Ministro das Comunicações acredita que a população reconhece ação de Dilma para resolver crise nos Transportes
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff está agindo para apurar as denúncias de corrupção e desvio de verbas públicas no Ministério dos Transportes, e a população percebe isso. Na visão do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o governo tem o dever de investigar, mas é "quase impossível" que um órgão com orçamento de R$ 13 bilhões fique imune a escândalos do gênero.
A referência é ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), na qual estava alocada parte dos 16 servidores exonerados desde o início do mês em meio a denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes. "O Dnit tem orçamento (anual) na faixa de R$ 13 bilhões. Supor que não haverá nenhum problema é (acreditar em) uma coisa quase impossível. Sempre tem problema", admitiu em entrevista à Agência Brasil.
Bernardo lembrou ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) tem apontado problemas e suspeitas de irregularidades, mas cabe ao governo "se virar" para investigar e barrar eventuais desvios. "É assim que vai continuar sendo feito." Com esse tipo de postura, o ministro acredita que Dilma está deixando claro à população qual é sua orientação. "As pessoas estão vendo que a presidenta está tomando providências para que as coisas funcionem direito", opinou.
Reportagens publicadas na imprensa a partir do começo de julho apontaram contratos suspeitos de desvios. A coordenação do esquema, segundo as reportagens, estaria a cargo do deputado federal e secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto (SP) – embora ele não tivesse cargo nos órgãos públicos envolvidos. Tudo seria voltado a destinar ao partido até 5% do valor dos contratos firmados pelo Ministério dos Transportes, pelo Dnit e pela Valec – estatal voltada a obras ferroviárias.
Entre as mudanças acumuladas desde o início de julho, está incluída a troca de comando do ministério. Alfredo Nascimento deu lugar a Paulo Sérgio Passos, até então secretário-executivo. Além dos 16 que já foram demitidos, outros dois devem deixar seus postos até agosto.
Como líderes do PR têm se mostrado insatisfeitos com a reação do governo, analistas acreditam que o episódio pode abalar a relação entre a legenda e o governo. Paulo Bernardo não quis comentar a hipótese por não estar autorizado a falar a respeito e por não ter "a menor ideia”. "Os partidos estão dialogando lá no Congresso", esquivou-se o ministro, que no governo Lula foi titular do Planejamento.
Rede Brasil Atual
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