legumes e verduras. Quando vê as rendas mais altas, a participação desses produtos aumenta. Mas nenhuma delas consome a quantidade de energia que deveria vir das frutas, dos legumes e das verduras e isso acaba rebatendo nos micronutrientes, como cálcio e vitaminas”, avaliou o pesquisador.

O levantamento do IBGE mostra que quanto mais alta a renda, maior é o número de pessoas que fazem pelo menos uma refeição fora de casa por dia. “Os dois consomem coisas erradas [mais pobres e mais ricos]. Entra a disponibilidade de rendimento e a pessoa começa a comprar biscoito recheado, batata industrializada, já começa a consumir mais fora de casa e come pizza, toma refrigerante. Na classe de rendimento mais alta é absurdo o consumo de refrigerante”, disse André Martins.

Essa mesma comparação pode ser feita entre a população urbana e rural. A análise do consumo alimentar mostrou que as médias diárias de consumo per capita de itens como arroz, feijão, batata-doce, mandioca, farinha de mandioca, manga, tangerina, peixes e carnes foi muito maior na zona rural. Na área urbana os entrevistados revelaram um consumo maior de alimentos prontos ou processados, como pão de sal, biscoitos recheados, iogurtes, vitaminas, sanduíches, salgados, pizzas, refrigerantes, sucos e cervejas.

Agência Brasil